A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

30 de abril de 2012

EVANGELHO DE TERÇA E QUARTA

Ano B - Dia: 01/05/2012 Terça-feira

O filho do carpinteiro?
Mt 13,54-58
Quando Jesus acabou de contar essas parábolas, saiu dali e voltou para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. Ele ensinava na sinagoga, e os que o ouviam ficavam admirados e perguntavam: 
- De onde vêm a sabedoria dele e o poder que ele tem para fazer milagres? Por acaso ele não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Ele não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas? Todas as suas irmãs não moram aqui? De onde é que ele consegue tudo isso? 
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse: 
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra e na sua casa. 
Jesus não pôde fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: 
ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre 
e compreenda o seu Evangelho. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 13,54-58, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
Seus conterrâneos, talvez por baixa auto-estima,mas sobretudo, pela falta de fé, questionam a origem da autoridade dele: "De onde vem a sabedoria dele e o seu poder?" Não conseguem compreender que um conhecido deles seja Filho de Deus. E o rejeitam.. O Mestre vive uma experiência semelhante à dos profetas que também foram rejeitados, desprezados, até mortos de forma cruel.. "Porque eles não tinham fé", Jesus, não pode fazer ali, em Nazaré, muitos milagres 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Qual palavra mais me toca o coração? 
São muitas, mas me detenho na última expressão: "Jesus não pode fazer muitos milagres ali porque eles não tinham fé".O bispos, na Conferência de Aparecida, disseram que se dissolve a relação com Deus: "Vivemos uma mudança de época, e seu nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus; "aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Quem exclui Deus de seu horizonte, falsifica o conceito da realidade e só pode terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas" (Bento XVI, Discurso Inaugural). (DAp 44). 
Compreendo porque na minha vida também não acontecem muitos milagres?Tenho uma fé fraca, quero que tudo seja provado, justificado, da forma como penso. Não aceito o diferente, que o projeto de Deus seja diferente do meu. Tenho dificuldade em aceitar verdades de pessoas com quem convivo, iguais a mim... 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo com toda a Igreja a Oração a São José: 
A vós São José, recorremos na nossa tribulação, 
e depois de ter implorado o auxílio da vossa Santíssima Esposa, 
cheios de confiança, solicitamos o vosso patrocínio. 
Por esse laço sagrado de caridade que vos uniu à Virgem Imaculada Mãe de Deus, 
e pelo amor paternal que tivestes para com o Menino Jesus, 
ardentemente suplicamos que lanceis um olhar benigno 
à herança que Jesus Cristo conquistou com o seu Sangue, 
e nos assistais, nas nossas necessidades, com o vosso auxílio e poder. 
Protegei, ó guarda providente da Divina Família, 
o povo escolhido de Jesus Cristo; 
Afastai para longe de nós, ó Pai amantíssimo, 
a peste do erro e do vício; 
assisti-nos do alto do céu, ó nosso fortíssimo sustentáculo, 
na luta contra o poder das trevas; 
E, assim como outrora salvastes da morte a vida ameaçada, do Menino Jesus 
assim também defendei agora a Santa Igreja de Deus 
contra as ciladas dos seus inimigos e contra toda a adversidade. 
Amparai a cada um de nós, 
com vosso constante patrocínio, 
a fim de que a vosso exemplo 
e sustentados com o vosso auxílio, 
possamos viver virtuosamente, 
piedosamente morrer, 
e obter no Céu a eterna bem-aventurança. Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é para ver além das aparências e reconhecer a presença de Deus nas pessoas e nas coisas mais simples. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Ano B - Dia: 02/05/2012 Quarta-feira
Crer em Jesus, crer no Pai
Jo 12,44-50
Jesus disse bem alto: 
- Quem crê em mim crê não somente em mim, mas também naquele que me enviou. Quem me vê vê também aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz para que quem crê em mim não fique na escuridão. Se alguém ouvir a minha mensagem e não a praticar, eu não o julgo. Pois eu vim para salvar o mundo e não para julgá-lo. Quem me rejeita e não aceita a minha mensagem já tem quem vai julgá-lo. As palavras que eu tenho dito serão o juiz dessa pessoa no último dia. 
- Eu não tenho falado em meu próprio nome, mas o Pai, que me enviou, é quem me ordena o que devo dizer e anunciar. E eu sei que o seu mandamento dá a vida eterna. O que eu digo é justamente aquilo que o Pai me mandou dizer. 

Preparo-me, com todos os internautas que fazem a Leitura Orante, pedindo a graça de sermos iluminados pela Luz da verdade. 
Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: 
ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre
 e compreenda o seu Evangelho. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 12,44-50 e observo as palavras de Jesus. Mais uma vez ele faz um apelo à fé dos que o ouvem e define-se como Luz. 
Para ser iluminado por esta luz que é Jesus são necessárias, basicamente, três coisas ou atitudes: 
1ª Crer em Jesus Cristo. 
2ª Ouvir a sua mensagem. 
3ª Praticar os ensinamentos de Jesus. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Creio em Jesus Cristo? Deixo-me iluminar pela sua mensagem? Pratico seus ensinamentos? Isto é vivido pelas outras pessoas no mundo de hoje? Vale recordar o que disseram os bispos, em Aparecida: "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado, podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe, e cada um de seus habitantes. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado, podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe, e cada um de seus habitantes."(DAp 18). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, com todos neste momento: 
Senhor Jesus, Tu és o Caminho! 
Em meio a sombras e luzes, 
alegrias e esperanças, tristezas e angústias, 
Tu nos levas ao Pai. 
Não nos deixes caminhar sozinhos. 
Fica conosco, Senhor! 
Tu és a Verdade! 
Desperta nossas mentes 
e faze arder nossos corações com a tua Palavra. 
Que ela ilumine e aqueça os corações sedentos de justiça e santidade. 
Ajuda-nos a sentir a beleza de crer em Ti! 
Fica conosco, Senhor! 
Tu és a Vida! 
Abre nossos olhos para te reconhecermos 
no "partir o Pão", sublime Sacramento da Eucaristia! 
Alimenta-nos com o Pão da Unidade. 
Sustenta-nos em nossa fragilidade. 
Consola-nos em nossos sofrimentos, 
Faze-nos solidários com os pobres, os oprimidos e excluídos. 
Fica conosco, Senhor! 
Jesus Cristo: Caminho, Verdade e Vida, 
No vigor do Espírito Santo, 
Faze-nos teus discípulos missionários! 
Com a humilde serva do Senhor, nossa Mãe Aparecida, queremos ser: 
Alegres no Caminho para a Terra Prometida! 
corajosas testemunhas da Verdade libertadora! 
promotores da Vida em plenitude! 
Fica conosco, Senhor! Amém! 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Quero manter meu olhar iluminado pela luz de Jesus hoje e todos os dias. Thomas Merton diz: "Somos como pilotos de navios imersos no nevoeiro, escrutando a escuridão diante de nós, tentando ouvir o ruído de outros navios, e só poderemos atingir o porto se nos mantivermos alertas. A vida espiritual é, portanto, em primeiro lugar uma questão de estar desperto." 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

A FÉ COMO PRODUTO URGENTE

Em várias igrejas cristãs, mercê de uma catequese imediatista que privilegia o sentir, mais do que o estudar, o aprender e o compreender cresceu o número de pregadores que dicotomizam a fé entre o bem e o mal. Não há "pode ser" nem "talvez". Trabalham com o certo e o absoluto. Tudo é anjo ou demônio, tudo é oito ou oitenta, tudo é Deus e anti-Deus. Entre São Paulo e Rio de Janeiro há pelo menos vinte cidades onde se pode morar com razoável conforto. Quem achasse que só se pode morar ou em São ou no Rio de Janeiro demonstraria incapacidade de assimilar a realidade.

São eles que em plena televisão ou congresso, quando apaga a luz atribui o fato ao inimigo, quando volta a acender após as preces que um deles comanda atribuem a volta a luz aos anjos. Recentemente um pregador olhou insistentemente o relógio de pulso que parecia não funcionar. A invés de ignorar o fato, dramatizou. Pôs a culpa no maligno, tirou o relógio do pulso e o jogou para os bastidores. O maligno estaria prejudicando sua pregação ao fazer parar o seu relógio de pulso. Outro atribuiu a epidemia da dengue ao demônio da dengue que comandava os mosquitos para levarem a doença aos lares. Solenemente expulsou-o do Brasil.

Os fatos se multiplicam e se repetem. Pior em tudo é que muitos que assim fazem estudaram teologia mas resolveram praticar uma fé mágica que vê anjos onde não há e demônios onde nunca houve. Supersimplificam a vida decidindo que o que prejudica os fiéis é do demônio e o que faz bem é dos anjos e do céu. Assim, o câncer é obra do demônio e a cura é obra do céu, exceto quando um deles fica enfermo. Aí, é provação do céu, porque o demônio não poderia ferir quem já é do Cristo.

