A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

28 de maio de 2020

A desumanização é o que permite o discurso de ódio

Foto ilustrativa: leremy by Getty Image









    Infelizmente, é muito fácil julgar e condenar as pessoas. Sem dúvida, as redes sociais têm potencializado essa falha incompassível. Isso ocorre porque o julgamento e a condenação pressupõem a desumanização da pessoa julgada, quer dizer, ignorasse que falamos de alguém como nós, com sentimentos, família e suas próprias qualidades. É mais cômodo para o agressor atacar a “@ana_julia_123” do que a menina Ana Júlia, filha do Marcelo e da Renata, irmã do Felipe, que adora livros de aventura e musicais da Disney. O ensinamento de Jesus Cristo não poderia ser mais claro e objetivo: “Não julgueis, e não sereis julgados” (Mt 7,1), mas é a desumanização que tem possibilitado os corriqueiros e cruéis discursos de ódio.

    Quando o alvo do julgamento é observado como uma pessoa, como eu e você, com seus próprios problemas, sentimentos e sua dignidade, a ofensa se torna penosa para o próprio agressor. Se, do contrário, esquecermos dessa humanidade e, no calor no momento, condenarmos sem ponderar a situação do outro, cometemos o erro da “desumanização que nos apresenta sob a forma da indiferença, da hipocrisia e da intolerância” (Papa Francisco).

    Na internet, a desumanização é ainda mais comum. Com lamentável frequência, temos nos deparado com discursos de ódio e narrativas de agressão nas redes sociais. Sempre me intrigou o fato de haver pessoas que se dispõem a “seguir” outras, única e exclusivamente, para ofender e criticar cada foto, cada comentário, cada postagem. É uma vida muito vazia. Claro que não são críticas construtivas, são ataques injustos, fundamentados na frustração e no desespero do próprio agressor. E para tentar amenizar esse cenário tão comum na internet, o papel do cristão é ser um agente do amor e da caridade.

Busque não alimentar o discurso de ódio!

    Eis o verdadeiro desafio: “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Os publicanos não fazem a mesma coisa?” (Mt 5, 46). Assim, a proposta é tratar os agressores com caridade. Se o método de agressão é a desumanização, a resposta deve ser humanitária. Ouvir, refletir e ponderar. É uma tarefa difícil. Tentar ajudar quem está disposto apenas a agredir é oferecer a outra face (Mt 5,39). Precisamos buscar compreender o que levou o agressor à prática dos julgamentos e não alimentar esse ódio.

    “O perigo consiste em negar o próximo e assim, sem se dar conta, negar a sua humanidade, a nossa humanidade, negar-nos a nós mesmos e negar o mandamento mais importante de Jesus. Esta é a desumanização” (Papa Francisco). O exercício de empatia não é fácil. É preciso respirar fundo, ponderar, refletir e, só então, transmitir uma mensagem de caridade. Nas redes sociais, esse desafio deveria ser mais fácil, porque não há necessidade de uma resposta imediata. É possível ler, reler, pensar, beber água e rezar para, só então, escrever a resposta.

    Que Deus nos dê firmeza e serenidade para sempre enxergarmos o outro como igual, como humano, como irmão. É importante sempre considerar que mesmo o agressor tem sua parcela de sofrimento e, se ele está disposto a apenas propagar o ódio, ele precisa mais de ajuda do que de condenação. É uma missão árdua, não há dúvidas. Que Deus nos ajude. Que assim seja.

Referências:

BÍBLIA SAGRADA. Tradução da CNBB, 18 ed. Editora Canção Nova.
PAPA FRANCISCO. Mensagem aos participantes no encontro dos movimentos populares realizado em Modesto, Califórnia. 10 fev. 2017.

Luis Gustavo Conde
Catequista atuante na evangelização de jovens e adultos. Palestrante focado na doutrina cristã. Advogado com atuação na área de Direito de Família e Direito Bancário. Tecnólogo em Gestão Empresarial. Professor de cursos técnicos-profissionalizantes.

A real necessidade de a sociedade arquitetar verdadeiras mudanças


    A velocidade acelerada das mudanças no mundo contemporâneo é reconhecida de modo consensual e, por vezes, há um sentimento de certa incapacidade para acompanhar as transformações, que se configuram em desafio, até mesmo para as sinapses cerebrais, com suas conexões em número maior do que o de estrelas em uma galáxia. Essa impressionante velocidade das mudanças vem da inteligência humana. Um fenômeno que, ao ser contemplado, permite constatar admiráveis avanços da tecnologia e da ciência, nos muitos saberes, com quantidade de conquistas, nas últimas décadas, que séculos inteiros foram incapazes de alcançar. Mas surpreende e se configura em intrincado nó à inteligência contemporânea o nível destruidor do obscurantismo reinante na atualidade pelo mundo afora. Oportuno é evocar um remédio com força terapêutica para vencer esse mal: a humildade advinda da atitude de reconhecer o limite do próprio saber.

    A admissão da ignorância torna-se um princípio ético e epistemológico de grande valia para combater os riscos da pretensão humana de se saber tudo. Particularmente, cura obscurantismos comprometedores de valores inegociáveis, a exemplo dos que sustentam a democracia e os princípios ético-religiosos promotores da solidariedade, do respeito ao bem comum e à dignidade humana. Deve-se, pois, reconhecer: junto à avalanche de conquistas científicas, tecnológicas, há certa soberba, que alimenta cegueiras e torna-se poder para gerar destruição, posturas fundamentalistas, nada dialogais, e rigidez incompatível com as mudanças necessárias à humanidade. Admitir a ignorância como condição humana é remédio para essa soberba, pois guarda no seu reverso uma indispensável sabedoria: o reconhecimento de que o próprio saber é limitado e insuficiente. Esse exercício de humildade permitirá aos cidadãos perceberem-se como aprendizes e tornarem-se inventores, descobridores ou promotores de inovações na construção de uma sociedade melhor.

Os cidadãos precisam arquitetar novas mudanças para a sociedade

    A condição de aprendiz não deixa a soberba cegar e enrijecer as pessoas, inviabilizando processos participativos indispensáveis. Sem essa condição, surgem os que se iludem pensando tudo poder, mas são incapazes de promover as transformações que mudariam a realidade para melhor. Revelam a própria fragilidade em discursos confusos, personalistas, pouco humanistas, misturando a defesa de valores importantes com o extremismo – cai, pois, em contradição. Dessa falta de humildade daqueles que se julgam sabedores de tudo – e tudo poder – nascem pandemias que prejudicam a qualidade dos tecidos cultural, religioso e político-econômico de uma sociedade. As pandemias, em vez de um castigo divino – pois Deus é amor –, são fruto da soberba, das ganâncias inescrupulosas, dos privilégios excludentes. Resultam também das indiferenças em relação aos pobres e vulneráveis, da cegueira diante da Criação, passando por cima do meio ambiente com criminosas depredações.

    Fala-se muito na covid-19, pois é a pandemia que igualmente torna-se ameaça para todos, mas tantas outras são ignoradas. A pandemia da fome não incomoda diariamente os que têm mesa farta. A que se relaciona ao feminicídio permanece sem a devida atenção. Igualmente, a pandemia dos extermínios de indígenas e moradores de rua é tratada com descaso por significativa parcela da sociedade que, perversamente, considera melhor liberar os espaços ocupados por essas pessoas para atender outros interesses. O mundo parou por causa de um novo vírus, mas a necessidade de mudanças não é de agora. Tornou-se mais evidente o dever-desafio de se arquitetar mudanças no jeito de conviver, trabalhar, locomover-se, cuidar e compartilhar, incidindo sobre hábitos, dinâmicas e práticas, para vencer o autoextermínio. Trata-se de exigência à inteligência humana, à moralidade, à racionalidade e ao bom senso.

Pós pandemia

    O obscurantismo irá patrocinar aqueles que vão se entrincheirar na ilusão de que tudo pode ser como antes. Continuarão convictos de que a pandemia da covid-19 foi apenas uma nuvem avassaladora que passou. E a ganância permanecerá a tutelar as práticas de quem compreende a economia como forma de ganhar muito dinheiro, ter sempre mais. No fim, serão apenas capazes de custear suas urnas funerárias caras, certamente de valor bem menor do que acumularam em uma vida marcada por ilimitada ambição. Quem se apegar ao obscurantismo permanecerá irresponsável em relação ao meio ambiente, desconhecendo que tudo está interligado. Continuará a validar o extrativismo e a depredação da natureza, produzindo contrarreações do próprio planeta, a exemplo desta pandemia que bate igualmente à porta de todos.

    Uma convicção precisa residir nas mentes e nos corações: inicia-se novo ciclo que exige hábitos e práticas diferentes. Todos são desafiados a arquitetar mudanças. Lamentavelmente, muitos resistirão, de modo hercúleo, por querer garantir seguranças e comodidades, mas que, na verdade, são apenas bolhas. As resistências revelam ausência de um humanismo solidário, contudo, os sinais indicam que o mundo precisa se reinventar. A sociedade tem o dever e a tarefa humanística, cultural, organizacional, espiritual e política de arquitetar mudanças.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte, é doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana. Atual membro da Congregação para a Doutrina da Fé e da Congregação para as Igrejas Orientais. No Brasil.
A prudência é nossa maior amiga dentro das redes sociais

Foto ilustrativa: Anatoliy Sizov by Getty Images

    Caro internauta, acredito que posso afirmar que a internet, com as suas mais variadas plataformas, especialmente as de redes sociais, como que por simbiose, integrou-se à nossa vida quotidiana. Assim, a rede mundial de computadores já faz parte do DNA social, fato esse irremediável e, ao que tudo indica, irreversível. Na esteira desse assunto, quero dividir com você uma experiência que vivi alguns dias atrás quando conheci uma nova ferramenta virtual.

    De vez em quando, eu utilizo aquela conhecida plataforma de compartilhamento de vídeo para me atualizar acerca das notícias do Brasil e do mundo. Enquanto assistia a esses vídeos, passei a perceber que, logo no seu início, havia uma recorrente propaganda de certo aplicativo de celular que, por sinal, está sendo muito usado atualmente. Inicialmente, não dei importância. Tamanha foi a massificação propagandística, que resolvi fazer uma rápida pesquisa para saber do que se tratava aquele app, cujo nome onomatopaico fazia-me pressupor que tivesse alguma relação com os ponteiros do relógio.

    Fiquei, sinceramente, tão impactado com o resultado de minha pesquisa, que fui colocado diante de um dilema existencial importante: ou eu já me encontrava numa fase da vida que outorgava aos outros, especialmente aos mais novos, a licença de me tratarem como alguém arcaico ou, realmente, eu estava diante de um aplicativo, até certo ponto, vazio de serventia.

Fazer papel de “bananas” nas redes sociais

    Perdoem-me os mais jovens, mas essa situação me fez recordar de um antigo programa de televisão cujos episódios eu havia assistido lá pelas alturas da minha tenra infância: o “Bananas de Pijama”. Para contextualizar aos que nunca ouviram falar nesse programa, tratava-se de uma espécie de seriado infantil em que duas pessoas se vestiam, dos pés à cabeça, com uma fantasia (no mínimo bizarra) de uma grande banana e, é claro, usando pijamas.

    Admito que já não me lembro com clareza dos detalhes dos episódios, dado os longos anos que se passaram desde então, porém, para as crianças, especialmente daqueles tempos em que as mídias eram menos apelativas, até que despertava certo interesse. Diante do olhar de um adulto, contudo, tratava-se de algo, desculpe o termo, bobo. Mas você pode estar se perguntando: “o que tem a ver os ‘Bananas de Pijama’ com o aplicativo do qual falei anteriormente?”. Estou convencido, caro internauta, de que este app está levando as pessoas a fazerem o mesmíssimo papel dos personagens acima citados. Não apenas os jovens, mas até mesmo os adultos estão sendo levados a fazerem papel de “bananas” e, o que é mais curioso, de maneira pública. É ou não é uma situação um tanto quanto vergonhosa?

    Bom… Deixando os Bananas de lado e retornando o meu testemunho, pouquíssimo tempo se passou depois que eu havia assistido ao primeiro vídeo de uma dancinha “engraçadinha”, o que eu julgava improvável aconteceu: alguns minutos exposto àquilo, eu me peguei totalmente entretido, totalmente entregue, com as guardas inteiramente abaixadas. Faltou bem pouco para eu registrar alguma fanfarronice e me juntar ao grupo.
Qual seu critério?

    Milagrosamente, voltei à razão! De certo, ela estava um pouco enfraquecida pelas sequências das imagens que eu acabara de consumir, mas voltei! Foi então que uma luz vermelha se acendeu dentro de mim e me dei conta de que seria capaz de passar o restante da noite me deleitando diante das bobagens que se me haviam apresentadas. Estava eu, de fato, hipnotizado.

    Contei esse testemunho, um pouco exagerado – confesso –, não para transmitir a você uma mensagem apocalíptica, mas para chamar sua atenção para aquilo que você tem consumido pela internet. O mínimo de critério nas escolhas do que você tem permitido entrar pelos seus olhos e pelos ouvidos se faz muito necessário. O que está em jogo não é pouca coisa: sua saúde espiritual e, até mesmo, psicológica.

    Certamente, existem muitos conteúdos edificantes em todas as redes sociais, porém, também existem aqueles que, quando não nos afetam negativamente, distraem-nos e fazem-nos desperdiçar o tempo precioso que Deus nos deu. Portanto, seja bastante criterioso com o conteúdo que você busca e que está consumindo na internet.

Coleira moderna

    Amados jovens, não quero, de forma nenhuma, ser deselegante, mas “quattuor-pes” seria uma expressão latina que talvez pudesse ser usada para caracterizar a forma como estamos sendo colocados diante das tantas ferramentas de distração em massa que estão ao alcance dos nossos dedos. De bípedes para quadrúpedes, tem bastado apenas um celular e um aplicativo. O celular é uma coleira moderna, portanto, não sejamos inocentes! Veja que interessante o que o Papa Francisco escreveu no número 139 de sua Exortação Apostólica Christus Vivit: “o jovem caminha com dois pés […], sempre a olhar para diante”. É o nosso Sumo Pontífice dizendo com todas as letras que não somos quadrúpedes.

    Certa vez, Jesus chamou os Seus discípulos à parte e deu-lhes um ensinamento: “Eis que vos envio como ovelhas entre lobos. Por isso, sede prudentes como as serpentes e sem malícia como as pombas” (Mt 10, 16). Pelo jeito, em certos aspectos, o cenário de hoje não mudou muito em relação ao tempo de Jesus, afinal, os lobos estão por todas as partes e, por que não dizer, em suas mãos. Pode ser que você ainda não tenha percebido, mas muitos aplicativos de celular estão tentando nos metamorfosear em mortos-vivos, semelhante àqueles personagens bisonhos do seriado “The Walking Dead”.

Por que os jovens são os mais atacados?

    Existem muitas razões, porém, quero apontar para uma das mais importantes, senão a mais: os jovens são o futuro da humanidade. Uma juventude doente hoje é um mundo combalido amanhã; uma juventude sem perspectiva hoje significa um mundo extremamente enfraquecido amanhã. Sabemos que a fase da juventude é justamente o período em que os sonhos deveriam estar em alta. É o tempo das primeiras grandes responsabilidades, das decisões mais importantes, aquelas que podem reverberar para o resto da vida. É o tempo do aprender, do formar-se, do crescer, do amadurecer, do adquirir conhecimento, do firmar o passo, do concentrar-se na vida real com os seus inerentes problemas.

