A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

31 de janeiro de 2012

EVANGELHO DO DIA (Terça e Quarta-feira)

Ano B - Dia: 31/01/2012 - Terça-feira

Jesus cura duas mulheres
Mc 5,21-43
Jesus voltou para o lado oeste do lago, e muitas pessoas foram se encontrar com ele na praia. Um homem chamado Jairo, chefe da sinagoga, foi e se jogou aos pés de Jesus, pedindo com muita insistência: 
- A minha filha está morrendo! Venha comigo e ponha as mãos sobre ela para que sare e viva! 
E Jesus foi com ele. Uma grande multidão foi junto e o apertava de todos os lados. 
Chegou ali uma mulher que fazia doze anos que estava com uma hemorragia. Havia gastado tudo o que tinha, tratando-se com muitos médicos. Estes a fizeram sofrer muito; mas, em vez de melhorar, ela havia piorado cada vez mais. Ela havia escutado falar de Jesus; então entrou no meio da multidão e, chegando por trás dele, tocou na sua capa, pois pensava assim: "Se eu apenas tocar na capa dele, ficarei curada." Logo o sangue parou de escorrer, e ela teve certeza de que estava curada. No mesmo instante Jesus sentiu que dele havia saído poder. Então virou-se no meio da multidão e perguntou: 
- Quem foi que tocou na minha capa? 
Os discípulos responderam: 
- O senhor está vendo como esta gente o está apertando de todos os lados e ainda pergunta isso? 
Mas Jesus ficou olhando em volta para ver quem tinha feito aquilo. Então a mulher, sabendo o que lhe havia acontecido, atirou-se aos pés dele, tremendo de medo, e contou tudo. E Jesus disse: 
- Minha filha, você sarou porque teve fé. Vá em paz; você está livre do seu sofrimento. 
Jesus ainda estava falando, quando chegaram alguns empregados da casa de Jairo e disseram: 
- Seu Jairo, a menina já morreu. Não aborreça mais o Mestre. 
Mas Jesus não se importou com a notícia e disse a Jairo: 
- Não tenha medo; tenha fé! 
Jesus deixou que fossem com ele Pedro e os irmãos Tiago e João, e ninguém mais. Quando entraram na casa de Jairo, Jesus encontrou ali uma confusão geral, com todos chorando alto e gritando. Então ele disse: 
- Por que tanto choro e tanta confusão? A menina não morreu; ela está dormindo. 
Então eles começaram a caçoar dele. Mas Jesus mandou que todos saíssem e, junto com os três discípulos e os pais da menina, entrou no quarto onde ela estava. Pegou-a pela mão e disse: 
- "Talitá cumi!" (Isto quer dizer: "Menina, eu digo a você: Levante-se!") 
No mesmo instante, a menina, que tinha doze anos, levantou-se e começou a andar. E todos ficaram muito admirados. Então Jesus ordenou que de jeito nenhum espalhassem a notícia dessa cura. E mandou que dessem comida à menina. 

Leitura Orante 
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 

Preparo-me para a Leitura, rezando: 

Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", 
ficai conosco, 
aqui reunidos (pela grande rede da internet), 
para melhor meditar 
e comungar com a vossa Palavra. 
Sois o Mestre e a Verdade: 
iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. 
Sois o Guia e o Caminho: 
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: 
transformai nosso coração em terra boa, 
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 
(Bv. Alberione) 
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Preparando-me para a Leitura Orante, invoco o Espírito Santo: 
A Vós, Espírito de Verdade, consagro a mente, a fantasia e a memória: iluminai-me. 
Fazei-me conhecer Jesus Cristo e compreender o seu Evangelho e a doutrina da Santa Igreja. 
(Bem-aventurado Alberione) 
Leio o texto do Evangelho de hoje, na minha Bíblia: Mc 5,21-43 
Procuro entender melhor o texto: 
Jairo era chefe da sinagoga. Devia interpretar a lei, conduzir a oração na sinagoga, ler as Escrituras. Era alguém influente em sua comunidade. 
Quando Jesus chegou e a multidão o acolheu, ainda na praia, Jairo, foi também a ele, em busca de socorro para sua filha que estava à morte. A menina, de 12 anos, sofria de algo muito grave. Jesus acompanhava Jairo quando uma mulher que, há doze anos, sofria de uma hemorragia, o tocou e ficou curada. A atenção ao chefe da sinagoga não distraiu Jesus da atenção para com os milhões de pobres e excluídos, representados naquela mulher anônima. 
Na casa do chefe da sinagoga, contra toda esperança de vida, Jesus tomou a menina pela mão, ordenou que se levantasse e ela se levantou, e pediu que dessem de comer à menina - sinal de que estava viva! 
Duas mulheres, numa cultura em que a mulher não era considerada. Nos dois casos Jesus devolveu a vida e a alegria. E à mulher que sentia medo ao ser flagrada por tocar-lhe a capa, Jesus disse: "Você sarou porque teve fé". O mesmo disse a Jairo: "Não tenha medo, tenha fé!" 
2. Meditação (Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Será que, às vezes, o meu medo não é maior que a minha fé? Prefiro ficar como estou e não busco ajuda de Deus que é maior do que tudo!Será que meus problemas são maiores que a minha fé? E a batalha da vida, não parece, às vezes, tomar dimensões maiores que a minha fé? 
Admito que a minha fé está um tanto anêmica e precisa de um tratamento, um toque na capa de Jesus. Nestes casos, o melhor restaurador é a oração. De preferência, a oração da Palavra, um encontro profundo com Jesus Mestre. Disseram os bispos, em Aparecida: "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado podemos e queremos contemplar o mundo, a história..." (DAp 18). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Como Jairo, prostro-me aos pés de Jesus e suplico-lhe: 
Senhor Jesus, Mestre, Verdade, Caminho e Vida, 
vem até a minha casa, a minha família, ao meu trabalho, ao meu mundo. 
Ilumina os cantos escuros da minha vida com a tua Verdade. 
Mostra-me o Caminho certo que devo seguir. 
Dá-me tua mão. Levanta-me da morte de meus ideais, de meus projetos. 
Restaura-me as forças com a tua Vida. 
4. Contemplação (Vida/Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar será de fé, na certeza de que Deus vem ao meu encontro sempre. 
Um olhar de fé que me permite tocar o Senhor que passa por mim a cada instante no meio das pessoas. 
Um olhar de fé me faz levantar mesmo quando as pessoas me vêem sem coragem, sem forças, sem vida! 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir.Patrícia Silva, fsp 

Ano B - Dia: 01/02/2012 - Quarta-feira

Jesus em Nazaré
Mc 6,1-6
Jesus voltou com os seus discípulos para a cidade de Nazaré, onde ele tinha morado. No sábado começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o estavam escutando ficaram admirados e perguntaram: 
- De onde é que este homem consegue tudo isso? De onde vem a sabedoria dele? Como é que faz esses milagres? Por acaso ele não é o carpinteiro, filho de Maria? Não é irmão de Tiago, José, Judas e Simão? As suas irmãs não moram aqui? 
Por isso ficaram desiludidos com ele. Mas Jesus disse: 
- Um profeta é respeitado em toda parte, menos na sua terra, entre os seus parentes e na sua própria casa. 
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali. 