Sua visão de Cristo foge à teologia num flagrante sinal de que não estudaram a matéria. Garantem que têm visões e revelações especiais e veiculam isso pela imprensa. Garantem curas que, não verificadas ficam por isso mesmo. E houve aquele que disse que somos cristãos porque somos filhos do Cristo. Disse também que amor filia é o mesmo que amor filial. Como ninguém contesta, tais pregações prosseguem.

Um dizia que o rock não pode ser musica cristã porque é som do demônio, outro afirmava que determinada canção muito cantada entre católico, se tocada de trás para frente era um louvor a satanás. E houve aquele que garantiu que Maria não tem poder nenhum porque ela está dormindo à espera da ressurreição, mas que seu pregador preferido opera milagres com um simples toque. Aleluia! O pregador daquela igreja está salvo e tem mais poder do que a mãe de Jesus que está morta e ainda não chegou ao céu! A conclusão é óbvia: para ele Jesus tem poder só na terra, mas não tem depois da morte porque é incapaz de levar até a mãe dele para o céu! Um trecho de Paulo lhe garante que o céu só se abrirá no ultimo dia da humanidade. Esqueceu os outros trechos da mesma Bíblia que falam de salvação imediata e que dizem que Jesus tem todo o poder no céu e na terra...

É claro que o fiel que vê alguém jogar fora óculos, cadeira de rodas e muletas ao som de uma prece escolherá esta igreja, e não a outra na qual o pegador manda pensar e diz que o milagre não tem hora nem lugar marcado para acontecer. Entre o milagre que pode acontecer, mas não se sabe quando porque é Deus quem decide operar e aquele que garantidamente acontece no culto das 20h e no do sábado, o fiel que busca resultado vai lá onde milagres acontecem ao comando de um pegador poderoso em obras e palavras.

O mundo sempre escolheu o imediato. Esperar é virtude que poucos cultivam. Também não esperam pelo céu. Porque sentar-se à espera de uma refeição que demoraria 30 minutos se ele pode encomendar um prato feito em dois ou três?

A fé do prato feito, imediata tomou conta de inúmeras igrejas. Do restaurante de comida boa, mas cujas refeições demoram, muitos mudam para o restaurante ao lado que servem na hora comida quentinha. Quem serve mais depressa ganha a freguesia. Exceto quando a freguesia descobre o valor do diálogo à mesa e sabe que refeição não é só questão de comer e saciar-se. Pode ser ágape! Mais do que comer é estar juntos!

Religião deveria ser ágape e não fast food! A vida não deveria ser fast food. Para a pressa dos nossos dias inventaram igrejas com milagres e curas garantidas, rápidas e com dia e hora marcados. Os fiéis vão lá onde se fala o que desejam ouvir, se faz o que desejam ver e aceitam pagar por isso porque é religião que enche os olhos.

Vitrais, imagens e paredes em catequese visual não lhes dizem muita coisa. O que os convence é o gesto dramático do irmão cheio de poder que derruba um demônio, faz um coxo andar e um mudo falar. Estes sinais os convencem. O sinal da cruz, uma cruz na parede, uma pintura de Jesus perdoando nada lhes diz. A fé dramática encanta mais do que a fé kerigmática.

Mas quem vai dizer isso às massas que, no dizer de Jean Baubrillard no seu livro sobre o fim do social e o surgimento das massas (Á Sombra das Maiorias Silenciosas) e de Zygmunt Bauman no seu livro sobre a transformação das pessoas em mercadoria ( Vida Para Consumo) falma da perda de sentido e de referências e da compra e da venda de mensagens num mundo habitado por consumidores que descobriram também a religião de consumo. Numa esquina compram em dois minutos uma refeição já pronta e à sua espera, numa outra entram numa igreja e em poucos minutos presenciam um milagre ou uma expulsão de demônios. É a fé urgente a serviço da vida urgente. 
Padre Zezinho

A DISPOSIÇÃO PARA RECEBER OS DONS DO ESPÍRITO

O que podemos e devemos fazer para que o Espírito de Deus venha a nós e nos satisfaça com Seus dons? Quais devem ser nossas atividades e disposições interiores para atrair e receber ao Espírito Santo?

1- Uma primeira disposição: Deveríamos despertar ainda mais em nossos corações o desejo pelo Espírito Santo e Seus dons. É o mesmo desejo que tinham os apóstolos e a Santíssima Virgem quando estavam reunidos no cenáculo esperando o Espírito Santo prometido. É a súplica é: Vem, Espírito Santo! Esperamos-Te com ânsias, porque somos tão débeis, porque necessitamos Teu poder transformador.

Deveríamos despertar profundos afetos de ânsias para que Ele tome em Suas mãos nossa educação, nossa transformação em autênticos filhos de Deus, em homens simples com alma de criança. Por isso, temos que chegar a ser homens e mulheres que anelam pelo Espírito de Deus.

2- Uma segunda disposição: Devemos esforçar-nos mais para estar em silêncio, para estar sós e tranquilos interiormente. Trata-se de um isolamento e uma solidão repleta de Deus. As forças da alma devem estar concentradas não em nós, mas em Deus. Somente assim poderemos escutar o que o Espírito Santo nos sopra. Se ao nosso redor e, sobretudo, se em nosso interior, existe tanto ruído, tantas vozes alheias, tanto espírito mundano, então não poderemos escutá-Lo. E se não O escutamos, tampouco saberemos o que Ele deseja de nós e nos sugere. E assim nunca vamos perceber Sua presença em nossa alma nem vamos acreditar em Sua atuação e influência em nossa vida.

3- Outra disposição é a oração humilde. Diz o Padre: “Parece-me que chegou o momento em que iremos juntar as mãos e orar. Necessitamos muito mais de oração que de exercícios. Certamente, isso não quer dizer que devamos deixar de praticar o amor filial. Mas sabendo que só possuímos as velas e que é o Espírito Santo quem deve insuflá-las, nos sentimos em dependência total diante de Deus. Devemos cultivar, então, o heroísmo da oração humilde”. Havemos de ser mestres da oração e da humildade.

4- Uma última disposição que atrai o Espírito Santo é o espírito mariano. Sabemos que a Virgem Maria, no Dia de Pentecostes, encontrou-se no meio dos apóstolos. E não duvidamos que, sobretudo, por sua poderosa súplica maternal o Espírito Divino veio sobre cada um deles. E assim também nós devemos unir-nos a ela na espera do Espírito Santo de Deus. 
Haveremos escutado alguma vez as palavras de São Luís Maria Grignion de Montfort, que o padre-fundador repetia tantas vezes: O Espírito Santo quisera encontrar nas almas a Santíssima Virgem, quisera encontrar atitude e espírito marianos, quisera encontrar um amor profundo a ela. E quando Ele descobre numa alma a Maria, então não há alternativa que penetrar nesta alma com seus dons e realizar milagres de transformação.

E a causa disso? Como na Encarnação o Espírito Santo e a Virgem Santíssima colaboraram para que nascesse Jesus, assim o Espírito de Deus quer também hoje em dia cooperar com Maria, para que Cristo, o Filho do Pai, nasça e viva em cada alma. Por isso, não é casualidade que o Padre nos convida a ampliar nossa Aliança de Amor celebrando essa mesma Aliança também com o Espírito Santo. Então, Ele nos dará Seus dons, o dom da sabedoria, para que todos possamos conquistar o espírito filial.
Padre Nicolás Schwizer - Shoenstatt mov.apostólico

UM OLHAR SIMPLES SOBRE TODAS AS COISAS

Nós falamos várias vezes sobre o olhar de Deus, Ele tem o olhar que nos cura. Muitas vezes, olhamos para a Hóstia Consagrada, mas é importante nos darmos conta de que o que nos cura é o olhar que o Senhor tem para nós.

Mas, neste texto, quero falar sobre o nosso olhar, existe o olhar de Deus sobre nós, mas se nós somos curados pelo olhar do Senhor, essa cura proporciona a nós um olhar curado, uma forma nova de olhar o mundo.

Ninguém traz uma lâmpada para colocá-la num lugar escondido ou debaixo de uma vasilha; coloca-a no suporte, a fim de que os que entram vejam a claridade. A lâmpada que ilumina o corpo é o olho (cf. Lc 11,33-34a). São Lucas era médico, mas também era pintor, fez diversos ícones da Virgem Maria, como nos ensina a Sagrada Tradição. Jesus diz que a lâmpada que ilumina o corpo é o olho, todos sabemos que o olho não tem luz própria, mas aqui Ele não fala sobre a biologia do nosso corpo, Ele revela o segredo da alma, existe uma forma de enxergar o mundo que nos ilumina e uma forma que nos leva às trevas, Ele fala da visão espiritual.

"Se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz; mas se teu olho for ruim, ficarás todo em trevas!35. Examina, pois, se a luz em ti não são trevas!36.Se então teu corpo estiver todo cheio de luz, sem traço algum de escuridão, ficarás totalmente iluminado, como acontece quando a lâmpada te ilumina com seu clarão" (Lc 11,34b-36). Ele fala de uma iluminação interior. O olho seria a janela da alma, essa abertura pela qual a luz entra no nosso interior, na nossa alma. Nós precisamos ter um olhar diferente sobre o mundo, isso faz a diferença.

Nenhum acontecimento na sua vida o traumatiza, o que traumatiza é a reação que você teve diante do acontecimento. Nós somos livres para reagir diante da vida. O que muda é nossa reação, não é o que você viveu, mas como você reagiu no que viveu. A diferença está no olhar de como você olha diante das realidades, diante do mundo. Sofrimento todo o mundo tem, mas como você reage diante da cruz da vida?

A maturidade humana se mede diante da capacidade que a pessoa tem de experimentar o sofrimento e transformá-lo numa coisa positiva. Existem dois tipos de adulto, aquele que sofre e se torna algo destruidor, transformando em coisas que fazem mal a ele (depressão), e aquele que sofre e é capaz de transformar aquilo em cruz que o leva à ressurreição.Ou você abraça sua cruz e corre para ressurreição ou você foge dela e morre esmagado por ela.

O olho é a lâmpada do corpo. “Se teu olho for simples, ficarás todo cheio de luz”. Simples é ser sem dobras. Uma coisa complicada é uma coisa que foi dobrada, que não consegue se ver facilmente. Simples é uma coisa aberta, as coisas de Deus são simples, nós que somos complicados; o Altíssimo quer que tenhamos um olhar simples sobre as coisas. Eu quero ajudá-lo a ter um olhar simples sobre as coisas.

O que nos faz ter um olhar complicado diante das coisas é ficarmos olhando para nós mesmos; atitude do egoísmo. Vamos olhar o mundo com a simplicidade de Deus. Ele nos colocou neste mundo para preparar o céu, mas nos esquecemos disso e complicamos tudo. Esquecemo-nos dessa realidade e ficamos perdidos em nossa vida. Esta vida é muito simples. Jesus disse para Marta: “Marta, tu te inquietas e te agitas por muitas coisas, uma só coisa é necessária”, ou seja, prepararmos a nossa vida para Deus.

Eu sou padre para preparar o meu céu e ajudá-los a chegarem ao céu. Olhe para sua vida de uma maneira muito simples, de quem está preparando o seu céu. Minha vida seria muito complicada se eu, como sacerdote, estivesse preocupado com minha carreira, em ser bispo, ser famoso. Não adiantaria nada conseguir tudo isso e perder o meu céu. A simplicidade é preparar o meu céu.

Da mesma forma, para você que vai se casar: a felicidade existe, mas não será seu (a) esposo (a) que lhe dará a felicidade. Sua felicidade está em preparar o céu. Seu (a) companheiro (a) é alguém que o ajuda a ir para o céu. Jesus nunca prometeu felicidade a ninguém nesta terra. Mas no céu você terá a felicidade. Quem promete felicidade aqui é o diabo e ele sempre dá o inferno.

Esta vida é bonita, é boa, tem alegria, sim, para nos dar, mas a felicidade é sempre marcada por uma tristeza, o prazer é sempre empanado por uma dor, a vida é assim. Não há nada errado com sua vida, aqui existem coisas boas e bonitas, mas aqui é só um "tira-gosto", o "banquete" será no céu. Aqui nunca haverá felicidade completa; eu sou profundamente feliz por saber que isso aqui não é tudo. A vida é bonita, mas se ela for tudo ela se torna uma má notícia. O "tira-gosto" é bom, mas ele pesa no estômago. A vida é bela, mas queremos muito mais.

Jesus olhava para esta vida, dando a vida, nós precisamos dar a vida, amar. O que complica nesta vida é não enxergarmos o amor de Deus. Se você ama os outros, Deus o amou primeiro. O olhar complicado é da pessoa que não abre o olho para ver o amor de Deus em primeiro lugar. Muitos acham que amam primeiro e, então, se cansam de amar e querem somente ser amados. Isso é um olhar complicado. Abra o olho e enxergue que Deus o amou primeiro! Você responde ao amor de Deus amando as outras pessoas. Você já é amado. Se seu olhar for simples, você enxergará que já foi amado. Uma pessoa que não se sente amada é como um homem que possui trilhões em dinheiro no banco e fica na rua mendigado.

Se seu olhar é complicado a sua vida se tornará trevas e, dessa forma, viverá sem a luz que vem de Deus. Nós como cristãos podemos pedir a Deus um novo olhar, um olhar simples, para enxergarmos as coisas sem que elas nos destruam, sem que elas afetem o amor do Senhor em nossa vida. Jesus também sofreu, chorou, viveu a cruz. Não estou aqui propondo a "mágica da Poliana", que é uma menina da literatura que descobriu que sofreria menos se visse o lado positivo de todas as coisas; não é isso que estou propondo. O pecado continua sendo terrível, satanás continuará nos tentando para perdemos a vida eterna, mas faz parte do nosso arsenal de guerra ter um olhar simples.

Estou aqui para preparar o meu céu e a única forma de conseguir isso é amando os outros. Dizer que crer no céu atrapalha o amor é não entender nada de céu. Nós queremos a Páscoa do céu, mas não existe ressurreição se nós não abraçarmos a cruz. Examine como você está olhando a vida, se está olhando o "tira-gosto" como se fosse um "banquete", querendo da vida aquilo que ela não pode lhe dar. Se você mantém o foco no amor de Deus tudo muda.

Eu não sei o que será de mim amanhã, a vida muda tanto. Quando fui ordenado sacerdote nunca pensei que faria programa na TV, que teria um site na internet, eu pensava no meu sacerdócio de uma forma totalmente diferente. Pense se eu ficasse apegado aos sonhos de 19 anos atrás. Deus lhe dá circunstâncias diferentes.

As pombas são simples, pois elas voam reto, e sabem aonde vão chegar. Precisamos ter a simplicidade da pomba, mas a prudência da serpente, ela caminha de forma sinuosa e dribla os obstáculos. Tenha jogo de cintura, saiba refazer os seus planos em cima das cinzas de seus planos antigos. Deus preparou um lugar para mim no céu e lá há felicidade. Enquanto isso a felicidade daqui é sempre manchada por um pouco de tristeza, por isso precisamos viver a simplicidade da pomba e a prudência da serpente.
Padre Paulo Ricardo

A FORTALEZA DO PASTOR

Os Bispos do Brasil, reunidos recentemente em Assembleia, mais uma vez se debruçaram sobre o valor infinito da Palavra de Deus, desejando transmiti-la sempre e com crescente profundidade ao povo de Deus. A Palavra de Deus é fonte inesgotável de vida para toda a humanidade. Como sempre faz, a Igreja quer empreender de novo, com crescente zelo, o anúncio da Palavra, que tem seu lugar privilegiado, para animar a vida de todos e o serviço apostólico a ela confiado. A chave que abre a porta da Sagrada Escritura é Nosso Senhor Jesus Cristo, com Sua Morte e Ressurreição, o mistério pascal que celebramos nos tempos correntes. Amar e conhecer a Cristo é nosso dever, nossa honra e nossa alegria, deixando-nos provocar por Ele!

A presença de Jesus suscitou e suscitará sempre interrogações e muita perplexidade. Nós o sabemos verdadeiro Deus e verdadeiro homem e podemos encontrar, além da graça redentora que só pode chegar por intermédio d'Aquele que é Caminho, Verdade e Vida, a referência de valores a serem assumidos para uma vida plenamente humana e digna. A Igreja nos convida a olhar sempre para o Senhor, seguindo-O de perto para fazer tudo o que Ele nos disser!

Aproximemo-nos do Cristo Ressscitado e da riqueza de Sua personalidade. Em Nazaré, onde Jesus fora criado, as pessoas se interrogam a respeito d'Ele: “De onde lhe vêm essa sabedoria?” (Mt 13, 54). Noutra ocasião, “surgiu uma divisão entre o povo por causa dele. Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos. Os guardas então voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: Por que não o trouxestes? Responderam: Ninguém jamais falou como este homem” (Jo 7,43-46). Suas palavras, mais doces do que o mel, atraem as pessoas, mesmo quem tem a tarefa de prendê-Lo. Tantas vezes quantas forem lidas, acolhidas e vividas, nelas se encontra a vida eterna. Seu som se espalha e ecoa por todo o universo.

Se buscarmos outro valor, como a beleza, aqui está: "Tu és o mais belo entre os filhos dos homens, sobre teus lábios difunde-se a graça (Sl 144,3)". “A Igreja lê o salmo cento e quarenta e quatro como a representação poético-profética do relacionamento esponsal entre Cristo e a Igreja. Reconhece Cristo como o mais belo entre os homens; a graça sobre os lábios indica a beleza interior da sua palavra, a glória do seu anúncio. Assim, não é apenas a beleza exterior da aparição do Redentor a ser glorificada: nele aparece muito mais a beleza da Verdade, a beleza do próprio Deus que nos atrai a si e ao mesmo tempo nos causa a ferida do Amor, a santa paixão (“Eros”) que nos faz ir ao encontro, junto e com a Igreja-Esposa, ao Amor que nos chama” (“Beleza de Cristo”, Joseph Ratzinger/ Bento XVI).

Na festa do Bom Pastor, celebrada pela Igreja no Quarto Domingo da Páscoa, é possível descortinar algumas características da personalidade de Jesus (cf. Jo 10,1-18). O Evangelho de São João apresenta três belíssimas parábolas, que vieram a ser consideradas como “Parábola do Bom Pastor”, no quadro do difícil confronto de Jesus com adversários ferrenhos que O pressionavam. De fato, as palavras do Senhor “causaram nova divisão entre os judeus” (Jo 10,19).

A imagem utilizada por Jesus é a do pastor de ovelhas, rica de significado para o ambiente em que se encontrava, mas ainda atual em nossos dias. Ele é a porta das ovelhas: “quem entrar por mim será salvo; poderá entrar e sair, e encontrará pastagem” (Cf. Jo 10,7-9). Portas abertas, clareza para expressar as coisas, nada de complicações! Todos se impressionam com gente assim e se sentem atraídos!

“Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem” (Jo 10,15). Ele conhece cada uma das ovelhas pelo nome (cf. Jo 10,3), é capaz de estabelecer relacionamento pessoal, não apenas com a massa! Todos são importantes para Ele e suas necessidades ressoam em Seu coração. “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas”(Jo 10,11). Bondade e entrega de vida. Só quem é plenamente realizado e feliz pode chegar a tais alturas, pois é Aquele que veio “para que tenham vida, e a tenham em abundância” (cf. Jo 10,10). Jesus Cristo, acolhido e amado, oferece tudo o que as pessoas de qualquer tempo procuram.

Jesus olha longe, num grande horizonte aberto: “Tenho ainda outras ovelhas, que não são deste redil; também a essas devo conduzir, e elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor” (Jo 15,16). Portas e janelas abertas, os confins da terra. O universo inteiro, sem fechamentos e exclusivismos!

N'Ele, Nosso Senhor Jesus Cristo, está nossa vida e nossa missão. Hoje é o nosso tempo para conhecer Sua voz e seguir Aquele que vai à nossa frente (cf. Jo 10,4). Entretanto, sendo limitados, parece-nos muito alto o ideal: dar a vida, conhecer pelo nome, dar exemplo, ir à frente dos outros, abrir-se para todos, enfim, acolher e espelhar a beleza e a bondade do Pastor! Sabendo disso, a Igreja nos leva a pedir com confiança: “Deus eterno e todo-poderoso, conduzi-nos à comunhão das alegrias celestes, para que o rebanho possa atingir, apesar de sua fraqueza, a fortaleza do Pastor”. Assim seja!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

O BOM PASTOR

Na Palavra de Deus encontramos a expressão “Bom Pastor”, fazendo referência a Jesus Cristo. Mas Jesus não é apenas um pastor com qualificado de “bom”. Ele é também verdadeiro, autêntico e totalmente preocupado com a vida e a dignidade de Suas ovelhas. Ele ultrapassa o nível da bondade, doando a vida pelos Seus.

Ao olharmos para a figura do Bom Pastor, de Jesus Cristo, devemos olhar para a figura de cada autoridade, para aquelas constituídas no serviço do povo. Servir é um dom, é querer o bem e a prosperidade de quem é servido, superando todo tipo de atitude egoísta, de exploração e desempenho no poder de agir.

Estamos em ano eleitoral outra vez. Está na hora de trabalhar para identificar quem tem atitudes de bom pastor, de serviço e de doação, desinteressada, para com as pessoas mais sofridas. A decisão está nas mãos dos eleitores, de escolher, com o voto consciente, quem realmente vai respeitar e agir em benefício do bem comum e do povo.

Sofremos o peso da corrupção e do descaso para com as pessoas menos favorecidas. Os pobres são sugados no momento do voto. São comprados com dinheiro e com promessas utópicas e esquecidos pela gestão pública. É por isso que não podemos agir como cegos e sem liberdade, vendendo nossa capacidade de decidir.

Jesus Cristo é o Pastor que veio trazer vida plena para todos, diferente daqueles que vêm para roubar, sacrificar e destruir as pessoas. Está aí o grande contraste entre o falso e o verdadeiro pastor. O falso é mercenário, que cuida só dos próprios interesses. O verdadeiro pastor se sacrifica para o bem das ovelhas.

É interessante observar que a má autoridade tem medo do povo e não trabalha, com determinação, para que ele seja organizado e o deixa continuar ignorante para não ter força de ação, ficar sempre de longe e não se envolver. A boa autoridade é aquela que convive e sente as dificuldades do povo e trabalha para o seu bem.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo eleito de Uberaba - MG

27 de abril de 2012

EVANGELHO DE SÁBADO

Ano B - Dia: 28/04/2012 - Sábado
As palavras de vida eterna
Jo 6,60-69
Muitos seguidores de Jesus ouviram isso e reclamaram: - O que ele ensina é muito difícil! Quem pode aceitar esses ensinamentos? 
Não disseram nada a Jesus, mas ele sabia que eles estavam resmungando contra ele. Por isso perguntou: - Vocês querem me abandonar por causa disso? E o que aconteceria se vocês vissem o Filho do Homem subir para onde estava antes? O Espírito de Deus é quem dá a vida, mas o ser humano não pode fazer isso. As palavras que eu lhes disse são espírito e vida, 64mas mesmo assim alguns de vocês não crêem. 
Jesus disse isso porque já sabia desde o começo quem eram os que não iam crer nele e sabia também quem ia traí-lo. Jesus continuou: - Foi por esse motivo que eu disse a vocês que só pode vir a mim a pessoa que for trazida pelo Pai. 
Por causa disso muitos seguidores de Jesus o abandonaram e não o acompanhavam mais. Então ele perguntou aos doze discípulos: - Será que vocês também querem ir embora? 
Simão Pedro respondeu: - Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou. 

Leitura Orante 
Como viver em Cristo Jo 6,60-69 - A quem seguir? 
Preparo-me para rezar a Palavra com meus irmãos internautas, com a oração: 
Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre 
e compreenda o seu Evangelho. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, 
tem piedade de nós. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 6,60-69, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
Jesus desafia seus ouvintes. Sua preocupação está na capacidade que as pessoas têm de ouvir sua mensagem, compreendê-la e se comprometer com ela. E com razão. Muitos o abandonam. Pedro, porém, pelo grupo dos discípulos, dá uma resposta cheia de comprometimento: "Quem é que nós vamos seguir? O senhor tem as palavras que dão vida eterna! E nós cremos e sabemos que o senhor é o Santo que Deus enviou." 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Assumo a postura de discípulo/a e missionário/a? Qual é a minha missão? Ou, prefiro, afastar-me? 
Os bispos, em Aparecida, afirmaram: "Os fiéis leigos são "os cristãos que estão incorporados a Cristo pelo batismo, que formam o povo de Deus e participam das funções de Cristo: sacerdote, profeta e rei. Realizam, segundo sua condição, a missão de todo o povo cristão na Igreja e no mundo" São "homens da Igreja no coração do mundo, e homens do mundo no coração da Igreja". (DAp 209). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com Paulo VI: 
Jesus, Mestre divino, 
que chamastes os Apóstolos a vos seguirem, 
continuai a passar pelos nossos caminhos, pelas nossas famílias, 
pelas nossas escolas e continuai a repetir o convite a muitos de nossos jovens. 
Dai coragem às pessoas convidadas. 
Dai força para que vos sejam fiéis como apóstolos leigos, 
como diáconos, padres e bispos, 
como religiosos e religiosas,para o bem do Povo de Deus 
e de toda a humanidade. Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu olhar, hoje, é iluminado pela fé nas Palavras de vida eterna do Mestre Jesus Cristo que me impulsiona para a missão de servir. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

EVANGELHO DE DOMINGO

Ano B - Dia: 29/04/2012 - Domingo
Jesus, o pastor verdadeiro
Jo 10,11-18
Eu sou o bom pastor; o bom pastor dá a vida pelas ovelhas. Um empregado trabalha somente por dinheiro; ele não é pastor, e as ovelhas não são dele. Por isso, quando vê um lobo chegando, ele abandona as ovelhas e foge. Então o lobo ataca e espalha as ovelhas. O empregado foge porque trabalha somente por dinheiro e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor. Assim como o Pai me conhece, e eu conheço o Pai, assim também conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem. E estou pronto para morrer por elas. Tenho outras ovelhas que não estão neste curral. Eu preciso trazer essas também, e elas ouvirão a minha voz. Então elas se tornarão um só rebanho com um só pastor. 
- O Pai me ama porque eu dou a minha vida para recebê-la outra vez. Ninguém tira a minha vida de mim, mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho o direito de dá-la e de tornar a recebê-la, pois foi isso o que o meu Pai me mandou fazer. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura, renovando a convicção de que Deus me fala, que nos fala e, orando ao Espírito Santo: 
Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria, 
para que possamos avaliar todas as coisas 
à luz do Evangelho, 
e ler nos acontecimento da vida os projetos de amor do Pai. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 10,11-18, e observo Jesus e as imagens que usa do pastor, ovelhas, mercenário, para falar de seu amor por todos. 
Jesus se define bom pastor. Ele é mais do que um bom pastor. Um pastor que se diz pronto a dar a vida pelas ovelhas. O tipo de pastagens disponíveis no oriente impõe ao pastor a necessidade de se deslocar com o rebanho para outro lugar conforme a mudança das estações. As ovelhas não sabem buscar alimento, relva e água por si mesmas. Precisam ser conduzidas. O pastor as conduz também para o abrigo por ocasião de tempo ruim e as defende de animais ferozes e de bandidos ou ladrões. O pastor Davi, por exemplo, diz ter matado leões e ursos que atacavam o rebanho de seu pai. O pastor conserva o rebanho unido e se empenha na procura da ovelha perdida, tendo certeza de que o rebanho permanecerá unido até que ele retorne. No Antigo Testamento, Deus é o verdadeiro pastor de Israel (Gn 49,24), que conduz José como um rebanho (Sl 80,2); carrega as suas ovelhas (Sl 28,9), guia-as (Sl 77,21). Ele, o Senhor, é o Pastor que reúne os perdidos, conduze-os à sua própria pastagem, cura-lhes as feridas, guarda-os em paz. O bom pastor é autêntico, verdadeiro, não explorador. Não quer as ovelhas para seu lucro: carne, lã, leite. Ele dá a vida pelas ovelhas. No Novo Testamento, a figura do pastor é aplicada a Jesus, quer por ele mesmo, quer pelos outros. A sua própria missão é às ovelhas perdidas de Israel. Ele é o pastor que deixa as 99 ovelhas no deserto para procurar a que extraviou. A sua alegria de recuperar um pecador é como a alegria do pastor que encontra a ovelha perdida (Mt 18,12-14). Jesus fala de sua preocupação por outras ovelhas que ainda não são em seu rebanho. Diz que precisa trazê-las. Revela seu desejo de que haja um só rebanho e um só pastor. No juízo final ele agirá como um pastor que separa as ovelhas das cabras. Jesus se diz também porta do aprisco. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Quem são os pastores hoje? O termo é bastante usado por ministros das diversas Igrejas. Na Igreja católica os pastores são os bispos e sacerdotes. 
Os bispos, em Aparecida, definiram a missão da Igreja como a do Pastor:" A Igreja deve cumprir sua missão seguindo os passos de Jesus e adotando suas atitudes (cf. Mt 9,35-36). Ele, sendo o Senhor, se fez servidor e obediente até à morte de cruz (cf. Fl 2,8); sendo rico, escolheu ser pobre por nós (cf. 2 Cor 8,9), ensinando-nos o caminho de nossa vocação de discípulos e missionários. No Evangelho aprendemos a sublime lição de ser pobres seguindo a Jesus pobre (cf. Lc 6,20; 9,58), e a de anunciar o Evangelho da paz sem bolsa ou alforje, sem colocar nossa confiança no dinheiro nem no poder deste mundo (cf. Lc 10,4 ss). Na generosidade dos missionários se manifesta a generosidade de Deus, na gratuidade dos apóstolos aparece a gratuidade do Evangelho." (DAp 31). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, salmos ou outras orações e concluo, rezando o SALMO 23 (22) 
O Senhor é o meu pastor. Nada me falta. 
Em verdes pastagens me faz repousar; 
para fontes tranqüilas me conduz, 
e restaura minhas forças. 
Ele me guia por bons caminhos, por causa do seu nome. 
Embora eu caminhe por um vale tenebroso, 
nenhum mal temerei, pois junto a mim estás; 
teu bastão e teu cajado me deixam tranqüilo. 
Diante de mim preparas a mesa, à frente dos meus opressores; 
unges minha cabeça com óleo, e minha taça transborda. 
Sim, felicidade e amor me acompanham todos os dias da minha vida. 
Minha morada é a casa do Senhor, por dias sem fim. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é de acolhimento da Igreja e do Pastor verdadeiro, Jesus Cristo, para que possa entrar no meu e no coração das pessoas com quem convivo. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

O QUARTO MANDAMENTO DO DECÁLOGO: HONRAR PAI E MÃE


O Quarto Mandamento do Decálogo: Honrar pai e mãe. Refere-se, em primeiro lugar, aos pais biológicos, mas também às pessoas a quem devemos a nossa vida, a nossa prosperidade, a nossa segurança e a nossa fé. Aquilo que devemos aos nossos pais: amor, gratidão e atenção, também deve reger o nosso relacionamento com as pessoas e com nossos deveres de cidadãos diante do Estado. Ele nos manda honrar e respeitar os nossos pais e aqueles que Deus, para o nosso bem, revestiu com a Sua autoridade.

O Quarto Mandamento refere-se, em primeiro lugar, às relações entre pais e filhos no seio da família. «Ao criar ao homem e à mulher, Deus instituiu a família humana e dotou-a de sua constituição fundamental» (CIC 2203). «Um homem e uma mulher unidos em casamento formam com seus filhos uma família» (CIC 2202). «A família cristã é uma comunhão de pessoas, reflexo e imagem da comunhão do Pai e do Filho no Espírito Santo» (CIC 2205).

Um homem e uma mulher, unidos em matrimônio, formam com os filhos uma família. Deus instituiu a família e dotou-a de sua constituição fundamental. O matrimônio e a família são ordenados ao bem dos esposos e à procriação e educação dos filhos. Entre os membros da família estabelecem-se relações pessoais e responsabilidades primárias. Em Cristo, a família torna-se Igreja doméstica, porque ela é comunidade de fé, de esperança e de amor.

Sendo assim, a família é a célula originária da sociedade humana e precede qualquer reconhecimento da autoridade pública. Os princípios e os valores familiares constituem o fundamento da vida social. A vida de família é uma iniciação à vida da sociedade. A sociedade tem o dever de sustentar e consolidar o matrimônio e a família, no respeito também do princípio de subsidiariedade. Os poderes públicos devem respeitar, proteger e favorecer a verdadeira natureza do matrimônio e da família, a moral pública, os direitos dos pais e a prosperidade doméstica.

Os filhos devem aos pais respeito (piedade filial), reconhecimento, docilidade e obediência, contribuindo, assim, também com as boas relações entre irmãos e irmãs, para o crescimento da harmonia e da santidade de toda a vida familiar. Se os pais se encontrarem em situação de indigência, de doença, de solidão ou de velhice, os filhos adultos devem-lhes ajuda moral e material.

Os pais são os primeiros responsáveis pela educação dos filhos e os primeiros anunciadores da fé. Têm o dever de amar e respeitá-los [filhos] como pessoas e filhos de Deus e, dentro do possível, de prover suas necessidades materiais e espirituais, escolhendo-lhes uma escola adequada e ajudando-os com prudentes conselhos na escolha da profissão e do estado de vida. Em particular, têm a missão de educá-los na fé cristã.

Desta forma, os laços familiares são importantes, mas não absolutos, porque a primeira vocação do cristão é seguir Jesus e amá-Lo: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; quem ama a filha ou o filho mais do que a Mim não é digno de Mim» (Mt 10,37). Os pais devem, com alegria, ajudar os filhos no seguimento de Jesus, em todos os estados de vida, mesmo na vida consagrada ou no ministério sacerdotal.

No âmbito civil a autoridade deve ser exercida, como um serviço, respeitando os direitos fundamentais da pessoa humana, uma justa hierarquia de valores, as leis, a justiça distributiva, e o princípio de subsidiariedade. No exercício da autoridade, cada um deve procurar o interesse da comunidade em vez do próprio e deve inspirar as suas decisões na verdade acerca de Deus, do homem e do mundo.

Portanto, os que estão submetidos à autoridade devem ver os superiores como representantes de Deus e colaborarem lealmente no bom funcionamento da vida pública e social. Isso comporta o amor e o serviço da Pátria, o direito e o dever de votar, o pagamento dos impostos, a defesa do país e o direito a uma crítica construtiva. Porém, a estes, em consciência, não devem obedecer quando os mandamentos das autoridades civis se opõem às exigências da ordem moral: «É necessário obedecer mais a Deus do que aos homens» (At 5,29).
Redação Portal

COMO ANDA O MUNDO NOSSA VOLTA?

No mundo à nossa volta – na família, na paróquia, nas estruturas da sociedade, no coração e na vontade dos homens e das mulheres, sobretudo dos crentes – parece que se perdeu o norte, o sentido do essencial. Andamos descentrados, alienados, desfocados, desintegrados. Ficamos no acessório, no acidental, no periférico, no prazer fútil, na agitação da vida, no que agrada e satisfaz apetites e gostos. Não nos centramos no essencial. Temos que voltar a ele, pois só ele nos sacia, nos preenche, nos faz viver a alegria e a paz do Ressuscitado. Precisamos repensar a vida e as coordenadas do nosso ser e do nosso agir.

O essencial, que é invisível aos olhos do corpo, só se enxerga com os olhos da alma e do coração. E, para isso, precisamos do silêncio e do recolhimento que nos ajudam a ver em profundidade, a saborear os matizes da vida de Deus e do Seu amor em nós e à nossa volta. Parece que a beleza da natureza, o rosto bonito da criança ou as rugas da face do idoso já não nos falam da vida, do amor criador, do encanto que nos extasia. Estamos a ficar vazios de valores éticos, valores religiosos, valores da arte e da técnica, que vêm de Deus Criador. Daí a urgência de voltar à oração e à contemplação, para que a alma descubra o essencial e se deixe conduzir por ele. Daí o recolhimento e o deserto na cidade, na vida cotidiana, para nos centrarmos na loucura apaixonada do amor de Deus. É que não nos damos conta do amor, não nos deixamos envolver por ele, não o desejamos como paradigma da vida, não nos encantamos e extasiamos com ele. Precisamos de buscar o essencial.

O mundo à nossa volta perdeu o sentido da esperança porque não reza, não se deixa envolver por Deus, não se alimenta da Palavra. E sem esperança, que é algo de essencial, andamos todos mais tristes, mais vazios de sentido para a vida e para o futuro, andamos alienados. Sem esperança, e Jesus Ressuscitado é a nossa esperança, ensina-nos São Paulo, ficamos uma «barata tonta», sem gosto de viver, sem sentido do caminho a percorrer, sem encanto que nos faça arder o coração, sem fogo na alma. Um desesperado é triste, vive amargurado, tem um rosto doentio, o coração vazio do essencial. Precisamos de ser sentinelas da esperança, buscando o essencial da vida… Sem desânimo, sem pessimismo, mesmo em meio à crise de valores, à crise econômica, às muitas crises da vida. O mundo à nossa volta perdeu o sentido do pecado

Tudo se pode fazer, pensar, realizar, passando o mal a ser bem, sem critérios de verdade, de justiça, de dignidade humana. Parece que já não importa matar o próximo, matar milhões de crianças praticando o aborto, esse crime abominável. Parece que já não se distingue a grandeza da castidade levada a sério, tomando com amor puro os compromissos assumidos diante de Deus e da Igreja. Como parece não ter valor o sacramento da reconciliação, celebrado e vivido com empenho e seriedade, como necessidade da consciência de que somos pecadores e de que o pecado precisa de ser perdoado.

Buscar o essencial deve significar, sempre, mesmo para aqueles que têm repugnância e dificuldade, estar numa atitude de filial obediência à Igreja, às suas normas, às suas orientações. A norma não é o que eu ou nós achamos, mas o «essencial» está na Mãe e Mestra que nos dá a graça de uma doutrina assumida na abertura ao Espírito Santo de Deus. Não fazemos a nossa lei, mas saibamos aderir ao que a Esposa de Cristo, com a autoridade dada por Ele, nos manda ou propõe. Não é este bispo ou padre que determina a norma geral da Igreja, mas o Papa, com a autoridade de São Pedro. E nós, sacerdotes, em filial docilidade ao Espírito, temos que assumir os compromissos renovados na Missa Crismal de Quinta-Feira Santa. Como afirmou o Papa na Missa desse dia, a renovação da Igreja, tão necessária e tão desejada por Jesus, nasce daobediência aos compromissos assumidos

Os grandes inimigos da Igreja estão cá dentro, quando somos infiéis e não reconhecemos o nosso mau proceder, não temos humildade para assumir o nosso pecado, nem desejamos mudança e conversão, e nos pomos numa atitude de revolta contra a autoridade, de cedência nos grandes valores evangélicos, na falta sistemática de oração, de comunhão, de amor fraterno.

Buscar o essencial é voltar às fontes, às origens do nosso ser cristão e do nosso compromisso de consagrados levado a sério, com coragem, determinação e audácia. Sabendo que somos pecadores, frágeis, mas ter a ousadia santa de chamar mal ao mal, pecado ao pecado, infidelidade à infidelidade. O essencial é uma Pessoa, o Senhor Jesus Cristo, a Sua Palavra, as Suas bem-aventuranças, as Suas normas, o Seu amor, a Sua maneira de agir que deve pautar a nossa maneira de agir sempre e em tudo. Buscar o essencial é o caminho da santidade de vida, da integridade do nosso ser de homens e de cristãos, o caminho da fidelidade que passa pela retidão, a honestidade, a grandeza de alma, a nobreza de sentimentos.

Buscar o essencial é o único caminho que nos conduzirá à felicidade, que só Deus e a Sua graça podem dar. Não os falsos ou fúteis contentamentos que nos tocam, mas não enchem alma e o coração. Só se é feliz em Deus e na Sua vontade. Só se é feliz quando se é fiel. E a fidelidade nos é traçada pela boa consciência formada com os critérios da Palavra e da Igreja. O pecado, mesmo quando dá gozo e prazer, não dá felicidade nem alegria interior. Só a busca sincera e humilde do essencial é que nos dignifica e nos faz felizes com Deus e em Deus.

Buscar o essencial é encontrar alimento e norma de vida, grandeza de alma e de dignidade pessoal, na palavra do Papa Paulo VI quando, em Fátima, nos disse: «Homens, sede homens». Olhemos o mundo à nossa volta. Onde há crime, roubo, suborno, mentira, injustiça, calúnia, depravação moral e sexual não há «homens». Não há «mulheres», na dignidade das suas pessoas e dos seus atos, dos seus critérios, das suas opções e das suas vidas. E assim o essencial não se vive, não se descobre, não é norma de felicidade verdadeira e de dignidade que nos levam a caminhar para Deus e para a santidade. Busquemos o essencial.
Padre Dário Pedroso, s.j.

A FONTE DA AMIZADE

Se buscarmos a Deus com toda a nossa força, com todo o nosso entendimento, tratando-O como um Verdadeiro Amigo, naturalmente Ele nos providenciará um amigo fiel, bálsamo de vida. Os que temem o Senhor encontrarão esse amigo. O temor ao Senhor é o princípio e origem de toda amizade, isso é uma lei natural do Reino de Deus. Por isso, podemos dizer que a fonte da verdadeira amizade é Deus.

Em vez de procurarmos amigos com nossas forças e iniciativas, precisamos primeiramente ser amigos do Amigo por excelência, Jesus Cristo. Do contrário ficaremos mendigando o “amor” das pessoas com o intuito de preencher nossas carências. Desse modo, certamente, só encontraremos esmolas e restos, uma vez que essas pessoas não poderão – por melhores que sejam – corresponder à nossa necessidade mais profunda de amor. 

Uma amizade que tem como ponto de partida a nossa vontade pode até parecer verdadeira e eterna, mas com o tempo descobrimos que não passava de um afeto passageiro, inventado por nós mesmos, fruto de iniciativas meramente humanas, não vindas do coração de Deus. Cultivar afetos desse gênero só nos levará a amargas decepções e estas, consequentemente, vão nos causar feridas e nos fechar a outros relacionamentos. Assim, não mais acreditaremos na existência e na credibilidade de amigos.
“Um amigo fiel é um poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro. Um amigo fiel não tem preço, é imponderável seu valor. Um amigo fiel é um bálsamo vital e os que temem o Senhor o encontrarão” (Eclo: 6, 14-16).

Não são poucos aqueles que afirmam ser fácil e simples fazer amigos. O difícil e complicado, porém, é cultivar as amizades que conquistamos. Por vezes, uma amizade que levou um bom tempo para ser solidificada, repentinamente, desmorona em um piscar de olhos. E pior ainda: aquilo que antes parecia ser amor se transforma em um grande sentimento de ódio. Se não soubermos controlar as fragilidades, que existem em nós, perderemos muitos amigos.

É na amizade com o Senhor que aprendemos a ser verdadeiros amigos. É na intimidade com o Senhor que Ele nos ensina a estar atentos ao outro, a acolhermos o outro como ele é, a compreendê-lo com seus problemas e diferenças.

Em vez de nos fecharmos e ter nojo das feridas e misérias do outro, sejamos bálsamo vital e ajudemos o nosso amigo a ser melhor. Sejamos um instrumento de amor e não de julgamento. Não sejamos apenas mais um, mas tenhamos uma atitude de acolhimento sincero. O amigo não desiste diante dos defeitos, mas tem a capacidade de ir além. A amizade gira em torno de Cristo, Ele é o centro e a fonte da amizade verdadeira.
Bruno Franco
Missionário da Comunidade Canção Nova

25 de abril de 2012

EVANGELHOS DE QUINTA E SEXTA-FEIRA

Ano B - Dia: 26/04/2012 - Quinta
Jesus é o pão vivo 
Jo 6,44-51
Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. Nos Profetas está escrito: "Todos serão ensinados por Deus." E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim. Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai. 
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne. 

Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 
Vinde, Espírito Santo, 
E dai-nos o dom da sabedoria, 
para que possamos avaliar todas as coisas 
à luz do Evangelho e 
ler nos acontecimento da vida 
os projetos de amor do Pai. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 6,44-51, e observo Jesus que fala do pão da vida. 
Só poderão vir a mim aqueles que forem trazidos pelo Pai, que me enviou, e eu os ressuscitarei no último dia. Nos Profetas está escrito: "Todos serão ensinados por Deus." E todos os que ouvem o Pai e aprendem com ele vêm a mim. Isso não quer dizer que alguém já tenha visto o Pai, a não ser aquele que vem de Deus; ele já viu o Pai. 
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem crê tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. Os antepassados de vocês comeram o maná no deserto, mas morreram. Aqui está o pão que desce do céu; e quem comer desse pão nunca morrerá. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer desse pão, viverá para sempre. E o pão que eu darei para que o mundo tenha vida é a minha carne. 
Ele afirma que quem crê, tem a vida eterna. Volta a dizer que é o pão da vida. Diz ainda que quem come deste pão tem a vida eterna. 
Espírito de verdade, a ti consagro a mente e meus pensamentos: ilumina-me. Que eu conheça Jesus Mestre e compreenda o seu Evangelho. Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Jesus me questiona de novo sobre meus alimentos. O que busco como alimento para meu espírito, para minha vida cristã? Como pessoa batizada sou também convocada a uma missão. De que me nutro para esta missão? Qual é a fonte que sacia minha sede de vida? Os bispos em Aparecida, disseram que a Eucaristia deve ser o centro da nossa vida: "Todas as comunidades e grupos eclesiais darão fruto na medida em que a Eucaristia for o centro de sua vida e a Palavra de Deus for o farol de seu caminho e de sua atuação na única Igreja de Cristo."(DAp 180) 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo: 
Espírito vivificador, a ti consagro o meu coração: 
aumenta em mim o amor a Jesus, Vida da minha vida. 
Faze-me sentir filho amado do Pai. 
Amém. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Buscarei alimentar minha vida com o pão do céu e ver o mundo na ótica de Jesus Mestre. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Ano B - Dia: 27/04/2012 - Sexta
Jesus o verdadeiro alimento
Jo 6,52-59
Aí eles começaram a discutir entre si. E perguntavam: - Como é que este homem pode dar a sua própria carne para a gente comer? 
tão Jesus disse: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: se vocês não comerem a carne do Filho do Homem e não beberem o seu sangue, vocês não terão vida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é a comida verdadeira, e o meu sangue é a bebida verdadeira. 5uem come a minha carne e bebe o meu sangue vive em mim, e eu vivo nele. O Pai, que tem a vida, foi quem me enviou, e por causa dele eu tenho a vida. Assim, também, quem se alimenta de mim terá vida por minha causa. Este é o pão que desceu do céu. Não é como o pão que os antepassados de vocês comeram e mesmo assim morreram. Quem come deste pão viverá para sempre. Jesus disse isso quando estava ensinando na sinagoga de Cafarnaum. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura orante, colocando-me na presença de Deus e invocando, com todos que se encontram na internet, o Espírito Santo: 
Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: 
ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre 
e compreenda o seu Evangelho. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, 
tem piedade de nós. 
1. Leitura (Verdade) 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 6,52-59. 
Jesus afirma que, quem come da sua carne e bebe do seu sangue, vive nele e ele vive nesta pessoa. E mais: quem come deste pão vive eternamente. Mas, quem não comer deste pão e não beber do seu sangue, não terá a vida eterna. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Jesus é muito claro para mim. Ele diz que eu preciso dele, preciso me alimentar dele para ter a vida. Ele quer viver em mim e quer que eu viva nele. Em Aparecida, os bispos disseram: "Igual às primeiras comunidades de cristãos, hoje nos reunimos assiduamente para "escutar o ensinamento dos apóstolos, viver unidos e tomar parte no partir do pão e nas orações" (At 2,42). A comunhão da Igreja se nutre com o Pão da Palavra de Deus e com o Pão do Corpo de Cristo. A Eucaristia, participação de todos no mesmo Pão de Vida e no mesmo Cálice de Salvação, nos faz membros do mesmo Corpo (cf. 1 Cor 10,17). Ela é a fonte e o ponto mais alto da vida cristã, sua expressão mais perfeita e o alimento da vida em comunhão. Na Eucaristia, nutrem-se as novas relações evangélicas que surgem do fato de sermos filhos e filhas do Pai e irmãos e irmãs em Cristo. A Igreja que a celebra é "casa e escola de comunhão", onde os discípulos compartilham a mesma fé, esperança e amor a serviço da missão evangelizadora."(DAp 158). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, com o Padre Zezinho: 
Daqui do meu lugar 
Daqui do meu lugar, eu olho teu altar, 
e fico a imaginar aquele pão aquela refeição, 
partiste aquele pão e o deste aos teus irmãos, 
criaste a religião do pão do céu do pão que vem do céu, 
somos a igreja do pão, 
do pão repartido e do abraço e da paz, 
somos a igreja do pão, 
do pão repartido e do abraço e da paz. 
Daqui do meu lugar, eu olho o teu altar, 
e fico a imaginar aquela paz, aquela comunhão, 
viveste aquela paz, e a deste aos teus irmãos, 
criaste a religião do pão da paz, da paz que vem do céu. 
Somos a igreja da paz, da paz partilhada e do abraço e do pão, 
Somos a igreja da paz, 
da paz partilhada e do abraço e do pão. 
(CD Muito mais que pão, Pe. Zezinho,scj) 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar será no dia de hoje renovado pela fé na Eucaristia, para Jesus Cristo que vive em mim e eu nele. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp

ENCONTRO PESSOAL COM JESUS

"Os discípulos de Cristo 'revestiram-se do homem novo, criado segundo Deus, na justiça e santidade da verdade' (Ef 4,24). 'Livres da mentira' (Ef 4,25), devem 'rejeitar toda a maldade, toda a mentira, todas as formas de hipocrisia, de inveja e maledicência.' (1Pd 2,1)" (CIC 2475)

O homem novo em Jesus Cristo não é aquele que foi salvo por Jesus, pois a salvação de Jesus é para todos. Mas é aquele que ao encontrar com Jesus, se reconhece fraco e que depende de Jesus. O homem novo em Jesus é aquele que não deixa de sentir os impulsos da carne, mas sabe que o que é meramente carnal passa e por isso, vai em busca das coisas do alto, das coisas de Deus, pois sabe que precisa de algo que o mantenha vivo e o leve para a vida eterna. Este algo só pode ser Deus.

O homem novo não elimina o homem velho, mas o enfraquece. Pois, o homem novo, naturalmente é mais forte, por isso deve ser quanto mais ativo melhor, para que o velho se enfraqueça cada vez mais. A questão é que o velho é mais experiente nas coisas do mundo em que vivemos, se tratando dos prazeres mundanos e por isso grita dentro de nós, enquanto que o novo fala baixinho.

Pode-se dizer que a pessoa humana possui o desejo, a vontade e a liberdade. Neste caso, o desejo carnal seria a nossa concupiscência, a vontade seria a consciência e a liberdade, seria a ação. A concupiscência deseja algo, a consciência sabe o que é bom e o que não é. A liberdade seria justamente a ação feita para cada um dos lados. Aqui entra justamente o uso da liberdade de uma pessoa nova em Jesus e outra que ainda não deixa o novo agir.

O ponto é justamente o encontro pessoal com Jesus que leva a pessoa a uma verdadeira contrição e um real desejo de mudança, de vida nova em Jesus. Mas o que seria esse encontro pessoal com Jesus?

O Evangelho traz inúmeros encontros pessoais com Jesus. Zaquel, Bartimeu, Maria Madalena, a própria profissão de fé de Pedro é prova disso. Todos estes encontros e muitos outros só aconteceram por causa de um reconhecimento do Senhorio de Jesus, ou seja, eles dependiam de Deus, pois eram fracos e o melhor, se reconheceram fracos. O próprio Paulo que de perseguidor, passou a defensor de Jesus e dos cristãos.

O nosso homem novo em Jesus precisa ser fortalecido nos encontros pessoais com este Jesus. Na oração pessoal, na conversa com Jesus, na confissão, na Eucaristia. Todos estes e muitos outros são e devem ser encontros pessoais com Jesus, mas todos devem acontecer não somente como um cumprimento de tabela, mas com um verdadeiro reconhecimento de que o homem depende de Deus, precisa d’Ele.

Nada disso é impossível, pois como vimos, o homem foi criado pouco abaixo de Deus (cf. Sl. 8, 6) e por isso já temos a graça que é a vontade de Deus. A verdadeira conversão só se dará quando o homem, mesmo sabendo que é um ser livre, dotado de inteligência e vontade, se reconhecer dependente de Deus, pois só Deus pode enchê-lo, pois Deus é eterno e todo o resto um dia vai passar. Como diz o catecismo "livres da mentira, devem rejeitar toda a maldade, toda mentira, todas as formas de hipocrisia, de inveja e maledicência". Pois como está no Gênesis "Deus viu que tudo que havia criado era bom" (Gn 1, 30), inclusive o homem e a mulher.

O encontro pessoal com Jesus acontece não de forma estabelecida pelo homem e sim por Deus. O papel do homem é aceitar concretamente a sua condição de criatura, dependente, e até mesmo de fraco diante da grandiosa presença de Deus e querer se encontrar com Jesus. Deus é muito simples e quer se relacionar com cada pessoa humana. Cabe à pessoa querer relacionar-se com Ele através de sua vida, sendo um verdadeiro testemunho de conversão e santidade.
Anderson Marçal
Canção Nova

SINAIS DE DEUS PARA O NOSSO TEMPO

Tudo começou de novo com a Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo. Passou o que era velho e tudo se fez novo, a partir de dentro, num dinamismo plantado no coração de cada cristão que recebe o Sacramento do Batismo. Caiu a velhice do pecado e do egoísmo, desmoronaram os muros da desconfiança, da inveja e do ciúme. Os cristãos exultam pela sua renovação espiritual, pois recuperaram, com alegria, a condição de filhos de Deus e podem esperar com plena confiança o dia da ressurreição (cf. Oração do III Domingo da Páscoa).

Descrever assim a vida pode parecer sonho, quem sabe, uma ilusão, ou otimismo ingênuo. Alguns chamariam utopia por não perceberem que o sentido originário da palavra aponta para o lugar ideal a ser alcançado e não um projeto imaginário e impossível de se concretizar. É que os cristãos não têm medo de ver as coisas a partir dos olhos de Deus, enxergando, além de todas as chagas existentes no mundo, a grandeza o plano de Deus. “O olho de Deus sobre o mundo é o Coração de Cristo, mas a pupila é aquela ferida de amor! A ferida está no Coração de Cristo. Ele foi ferido porque manifestou por inteiro o amor. Ele é o amor do Pai vindo à terra, e nos amou dando tudo... E nós, se vivermos como Ele, poderemos olhar por dentro e ver a Deus, e o Pai pode olhar dentro da chaga do Coração de Cristo e ver a todos nós” (Chiara Lubich, cf. Nuova Umanità 2012/2, p. 167).

Após a Ressurreição de Jesus, Seus discípulos tiveram que aprender este novo modo de compreender a vida (cf. Lc 24,35-48). Ao mostrar-lhes Suas mãos e Seus pés, com as marcas da crucifixão, Ele abriu-lhes os olhos. Não estavam diante de um fantasma! A experiência da presença do Ressuscitado foi novidade para todos. Madalena pensou estar diante de um jardineiro, os discípulos de Emaús O viam apenas como andarilho, os próprios apóstolos à margem do lago não O reconheceram. Os gestos de delicadeza, com que, de várias formas, se apresentou aos Seus, foram mimos cujos frutos se multiplicam no correr dos séculos para as sucessivas gerações de cristãos, das quais nós somos, por enquanto, os últimos! Não é mais possível ver Jesus Cristo e os acontecimentos com os olhos da carne. Faz-se necessário dar o salto da fé!

Os primeiros discípulos de Jesus receberam a missão de espalharem pela Terra uma vida nova e um modo novo para compreender o mundo e os acontecimentos. Cheios do Espírito Santo, eles começaram a pregar o Evangelho de Cristo. Quando experimentaram a incompreensão e a prisão, ficavam “alegres por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do santo Nome. E cada dia, no templo e pelas casas, eles não cessavam de ensinar e anunciar que Jesus é o Cristo” (At 5,41-42). Quando se desencadeou a perseguição e mataram Tiago, um dos apóstolos (cf. At 12,1), “a palavra do Senhor crescia e se espalhava cada vez mais” (cf. At 12,24). Todos os períodos mais críticos e de maior sofrimento para a Igreja, com a força da Páscoa de Cristo, suscitaram novos frutos, quando acolhidos como chamado à fidelidade ao Senhor!

Até hoje, “no jardim da Igreja se cultivam as rosas dos mártires, os lírios das virgens, as rosas dos casados, as violetas das viúvas” (Santo Agostinho). Cada pessoa, segundo a vocação e o estado de vida que lhe foi concedido pelo Senhor, é chamada a “ser testemunha” (cf. Lc 24,42). Sua vida fará referência a valores consistentes, que não se abalam com ameaças, segundo a orientação do apóstolo dos gentios: “Não seremos mais como crianças, entregues ao sabor das ondas e levados por todo vento de doutrina, ludibriados pelos homens e por eles, com astúcia, induzidos ao erro. Ao contrário, vivendo segundo a verdade, no amor, cresceremos sob todos os aspectos em relação a Cristo, que é a cabeça” (Ef 4,14-15).

Comprometer-se com a verdade, denunciar o mal existente, indicando em Jesus Cristo o único caminho e o remédio eficaz, orar pelos que nos perseguem, tomar a iniciativa da caridade, perdoar sempre, valorizar mais o que une do que o que separa as pessoas, esperar com paciência a vitória do bem, são algumas das muitas possibilidades para oferecer o testemunho de Cristo em todos os tempos, inclusive o nosso, a partir do olhar da pessoa que entrou no Coração de Cristo, para ver tudo através da chaga aberta em Seu peito. Ali, o cristão se sente cômodo, sem ser acomodado, para não ficar sossegado até que os confins da Terra reconheçam que Jesus é o Senhor.
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

COMO SUPERAR UMA DECEPÇÃO?

A decepção é algo que está na vida de todo ser humano. Quem nunca se decepcionou com alguém por um fato ou uma situação da vida? Só não haverá decepção se não houver relacionamento. Se nós nos decepcionamos com as pessoas é porque, algum dia, existiu algum tipo de relacionamento.

Muitas vezes, as decepções acontecem quando criamos muitas expectativas com uma pessoa, ou até mesmo com uma festa, evento, lugar, entre outros. Criamos na nossa mente inúmeras ideias e sonhos e nos esquecemos da realidade.

Portanto, quando deparamos com o fato, ou quando conhecemos a pessoa tal como ela é, aí vem a decepção. Imaginamos que a pessoa era uma coisa e, na realidade, é outra. O cristão é chamado a viver de esperança e não de “expectativas”, a esperança não decepciona. Isso não significa que não podemos ter metas e sonhos, mas precisamos colocar limites nisso e ter consciência daquilo que é a realidade. No namoro, na amizade, no casamento, no trabalho e em tudo que envolve relacionamento entre pessoas haverá a chance de decepção.

Para evitar essa situação é necessário que ambas as partes sejam transparentes e verdadeiras, primeiro consigo mesmas e depois com o próximo. Onde há verdade e lealdade não há espaço para a mentira nem para a desconfiança. 

Se hoje você se decepcionou com alguém e ainda não superou isso, tenho algumas dicas para você: o primeiro passo para superar essa dor é se perdoar.

Talvez você se julgue e se condene por algum erro do passado, inclusive por alguns cometidos por outras pessoas, e acabou assumindo máscaras e uma postura que não é sua. Se você não for capaz de perdoar a si mesmo, não será capaz de perdoar a quem o decepcionou.

O segundo passo é chamar a pessoa que o decepcionou e ter uma conversa transparente com ela. Para isso é importante que cada um saiba ouvir o outro, para, juntos, chegar a uma conclusão. Dessa forma, verá que algumas situações que você acreditava ser graves, na verdade, não passaram de um mal-entendido; outras, de fato, aconteceram, mas pelo diálogo podem ser esclarecidas. Nessa conversa franca as coisas vão se ajeitar. 

Portanto, ainda que seja dolorosa, a reconciliação trará à luz tudo que causou a decepção. E, por fim, o perdão! E lembre-se: o perdão não é apenas um sentimento, mas uma decisão. Um bom recomeço! 
Adaílton Batista
Missionário da Comunidade Canção Nova