    Portanto, jovem, pare um pouco, encha os pulmões de ar, oxigene o sangue que está sendo bombeado para o cérebro e não despreze esses sábios apelos de alguém que muitos ama os jovens: “por favor, não deixeis para outros o ser protagonista da mudança! Vós sois aqueles que detêm o futuro! Através de vós, o futuro entra no mundo. Peço-vos para serdes construtores do futuro. Queridos jovens, por favor, não ‘olheis da sacada’ a vida, entrai nela. Sede […] capazes de resistir às patologias do individualismo consumista e superficial”, diz o Papa Francisco.

    Em outras palavras, o Papa está dizendo: “Saia da passividade”; “pegue, com as suas mãos, as rédeas da sua vida”. Jovem, você não foi feito por Deus para permanecer toda a sua existência na superficialidade. As redes sociais apenas fazem parte da nossa vida, não a são. Portanto, façamos o propósito de usá-las com muita sabedoria e destreza. Veja o que o célebre filósofo católico Louis Lavelle, na sua admirável obra “O erro de Narciso” fala a respeito da sabedoria: “A sabedoria é […] uma virtude da inteligência e uma virtude da vontade. […] virtude da inteligência, porque consiste, primeiro, em reconhecer onde está a medida”. Portanto, que tal aprendermos a usar comedidamente as redes sociais? Seja sábio!

Como diria um antigo, mas sábio ditado popular, “prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém”. Deus abençoe você e até a próxima!

Gleidson Carvalho
É natural de Valença (RJ), mas viveu parte de sua vida em Piraúba (MG). Hoje, ele é missionário da Comunidade Canção Nova, candidato às ordens sacras, licenciado em Filosofia e bacharelando em Teologia, ambos pela Faculdade Canção Nova, 

23 de maio de 2020

Como desenvolver as habilidades sociais dos filhos?


Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com






Ao criarmos nossos filhos, passamos por grandes desafios, pois cada um tem sua personalidade, seu jeito de ser; então, vamos aprendendo, dia a dia, a lidar com as etapas do desenvolvimento de cada um deles. Muitos pais se preocupam com a qualidade de ensino escolar que seus filhos receberão, o que é importante, mas não é a única habilidade a ser motivo de preocupação. Para um bom desempenho na vida, é importante que a criança desenvolva o que chamamos de habilidades sociais e emocionais, as quais, assim como as habilidades escolares, favorecem, inclusive, o aprendizado escolar.

      Habilidades sociais são o conjunto de capacidades para a socialização nos meios em que nós vivemos. Vai desde um ‘bom dia’ até lidar com ideias contrárias, tolerar frustração, pedir uma informação, controlar as emoções, ou seja, habilidades para o relacionamento interpessoal.

        As crianças têm uma vantagem fantástica, pois desenvolvem grande parte do seu aprendizado por meio da observação, da imitação, interação e repetição. Daí entra a grande responsabilidade dos adultos, pois as crianças estarão atentas aos comportamentos dos pais ou daqueles que cuidam delas.

       As habilidade sociais vão sendo aprendidas a partir dessa experiência, quando ela adquire sentimentos, repete atitudes, valores e estratégias usadas para que possa estar nos ambientes sociais como escola, amigos, comunidade local, igreja, família.

       É na primeira infância que tais habilidades sociais vão sendo aprendidas e são fatores importantíssimos para que, por exemplo, seu filho possa conviver harmoniosamente com outras crianças, que saiba esperar, que tolere frustrações, que cumprimente outras pessoas dentre outros.

Quais são as habilidades sociais importantes no desenvolvimento de uma criança?

     Civilidade: a capacidade de estar no meio social, cumprimentando pessoas, agradecendo, pedindo licença, dizendo muito obrigada, ou seja, aprendendo a relacionar-se adequadamente nos ambientes coletivos. Parece algo bobo, mas são as famosas “boas maneiras” que, muitas vezes, não são colocadas em prática.

    Autocontrole e expressão das emoções: é como a criança manifesta a tolerância por algo, se suporta ser contrariada, se tem paciência para esperar algo, se consegue ganhar ou perder um jogo, se consegue esperar sua vez, se sabe quais lugares pode falar alto. Não se trata de “esconder a raiva”, por exemplo, mas entender que nem sempre ela deve ser usada e expressa batendo num amigo.

       Asertividade: diz da capacidade de saber fazer perguntas certas para obter respostas, esperar a sua vez sem ansiedade ou atitudes de não esperar e se irritar.

      Empatia: ter a capacidade de identificar as emoções e as necessidades do outro, ajudando, colocando-se no lugar do outro, prestando auxílio, compartilhando algo que lhe pertence com outro.

     Estabelecer amizades: espaço de reconhecimento das diferenças e das semelhanças. As amizades são essencialmente importantes para crianças, inclusive, que as tenham em ambientes diferentes (escola, bairro, igreja etc).

     Solução de problemas: é importante que, desde pequenos, aprendam a resolver jogos, evitar uma briga, que saibam como receber brincadeiras. Essa capacidade de tolerar as perdas precisa ser treinada desde cedo.

     Responsabilidade: atribuir um conjunto de responsabilidades entregues à criança para que ela crie, aos poucos, consciência em ajudar, saber o que lhe cabe e a cobrança de resultados, que possa pedir ajuda se preciso, e, também, para que não se torne dependente.

Quem são os responsáveis por essa socialização?

      Essas habilidades podem, então, ser reconhecidas como sociabilidade e são importantíssimas para o desenvolvimento e o relacionamento saudável de uma criança, especialmente quando avançamos para a adolescência, fase em que tais habilidades são mais requisitadas.

         Os primeiros responsáveis por essa socialização são os pais e, logo depois, a escola também faz esse papel. Uma habilidade social, que é fazer amizades, demanda uma série de comportamentos: ouvir, ser paciente, esperar, compreender, ser capaz de guardar segredos, reconciliar, oferecer e pedir ajudar, cultivar essa amizade lembrando de datas especiais, acolhendo na necessidade, lembrando do amigo. Ou seja, para uma habilidade maior, necessitamos de um conjunto de comportamentos, para que uma amizade aconteça e se mantenha.

      A infância, portanto, é uma fase decisiva para esse aprendizado tão importante para as etapas posteriores da vida, e, ao desenvolver este repertório comportamental, que a criança poderá superar limites e tornar-se cada vez mais hábil para os desafios sociais.

Elaine Ribeiro dos Santos
Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.

O exemplo da família ensina mais do que as lições

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com






É importante que os pais façam a experiência de rezar em família diariamente. As famílias se preocupam em oferecer aos filhos boa educação, melhores escolas, boa alimentação, cuidados e tudo mais; não que isso não seja, de fato, muito importante. No entanto, desde seus primeiros anos de vida, as crianças precisam conhecer os elementos básicos da fé; e nada melhor do que os pais, que são as pessoas mais próximas neste tempo, para lhes ensinar. Aquilo que se aprende, no início da vida, nunca se esquece. Dar início a essa caminhada requer alguns passos.

Primeiro: dê o exemplo

        O exemplo será sempre a melhor forma de ensinar. A criança aprende quando imita o pai e a mãe. Quando se fala em evangelização das crianças, o dia a dia da família ensina mais do que as lições. A oração diária, algumas músicas,
o sinal da cruz e a participação nas Missas aos domingos fará com que a criança aprenda rapidamente. Essa experiência ficará gravada como algo bom, uma rotina da vida familiar.

Segundo: não se esqueça de que são apenas crianças

      Leve em consideração a espontaneidade dos pequenos. Nada deve ser imposto, tudo precisa ser feito de forma natural e simples, no tempo delas. Assim, o amor e o gosto pela igreja  vão sendo regados.

Terceiro: ajuda necessária

       Para que todo esse caminho aconteça, podemos contar com a ajuda de pessoas que dedicam seu trabalho para facilitar a evangelização. Há mais de 30 anos, a Canção Nova desenvolve programas de rádio e televisão para as crianças. Esses conteúdos têm por objetivo proporcionar a elas, aos pais e educadores, conteúdo ético, social, moral e religioso de qualidade, destacando a experiência com o amor de Deus Criador e com o próximo. 

Família, aprenda como deve ser a oração das crianças

        O Papa destaca ainda gestos muito delicados, como quando as mães ensinam os filhos pequenos a mandarem um beijo a Jesus ou a Nossa Senhora: “Quanta ternura há nisso! Naquele momento, o coração das crianças se transforma em lugar de oração. E é um dom do Espírito Santo. Não nos esqueçamos nunca de pedir esse dom para cada um de nós, porque o Espírito de Deus tem aquele seu modo especial de dizer nos nossos corações: ‘Abá’ – ‘Pai’. Ele nos ensina a dizermos ‘Pai’ propriamente como o dizia Jesus, um modo que nunca poderemos encontrar sozinhos”.

         Papa Francisco recorda que tudo depende da atitude que temos para com as crianças. Ele questiona se o que se ensina às crianças com as palavras é vivido por quem transmite a fé. “Com as palavras não serve… Hoje, as palavras não servem! Neste mundo da imagem, todos estes têm telefone e as palavras não servem. Exemplo! Exemplo!”, exorta o Papa.

       O testemunho dos pais é muito importante para que os filhos tenham amor pela Palavra de Deus. É comum pai, mãe ou avós que ensinam as crianças a falar com o Papai do Céu e a pedir a Sua bênção, porém, essa oração não se torna relação ou experiência pessoal, fica naquele tipo de fé quase que folclórica. As crianças precisam ver sua família frequentando a Igreja, lendo a Bíblia, exercitando a caridade, dando bons conselhos e jamais fofocando, confessando seus pecados, rezando pelas pessoas que mais precisam do conforto que só a oração pode transmitir.

Ensinamentos do Papa Francisco

     Algo bem positivo é ler para os filhos as leituras da Missa antes de ir à celebração, mesmo que seja por um momento breve. As crianças demonstram muito interesse por leituras, além de ser um excelente exercício para enriquecer o vocabulário delas.

      “Rezem ao Senhor, rezem a Nossa Senhora, para que ajudem vocês neste caminho da verdade e do amor. ‘Vocês entenderam? Vocês vieram aqui para ver Jesus, de acordo? Ou deixamos Jesus de lado?’ (As crianças respondem: ‘não!’). Agora, Jesus vem ao altar. E todos nós O veremos! Neste momento, devemos pedir a Ele que nos ensine a caminhar na verdade e no amor”, ensina Papa Francisco.

      Entre novembro de 2017 e abril de 2018, Papa Francisco dedicou quinze catequeses sobre a Santa Missa. Numa dessas reflexões, orientou como os pais devem ensinar o sinal da cruz aos seus filhos: “Viram como as crianças fazem o sinal da cruz? Não se sabe o que fazem, se é o sinal da cruz ou um desenho. Fazem assim [o Papa fez um gesto desajeitado]. É preciso ensinar bem as crianças a fazer o sinal da cruz. Assim começa a Missa, assim começa a vida, assim começa o dia. Isso significa que somos remidos com a cruz do Senhor. Olhem para as crianças e as ensinem a fazer bem o sinal da cruz.

Orações curtinhas

       Veja bem, é importante rezar com as crianças. Se os pais rezam, vão à Missa, a criança vai aprendendo a participar de maneira natural. Abaixo, algumas orações curtinhas para rezar com as crianças.

“Com Deus me deito, com Deus me levanto, com
a graça de Deus e do Espírito Santo. Muito
obrigada (o) pelo dia de hoje. Amém”.

“Anjinho da Guarda, meu bom amiguinho, me
leve sempre pelo bom caminho. Amém”.
“Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, se
a ti me confiou a Piedade Divina, sempre me rege,
guarda, governa e ilumina. Amém”.

“São Rafael com Tobias, São Gabriel com Maria,
São Miguel com todas as Hierarquias, abri para
nós essas vias. Amém”.

“Meu bom Jesus, verdadeiro Filho da Virgem
Maria, acompanhai-me esta noite e
amanhã por todo o dia”.

“Em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo. Amém”.

“Jesus, ajude-me a pensar bem, falar bem e
querer bem a todos. Amém”.

“Papai do Céu, dai-nos uma boa noite. Menino
Jesus, dai saúde à mamãe, ao papai, aos meus
irmãozinhos, avós e a todos nós. Acolhei no céu a
(dizer o nome de algum parente mais próximo
que tenha falecido). Amém”.

“Meu Deus, eu te ofereço todo este meu dia.
Ofereço ao Senhor os trabalhos e meus brinquedos.
Tome conta de mim, para que eu não faça nada
que O aborreça. Amém”.

“Meu Jesus, ajude-me, neste dia, a obedecer ao
papai e à mamãe e a não brigar com eles nem com
meus amiguinhos. Amém”.

“Senhor, eu Lhe agradeço por este alimento. Que
nunca falte a comida na mesa de todos. Amém”.
“Ó meu bondoso Papai do Céu, queremos
agradecer-Lhe pelo lanchinho que agora vamos
comer. Amém”.

“Jesus, vou para a escola como o Senhor também
foi. Que nada me aconteça no caminho. Quero
aproveitar bem as aulas. Quero aprender bastante.
Não se esqueça das crianças que não têm escola, e
abençoe os professores e as professoras. Amém”.

“Jesus, hoje vou ter provas na escola.
Estudei bastante, mas posso perder a calma
e esquecer tudo. Que o Espírito Santo me ajude
a sair bem em tudo. Ajude também meus colegas. Amém”.

“Senhor, hoje eu rezo pela minha mamãe. Que o
Senhor dê forças para ela viver este dia. Meu Jesus,
hoje minha mamãezinha está um pouco brava.
Peço que amanhã ela fique feliz.
Obrigado. Amém”.

“A noite vem, o sol já foi embora.
Jesus e Aninho d Guarda,
fiquem comigo nesta boa hora.
Livrem-me de todo medo da noite,
do medo de dormir. Protejam-me do mal
e de sonhos ruins. Amém”.

Texto retirado do livro “Como participar da Missa com crianças“, de Rodrigo Luiz e Adelita Stoebel.

Rodrigo Luiz dos Santos
Missionário na Canção Nova,  estudou Filosofia e formou-se em Jornalismo pela Faculdade Canção Nova. É casado com Adelita Stoebel, também missionária na mesma comunidade. 

14 de maio de 2020

A força de uma gentileza

Foto Ilustrativa: fzant by Getty Images





Em um mundo onde coloca-se em evidência aquilo que não é bom, ser gentil pode parecer fraqueza, mas na verdade, é bem ao contrário. Quem nunca mudou de ideia depois de um sorriso verdadeiro, um aperto de mão ou até mesmo uma palavra animadora? Atitudes de carinho, respeito e atenção fazem toda a diferença onde quer que seja e têm força para abrir portas e nos levar para as grandes realizações. É que o coração humano, criado para amar e ser amado, tem sede de ternura; e quando a encontra, deixa-se guiar por ela. Já a rispidez é exatamente contrária aos nossos anseios, por isso, nos fere tanto quando a recebemos.

       Dizem que a falta de gentileza machuca nossa sensibilidade tanto quanto uma geada caindo sobre as flores. Retarda o crescimento de tudo o que é amável e nos impede de desabrochar com a beleza e a simplicidade que trazemos na alma. Por outro lado, a gentileza é comparada a um verão maravilhoso, cujo calor estimula e influência o crescimento das belas virtudes que somos capazes de externar. A gentileza é resultado de um coração forte, curado e unido a Deus pela força de seu amor original e, além disso, jamais pode ser confundida com a fraqueza, pois essa faz barulho e tenta impressionar; já a gentileza é discreta e faz questão de não aparecer.

A falta de gentileza machuca nossa sensibilidade

Existe uma fábula atribuída a Esopo que ilustra bem este contraste:

“Conta-se que o sol e o vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.
Então, o vento disse:
– Provarei que sou o mais forte.
Vê aquela mulher que vem caminhando com um lenço azul no pescoço?
Aposto como posso fazer com que ela tire o lenço mais depressa do que você.
O sol aceitou a aposta e recolheu-se atrás de uma nuvem.
O vento começou a soprar até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava com força,
mais a mulher segurava o lenço junto ao pescoço.
Finalmente, o vento acalmou-se e desistiu de soprar.
Então, o sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para a mulher.
Com esse gesto, ela, imediatamente, esfregou o rosto e tirou o lenço do pescoço, respirando aliviada.
O sol disse, então, ao vento:
– Lembre-se disso, meu amigo: ‘A gentileza e a bondade são sempre mais fortes do que a fúria e a força’”.
Gentileza e tempo

   Talvez, seja por isso que as pessoas que agem com gentileza, respeito e consideração são sempre tão admiradas e, dependendo do caso, até mesmo temidas. São Francisco de Sales, grande doutor da Igreja, certa vez escreveu: “Quando encontrar dificuldades e contradições, não as tente derrubar com sua força; aceite-as com gentileza e tempo”. E ele continua explicando que, assim, se alcançará a vitória. Até porque, muitas vezes, por trás de uma palavra grosseira ou até mesmo um gesto humilhante, está um coração ferido, pedindo para ser amado; e a gentileza, expressa com sinceridade, pode ser o canal para a cura acontecer.

      Diante dessa fábula, recordo-me também da passagem de I Reis 19,11-12, que narra a história do profeta Elias, no monte Horeb, desejoso de encontrar a Deus. “Um grande e forte vento rasgou os montes e despedaçou rochas, mas o Senhor não estava no vento. Depois da tempestade, veio um furacão com resultados amedrontadores, mas o Senhor não estava no terremoto. Veio, então, um fogo, mas o Senhor não se encontrava no fogo. Depois do fogo, ouviu-se um doce sussurro no ar, uma voz mansa e cheia de amabilidade, e ali estava Deus”. Um Deus gentil e amoroso que, mesmo tendo poder para criar o universo e manter o mundo, escolhe revelar-Se com gentileza e amor.

Fiquemos atentos às oportunidades que Ele nos dá, sendo canais da ternura neste mundo tão sedento de amor!

Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa “Florescer”, que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. 

Como vencer as tristezas e o pessimismo do dia a dia?

Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com





Aprenda como afastar da sua vida todo o negativismo, tristeza e pessimismo

    Quero rezar por todos aqueles que estão em um momento de pessimismo, achando que nada tem dado certo na vida: “Peço ao Senhor, e com a intercessão da bem-aventurada Virgem Maria, pelo poder de combate de São Miguel Arcanjo, que receba agora esses filhos e filhas, que encontram-se nesse estado deplorável, achando que nada vai dar certo, que a vida não tem mais valor e que tudo dará errado.

    Por isso, Senhor, quebrai todas as maldições, provenientes de palavras negativas, lançadas sobre eles através dos pais, autoridades, coordenadores, patrões e até mesmo por empregados. Senhor, quebrai toda a maldição e fechai todas as brechas do pessimismo, por onde o inimigo ataca, perturba e escraviza; trazendo pensamentos de derrota, de desesperança, de morte, de angústia e de aflição. Libertai cada um desses filhos e concedei a eles o batismo no espírito”.

Cuidado com as palavras e gestos negativos

     Precisamos tomar muito cuidado com o negativismo em nossa vida, pois, ele vem de mansinho, instala-se em nossa mente, e quando menos percebemos, acaba tomando conta do nosso coração. Muitas vezes, a depressão é consequência do negativismo, da desesperança e do pessimismo; no sentido de que nada vai adiante, nada dá certo e; então, vem a pergunta: “por que lutar”?

     A mente vazia é oficina do demônio, por isso, precisamos ocupar a nossa mente com coisas boas, pensamentos bons, com leituras e ações positivas. Devemos orar com a Palavra todos os dias e rezar o Santo Rosário, além das práticas espirituais, como exemplo: confessar-se frequentemente e não faltar à missa aos domingos e, se possível, ir todos os dias.

       Da mesma forma que o negativismo, o positivismo, também, chega e ocupa à nossa mente. Porém, precisamos tomar uma atitude! Não deixemos que entre ano e saia ano, e a nossa vida continue da mesma forma. Precisamos reagir e acreditar que tudo será diferente.

Diferença entre o louvor e a murmuração

     O pessimismo e o negativismo entram pela murmuração; o ato de murmurar causa muito mal em cada um de nós. Enquanto que, o louvor atrai a graça de Deus para nós. Podemos com o louvor, encontrar o milagre e a cura, porque é diante desse momento de oração, que Deus habita e age com alegria. O livro de Eclesiástico diz que “a tristeza não tem motivo de existir, porque ela não tem nada de bom e tem encurtado e tirado a vida de muitos, enquanto a alegria prolonga os nossos dias”.

      O louvor e a murmuração são coisas totalmente diferentes: o louvor atrai a graça de Deus e a murmuração, a reclamação atraem a ira de satanás. A murmuração e o negativismo são louvores a satanás. E, a pergunta que te faço é: “- Quantas vezes você já louvou a satanás hoje?”. Isso mesmo que perguntei, porém, pode ser que, o seu coração diga assim: “- Mas, por qual motivo, não pergunta quantas vezes eu louvei a Deus hoje?”. Então, pare; pense; e reflita quantas vezes as palavras negativas, a murmuração, os pensamentos ruins, e os desejos de fracasso atraíram a fúria do demônio para a sua vida.

     Depois dessa reflexão, comece agora e tome a decisão de louvar ao Senhor pelo dom da sua vida, pelas dificuldades que você tem passado; e assim, todo o pessimismo cairá por terra.

A esperança precisa brotar

      Nesse momento, vou pedir ao Senhor, para olhar por aquelas pessoas que não estão olhando à vida com os olhos da esperança, àquelas que em tudo veem o negativismo; por isso clamo a Deus, para dar a cada uma delas o espírito de valentia, esperança, determinação e fazê-las vencedoras. Peço a Ele para quebrar todo o negativismo e tirar o espírito de pessimismo, que as impedem de vencer e de conquistar tudo aquilo que desejam, tudo o que o Senhor tem preparado para a vida delas. Peço também, a Jesus, para quebrar, arrebentar as correntes, e plainar os abismos, fazendo com que esses filhos e filhas comecem a enxergar além da montanha. Se a vida dessas pessoas era como um rio de miséria, que se transforme em um oceano de misericórdia

     Que a esperança brote no coração desses filhos, junto com a vontade de vencer, e a garra para correr atrás dos sonhos. Determino, em nome de Jesus, que haja alegria, esperança e a visão positiva, a partir de hoje na vida dessas pessoas. E que, o Senhor, seja o entusiasmo que elas precisam para seguir em frente, e também, toda tristeza, melancolia, desesperança e pânico caiam por terra.

Aprendendo a rezar

      O Papa Francisco diz que o cristão não pode ser triste, por maior que seja a cruz que ele esteja carregando; ele diz assim: “o cristão que foi batizado traz a alegria, templo vivo do Espírito Santo. O Espírito Santo habita em ti, então alegra o teu coração. Nas minhas lutas e batalhas, não durmo antes de conservar a alegria do Senhor na minha vida, não descanso sem antes rezar e clamar pelas santas chagas do Senhor”.

     Quero ensinar a vocês esta oração: “Pela potente chaga da Sua mão esquerda, sei que podes purificar, curar e libertar a mim, a minha família e todos aqueles por quem eu rezo, livrando de todo o mal físico e espiritual”. Reze um Pai-Nosso. “Pela potente chaga do Teu pé esquerdo, sei que podes purificar a mim, a minha família e a todos aqueles por quem eu rezo, livrando de todo o mal físico e espiritual”. E reze outro Pai-Nosso.

    Assim se faz, também, com a chaga do pé e da mão direita, e a chaga do coração perfurado. E, ao final de cada uma dessas jaculatórias, reza-se um Pai-Nosso.

   Que o Senhor esteja na sua frente para te defender; atrás de ti para te guardar; dentro de ti para te sustentar; acima de ti para te iluminar; e abaixo de ti, para que nunca caia em nenhuma cilada, armadilha do inimigo, ou de homens e mulheres malvados.

Ironi Spuldaro
é Membro do CAE (Comissão de Ação Evangelizadora) da diocese de Guarapuava. Membro do conselho diocesano, estadual e nacional da RCC (Renovação Carismática Católica) movimento do qual participa desde 1987.  


Quarentena: busque conversas que tragam vida






De vez em quando, somos tomados por vários pensamentos negativos, até mesmo por causa das notícias que chegam a nós, dos sensacionalismos, das futilidades exageradas, das redes sociais que nos dão fastio quando muito utilizadas. Ainda mais agora, neste tempo, em que estamos mais em nossa casa do que nas ruas, inevitavelmente, precisamos de boas conversas. Sabe, daquelas que nos devolvem a vida?

        A maioria de nós foi forjado, pelo mundo do trabalho, a se expressar e buscar uma aparência mais sociável possível; alguns até levam isso com muita seriedade: antes, não saiam de casa sem uma boa roupa, um bom perfume,
ou com o esquema de todo o seu dia na agenda do celular. E agora? Pode ser que você esteja passando por uma crise. Agora não precisa mais se vestir tão bem ou se perfumar tanto ou ter que usar de muitas palavras bonitas para
se comunicar, nenhum de nós é bem-vindo nas ruas, a não ser por necessidade.

As conversas podem aproximar

         Se você ainda não entendeu, eu explico melhor: você não tem mais ninguém além de Deus, pessoas da sua casa e você mesmo. E, pelo visto, vamos ficar um bom tempo neste ritmo “monástico”. É preciso, com sinceridade, reatar os laços ou até  desenvolver uma nova amizade  com você mesmo, com os outros e com Deus. Estamos voltando a uma essência rara, a uma originalidade que poderia estar perdida no tempo, mas esse “tempo” se encarregou de trazer essa novidade boa. Pense um pouco: há quanto tempo você não conversava com profundidade com as pessoas da sua casa?

       Veja como é significativa a parada de ritmo. Nós do meio religioso temos os retiros em que podemos rever a nossa vida e a colocar no prumo. Este tempo é um grande retiro para o mundo dar uma nova guinada. Aproveitemos! Talvez, isso nunca aconteça de novo.

    Quando temos grandes oportunidades de voltar a viver, primeiramente é importante não fugir, e sim estar aberto ao tempo que se inaugurou. As cortinas do espetáculo da vida nunca se fecharam, talvez, foram os seus olhos que não quiseram mais enxergá-lo.

Não perca a esperança!

     Uma boa conversa traz a vida para nós que ficamos entulhados. A vida é um diamante que merece ser contemplado porque é dom de Deus! As pessoas que nos cercam são únicas e insubstituíveis, mesmo aquelas que não são tão próximas. Lembra do carro que, antigamente, anunciava que o circo estava na cidade, então, imagine que esse carro esteja passando pela sua vida e com uma música animada começa a anunciar: “Alô, você! O tempo para restituir a saúde do coração, das emoções, dos bons sentimentos, da boa reflexão, de conversas que trazem a vida… Chegou”.

     Agora, depois de ler este pequeno texto, chegou a hora de trazer vida para a sua vida. Vamos!? Saia de onde você está e ligue para as pessoas que você ama ou que precisa amar. Como disse acima, essas pessoas podem estar aí bem perto de você. Tenha coragem, ousadia, saia de si. Tire o seu “eu” do isolamento para que ele se torne “nós”.

Guilherme Razuk
é candidato às ordens sacras na Comunidade Canção Nova. Graduando do curso de Filosofia (licenciatura) pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP), ele atua na liturgia durantes os eventos realizados pela comunidade católica. 

Em tempos de pandemia, é necessário gastar bem o seu tempo


Foto ilustrativa: Zinkevych by Getty Images






Sim, eu tenho meus medos, como todo ser humano os tem. Sim, eu tenho sonhos, como todo ser humano os tem. Sim, eu tenho as minhas vontades, como todo ser humano as tem. Sim, eu tenho frustrações, como todo ser humano os tem. Nesta época de pandemia, tenho percebido que é normal eu não ficar muito bem, ter atitudes meio descompensadas e, às vezes, ficar confusa, tocando nas minhas fragilidades, retraindo-me, porque estamos todos envolvidos numa situação fora do nosso “plano da normalidade”.

        Diante dessas realidades tão humanas, percebo também que viver na graça de Deus, na presença d’Ele, conversando com Ele, falando-Lhe desses sentimentos, dessas dúvidas, desses medos, nos tempos de hoje, é o mais urgente, o mais necessário, o mais consolador e encorajador. Assim, aquele amor gratuito, confiante, aquela fé expectante contra toda expectativa e aquela esperança que vem do Céu vão retornando ao coração.

Mesmo em meio à pandemia, reavive sua fé em Deus

      Para os cristãos, mais do que para qualquer outro, é necessário reavivar a fé na ressurreição, na vida que vence a morte, e ter a coragem de se alegrar quando tudo parece não estar bem. Deus é Senhor e também é amigo. Um amigo consolador e provedor. Não deixe de pedir a Ele o conselho, a consolação, a coragem, o sustento e a fé na vivência dessas realidades. Você irá perceber que, milagrosamente, tudo vai se transformando no seu interior e ao seu redor, porque o bem que vem do Céu se expande sem ninguém perceber, e quando nos damos conta, esse bem divino já contagiou toda a nossa vida.

      Não perca tempo! Gaste seu tempo com quem vale a pena gastar tempo. Gaste com Deus, gaste com quem você ama, gaste com quem você precisa amar mais. Que Deus nos dê sempre a Sua graça e a Sua bênção!

Tarciana Matos Barreto
Missionária da Comunidade Canção Nova, graduada em Direito, Teologia e mestranda em Direito Canônico.

6 de maio de 2020

O que fazer para ter uma boa noite de sono e acordar bem disposto?


Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com







Conheça alguns fatores que contribuem para ter uma noite de sono tranquila

     No artigo anterior, "o sono e a sua importância na manutenção da saúde" , falamos sobre como uma boa noite de sono é importante para a qualidade de vida. Inúmeros fatores justificam nossa preocupação com o fato de dormirmos mais, menos, com maior ou menor qualidade.

    Você já reparou que, depois de alguns dias mal dormidos, sua paciência diminui, acessos de raiva são mais comuns e sua produtividade cai? Pois é, como numa máquina que precisa de lubrificação e manutenção, o sono para nós também faz parte da manutenção do corpo humano.

Higiene do sono

      Neste sentido, vamos destacar técnicas chamadas de Higiene do Sono, que ajudarão na revisão de nossos hábitos e, certamente, propiciarão uma melhora significativa na qualidade de vida:

      Manter hábitos regulares antes de deitar. Sempre que possível, precisamos deitar e levantar nos mesmos horários, mesmo aos fins de semana. Essa regularidade dá ao nosso organismo um hábito, com isso, condicionamos um novo comportamento.

      Cuidado com os estímulos! Procure preparar o ambiente evitando fontes de luz, ruídos, celular na cama, televisor e computador. Evite comer e trabalhar no quarto. Não deixe que a luz externa ou luzes led de aparelhos eletrônicos fiquem ali o tempo todo. Um quarto deve ser totalmente escuro. A explicação é técnica e simples: a melatonina produzida por nosso organismo só é gerada no sono da noite em ambiente escuro. Estudos comprovaram que luzes externas que entram no quarto atrapalham esse processo.

      Tenha um ambiente confortável, livre de cheiros, poeira, coisas acumuladas, caixas etc. É visualmente agradável que possamos, dentro do possível, arrumar esse ambiente para descansar nosso corpo.

     Cuidado com o ambiente onde você dorme! Procure preparar o ambiente evitando fontes de luz.

         Banho morno, duas horas antes de dormir, pode ajudar a relaxar, pois reduz a temperatura do corpo, fazendo com que o sono seja facilitado.

       Faça exercícios físicos pelo menos até quatro ou cinco horas antes do horário de dormir, pois a agitação da atividade física, principalmente naqueles que têm insônia, pode interferir. Veja: a prática de exercícios físicos é superimportante.

      Não vá dormir com o estômago cheio. Não deixe de comer, mas evite grandes quantidades e alimentos extremamente calóricos e de difícil digestão durante a noite.

        Evite atividades estimulantes antes de dormir, como games, filmes de ação ou violência ou qualquer atividade que gere agitação pode atrapalhar uma boa noite de sono. Evite “levar problemas” para a cama ou ficar ruminando, pensando e pensando sobre as situações. Deixe os problemas para serem resolvidos durante o dia.

     Procure relaxar antes de dormir. Respire calmamente, ouça uma música instrumental suave, prepare a casa e sua família para dormir, especialmente se tem filhos pequenos. Vá desacelerando para esse momento.

      Evite estimulantes depois das 18 horas. Bebidas estimulantes como café, chá-mate, chimarrão, refrigerantes ou sucos à base de guaraná ou cola devem ser evitados a partir das 18 horas. Caso seu sono seja muito leve, há indicações para não os tomar a partir das 16 horas. O álcool também pode interferir na qualidade do sono.

   Muitos fatores podem desencadear a insônia e devem ser levados em consideração. Sempre que preciso, também devem ser avaliados por um médico.
Depois de ler essas dicas, faça uma reflexão

     A intenção, com esta reflexão, é que você possa reavaliar seus hábitos, caso identifique-se com uma pessoa com dificuldade no sono. Como todo hábito, eles precisam ser adotados e seguidos com regularidade, para que os resultados possam aparecer. Uma semana não altera um hábito, mas dois meses já mostram a diferença. Faça sua revisão!

Uma boa noite de sono melhora, e muito, nossa vida e a vida daqueles que convivem conosco!

Elaine Ribeiro dos Santos
Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.

Como aprender a rezar com Maria?









      Antes de tudo precisamos recordar que, rezar com Maria é contar com a Mulher agraciada por Deus, ou seja, estarmos unidos com Aquela que é cheia de graça. Ela teve o mérito de Deus e pela ação do Espírito Santo gerou, em seu ventre, o Salvador da humanidade, Jesus Cristo.

       Rezar com Maria é rezar com a Mãe, com a Mãe celestial, mas que viveu a vida terrena no meio de nós, que participou da vida do Seu filho Jesus, desde a concepção até a Sua subida aos céus. Ela o acompanhou em todas as fases da vida e, no momento mais difícil, na Sua agonia, Ela estava lá aos pés da cruz, viu Sua paixão e morte, esteve em Seu sepultamento e a espada traspassou o Seu coração de lastimável dor (cf.: Lc 2, 35). Mas a morte não foi o fim do Seu filho, Ela testemunhou a Sua ressurreição e, em pentecostes, reunida com os apóstolos que estavam desfalecidos e com medo, encoraja-os na fé e a perseverarem na caminhada cristã.

      Para aprender a rezar com Maria é preciso fazer memória de Sua vida terrena, pois é modelo para nós. Ela é uma mulher de fé e que ama a Deus sobre todos as coisas, Ele é único, é o centro e o sentido de Sua vida. A Sua fé é ativa e a impulsionava a buscar meios para corresponder à Sua religião hebraica. Frequentava a sinagoga, se dedicava na leitura das sagradas escrituras procurando decorar os Salmos e o profeta Isaías, pois, era na Palavra que estava a Sua esperança e vivia a feliz expectativa do cumprimento da promessa de Deus que enviaria o Salvador para libertar o Seu povo da escravidão.

Rezar com Maria é deixar-se conduzir em tudo pelo Espírito de Deus

      Rezar com Maria é ser humilde, pois a humildade é reconhecer que nada pode ser realizado sem o auxílio e graça divina. O humilde depende de Deus reconhece sua pequenez, sua incapacidade, então, se entrega totalmente à vontade de d’Ele, abandonando-se aos cuidados da Sua providência, que tem sempre o melhor para nós; é a garantia de que o que receberemos é bem melhor e maior do que os nossos planos, sonhos, vontades e desejos.
Rezar com Maria é deixar-se conduzir em tudo pelo Espírito de Deus, que nos auxilia e perscruta os corações para rezarmos como convém a Deus (cf.:Rm 8,26-27).

     Rezar com Maria é rezar a vida e, diante do que se vive cotidianamente, desenvolver uma escuta ativa a Deus que nos fala nos fatos e dos acontecimentos, sejam eles quais forem, talvez, a dor e aflição, alegria ou preocupação…
Diante dessas realidades, somos convidados a lê-los e contemplá-los à luz de Deus, ou seja, por meio da nossa visão espiritual e não humana, desse modo, veremos o verdadeiro e o real sentido desses acontecimentos. Para a contemplação e reflexão espera-se que as façam no silêncio exterior e interior, mas, se ainda houver inquietude na alma impossibilitando compreensão imediatos dos fatos ocorridos, somos convidados a dar uma resposta a Deus como Maria fez. Ela disse “Sim, faça-se em mim” (cf.:Lc 1, 38).

     Ao dizermos “sim” a Deus, significa a aceitação total da Sua vontade, num total abandono a Ele, crendo que, ao nos ter criado, não nos deixa à deriva, Ele está conosco todos os dias e para sempre (cf.: Mt 28,20). O que não é compreensível à natureza humana, assim como Maria, guardemos tudo no silêncio do coração.

Rezar com Ela é assumir a postura de intercessor

       Aprender a rezar com Maria é ter um coração em Deus e que se estende a toda a humanidade, um coração materno, maternidade espiritual que não centra em si mesmo, mas que está atenta às necessidades dos filhos e, por isso, é intercessora, ou seja, rezar com Ela é assumir a postura de intercessor. Ser intercessor como Maria é estar atento às necessidades que nos circundam no ambiente em que vivemos, onde estamos ou diante das situações que chegam até nós e até as que desconhecemos podemos, com Maria, apresentar tudo a Deus. É ter coração e ouvidos atentos à voz de Deus, e ser como uma “antena” que recebe um sinal, ou seja, é estar disponível para rezar em todo o tempo e lugar, crendo que não rezamos sozinhos, pois temos o auxílio do Espírito Santo e da Virgem Maria. Assim como Ela fez nas bodas de Caná também se antecipa diante das nossas necessidades (cf.: Jo 2,1-11).

      Maria agraciada por Deus, Ela é a Mãe das graças e, com o título de Nossa Senhora das Graças, pode nos conceder todas as que precisarmos. Rezar com Ela é ter a garantia que seremos ouvidos e atendidos na vontade de Deus. E, ao nos encontrarmos fragilizados na fé, sem forças para rezarmos e seguirmos o caminho de Cristo, nos lancemos no colo da Mãe porque Ela rezará, cuidará de nós e vai extirpar os males da nossa vida, pois a Ela foi dado o poder de nos proteger da serpente infernal (cf.: Ap 12,14).

Nilza e Gilberto Maia são casados, jornalistas e missionários de dedicação integral na Comunidade Canção Nova.

Ambos atuaram em suas próprias paróquias nas pastorais, movimentos e ações sociais. O casal viveu em Portugal por sete anos, onde realizaram a missão diretamente no Santuário de Fátima, através de transmissões diárias, para a TV, da Eucaristia e da Oração do Rosário da Capelinha das Aparições.


Nossa Senhora, mulher conduzida ao impossível


Foto ilustrativa: Andréia Britta/cancaonova.com







       Meditando sobre os mistérios do rosário, percebi como a vida de Nossa Senhora foi uma entrega ininterrupta. Quando abordada pelo anjo, prontamente disse sim; imediatamente após, por amor a Deus, foi servir à sua prima velha e grávida; depois, entregou todas as suas posses e família quando teve de fugir para o Egito. Nascendo o Menino, foi ao templo entregá-Lo, e assim aconteceu por toda a sua vida.

       Nossa Senhora entendeu corretamente que o sim que damos a Deus se renova em todos os momentos da nossa vida. Foi um eterno “Faça-se em mim segundo a tua palavra”, que, na verdade, mais que a palavra do anjo, era a Palavra de Deus, a vontade d’Ele. Fico pensando como essas palavras se parecem com as de Jesus: “Seja feita a vossa vontade!”. Também com Maria, Jesus aprendeu a Se entregar, e a oração que ensinou aos Seus discípulos, em boa parte, aprendeu-a dos lábios de Sua mãe. Maria quer nos ensinar que a sua força veio do amor, de seu grande amor pelo Senhor.

Convide Nossa Senhora

       Convide Nossa Senhora a tomar parte em sua oração, para que ela ensine você a rezar; convide-a a participar de tudo o que for fazer, e ela estará com você em seus empreendimentos e o afastará de tudo o que for mau e arriscado para a sua salvação.

       Se a tentação o assola, se a tristeza o oprime, invoque Maria! Se o medo de ser condenado ao inferno o desespera, olhe para ela, pois ela não o abandonou. Pense em Nossa Senhora, chame pelo seu nome. Que ela não se afaste de seus lábios, não se afaste de seus pensamentos e não se afaste de seu coração. Maria tudo pode quando intercede por nós junto de Deus. Não há caso de alguém que, tendo recorrido a Nossa Senhora, fosse por ela desamparado.

       São Luís Maria G. de Monfort dizia que as graças que, ao receber de Deus, depositamos em Maria não se perdem, pois ela não o permite; também diz que o Inimigo está atento, à espera de poder roubar essas graças ou mesmo de esvaziá-las. Desde que soube isso, tenho guardado em Maria os meus tesouros, tenho colocado à sua disposição os meus esforços para que ela disponha deles como quiser. Confio nela! Sei que qualquer coisa que ela fizer com os poucos méritos que eu venha a ter será sempre muito melhor do que qualquer coisa que eu faria.

      “Se o meu redentor, por causa de meus pecados, me atirasse longe de Si, lançar-me-ia aos pés de Sua Mãe e, prostrado, não me levantaria enquanto ela não me obtivesse o perdão. Ela não deixaria de fazer violência ao Coração de Jesus para que me perdoasse” (São Boaventura). Com esses fervorosos santos que descobriram o grande tesouro que é Nossa Senhora, rezemos:

      Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que recorrem à vossa proteção, imploram vossa assistência, reclamam vosso socorro, fosse por vós desamparado. Animado, eu, com igual confiança, a vós, Virgem entre todas singular, como Mãe recorro; de vós me valho e, gemendo sob o peso dos meus pecados, me prostro aos vossos pés. Não desprezeis as minhas súplicas, ó mãe do Filho de Deus humanado, mas dignai-vos de as ouvir propícia e de me alcançar o que vos rogo. Amém.
(São Bernardo)

Texto extraído do livro “Quando só Deus é a resposta”.

Márcio Mendes
Nascido em Brasília, em 1974, é casado e pai de dois filhos. Ex-cadete da Academia da Força Área Brasileira, Mendes é missionário da Comunidade Canção Nova, desde 1994, onde atua em áreas ligadas à comunicação. 

1 de maio de 2020

Como manter a sintonia do relacionamento

Foto ilustrativa: Daniel Mafra/cancaonova.com








        Em todo relacionamento existe o desejo de felicidade recíproca, de plenitude e satisfação. Viver e conviver bem com outra pessoa, em equilíbrio e amor, é algo bem próximo da perfeição. Claro que, a perfeição total num relacionamento não existe, pois estamos falando de seres humanos os quais têm suas fraquezas, seus erros e imperfeições. Porém, buscar em comum a felicidade, de forma serena, pode ser uma forma de perceber sintonia na relação. Essa sintonia é alimentada com o respeito, conversa, compreensão, confiança e inovação constante que regam qualquer relação.

       No início de qualquer relacionamento, a tendência do casal é querer ficar juntos o máximo de tempo possível. Mas com o passar do tempo, essa vontade pode ir diminuindo e a rotina do relacionamento aparece. Geralmente, acabam dizendo que o relacionamento esfriou e se acomodam, achando isso faz parte do relacionamento, além de ser inevitável. Conseguimos identificar que: o relacionamento esfria quando o casal demonstra uma falta de vontade de realizar atividades que costumeiramente sempre faziam.

      A falta de diálogo, a falta de tolerância na aceitação do outro e pequenas brigas podem ser sinais de que o casamento ou o namoro tenham caído na rotina. É normal. Acontece. Mas pode ser mudado! Porque toda planta que não é regada, ela seca e morre lentamente. Então, é preciso salvar a planta. Trocar o vaso, a terra, colocar adubo, trocar de lugar, quem sabe mais sol ou mais sombra. É necessário estar atento às necessidades dela e agir para que a plantinha do relacionamento se salve; perdure; dê sombra, flores e frutos.

Dicas para manter a sintonia mesmo depois de algum tempo

     O diálogo e a confiança são essenciais para evitarem as brigas e o desgaste dentro do relacionamento. Se o casal não conversa, não conseguirá manter um vínculo de cumplicidade e de confiança para resolverem problemas. Conversar sempre com seu(sua) parceiro(a); demonstrar que se interessa por ele(a) e se preocupa, faz com que ele(a), sempre tenha o interesse de compartilhar as novidades. Desde o começo do namoro, é necessário que o casal estabeleça uma rotina de conversa, confidenciando suas alegrias e tristezas para que, cada um, saiba que pode confiar e ter o apoio do outro quando for necessário.

Existem muitas dicas importantes e simples de serem seguidas, a fim de não deixarem o relacionamento envelhecer, são elas:

– Manter o diálogo;

– Desenvolver alguma atividade junto com o companheiro;

– Aprender a rir dos próprios defeitos e dos defeitos do outro;

– Não impor, mas respeitar a opinião do parceiro (a);

– Preservar os momentos de intimidade do casal;

– Ter um espaço individual, por exemplo, praticar uma atividade como esporte, arte, ir à manicure, jogar uma bola etc.;

– Expor a sua opinião;

– Fazer planos juntos.

      Algumas atitudes surpresas, sem precisarem de datas especiais, também são importantes. Elas acabam trazendo satisfação pessoal para quem as praticam. Por exemplo, presentear a pessoa que você ama: não precisa ser nada de
valor, apenas demostre que fez aquele gesto, aquela surpresa pensando nele(a).

    Sempre se arrume para sair com o seu namorado(a) ou marido, esposa. Sempre! Pois isso mostra que você se preocupa com sua aparência. Mesmo que há algum tempo seja casada(o) ou esteja namorando, ter a sua vaidade é importante, como também é importante querer se produzir para ele(a), assim como era no início do namoro.

     Entre outras coisas, procure realizar passeios, atividades para que, assim, a rotina sempre mude. Desse modo, vocês poderão aproveitar momentos descontraídos juntos. Essas são dicas que ajudam a manter a leveza do relacionamento do casal. Estejam cientes de que poderão passar tranquilamente por qualquer dificuldade na relação, se mantiverem a sintonia e a chama sempre acesas, ou seja, com a planta sempre regada, o relacionamento fica fortalecido.

Paulo Victor e Letícia Dias
Cirurgião-dentista de formação, Paulo Victor foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. 

Letícia Dias 
é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas.