O título exprime um provérbio muito em voga na Antiguidade. Será ele válido ainda hoje? Ao leitor, a decisão! Para ajudá-lo na resposta, começo com dois fatos, assim como foram veiculados pelos meios de comunicação social.
O primeiro é do estado de São Paulo: «O filho de um comandante da Polícia Militar de São Paulo, foi preso acusado de agressão contra uma garota de programa. O comandante, ao ser procurado, o comandante-geral disse que seu filho é maior de idade e deve responder por seus atos como um cidadão comum, e que a lei deve ser cumprida».
O segundo aconteceu em Campo Grande: «Após a vítima de furto, registrar boletim de ocorrência na Delegacia, dizendo que foram levados de sua residência dois notebooks e vários eletrônicos, homens do Batalhão da Polícia Militar, para verificar o crime. Porém, antes mesmo de prender o bandido, a mãe dele reconheceu a vítima de furto e entrou em contato com a polícia, afirmando que os objetos estavam em sua casa. A guarnição prendeu o meliante, que confessou o crime e levou os militares até a residência de sua mãe».
Na opinião da maioria dos leitores dos jornais, que divulgaram tais notícias, o pai e a mãe estão de parabéns. Cito apenas dois comentários, a partir da notícia de Campo Grande:
«Coragem e honradez dessa mãe! É preferível que o bandido vá preso a vê-lo, amanhã, morto. Bandido prolifera porque os pais fingem que não sabem de nada e muitos até se aproveitam dos roubos. Pais, denunciem! Assim vocês estarão ajudando seus filhos a trilharem o caminho do bem!».
«Se todas as mães vissem seus filhos como algumas os veem, provavelmente estaríamos ajudando mais a eles! Infelizmente, não somos todas que temos essa capacidade de amar com o desprendimento que muitas têm!».
De minha parte, só posso agradecer a Deus pela multidão de pais que assumem sua missão com coragem e generosidade. Como todos, eu também sei das dificuldades enfrentadas por eles para manter a família unida e educar os filhos. Por isso, ofereço a eles e aos jovens alguns tópicos da mensagem preparada por Bento XVI para o Dia Mundial da Paz, celebrado no dia 1º de janeiro de 2012 – cujo conteúdo é sempre atual:
«A educação é a aventura mais fascinante e difícil da vida. Educar – na sua etimologia latina “educere” – significa conduzir para fora de si mesmo ao encontro da realidade, rumo a uma plenitude que faz crescer a pessoa. Este processo alimenta-se do encontro de duas liberdades: a do adulto e a do jovem. Isso exige a responsabilidade do discípulo, que deve estar disponível para se deixar guiar no conhecimento da realidade, e a do educador, que deve estar disposto a dar-se a si mesmo. Mas, para isso, não bastam meros dispensadores de regras e informações; precisa-se de testemunhas autênticas, ou seja, de testemunhas que saibam ver mais longe do que os outros, porque a sua vida abraça espaços mais amplos. A testemunha é alguém que vive por primeiro o caminho que propõe. Caros jovens, vocês são um dom precioso para a sociedade.
Diante das dificuldades, não se deixem tomar pelo desânimo ou pelas falsas soluções que frequentemente se apresentam como o caminho mais fácil para superar os problemas. Não tenham medo de se empenhar, de enfrentar fadigas e sacrifícios, de optar por caminhos que requerem fidelidade e constância, humildade e dedicação. Saibam que vocês podem servir de exemplo e estímulo para os adultos, e tanto mais o serão quanto mais se esforçarem por superar as injustiças e a corrupção, quanto mais desejarem um futuro melhor e se comprometerem a construí-lo. Cientes de suas potencialidades, não se fechem em si próprios, mas trabalhem por um futuro mais luminoso para todos. Nunca se sintam sozinhos! A Igreja confia em vocês, acompanha-os, encoraja-os e deseja oferecer-lhes o que tem de mais precioso: a possibilidade de levantar os olhos para Deus e de encontrar Jesus Cristo – ele que é a justiça e a paz».
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados
Bispo de Dourados
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