Leitura Orante 
Preparo-me para orar a Palavra invocando, com todos os que circulam na internet, o Espírito Santo: 
Espírito de verdade, 
consagro-te a minha inteligência, 
imaginação e 
memória, 
ilumina-me. 
Dá-me a graça de conhecer 
Jesus Cristo Mestre. 
1. Leitura ( Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio, na Bíblia, o texto da Palavra de hoje em Mc 1,1-6. 
Ele não pôde fazer milagres em Nazaré, a não ser curar alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé que havia ali. Jesus ensinava nos povoados que havia perto dali. 
Compreende-se que, sendo Nazaré uma pequena vila de cerca de 300 vizinhos, tivesse um único carpinteiro. O texto diz também que se questionavam se não era ele o irmão de Tiago, José, Judas e Simão. Em aramaico, uma mesma palavra é usada tanto com o sentido de irmão próprio como de parente próximo, e, portanto, não indica que Maria teve outros filhos ou filhas. 
Com a baixa auto-estima, ou seja, não acreditando nos valores de um filho da terra, veio a incredulidade, ou seja, não acreditam que Jesus de Nazaré é Filho de Deus. 
Na verdade, a fé não cura. Mas, é condição para que o poder de Deus atue com independência de outras intenções. Ali, Jesus curou alguns doentes, diz o texto. A cura é o sinal para encontrar o verdadeiro dom de Jesus: a salvação. 
Jesus ficou admirado com a falta de fé que havia ali. 
2. Meditação (Caminho) O que a Palavra diz para mim? 
O evangelista Marcos diz quem é Jesus. Os nazarenos não estavam interessados nisto. Só queriam saber dos milagres. Apenas buscavam seus interesses e não, a pessoa de Jesus. 
Os bispos, na Conferência de Aparecida, lembraram que como cristãos somos portadores de boas novas: "Deus amou tanto nosso mundo que nos deu o seu Filho. Ele anuncia a boa nova do Reino aos pobres e aos pecadores. Por isso, nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos somos portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras". (DAp 30). 
É assim que eu me sinto e vivo? 
3. Oração (Vida) O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Acolho no meu coração Jesus de Nazaré e rezo com o papa Bento XVI: 
Ficai conosco, Senhor, acompanhai-nos, 
ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-vos. 
Ficai conosco, 
porque as sombras vão se tornando densas ao nosso redor, 
e vós sois a Luz; 
em nossos corações se insinua a desesperança, 
e vós nos fazeis arder com a certeza da Páscoa. 
Estamos cansados do caminho, 
mas vós nos confortais na fração do pão 
para anunciar aos nossos irmãos que na verdade 
vós ressuscitastes e nos destes a missão de ser 
testemunhas da vossa ressurreição." 
( Bento XVI, Discurso inaugural na V Conferência) 
4. Contemplação/Ação (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Depois deste contato com Jesus de Nazaré, vou passar o dia, acolhendo Deus e as suas manifestações nas coisas simples, no pequeno, em cada pessoa. 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
Ir.Patrícia Silva, fsp







DOM BOSCO E A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO


Educar é uma bela missão pela qual vale a pena gastar o tempo, o dinheiro e a vida; afinal, estamos diante da maior preciosidade da vida: nossos filhos. Tudo será pouco em vista da educação deles. Educar é formar a pessoa em todos os níveis: fisíco, racional e espiritual.

Uma antiga história sobre o famoso artista Michelangelo relata que, um dia, ele foi com seus alunos às montanhas da Itália para escolher pedras a serem esculpidas no ateliê. Eis que ele viu um bloco de pedra e disse aos alunos: "Aí dentro há um anjo, vou colocá-lo para fora!". Levaram-na para o ateliê e lá, com o seu trabalho, o anjo foi surgindo na pedra. Os discípulos ficaram maravilhados com o “milagre” do gênio e lhe perguntaram como ele havia conseguido aquela proeza. Ele respondeu: “O anjo já estava aí, apenas tiramos os excessos que estavam sobrando”.

Educar é isso! É ir com paciência e perícia, bondade e amor, fé e esperança, eliminando os maus hábitos e descobrindo as virtudes, até que o "anjo" apareça. Há um anjo em cada filho, mas é preciso pô-lo para fora. Não basta gerar os filhos; é preciso educá-los, e bem.

Mesmo que hoje seja mais difícil educar os filhos, porque uma inundação de “falsos valores” entra em nossas casas pela mídia, com um trabalho dedicado e atencioso os pais podem realizar uma boa educação. Mas, para isso, terão de conquistá-los, dedicando-lhes tempo, atenção, carinho, etc., sem o que, eles não ouvirão a sua voz e não colocarão em prática os seus conselhos. 

Os filhos precisam “ter orgulho” dos pais; sem isso a educação poderá ficar comprometida. Se o filho tiver mais amor ao mundo do que aos pais, então, ele ouvirá mais o mundo do que a eles. É assim que os pais “perdem” os seus filhos e estes já não mais ouvem a sua voz. 

Conclui-se daí que os primeiros a serem educados são os pais, para poderem educar os filhos. André Bergè, pedagogo francês, dizia que “os defeitos dos pais são os pais dos defeitos dos filhos”.

São João Bosco, cuja memória litúrgica celebramos em 31 de janeiro, foi chamado de “Pai e mestre da juventude”, porque se dedicou aos jovens durante toda a sua vida. Dizia-lhes: “Basta que você seja jovem para que eu o ame”. Com um amor sem medidas, sabia recuperar os mais deseducados e trazê-los a Deus e ao bom convívio com os outros. 

Ele nos deixou normas práticas e seguras que vale a pena recordar:
1. Valorize o seu filho. Quando respeitado e estimado, o jovem progride e amadurece.
2. Acredite no seu filho. Mesmo os jovens mais "difíceis" trazem bondade e generosidade no coração.
3. Ame e respeite o seu filho. Mostre a ele, claramente, que você está ao seu lado, olhe-o nos olhos. Nós é que pertencemos a nossos filhos, não eles a nós.
4. Elogie seu filho sempre que puder. Seja sincero: quem de nós não gosta de um elogio?
5. Compreenda seu filho. O mundo hoje é complicado, rude e competitivo. Muda todos os dias. Procure entender isso. Quem sabe ele está precisando de você, esperando apenas um toque seu.
6. Alegre-se com o seu filho. Tanto quanto nós, os jovens são atraídos por um sorriso; a alegria e o bom humor atraem os meninos como mel.
7. Aproxime-se de seu filho. Viva com o seu filho. Viva no meio dele. Conheça seus amigos. Procure saber aonde ele vai, com quem está. Convide-o a trazer seus amigos para a sua casa. Participe amigavelmente de sua vida.
8. Seja coerente com o seu filho. Não temos o direito de exigir de nosso filho atitudes que não temos. Quem não é sério não pode exigir seriedade. Quem não respeita, não pode exigir respeito. O nosso filho vê tudo isso muito bem, talvez porque nos conheça mais do que nós a ele.
9. Prevenir é melhor do que castigar o seu filho. Quem é feliz não sente a necessidade de fazer o que não é direito. O castigo magoa, a dor e o rancor ficam e separam você do seu filho. Pense, duas, três, sete vezes, antes de castigar. Nunca com raiva. Nunca.
10. Reze com seu filho. No princípio pode parecer "estranho". Mas a religião precisa ser alimentada. Quem ama e respeita a Deus vai amar e respeitar o seu próximo. "Quando se trata de educação não se pode deixar de lado a religião". 

Deixar Deus de fora da educação dos filhos seria algo comparável a alguém que quisesse montar uma bela é complexa máquina ou estrutura sem querer usar e seguir o projeto detalhado do projetista. É claro que tudo sairia errado. É o que acontece hoje infelizmente com a educação das nossas crianças e jovens. De maneira orgulhosa Deus tem sido ignorado e Suas leis desprezadas pelo homem pós-moderno, autossuficiente e arrogante. Ele não é mais capaz de adorar a Deus porque ele se tornou o seu próprio deus.
Felipe Aquino - Canção Nova

PROSTITUIÇÃO: A NOVA FORMA DE ESCRAVIDÃO


Aquele que pensa que no mundo moderno não há escravidão, está complemente enganado, ela existe e gera lucros enormes. Presente tanto nas grandes metrópoles como em minúsculos lugarejos, a prostituição é a forma de escravidão moderna, sendo uma das atividades que mais crescem no mundo, envolve diversas pessoas e setores da sociedade, inclusive inúmeras crianças. No Brasil mais de 1.500.000 (um milhão e meio) de pessoas se prostituem; em todo o mundo este número é ainda maior: chega a 40 milhões, o que é equivalente a toda a população do Estado de São Paulo, segundo um estudo da Fundação Scelles, entidade francesa que combate a exploração sexual.

As cifras envolvendo a prostituição são assustadoras, considerando-se também que mais de 2 milhões de crianças são exploradas sexualmente. Números estes que fazem a indústria do sexo obter lucros milionários a partir da exploração de seres humanos.

O Magistério da Igreja ensina que, na prostituição, o “amor” degrada-se em mercadoria e o ser humano converte-se em objeto de prazer. Por isso ela afronta a dignidade humana, destrói o mais íntimo de todos os que dela participam. É, portanto um pecado contra o amor.

As razões que levam alguém à prostituição são numerosas e complexas, tais como: econômicas, sociais e culturais. Em todos os casos essa prática se dá por meio de atos de violência, constituindo-se numa ofensa à dignidade e uma grave violação dos direitos humanos fundamentais.
O Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, órgão pertencente à Santa Sé, no “I Encontro Internacional de Pastoral para a libertação das mulheres de rua”, realizado em Roma no ano de 2005, estudou e debateu todas as realidades que envolvem este flagelo e indicou dois personagens – vítimas e clientes, que devem ser observados à luz da misericórdia do Senhor.

As vítimas, em muitos casos, gritam por ajuda, pois vender o próprio corpo não seria algo que elas escolheriam fazer voluntariamente. Razão pela qual se sentem dilaceradas e praticamente mortas no plano psicológico e espiritual. O estudo afirmou que essas pessoas carregam feridas profundas que precisam ser curadas, por isso estão à procura de amor, segurança, afeto, autoafirmação, um futuro melhor para si e para a sua família. 
Os clientes, segundo o Pontifício Conselho, possuem igualmente problemas bem radicados por terem se tornado escravos dessa prática, pois procuram este tipo de relacionamento mais com o espírito de dominação do que com o desejo de satisfação sexual, tendo em vista que esse ato lhes permite viver uma experiência de total domínio e controle sobre a vítima durante um determinado período de tempo.

Esse encontro [I Encontro Internacional de Pastoral para a libertação das mulheres de rua], promovido pelo Vaticano, ofereceu algumas diretrizes de esperança para todos aqueles que estão inseridos nesse universo. Dessa forma, toda a sociedade –, principalmente, os cristãos -, é chamada a ser solidária com os (as) prostitutos (as) a fim de que estes [as] restaurem a sua dignidade como seres humanos, oferecendo-lhes uma grande variedade de serviços sociais; mas, sobretudo, a promover o encontro com Jesus Cristo, o Bom Samaritano e Salvador, como fator fundamental de libertação e redenção.

Da mesma forma, os clientes também devem ser ajudados a resolver os seus problemas mais profundos e a encontrar o autodomínio, pois comprar sexo de uma prostituta não resolve problemas oriundos da solidão, da frustração ou da falta de relações autênticas.

Todos os homens devem romper com a prostituição, pois, certamente, os desejos mais íntimos, quer das vítimas quer dos clientes, não serão saciados por meio dessa atividade, uma vez que o homem somente se realiza no verdadeiro amor do Pai, que, em Seu desígnio de pura bondade, o criou para fazê-lo participar de Sua vida bem-aventurada. Por isso o chama e o ajuda a procurá-Lo e a conhecê-Lo com todas as suas forças, para se tornar, no Espírito Santo, herdeiro de Sua vida eterna.

Assim, neste cenário aparentemente sombrio, onde alguém agoniza silenciosamente pedindo socorro, surge a luz da esperança do verdadeiro amor, como instrumento capaz de restaurar os homens que recorrem a essa prática. Somente o amor do Pai é capaz de fazê-los romper com as cadeias da escravidão da prostituição, oferecendo-lhes verdadeira liberdade de filhos de Deus.
Ricardo Gaiotti - Comunidade Canção Nova

A FÉ QUE ESPERA CONTEMPLARÁ MILAGRES

Estamos em um mundo que quer tudo pra ontem; aprendemos, nos acostumamos e muitas vezes nos acomodamos com a cultura “fast-food”, queremos tudo rápido, comida rápida, carro rápido, computador rápido, muitos por aí “namoro rápido” e hoje em dia a última novidade é o “fast-miracle” (milagre rápido), queremos receber logo o que pedimos. Mas se pensarmos um pouco mais vamos descobrir que nem sempre os milagres são instantâneos e que muitas vezes isso pode ser um bom sinal pra você.

Comecemos a pensar por exemplo no maravilhoso milagre da vida, no nascimento de um bebê, não basta que os pais o desejem muito, o amem e estejam saudáveis… é preciso aprender a ser amigo do tempo e esperar o tempo necessário para que o bebê esteja totalmente gestado, e só depois vem o nascimento. Existe um tempo certo para nascer e quando esse tempo é de alguma forma acelerado demais, ocorre infelizmente um aborto (espontâneo). Poderíamos ainda falar de vários exemplos semelhantes para ilustrar a importância do saber esperar o tempo certo como: o surgimento da vida na terra, a construção de um grande edifício ou uma catedral, quem sabe ainda a Encarnação (Primeira Vinda de Jesus) que São Paulo em Gálatas diz que existiu um tempo determinado (cf. Gl 4,4), ou mesmo um casamento que as chances de dar certo são diretamente proporcionais ao tempo e sobre tudo a qualidade do tempo que se teve “antes” do casamento, mas penso que o exemplo da gravidez, já é suficiente.

Já parou pra pensar que talvez a sua fé seja uma fé da cultura fast-food? E que talvez você ainda não recebeu o que está pedindo exatamente porque Deus não quer que você tenha um milagre abortado? Já pensou isso? Você quer viver na fé fast-food, na fé delivery (pediu chegou!), cuidado muitas vezes essa comida é cara e nem sempre é tão boa! Os bebês não chegam assim não é verdade ? Temos muito a aprender com a gestação.

Deus está gestando seu milagre, mas tenha paciência, quando chegar a hora certa o milagre vai nascer, assim como na gestação, mesmo que você não veja diretamente o bebê, ele está ali e mesmo que demore longos nove (09) meses, não poucas vezes com tantos sofrimentos: Enjoo, inxaço, falta de ar, dores no corpo, etc, e o parto então? E se perguntarmos as mulheres; “Vale a pena o sacrifício?” “Sim!” Elas vão dizer, Jesus até disse: “Quando a mulher está para dar à luz, sofre porque veio a sua hora. Mas, depois que deu à luz a criança, já não se lembra da aflição, por causa da alegria que sente de haver nascido um homem no mundo” (Jo 16, 21), por isso tenha certeza, tem a fé inquebrantável, Deus está gestando um milagre e quando ele chegar, você vai perceber porque precisou de todo aquele tempo, e que todo sofrimento da gestação passou, e se levou bastante tempo (aos seus olhos, porque nos olhos Deus tudo tem um tempo certo para acontecer), é porque o milagre era imenso, era grandioso, creia nisso: Deus está gestando milagres.

Deus abençõe
Pe. Sóstenes Vieira
Cancao Nova 

26 de janeiro de 2012

EVANGELHO DO DIA (Quinta e Sexta-feira)

Ano B - Dia: 26/01/2012 - Quinta-feira
Faltam trabalhadores
Lc 10,1-9
Depois disso o Senhor escolheu mais setenta e dois dos seus seguidores e os enviou de dois em dois a fim de que fossem adiante dele para cada cidade e lugar aonde ele tinha de ir. Antes de os enviar, ele disse: 
- A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, peçam ao dono da plantação que mande trabalhadores para fazerem a colheita. Vão! Eu estou mandando vocês como ovelhas para o meio de lobos. Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias. E não parem no caminho para cumprimentar ninguém. Quando entrarem numa casa, façam primeiro esta saudação: "Que a paz esteja nesta casa!" Se um homem de paz morar ali, deixem a saudação com ele; mas, se o homem não for de paz, retirem a saudação. Fiquem na mesma casa e comam e bebam o que lhes oferecerem, pois o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem mudando de uma casa para outra. 
- Quando entrarem numa cidade e forem bem recebidos, comam a comida que derem a vocês. Curem os doentes daquela cidade e digam ao povo dali: "O Reino de Deus chegou até vocês." 

Leitura Orante 
Preparamo-nos, juntos, na rede da internet, para a Leitura Orante, rezando: 
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti. 
Que me vês e escutas as minhas orações. 
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. 
Tu me deste tudo: eu te agradeço. 
Foste tão ofendido por mim: 
eu te peço perdão de todo o coração. 
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças 
que sabes serem necessárias para mim. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 10,1-12. 
Jesus Mestre organiza a equipe de discípulos. Tem objetivo, conteúdo, estratégia e missão claros. 
Equipe: setenta e dois discípulos. Setenta (setenta e dois) na tradição judaica significava o número dos povos do mundo. O número de setenta discípulos manifesta o objetivo de Jesus com relação à humanidade inteira. O novo Povo de Deus envolverá todos os povos da terra. 
Objetivo: Atenção à vida das pessoas ("cura dos doentes") e anúncio do Reino de Deus. 
Conteúdo: preparar a acolhida do Senhor (pré-missão). 
Estratégia: oração, despojamento, ir ao encontro, visitar todas as casas, iniciando com saudação de paz. 
Missão: a "colheita". Ou seja: formar o novo Povo de Deus. 
2. Meditação (Caminho) O que a Palavra diz para mim, para nós? 
Respondo aos apelos e convites de Jesus Mestre? Atualizo a Palavra, ligando-a à minha vida. 
Faço parte do Novo Povo de Deus. Sou também convocado/a a ser discípulo/a missionário/a atento/a ao bem das pessoas e ao anúncio do Reino. Como disseram os bispos, em Aparecida: " Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher."(DAp 18). 
Qual o meu compromisso com a Igreja? Minha fé é dinâmica, comunicativa. Às vezes, tenho minha fé e compromissos adormecidos, sem expressão. 
3. Oração (Vida) O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Em silêncio dou minha resposta de adesão ao Senhor que me convoca e envia e "peço ao dono da plantação que mande mais trabalhadores". E rezo, com o Padre Zezinho, scj: 
Oração Pela Messe 
Poucos os operários, poucos trabalhadores 
e a fome do povo aumenta mais e mais. 
És o Senhor da messe, ouve esta nossa prece, 
põe sangue novo nas veias da tua Igreja. 
1. Falta pão porque falta trigo. Falta trigo porque não semeiam 
e faltam semeadores porque ninguém foi lá fora chamar.
Falta fé porque não se ouve. 
Não se ouve porque não se fala 
e falta esse jeito novo de levar luz e de profetizar. 
2. Falta gente pra ir ao povo, descobrir porque o povo se cala. 
Pastores e animadores pra incentivar o teu povo a falar.
Falta luz porque não se acende. 
Não se acende porque faltam sonhos 
e falta esse jeito novo de levar luz e falar de Jesus. 
Ouça em http://youtu.be/2kKpgD_b3KY 
CD Fazedores da Paz - Pe. Zezinho,scj - Paulinas COMEP 
4. Contemplação(Vida/Missão) Qual o novo olhar que a Palavra despertou em mim? 
Renovo meu compromisso de ir ao encontro das pessoas para lhes anunciar a paz. Disseram os bispos, em Aparecida: "Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado, podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe, e cada um de seus habitantes".(DAp 18). 
Todos somos vocacionados no Reino de Deus. Vou assumir meu lugar, conforme o Projeto de Deus. 
Irmã Patrícia Silva, fsp 

Ano B - Dia: 27/01/2012 - Sexta-feira
O Reino de Deus é como a semente
Mc 4,26-34
Jesus disse: 
- O Reino de Deus é como um homem que joga a semente na terra. Quer ele esteja acordado, quer esteja dormindo, ela brota e cresce, sem ele saber como isso acontece. É a própria terra que dá o seu fruto: primeiro aparece a planta, depois a espiga, e, mais tarde, os grãos que enchem a espiga. Quando as espigas ficam maduras, o homem começa a cortá-las com a foice, pois chegou o tempo da colheita. 
Jesus continuou: 
- Com o que podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar para isso? Ele é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce muito até ficar a maior de todas as plantas. E os seus ramos são tão grandes, que os passarinhos fazem ninhos entre as suas folhas. 
Assim, usando muitas parábolas como estas, Jesus falava ao povo de um modo que eles podiam entender. E só falava com eles usando parábolas, mas explicava tudo em particular aos discípulos. 

Leitura orante 
Preparo-me para este momento, com a oração ao Espírito Santo: 
A Vós, Espírito de verdade, 
consagro a mente, a fantasia e a memória: 
iluminai-me. 
Fazei-me conhecer Jesus Cristo 
e compreender o seu Evangelho. 
Amém. 
1. Leitura (Verdade) 
Faço a leitura lenta e atenta, na Bíblia, do texto: Mc 4,26-34. 
Em um momento de silêncio, recordo o que li. São duas pequenas parábolas. Uma fala do processo como se desenvolve o Reino de Deus. Exige paciência. A outra é sobre o resultado de uma pequena boa semente. Fala de esperança. 
2. Meditação (Caminho) O que a Palavra diz para mim? 
O que me dizem estas duas parábolas de Jesus Mestre? Atualizo a Palavra, ligando-a à minha vida. 
O "Reino de Deus está perto". Dentro de mim. Como se desenvolve? Como o cultivo? Já me sinto discípulo/a missionário/a? Sinto-me "abrigo" para outras pessoas que buscam o Reino de Deus? Lembro-me das palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: " No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cristo tal como os Evangelhos nos transmitiram para conhecer o que Ele fez e para discernir o que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias." (DAp 139). 
3. Oração(Vida) O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Meu coração começa a bater em sintonia com o coração de Jesus. 
Vivo este momento em silêncio. E oro: 
Espírito Santo, 
dai-me um coração grande e forte 
para amar todos, 
para servir a todos, 
para sofrer por todos! ( Paulo VI) 
4. Contemplação (Vida) Qual o novo olhar que a Palavra despertou em mim? 
Viverei este dia com olhar novo,"descobrindo" o Reino de Deus presente em cada situação, pessoa, dificuldade, alegria, realização, desafio, cultivando dentro de mim a paciência e a esperança. 
Por todos os internautas, para todas as pessoas, rezo com o apóstolo Paulo: 
"Que o Senhor realize todos os desejos que vocês têm de fazer o bem" . (2Ts 1,11). 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Irmã Patrícia Silva, fsp 

EVANGELIZAÇÃO E DIÁLOGO


O servo de Deus Papa Paulo VI, de saudosa memória, ofereceu à Igreja, no ano de 1975, a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi, a respeito da evangelização no mundo contemporâneo. Quando muitos se perguntavam, por influência de correntes de pensamento já dominantes naquele período, a respeito do lugar da religião e da Igreja, esta se redescobriu na missão evangelizadora. A palavra do Papa fez os cristãos deixarem de olhar para o espelho, mirando seus próprios defeitos ou qualidades, para se voltarem para frente e para o alto, descobrindo que cada geração tem a mesma responsabilidade de anunciar o nome de Jesus Cristo.

Ainda no Antigo Testamento, um profeta chamado Jonas (cf. Jn 1,1-3,10) recebeu de Deus a difícil tarefa de anunciar a conversão. Sua primeira reação foi a fuga, pois lhe parecia muito complicado enfrentar Nínive que “era uma cidade fabulosamente grande, do tamanho de uma caminhada de três dias” (Jn 3,3). Depois de um naufrágio e a aventura “no ventre do peixe”, aceita pregar ao povo de Nínive. Se Deus queria que anunciasse a conversão, o profeta anuncia destruição. E o povo entende conversão! O resultado foi uma grande tristeza para o profeta: “Jonas ficou, então, muito amargurado e irritado. E assim orou ao Senhor: “Ah, Senhor! Não era isso mesmo o que eu dizia quando estava na minha terra? Foi por isso que eu corri, tentando fugir para Társis, pois eu sabia que és um Deus bondoso demais, sentimental, lerdo para ficar com raiva, de muita misericórdia e tolerante com a injustiça” (Jn 4,1-2).

Até hoje a intolerância encontra guarida em muitos corações. Correm pelo mundo pressões sobre a Igreja, reações negativas às iniciativas de diálogo e partilha com quem pensa diferente, como se não tivesse acontecido a revelação de Jesus Cristo, Verbo de Deus encarnado. Deus teve muita paciência com o povo antigo, cujos ideais e métodos muitas vezes incluíram levar à perdição os inimigos. O Senhor Jesus nos convidou a dar a outra face, quando se recebe um golpe, andar dois mil passos a mais com alguém e dar a capa a quem tirar o manto. A experiência vivida por Jonas é anunciadora de métodos novos e verdadeiramente revolucionários. Trata-se da revolução do Evangelho.

Depois da prisão de João Batista, Jesus iniciou a pregação do Evangelho. Seu convite é provocante: “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,14-20). Converter-se é mudar de mentalidade, enxergar a realidade a partir de um ângulo diferente. Os primeiros discípulos chamados por Jesus e os de todos os tempos, nos quais estamos contemplados, deverão seguir Jesus, aprender com seus gestos, acolher junto com ele os fracos e pecadores, para chegarem a reconhecê-lo como Filho de Deus.

Os desafios à evangelização em nosso tempo são muito grandes, mas o Espírito Santo, como sempre fez, conduz a Igreja de Cristo, servidora do Evangelho, anunciadora da salvação. A Igreja Católica no Brasil identificou algumas exigências para exercer a tarefa evangelizadora (cf. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 134-15). O serviço, que se concretiza especialmente na dimensão sócio-transformadora, com toda a presença histórica da Igreja, na atenção aos pobres e na promoção humana. Valem todos os esforços dos cristãos e das instituições ligadas à Igreja para concretizar a caridade. Isso é evangelização. 

Outro passo é o diálogo, que se concretiza na dimensão ecumênica e do diálogo religioso, assim como no relacionamento respeitoso e construtivo com todas as forças da sociedade civil. E no coração da missão evangelizadora se encontra a exigência do anúncio explícito do nome de Jesus Cristo, que se concretiza na dimensão missionária, através da qual os cristãos hão de chegar até os confins da terra. É a razão de ser da Igreja. Enfim, o testemunho da comunhão, que se concretiza na dimensão comunitário-participativa, a vida das comunidades de Igreja, o relacionamento entre as pessoas de fé, realizando a palavra de Jesus: “Que todos sejam um, para que o mundo creia” (Jo 17,21). 

Por onde começar? Segundo as situações e ambientes, a evangelização pode se iniciar com o diálogo ou o serviço silencioso da caridade. Outras pessoas sentir-se-ão atraídas por uma comunidade viva, na qual todos se amam. A pregação explícita do Evangelho pode ser para muitos o primeiro passo. Vale a pena perguntar-nos sobre o caminho que o Espírito Santo usou conosco!

A Igreja não tem medo dos desafios, porque sabe que é acompanhada pelo Espírito Santo de Deus, penhor das promessas de Jesus. Para continuar sua peregrinação evangelizadora, pede ao Pai do Céu: “Dirigi a nossa vida segundo o vosso amor, para que possamos, em nome do vosso Filho, frutificar em boas obras”. A melhor delas é que a luz do Evangelho chegue a todos os homens e mulheres de nosso tempo!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

OS OCEANOS SÃO FEITOS DE GOTAS D'AGUA

Para ser ouvido, fale. 
Para ser compreendido, exponha claramente as suas idéias sem jamais abrir mão daquelas que julga fundamentais apenas para que os outros o aceitem. 

Acima de tudo, busque o prazer antes do sucesso, a auto-realização antes do dinheiro, fazer bem feito antes de pensar em obter qualquer recompensa. 

Nenhum reconhecimento externo vai substituir a alegria de poder ser você mesmo: "status" é comprar coisas que você não quer com o dinheiro que você não tem a fim de mostrar para gente que você não gosta uma pessoa que você não é. 

Nada tem graça se não for bom para o seu corpo, leve para o seu espírito e agradável para o seu coração. 
Para conseguir, tente sem pensar que o êxito virá logo da primeira vez. 

Cuide de ter saúde, energia, paciência e determinação para continuar tentando quantas vezes forem necessárias. 

Mas ao perceber que já fez tudo o que pôdeou até mesmo um pouco além mude de alvo para não se tornar, em vez de um vitorioso, apenas mais um teimoso. 

Para poder recomeçar sempre, perdoe-se pelos fracassos e erros que cometer, aprenda com eles e, a partir deles, programe suas próximas ações. 

Nunca se deixe iludir que será possível fazer tudo num dia só ou quando tiver todos os recursos: tal dia nunca virá. 

Para manter-se motivado, sonhe. 
Para realizar, planeje, pensando grande e fazendo pequeno, um pouco a cada dia e todos os dias um pouco, porque são pequenas gotas d'água que fazem todo grande oceano. 
Autor desconhecido

FAZER E PERDER AMIGOS

Esses dias chegou-me um bilhete de um casal amigo. O bilhete dizia: -" O carinho é o mesmo, mas faz quinze anos que sumimos um do outro. Quando passar por aqui tire um dia em honra da nossa amizade que nunca diminuiu!" Telefonei e irei. Já têm três netos e eu nem sabia! 

Já ganhei amigos que não merecia e perdi amigos que não desejaria ter perdido. Alguns, por culpa minha, outros por culpa deles. Eu fiz certo, mas eles acharam que não fiz. Em outros casos achei que fazia certo, mas fiz errado. Não me quiseram mais entre eles. 

Tive amigos de infância que não prosseguiram como amigos de adolescência ou de juventude. Alguns de meus amigos de juventude não permaneceram comigo na idade adulta. Agora que chego quase aos setenta anos, percebo que muitos amigos de três a quatro décadas não mais me telefonam. Nem eu a eles. Algum laço se rompeu. E não foi nem inimizade. Parecemos continentes que se separaram com o movimento das placas tectônicas da vida. 

Na verdade, poucas amizades duram a vida inteira. A maioria delas perde a impulso. Esses dias, encontrei dois velhos amigos de muitas décadas. Perguntamo-nos o que houve que não mais tivemos tempo nem de telefonar. Os dois lados não sabiam por quê. Um deles, americano, usou a palavra we drifted apart: boiamos para longe... Foi o que houve. As águas do tempo nos foram levando e esquecemos de remar contra a corrente para nos vermos mais vezes. 

Amigos de longa data de repente foram embora e até hoje não sabemos por quê. Outros foram e quando nos vimos depois de 30 anos a amizade ainda era a mesma. Muitos de meus jovens precisaram da ausência para descobrir o que quanto fui importante na vida deles e eles na minha. Outros nunca perderam o contato. Colegas sacerdotes que conheço há cinqüenta anos permanecem grandes amigos, mesmo se faz dez que não nos vemos. 

Isso de fazer e de perder amigos tem a ver com a atenção e o porquê. Às vezes ficamos desatentos e lá se vai o amigo. Às vezes ele perdoa. Ás vezes nós perdoamos os meses ou anos de telefonemas não dados. Há mais do que telefone nestes laços. 

Há amigos pais, amigos filhos, amigos irmãos e amigos-amigos. Sem alguns, eu não saberia viver. Doeria demais. Nem eles vivem sem mim. Mas há outros cujo silêncio não doeu, mas nem por isso deixamos de nos querer bem. É mistério. Há amizades duradouras que nunca foram profundas. Há amizades profundas e duradouras. Há outras que duraram pouco. E há outras que não admitimos nem mesmo a hipótese de perder. Entraram na alma. 

Uma coisa, porém, é certa. Trocar e substituir amigos, nunca! Não é porque arranjamos novos amigos que descartaremos os de ontem. O coração tem que ter lugar para outros mais. Amigo algum poderá ocupar o trono do outro, nem mesmo do que se foi e nos deixou sem uma palavra e um porquê. O lugar dele fica, à espera de sua volta, mesmo que nunca mais volte. 

Isso de ser amigos é mistério. Nem Ágape, nem Eros nem Filia explicitam. É algo indefinível. Gostaríamos de não amar, mas amamos. E daí? Não os pedimos, mas vieram. Acho que Deus algo a ver com isso! Alguns amigos, por mais que briguemos foi Deus quem os deu. E dom de Deus a gente não desperdiça.
Pe. Zezinho, scj 









23 de janeiro de 2012

HÓSTIA: O QUE A PALAVRA LHE SUJERE?



Certa vez, pensando sobre o "Sacramento da Caridade", me fiz a seguinte pergunta: Por que será que costumamos associar "eucaristia" com "hóstia".

Fala-se em adorar a hóstia, ajoelhar-se diante da hóstia, levar a hóstia em procissão (na festa de Corpus Christi), guardar a hóstia... Uma criança chegou certa vez para a catequista e perguntou: "Tia, quanto tempo falta para eu tomar a hóstia?" (Referia-se à primeira comunhão).

Tive então a idéia de ir atrás da origem da palavra "hóstia". Corri para um dicionário (aliás, vários), e me dei conta que esta palavra vem do latim. Descobri que, em latim, "hóstia" é praticamente sinônimo de "vítima". Ao animal sacrificado em honra dos deuses, à vítima oferecida em sacrifício à divindade, os romanos (que falavam latim) chamavam de "hóstia". Ao soldado tombado na guerra vítima da agressão inimiga, defendendo o imperador e a pátria, chamavam de "hóstia". Ligada à palavra "hóstia" está a palavra latina "hóstis", que significa: "o inimigo". Daí vem a palavra "hostil" (agressivo, ameaçador, inimigo), "hostilizar" (agredir, provocar, ameaçar). E a vítima fatal de uma agressão, por conseguinte, é uma "hóstia".

Então, aconteceu o seguinte: O cristianismo, ao entrar em contato com a cultura latina, agregou no seu linguajar teológico e litúrgico a palavra "hóstia", exatamente para referir-se à maior "vítima" fatal da agressão humana: Cristo morto e ressuscitado.

Os cristãos adotaram a palavra "hóstia" para referir-se ao Cordeiro imolado (vitimado) e, ao mesmo tempo ressuscitado, presente no memorial eucarístico.

A palavra "hóstia" passa, pois, a significar a realidade que Cristo mesmo mostrou naquela ceia derradeira: "Isto é o meu corpo entregue... o meu sangue derramado". O pão consagrado, portanto, é uma "hóstia", aliás, a "hóstia" verdadeira, isto é, o próprio Corpo do ressuscitado, uma vez mortalmente agredido pela maldade humana, e agora vivo entre nós feito pão e vinho, entregue para ser comida e bebida: Tomai e comei..., tomai e bebei...

Infelizmente, com o correr dos tempos, perdeu-se muito este sentido profundamente teológico e espiritual que assumiu a palavra "hóstia" na liturgia do cristianismo romano primitivo, e se fixou quase que só na materialidade da "partícula circular de massa de pão ázimo que é consagrada na missa". A tal ponto de acabamos por chamar de "hóstia" até mesmo as partículas ainda não consagradas!

Hoje, quando falo em "hóstia", penso na "vítima pascal", penso na morte de Cristo e sua ressurreição, penso no mistério pascal. Hóstia para mim é isto: a morte do Senhor e sua ressurreição, sua total entrega por nós, presente no pão e no vinho consagrados. Por isso que, após a invocação do Espírito Santo sobre o pão e o vinho e a narração da última ceia do Senhor, na missa, toda a assembléia canta: "Anunciamos, Senhor, a vossa morte, proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus".

Diante desta "hóstia", isto é, diante deste mistério, a gente se inclina em profunda reverência, se ajoelha e mergulha em profunda contemplação, assumindo o compromisso de ser também assim: corpo oferecido "como hóstia viva, santa, agradável a Deus" (Rm 12,1). Adorar a "hóstia" significa render-se ao seu mistério para vivê-lo no dia-a-dia. E comungar a "hóstia" significa assimilar o seu mistério na totalidade do nosso ser para se tornar o que Cristo é: entrega de si a serviço dos irmãos, hóstia.

E agora entendo melhor quando o Concílio Vaticano II, ao exortar para a participação consciente, piedosa e ativa no "sacrossanto mistério da eucaristia", completa: "E aprendam a oferecer-se a si próprios (grifo nosso) oferecendo a hóstia imaculada, não só pelas mãos do sacerdote, mas também juntamente com ele e, assim, tendo a Cristo como Mediador, dia a dia se aperfeiçoem na união com Deus e entre si, para que, finalmente, Deus seja tudo em todos" (SC 48).
Frei José Ariovaldo da Silva, OFM
Mestre em Sagrada Liturgia, prof. Inst Teológico Petrópolis

PERDOA-ME SE ORAR ERRADO

Oro sem saber orar. Falo contigo, a quem eu nunca vi, cuja voz jamais ouvi e cuja presença às vezes não sinto. A Ti, a quem nós que seguimos Jesus chamamos de Pai. Não entendendo o mistério de um só Deus que é três pessoas eu falo da minha vontade de conhecer-te e de aprender a falar contigo. Nem sempre sei o que dizer, e não sei dizer o que sinto. Meus diálogos contigo padecem do meu limite de não saber conversar com alguém que nunca vi. 

Assim sendo, perdoa-me, se eu orar errado; se disser coisas que não correspondem aos fatos, ou se me referir a Ti de maneira errada ou inconveniente. Acontece que não sei como és, não conheço o som da tua voz e vivo da fé que recebi dos meus antepassados, fé que a Igreja me oferece. Não sei crer sozinho. Preciso de outros para desenvolver e expressar a minha fé. Mas os outros também não sabem tudo. Então, cremos e oramos como sabemos e dentro dos nossos limites. 

É o meu primeiro pedido: que me ensines a falar contigo. Ainda não sei me dirigir a Ti. Mentiria se dissesse que sei. 
Pe. Zezinho, scj 

EVENGELHO DIO DIA (Segunda e Terça-feira)

Ano B - Dia: 23/01/2012 - Segunda-feira
O poder de Jesus
Mc 3,22-30
Alguns mestres da Lei, que tinham vindo de Jerusalém, diziam: 
- Ele está dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. É Belzebu que dá poder a este homem para expulsar demônios. 
Então Jesus chamou todos e começou a ensiná-los por meio de parábolas. Ele dizia: 
- Como é que Satanás pode expulsar a si mesmo? O país que se divide em grupos que lutam entre si certamente será destruído. Se uma família se divide, e as pessoas que fazem parte dela começam a lutar entre si, ela será destruída. Se o reino de Satanás se dividir em grupos, e esses grupos lutarem entre si, o reino não continuará a existir, mas será destruído. 
- Ninguém pode entrar na casa de um homem forte e roubar os seus bens, sem primeiro amarrá-lo. Somente assim essa pessoa poderá levar o que ele tem em casa. 
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: os pecados que as pessoas cometem ou as blasfêmias contra Deus poderão ser perdoados. Mas as blasfêmias contra o Espírito Santo nunca serão perdoadas porque a culpa desse pecado dura para sempre. 
Jesus falou assim porque diziam que ele estava dominado por um espírito mau. 

Comentário do Evangelho

Os escribas detinham o poder religioso

Os chefes religiosos de Jerusalém, sediados no Templo e no Tesouro, enviam escribas para espionarem Jesus e colherem informações sobre suas atividades. Certamente os fariseus da Galileia, perplexos com a prática de Jesus, pediram ajuda à matriz, em Jerusalém. É próprio de quem está no poder acusar os opositores de agitadores, perturbadores da ordem ou da harmonia, ou, em um enfoque religioso, possessos do demônio. Os escribas detinham o poder religioso e legitimavam-se afirmando ser eles os legítimos representantes de Deus. Em consequência lógica e oportunista, denunciavam Jesus, que divergia de sua posição e de seu poder, como sendo possesso do demônio. Hoje também, quem diverge do poderio cristão norte-americano e de seus aliados é considerado como sendo do mal. 
Na sentença final, a rejeição do Espírito Santo significa a rejeição da misericórdia, do amor divino e da comunhão com Deus. 
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, sou-te infinitamente grato, 
pois, em Jesus Cristo movido pelo Espírito Santo, 
tua libertação chega até nós, 
vítimas de tantas formas de opressão. 

Ano B - Dia: 24/01/2012 - Terça-feira
Quem é da família de Jesus
Mc 3,31-35
Em seguida a mãe e os irmãos de Jesus chegaram; eles ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Muita gente estava sentada em volta dele, e algumas pessoas lhe disseram: 
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora, procurando o senhor. 
Jesus perguntou: 
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos? 
Aí olhou para as pessoas que estavam sentadas em volta dele e disse: 
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade de Deus é meu irmão, minha irmã e minha mãe. 

Comentário do Evangelho

Compromisso com Jesus

Anteriormente Marcos registrara uma tensão entre Jesus e um grupo íntimo seu, talvez seus seguidores ou seus parentes. Agora são nomeados, explicitamente, sua mãe e seus irmãos, e o texto sugere nova tensão. Jesus está em casa e sua mãe e irmãos permanecem do lado de fora. Pode-se perceber uma distinção entre a "casa" e a 'família". A casa é o espaço onde se reúnem as novas comunidades. A família é a expressão do vínculo por laços consanguíneos, pelos quais se definia a identidade da raça que se considerava eleita. Esta seletividade racial está associada a uma perspectiva excludente para com os que a ela não pertencem. As genealogias do Antigo Testamento tinham justamente o sentido de caracterizar a pertença a esta raça. Jesus revela que não se restringe aos laços consanguíneos tradicionais privilegiados. O que define as relações de intimidade com Jesus é o fazer a vontade de Deus. Esta narrativa de Marcos tem um alcance cultural no âmbito do sistema religioso do judaísmo. Ele não visa questionar as relações afetivas dentro da família, mas provocar uma mudança de paradigma. Não é a reivindicação de privilégios raciais transmitidos pela família que importa, mas sim o compromisso com Jesus no cumprimento da vontade de Deus. 
José Raimundo Oliva
Oração
Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, 
para que eu faça parte de tua família, 
fundada pela ação de Jesus.

O AMOR TEM SEU TEMPO


A urgência dos nossos dias nos faz pensar exatamente na urgência do amor. Quando o sentimento se faz presente entre duas pessoas é muito comum a necessidade imediata de dizer: “Eu te amo”. Algumas pessoas dizem: “Que loucura! Isso não é amor”; outras afirmam: “Pra que esperar, eu amo e digo!”. 

Avaliar nossos sentimentos e todas as implicações que ele envolve também nos faz pensar que os caminhos para o amor nunca são ou estão prontos, mas certamente, passam por nossa maturidade. 

A maturidade biológica nem sempre está relacionada à maturidade psicológica. As expectativas dos pais nem sempre serão concretizadas nos desejos dos filhos. Da mesma forma, o que foi vivido no passado nem sempre será válido para as experiências atuais. 

Os gregos diziam que amor é “uma questão de despertar para a vida” e, com isso, nem todos despertam ao mesmo tempo, nem esperam as mesmas coisas ou se satisfazem com as mesmas coisas. 

Quando se acelera o processo do amor, muitas vezes, se “mata” esse sentimento. É por isso que as pessoas não podem se casar porque os pais delas se admiram, porque as famílias se dão bem ou porque o (a) namorado (a) tem ou não tem um status, ou um tipo de estudo. 

Amor requer tempo, conhecimento, – reconhecimento do que gosto ou não –, das minhas limitações e da limitação do outro. 
Amor é como uma construção: escolhe-se o terreno, as fundações e a base para que a obra seja realizada, os tijolos vão sendo colocados um a um, até que a casa seja coberta e todo o acabamento interior seja feito. Depois virão os jardins, os detalhes, os cuidados. 

E é por isso que o amor não pode ser urgente: uma casa feita às pressas, com material de qualidade inferior, tende a cair antes do tempo. Imaginem se os tijolos desta casa, que é o amor, forem assentados com areia e água? 

Sonhos são muito bonitos nas novelas, mas, na vida real, os caminhos não são prontos. Os caminhos de um casal se fazem pela descoberta das alegrias e das tristezas que os dois podem viver. Estes se fazem ainda pela capacidade de reconhecer no outro aquele que me faz feliz, mas não apenas a única pessoa do mundo que me faz feliz, mas que me completa em parte da vida, que é muito mais do que apenas uma pessoa ou um único motivo. 

“Quem quer o amor precisa dar tudo o que tem para possuí-lo (Mt 13,44)” e é por isso que o amor exige dedicação e decisão.

Se você ainda não está pronto para isso, pense se não é tempo de se autoconhecer para conviver com o amor, mas também não espere que esteja 100% pronto para vivê-lo, pois a perfeição não existe, ainda mais quando falamos de seres humanos. 

E lembre-se: para tudo existe um tempo: amor, afetividade, sexualidade, cada um deve e precisa acordar em seu tempo, até mesmo para que as experiências fora do tempo e erradas não se tornem marcas negativas no futuro.
Elaine Ribeiro - Cancao Nova

RECONSTRUIR E RECOMEÇAR


As catástrofes causadas pelas chuvas geram sofrimentos que cortam o coração. Compartilhar a dor de sonhos desfeitos, a desolação da perda do que se conquistou com suor e sacrifícios, o sentimento de abandono e impotência, desafiam o coração, a vida, a cidadania. Não é um compartilhamento fácil.
A reação primeira aparece nos gestos de solidariedade que minimizam esses sofrimentos e a penúria da falta de alimentos, roupas, moradias. Consola o coração quando avaliamos, entre outras iniciativas cidadãs e de fé, o empenho do Vicariato Episcopal para Ação Social e Política, da Arquidiocese de Belo Horizonte. Um trabalho que mobiliza muitas pessoas e conta com a capilaridade de sua rede de comunidades nas paróquias para fazer chegar os primeiros socorros – um verdadeiro testemunho de fé e solidariedade.

A situação cria oportunidade para um olhar clarividente e gestos solidários por parte de todos que podem e devem ajudar os que estão em situação de extrema precisão. É um momento em que não é permitido ficar de longe, de braços cruzados, desfrutando do conforto e da felicidade de não ter sido atingido pelos males causados pelas chuvas. Esta solidariedade tem que conectar a cidadania à compreensão de que a intervenção do poder público, particularmente em âmbito federal, não pode ser considerada como uma ajuda circunstancial e numericamente insignificante diante das necessidades e urgências. Trata-se de uma obrigação e um dever que, na verdade, devem ser cumpridos com ações de prevenção e rapidez em investimentos de infraestrutura, para evitar as surpresas que chegam desmoronando tudo por conta das indicadas e listadas fragilidades.

Esta compreensão situa a cidadania num lugar diferente daquele de se tratar o povo como “ajudados em emergência” para se alcançar e efetivar um entendimento que urge um tratamento diferente. Isto é, um tratamento que define diferentemente as prioridades, premie a capacidade inventiva de quem trabalha, governa e serve. De modo especial, produza e sustente uma cidadania que não fique atrelada e dependente de favores, refém de configurações cartoriais. Que vá além, e ultrapasse o limite próprio e evidente que está na ideologia do partido, que por si é apenas, embora necessário, uma parte.

Esse horizonte, com mais de 180 municípios mineiros em estado de emergência e mais de 60 mil pessoas desalojadas, tendo bem em mente o sacrifício de famílias inteiras e de cada pessoa, nos leva a pensar no longo caminho a ser percorrido, com a reconstrução de casas, ruas, pontes, estradas e outras muitas demandas. Ainda que o tempo tenha melhorado, o comprimento desse caminho não fica encurtado. É preciso lembrar que as necessidades demandam urgências em procedimentos e execuções.

Um desafio enorme para uma sociedade que sabe criar burocracias e tem grande dificuldade de estabelecer rapidez, com eficiência, no atendimento de necessidades e mesmo nos avanços em vista de progressos e do desenvolvimento integral. Esse caminho longo, por si só exigente, é um grito a céu aberto para que as providências sejam tomadas com velocidade para que a vida de tantos volte ao normal e seja como ela deve ser. Há de se incluir, nessa labuta que as chuvas colocaram como desafio, a compreensão de que é hora e oportunidade para recomeçar. Reiniciar, em primeiro lugar, sob o signo da solidariedade, do respeito e do amor, proporcionando a toda a família e, na sociedade, diálogos e discussão dos problemas pensando uma compreensão e vivência cidadãs diferentes e qualificadas. Esse é o ponto de partida insubstituível: a configuração permanente de um humanismo que deve contar com a força da cultura e de seus próprios valores. Imprescindível, pois é preciso aprender com as lições dos sofrimentos. Aproveitar para adotar novos estilos de vida e mudar mentalidades. Mudanças para se buscar o verdadeiro, o belo, o bom e a comunhão cidadã para bem se determinar as opções de consumo, de poupança e de investimentos.

Assim, o caminho da reconstrução, inevitável e inadiável, se torne uma exigência e um imperativo para que se compreenda a cidadania como serviço à pessoa, à cultura, à economia e à política. Determinante seja a política e a atuação dos políticos, em interface indispensável e compreendida como o segredo do êxito, com os outros segmentos da sociedade, alavancados pelo privilégio da rica cultura que subsidia essa história e esse povo tão importantes no cenário nacional.
A reconstrução é uma oportunidade de recomeçar para se ocupar, social e politicamente, o lugar devido que Minas e seu povo merecem.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

17 de janeiro de 2012

EVANGELHO DO DIA (Quarta e Quinta-feira)

Ano B - Dia: 18/01/2012-Quarta-feira
Jesus cura o homem da mão aleijada
Mc 3,1-6
Jesus foi outra vez à sinagoga. Estava ali um homem que tinha uma das mãos aleijada. Estavam também na sinagoga algumas pessoas que queriam acusar Jesus de desobedecer à Lei; por isso ficaram espiando Jesus com atenção para ver se ele ia curar o homem no sábado. Ele disse para o homem: 
- Venha cá! 
E perguntou aos outros: 
- O que é que a nossa Lei diz sobre o sábado? O que é permitido fazer nesse dia: o bem ou o mal? Salvar alguém da morte ou deixar morrer? 
Ninguém respondeu nada. Então Jesus olhou zangado e triste para eles porque não queriam entender. E disse para o homem: 
- Estenda a mão! 
O homem estendeu a mão, e ela sarou. Logo depois os fariseus saíram dali e, junto com as pessoas do partido de Herodes, começaram a fazer planos para matar Jesus. 

Leitura Orante 
Saudação 
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai, 
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, 
no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 
Preparo-me para a Leitura, rezando: 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo 
Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", 
ficai conosco, 
aqui reunidos (pela grande rede da internet), 
para melhor meditar 
e comungar com a vossa Palavra. 
Sois o Mestre e a Verdade: 
iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. 
Sois o Guia e o Caminho: 
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: 
transformai nosso coração em terra boa, 
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 
(Bv. Alberione) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto na Bíblia: Mc 3,1-6. 
Era sábado. Jesus entrou na sinagoga e ensinava. Lá também estava um homem que tinha a mão aleijada. E estavam lá pessoas espiando se Jesus curaria no sábado. Espreitavam, como diz o Salmo: "Homens cruéis estão fazendo planos contra mim"(Sl 59, 4).O homem que tinha a mão aleijada centralizou as atenções. Para Jesus, a vida é mais importante que o sábado. E mais: ele é o Senhor do sábado. E já se manifestou sobre esta questão, afirmando que omitir socorro possível nestas situações, é fazer um mal. Primeiro, Jesus manda que o homem fique em pé e na frente de todos. Depois questiona: "é permitido neste dia fazer o bem ou o mal? Salvar da morte ou deixar morrer?" Disse ao homem que estendesse a mão. E, assim, o curou. Os fariseus, por falta de razão, e apegados à sua pretensa superioridade, "ficaram furiosos" e passaram a fazer planos para matar Jesus. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Mais uma vez me é apresentada a questão do legalismo, de um lado; e, de outro, a defesa da vida, da pessoa segundo o Projeto de Deus. 
Os bispos, em Aparecida, disseram: " Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e, ao mesmo tempo, o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos "a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus" (Mc 1,1). Como filhos obedientes á voz do Pai queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n'Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação." (DAp 103). 
Minha vida reflete o que Jesus diz e faz ou há contradições? O meu Projeto de vida é o do Mestre Jesus Cristo? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo com o bem-aventurado Alberione: 
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste 
em conhecer a ti e ao Pai. 
Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo! 
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, 
porque és o único caminho para o Pai. 
Faze-nos crescer no teu amor, 
para que sejamos, como o apóstolo Paulo 
testemunhas vivas do teu Evangelho. 
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos, 
guardaremos tua Palavra, 
meditando-a no coração. 
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Como dizem os bispos da América Latina: "nós, como discípulos e missionários de Jesus, queremos e devemos proclamar o Evangelho, que é o próprio Cristo. Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas. Os cristãos são portadores de boas novas para a humanidade, não profetas de desventuras." (DAp 30). 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Ano B - Dia: 19/01/2012 - Quinta-feira
Todos procuram Jesus
Mc 3,7-12
Jesus e os discípulos foram até o lago da Galiléia. Junto com ele ia muita gente da Galiléia, da Judéia, de Jerusalém, da Iduméia, do lado leste do rio Jordão e da região de Tiro e de Sidom. Todos iam ao encontro de Jesus porque ouviam falar a respeito das coisas que ele fazia. Jesus pediu aos discípulos que arranjassem um barco para ele a fim de não ser esmagado pela multidão. Pois ele estava curando tanta gente, que todos os doentes se juntavam em volta dele para tocá-lo. E as pessoas que tinham espíritos maus, ao verem Jesus, caíam aos pés dele e gritavam: 
- O senhor é o Filho de Deus! 
Mas Jesus proibiu duramente os espíritos de dizerem quem ele era. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém 
Senhor, nós te agradecemos por este dia. 
Abrimos, com este acesso à internet, 
nossas portas e janelas para que tu possas 
Entrar com tua luz. 
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de 
Nossos caminhos, 
As cores de nossas palavras e gestos, 
A dimensão de nossos projetos, 
O calor de nossos relacionamentos e o 
Rumo de nossa vida. 
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto Mc 3,7-12. 
Jesus se manifesta como Filho de Deus que liberta e cura. É aquele que veio para "que todos tenham vida". Manifesta-se como Filho de Deus feito homem, ao pedir aos discípulos que arranjassem um barco para ele a fim de não ser esmagado pela multidão. Vê-se aqui Jesus Cristo com atitudes muito humanas. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram: "Na Igreja católica temos tudo o que é bom, tudo o que é motivo de segurança e de consolo! Quem aceita a Cristo: Caminho, Verdade e Vida, em sua totalidade, tem garantida a paz e a felicidade, nesta e na outra vida!"(DAp 246). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração 
Jesus, Mestre: 
que eu pense com a tua inteligência, com a tua sabedoria. 
Que eu ame com o teu coração. 
Que eu veja com os teus olhos. 
Que eu fale com a tua língua. 
Que eu ouça com os teus ouvidos. 
Que as minhas mãos sejam as tuas. 
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. 
Que eu reze com as tuas orações. 
Que eu celebre como tu te imolaste. 
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Sinto-me discípulo/a de Jesus. 
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, 
acolhido no meu coração e no coração das demais pessoas. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp

ELE VEIO PARA CHAMAR OS PECADORES

Jesus viajou pouco. Uma boa parte de sua missão se desenvolveu às margens do Mar da Galileia, também chamado Lago de Genesaré. Algumas vezes foi a Jerusalém, teve contato com populações do outro lado do Lago, fez uma incursão em Tiro e Sidônia, um giro pela chamada Decápole e basta. No entanto, é a qualidade de seu relacionamento com as pessoas e situações que faz a diferença. Seus doze apóstolos e com eles os cerca de setenta e dois discípulos, mais algumas mulheres que caminhavam com ele, foram o grupo escolhido, tirado do meio da multidão, para espalhar o anúncio do Reino de Deus.

Os apóstolos eram gente simples. Cheios de qualidades e defeitos, muito parecidos conosco. Alguns pescadores, André, Simão Pedro, Tiago e João, chamados à beira do Lago, um Simão que fazia parte do grupo radical dos zelotas, gente ingênua como Filipe ou desconfiada como Bartolomeu. De Judas Tadeu dizem ter sido funcionário público, de Judas que foi o traidor. Tomé, que nos ajudou tanto com sua profissão de fé – “Meu Senhor e meu Deus!” – é conhecido como o homem de dúvida! 
Em Mateus, cuja história é narrada no Evangelho com alguns detalhes (Mc 2,13-17), vem em relevo a fama de pecador e a profissão de publicano. É que as duas categorias andavam juntas, pois os publicanos com frequência tratavam com os não judeus e abusavam do cargo de coletores de impostos em nome dos romanos, pelo que eram odiados e classificados entre os pecadores. O chamado de Jesus supera preconceitos e convenções. A lista dos primeiros já mostra porque todos nós encontramos lugar!

O Senhor não pretende formar uma casta ilibada de homens e mulheres perfeitos. Ele chama decididamente a todos. Há lugar para os pecadores, quanto se reconhecem como tais. Não consegue entrar no Reino quem se incha de orgulho e olha do alto a plebe ignara! Outro publicano, aquele da oração ao lado do fariseu (Lc 18,9-14), na parábola contada por Jesus, encontrou a justificação justamente porque “quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado”. Parece até que Jesus prefere os mais fracos! Basta ver a multidão de estropiados, cegos, surdos-mudos, paralíticos, marginalizados de toda espécie, que dele se aproximam. Contudo, a preferência de Jesus não é pelo pecado, quanto pelo pecador. Deus abomina o pecado, mas ama com amor infinito o pecador. Contar vantagem dos próprios pecados ou crimes não é ser pecador. Há muitos outros adjetivos a serem atribuídos a tal situação. 

O relativismo reinante em nosso tempo pretende nivelar tudo, sem discernimento. Qualquer palavra do Papa e dos Bispos em matéria moral é entendida como intromissão indevida num mundo em que vale tudo e em que se perdeu o sentido do pecado. Vale o exemplo das reações contra afirmações de Bento XVI na semana passada em audiência aos Diplomatas acreditados no Vaticano, quando disse que “a educação tem necessidade de lugares. Dentre estes, conta-se em primeiro lugar a família, fundada sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher; não se trata duma simples convenção social, mas antes da célula fundamental de toda a sociedade. Por conseguinte, as políticas que atentam contra a família ameaçam a dignidade humana e o próprio futuro da humanidade”. 

Para sermos “incluídos” na categoria de pecadores como se entende na Bíblia e na Igreja, alguns passos sejam dados, começando pelo reconhecimento das próprias limitações e fraquezas. Depois, a coragem de dizer que carecemos da misericórdia. Ora, para reconhecer-se pecador é necessário tomar consciência do que é o pecado, ou seja, saber que existe pecado.
O pecado é uma falta contra a razão, a verdade, a reta consciência. É uma falha contra o verdadeiro amor para com Deus e para com o próximo, por causa de um apego perverso a certos bens. Fere a natureza do homem e atenta contra a solidariedade humana. O pecado é uma ofensa a Deus, é contrário ao amor que Deus nos tem e afasta dele os nossos corações. É uma desobediência, uma revolta contra Deus, pela vontade de os homens se tornarem como deuses, pretendendo conhecer e determinar por si próprios o que é bem e o que é mal (Gn 3, 5), ignorando a lei inscrita por Deus na consciência. Ele é o amor de si próprio levado até ao desprezo de Deus. Por esta exaltação orgulhosa de si mesmo, o pecado é diametralmente oposto à obediência de Jesus, que realizou a salvação (cf. Catecismo da Igreja Católica, números 1849-1851).

O pecado manifesta a sua violência e a sua multiplicidade: incredulidade, ódio assassino, rejeição e escárnio por parte dos chefes e do povo, covardia de Pilatos e crueldade dos soldados, traição de Judas tão dura para Jesus, negação de Pedro e abandono dos discípulos. No entanto, o sacrifício de Cristo torna-se a fonte de onde brotará, como fonte inesgotável, o perdão dos nossos pecados.
Reconhecer o pecado à luz da misericórdia de Deus gera então o passo dado por Mateus, o dever de deixar a vida passada e andar na companhia de Jesus, pois o processo de conversão é longo e exigente. Nele será necessária a ajuda mútua entre irmãos e irmãs de fé, para que todos tenham a força para perseverar até o fim. Mas a alegria do perdão resplandece desde o primeiro momento. É a festa do encontro com Deus!
Para viver assim, peçamos com a Igreja: Ó Deus, atendei como pai às preces do vosso povo; dai-nos a compreensão de nossos deveres e a força de cumpri-los!
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA