A Palavra de Deus

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DOPAS

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23 de janeiro de 2016

O que você precisa saber sobre a diabetes

O que você precisa saber sobre a diabetes


O que é diabetes e o que eu preciso saber? Este pode ser um de seus questionamentos

Percebemos, cada vez mais, como é importante darmos atenção à nossa saúde, conhecendo algumas doenças que, com frequência, têm “batido à nossa porta”

De acordo com dados de 2013, o diabetes já afeta aproximadamente 371 milhões de pessoas no mundo; aqui no Brasil, nós somos o quarto país do mundo em número de casos; são quase 13,4 milhões de brasileiros.

Mas o que é a diabetes?

Também conhecida como Diabetes Mellitus (DM), é uma doença caracterizada pela elevação da glicose no sangue.

Vamos entender: os alimentos sofrem digestão e se transformam em açúcar, chamada glicose, que é absorvida para o sangue. A glicose no sangue é usada pelo nosso organismo como energia. Porém, a sua utilização depende da presença de insulina.

A diabetes pode ocorrer devido a defeitos na secreção ou na ação desse hormônio, que é produzido em células do pâncreas. Quando a glicose não é bem utilizada pelo organismo, ela se eleva no sangue, o que chamamos de ‘hiperglicemia’. Diabetes é, portanto, a elevação da glicose no sangue.
Entendendo um pouco o que é a insulina

A função principal da insulina é promover a entrada de glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação resulta em acúmulo de glicose no sangue, o que chamamos de hiperglicemia.

Essa doença pode se manifestar em nós de algumas formas, mas, na maioria dos casos, aparece sob essas duas formas: Diabetes Tipo 1 e Diabetes Tipo 2.
Diabetes Tipo 1 (DM 1)

Neste tipo da doença, as células pancreáticas são destruídas (por um problema imunológico, por exemplo) e deixam de produzir a insulina. Dizemos que esse organismo agora se torna insulino-dependente, já que não consegue produzi-la.
Diabetes Tipo 2 (DM 2)

Já neste caso, que estão incluídos quase 90% dos casos, o organismo produz a insulina, mas a sua ação está comprometida. Dizemos, portanto, que esse organismo está resistente à insulina, já que ele a produz, mas não faz uso dela.

Existem outro tipos ainda de diabetes causadas por defeitos genéticos ou problemas no pâncreas, ou até mesmo podendo se desenvolver durante a gestação (Diabetes Gestacional).

Para saber se estamos com esta doença, precisamos fazer a dosagem da glicose no sangue por meio de exames bioquímicos e, a partir daí, se for detectado, começar o tratamento indicado para cada caso. Esse tratamento envolve o uso de medicamentos, prática de atividades físicas e mudanças nos hábitos alimentares, que são de extrema importância para o controle da glicemia.

O objetivo principal do tratamento é controlar os níveis de açúcar no sangue, evitando hipoglicemias (baixa taxa de açúcar no sangue) e hiperglicemias (altas taxas de açúcar no sangue).
Vamos conhecer algumas dicas importantes para quem precisa cuidar da diabetes:

Ficam, então, as dicas, mas não se esqueçam de ter acompanhamento nutricional e médicos regulares para garantir a eficácia do tratamento.

Que Deus nos abençoe e nos dê a graça de, a cada dia, nos deixarmos ser cuidados também por Ele!

“Ora nós somos o templo do Deus vivo, como disse o próprio o Senhor: No meio deles habitarei e andarei: serei o seu Deus e eles serão o meu povo.” (2 Cor 6, 16)
Cristiane Zandim - É missionária na comunidade Canção Nova desde 2011. Cursou Nutrição na Universidade Universidade Federal Dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM).

A importância da família para a Igreja

A importância da família para a Igreja

A Igreja opõe-se a todas as formas de negação da vida humana e sustenta aquilo que promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar

Foi realizada em Roma, junto ao túmulo do Apóstolo São Pedro, a peregrinação internacional da família dentro do Ano da Fé. Esse evento, que reuniu 150 mil famílias, coincidiu com o encerramento da XXI Assembleia Plenária do Pontifício Conselho da Família. Constaram desse evento três jornadas dedicadas ao estudo e ao debate no 30º aniversário da Carta dos Direitos da Família, publicada pelo mesmo dicastério vaticano em 22 de outubro de 1983, sob o Pontificado do Beato João Paulo II. O encontro, aberto ao público, debateu os “Novos horizontes antropológicos e os direitos da família”.

Declarou o Arcebispo Dom Vincenzo Paglia, presidente do Conselho Pontifício para a Família, em entrevista à Rádio Vaticano, que esta Carta dos Direitos da Família é defendida e valorizada como meio “para que não nos esqueçamos de que a família, como sujeito jurídico, é uma dimensão que transpassa os séculos, que não nasceu anteontem nem há cem anos. Há uma dimensão que atravessa a história, que fez da família o primeiro lugar em que aprendemos a estar juntos: a família é o primeiro ‘nós'”.

As profundas palavras do Santo Padre, o Papa Francisco, nesse evento, assim como a celebração, deixam claro a importância do tema nesse momento da história da humanidade. Ele recordou no encontro: “Quisestes chamar a este momento “Família, vive a alegria da fé!”. Gosto deste título! Entretanto, escutei as vossas experiências, os casos que contastes. Vi tantas crianças, tantos avós… Pressenti a tristeza das famílias que vivem em situação de pobreza e de guerra. Ouvi os jovens que se querem casar, mesmo por entre mil e uma dificuldades. E então nos surge a pergunta: Como é possível, hoje, viver a alegria da fé em família? Mas eu pergunto-vos também: “É possível viver esta alegria ou não é possível?”. Na Missa do domingo, na Praça de São Pedro, ele resumiu em três tópicos: a família reza, a família guarda a fé, a família vive a alegria. E concluiu: “E, acima de tudo, um amor paciente: a paciência é uma virtude de Deus e nos ensina, na família, a ter este amor paciente um com o outro. Ter paciência entre nós. Amor paciente. Só Deus sabe criar a harmonia a partir das diferenças. Se falta o amor de Deus, a família também perde a harmonia, prevalecem os individualismos, apaga-se a alegria. Pelo contrário, a família que vive a alegria da fé, comunica-a espontaneamente, é sal da terra e luz do mundo, é fermento para toda a sociedade.”

A família foi querida por Deus desde que o Criador concedeu Adão e lhe deu Eva como esposa, determinando que habitassem a Terra e se perpetuassem pelo seu amor esponsal. Sabemos como a instituição familiar tem sido atacada por todos os lados: instituições internacionais, legislações ideológicas, decretos do executivo, julgamentos nos tribunais, propaganda sistemática na mídia – por todos os lados há muito mais facilidade de se colocar contra a família do que a construção dos valores positivos e essenciais dela. São tempos difíceis para a família e é muito importante que, ao ser valorizada, saibamos da campanha contrária a ela em tantos âmbitos de nossa sociedade. Como cidadãos, temos o direito de dar nossas opiniões e manifestar nossas convicções, que são importantes para o futuro da humanidade.

Assim, o Papa conclamou os jovens voluntários no seu encontro no Riocentro durante a JMJ Rio 2013: “Deus chama para escolhas definitivas, Ele tem um projeto para cada um: descobri-Lo. Responder à própria vocação é caminhar para a realização feliz de si mesmo. A todos Deus chama à santidade, a viver a sua vida, mas tem um caminho para cada um. Alguns são chamados a se santificar constituindo uma família por meio do sacramento do matrimônio. Há quem diga que hoje o casamento está “fora de moda”. Está fora de moda? [Não…]. Na cultura do provisório, do relativo, muitos pregam que o importante é “curtir” o momento, que não vale a pena comprometer-se por toda a vida, fazer escolhas definitivas, “para sempre”, uma vez que não se sabe o que reserva o amanhã. Em vista disso, eu peço que vocês sejam revolucionários, eu peço que vocês vão contra a corrente; sim, nisto peço que se rebelem contra esta cultura do provisório, a qual, no fundo, crê que vocês não são capazes de assumir responsabilidades, crê que vocês não são capazes de amar de verdade. Eu tenho confiança em vocês, jovens, e rezo por vocês. Tenham a coragem de “ir contra a corrente”. E tenham também a coragem de ser felizes!”

O Documento de Aparecida nos fala dessa importância de valorizar a família e de tutelar os seus direitos neste tempo de mudança de época: a família não é uma mera instituição natural; antes, faz parte do projeto do Criador (cf. Gn 1,27), de modo que “pertence à natureza humana que o homem e a mulher busquem um no outro sua reciprocidade e complementaridade” (n. 116). Na plenitude dos tempos, o Filho de Deus assumiu a nossa natureza humana e, “optando por viver em família em meio a nós, a eleva à dignidade de ‘Igreja doméstica’” (n. 115). O amor conjugal “é assumido no sacramento do matrimônio para significar a união de Cristo com sua Igreja” (n. 117; cf. 175g; 433s). É na família que a pessoa “descobre os motivos e o caminho para pertencer à família de Deus” (n. 118).

O Beato João Paulo II, na Carta às Famílias de 1994, ensinou que: “Dentre essas numerosas estradas, a primeira e a mais importante é a família: uma via comum, mesmo se permanece particular, única e irrepetível, como irrepetível é cada homem; uma via da qual o ser humano não pode separar-se.” Com efeito, normalmente ele vem ao mundo no seio de uma família, podendo-se dizer que a ela deve o próprio fato de existir como homem. Quando falta a família logo à chegada da pessoa ao mundo, acaba por criar-se uma inquietante e dolorosa carência que pesará depois sobre toda a vida. A Igreja une-se com afetuosa solicitude a quantos vivem tais situações, porque está bem ciente do papel fundamental que a família é chamada a desempenhar. Ela sabe, ainda, que normalmente o homem sai da família para realizar, por sua vez, num novo núcleo familiar, a própria vocação de vida. Mesmo quando opta por ficar sozinho, a família permanece, por assim dizer, o seu horizonte existencial, como aquela comunidade fundamental onde se radica toda a rede das suas relações sociais, desde as mais imediatas e próximas até as mais distantes. Porventura, não usamos a expressão “família humana” para nos referirmos ao conjunto dos homens que vivem no mundo? (cf. número 02).

A Igreja protege a família, célula sacramental que nasce do amor de um homem e de uma mulher, em caráter indissolúvel, aberto à vida, promovendo três colunas vitais como direitos inalienáveis: primeiro, a dignidade da pessoa humana; segundo, o sacramento do matrimônio e terceiro a inviolabilidade da vida e da família. Assim como os dogmas estão para a fé católica, estes três pilares estão para a prática cristã dos batizados na Igreja Católica, que não devem se cansar de defender os direitos da família constituída pelo amor verdadeiro e eterno.

Desde sempre, o lar formado por Jesus, Maria e José é considerado como escola de amor, oração e trabalho. Da mesma maneira, contemplando a Família Sagrada somos chamados a mostrar ao mundo o amor, o trabalho e o serviço vividos diante de Deus, tal como os viveu a Sagrada Família de Nazaré. As condições de vida mudaram muito e progrediram enormemente nos âmbitos técnicos, sociais e culturais. Não podemos contentar-nos com estes progressos. Juntamente com eles, devem estar sempre presentes os progressos morais, como a atenção, a tutela e a ajuda à família, porque o amor generoso e indissolúvel de um homem e de uma mulher constitui o âmbito eficaz e o fundamento da vida humana na sua gestação, na sua iluminação, no seu crescimento e no seu termo natural.

A família nunca cairá de moda: só onde existem o amor e a fidelidade nasce e perdura a verdadeira liberdade. Por isso, a Igreja luta por adequadas medidas econômicas e sociais para que, no lar e no trabalho, a mulher encontre a sua plena realização, a fim de que o homem e a mulher que contraem matrimônio e formam uma família sejam decididamente apoiados pelo Estado; para que se defenda a vida dos filhos como sagrada e inviolável, desde o momento da sua concepção; a fim de que a natalidade seja dignificada, valorizada e apoiada jurídica, social e legislativamente. Por isso, a Igreja opõe-se a todas as formas de negação da vida humana e sustenta aquilo que promove a ordem natural no âmbito da instituição familiar.

Ensina o Concílio Ecumênico Vaticano II que: “Os próprios esposos, feitos à imagem de Deus e estabelecidos numa ordem verdadeiramente pessoal, estejam unidos em comunhão de afeto e de pensamento e com mútua santidade, de modo que, seguindo a Cristo, princípio da vida, se tornem, pela fidelidade do seu amor, através das alegrias e sacrifícios da sua vocação, testemunhas daquele mistério de amor que Deus revelou ao mundo com a sua morte e ressurreição” (GS 52).

O Documento de Aparecida nos ensina que a família se deve tornar “um dos eixos transversais de toda ação evangelizadora da Igreja” (n. 435) – e neste âmbito a “infância” se torna destinatária de uma ação “prioritária” da Igreja (n. 438). Por isso, a pastoral familiar – em suas mais variadas expressões – há de “comprometer de maneira integral e orgânica as outras pastorais, os movimentos e associações matrimoniais e familiares a favor das famílias” (n. 437a). A principal bandeira para valorizar a família é promover a formação e ação de leigos competentes, animá-los a organizar-se para defender a vida e a família, e estimulá-los a participar em organismos nacionais e internacionais.

Que a Sagrada Família proteja as nossas famílias e que seus direitos sejam respeitados para o próprio bem do futuro da humanidade!
Autor: Cardeal Dom Orani João Tempesta

No casamento, ame!

No casamento, ame!

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
No casamento ame para que o sacramento se torne fonte de cura

Quando um homem e uma mulher se unem diante de Deus para formar uma família, seu relacionamento se transforma num instrumento de cura um para o outro. Eu tenho muita pena quando o verdadeiro sacramento do matrimônio é abandonado. Quando o marido e a esposa decidem viver um longe do outro por causa das feridas que um causou no outro ao longo de suas vidas. Eu tenho muita pena, porque este relacionamento longe de Deus se transformou numa arma, porque conviveram juntos e sabem dos limites um do outro. Por isso no casamento, ame.

Qual a maneira concreta para o sacramento se tornar instrumento de cura um para o outro? “Faze o que fazes com doçura” (cf. Eclesiástico 3-19). Se você faz todas as coisas com doçura, ganha o afeto da pessoa que está com você. Quando somos doces, mais do que ser estimado e reconhecido nós ganhamos o afeto da pessoa, porque afeta a pessoa que é querida e é amada. O que é dar afeto? É você afetar a pessoa; e nós afetamos uns aos outros quando, no decorrer do dia, fazemos tudo com doçura.

Exemplos de gestos de amor

Eu não estou falando de coisas que fogem do seu dia a dia, mas das coisas que você faz no ordinário da vida. Quando prepara a mesa do café, fazendo do jeito que o seu marido gosta, do jeito que seus filhos gostam de se sentar à mesa, preparando as coisas com carinho, porque você já os conhece, você já sabe o que cada um vai pegar na mesa. Estou falando da maneira que você chega no seu trabalho, da forma que você dirige; eu estou dizendo do momento do almoço ou do jantar, quando vocês se encontram para compartilhar a refeição. Falo de uma palavra que você dirige à sua esposa. Já que você tem de fazer estas coisas, faça com ternura, faça de forma doce; não é fazer mais coisas, é fazer o que você já faz com bondade e ternura. Há pessoas que dizem: “eu já faço tudo o que ele gosta”; mas, às vezes, falta doçura no fazer. Não fez de maneira terna. Não importa só o fato de darmos algo, mas sim a forma como o fazemos.

A Palavra nos diz que, quando agimos assim, ganhamos mais do que uma estima, ganhamos afeto. Estima é levar uma joia ao joalheiro e lhe perguntar: “Quanto o senhor estima o valor desta joia?”, ou seja, é aquilo que tem valor por si só, é aquilo que admiramos. Admirar é reconhecer o valor do outro e, na admiração, pode haver uma certa distância. Nós podemos admirar até um inimigo, reconhecer que ele tem qualidades. Mas afeto é diferente, há admiração.

Casamento sobrevive de doçura, de ternura, de toque, ou seja, a pessoa foi atingida por outra que está na mesma condição que ela. Às vezes, nós amamos uma pessoa que não nos ama, mas a força do amor é tão grande que, quando passamos a amá-la, ela, que não nos amava antes, passa a nos amar. É tão grande a força do amor que você acaba fazendo a outra pessoa amar você também. É algo simples? Sim é simples. Mas é fácil amar? Fácil não é, mas é o único caminho para a transformação da outra pessoa.

3 pontos necessários para a mudança do outro

Quando queremos que uma pessoa mude, há três coisas simples e poderosas que podemos fazer:

1º) Usar, no relacionamento, a máxima exigência com você mesmo;
2º) Ter o máximo de compreensão com a outra pessoa;
3º) Ter sempre um sorriso para ela.

No casamento, nós exigimos o máximo de compreensão do outro, mas o que transforma não são as exigências com ele, mas com nós mesmos. Exigência para nós e compreensão para os outros.

Muitas vezes, erramos, porque colocamos o foco no lugar errado. Quando eu cobro do outro o que eu não dou, as coisas não mudam. Como é diferente um casal que troca palavras de carinho, de apoio e elogios! Como é bom encontrar um casal que se promove, que se ama. Como é bom encontrar uma mulher apaixonada pelo marido, que, quando tem algo a dizer dele, é sempre uma coisa boa!

Como é bom encontrar um marido que ama, tem uma verdadeira devoção à sua mulher! É claro que há brigas para colocar as coisas nos eixos, mas não daquela que destrói. Como é ruim encontrar casais que só tem uma palavra más, críticas mordazes, daquelas que são como uma uma punhalada no coração. Quantos casais destroem os casamentos por causa de críticas! Não só críticas para o cônjunge, mas também para os filhos, quando começam a ser cruéis com os filhos.

A Palavra de Deus se preocupa tanto com isso que São Paulo, em uma de suas cartas, diz que um dia nós vamos prestar contas de cada palavra inconsiderada que dissemos, porque a maioria das feridas existentes dentro de um casamento acontecem por causa das palavras. A flecha atirada e a palavra proferida não tem volta, diz um provérbio. A palavra fere como a flecha. Quantos casamentos se esvaziaram por palavra malditas! Quantos casais entraram nos casamentos felizes e encantados, mas, no momento de um apoiar o outro, começaram as palavras de destruição? Irmãos, nós vamos prestar contas a Deus por causa dessas palavras de destruição.

Se o marido soubesse o quanto as palavras ditas, na hora do nervoso e da raiva, destroem as mulheres, eles não as diriam. A raiva e as brigas passam, mas as palavras ficam lá dentro, cozinhando no coração da pessoa que você ofendeu. Se as mulheres soubessem a força que suas palavras têm, quando são proferidas contra o marido, elas não as diriam. É que homem tem a mania de fazer de conta que não está ouvindo, mas aquilo fica armazenado dentro do coração. No entanto, quando explode, leva junto o casamento.

Há coisas que não são amor. Somos, a todo momento, enganados pelas novelas, pelos filmes com os homens perfeitos com as mulheres perfeitas, com o beijo perfeito. Isso é mentira, isso é ilusão, isso não existe. Você quer saber o que é amor? É quando um homem olha para sua esposa, sabe que ela teve um dia difícil e, por isso, ela está sendo áspera nas palavras. Para não brigar com ela, ele se cala.

Amor é quando, depois de ter brigado, de ter discutido, ainda preparar uma cama gostosa para os dois dormirem, pois não conseguem dormir sem dizer uma palavra boa um para o outro. Isso é amor!
Canção Nova

Como lidar com pessoas pessimistas?

Saiba como lidar com pessoas pessimistas

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Já está mais do que provado que o bom humor colabora com a qualidade de vida, e sorrir é uma das melhores coisas do mundo. Mas a verdade é que encontrar pessoas realmente felizes em nossos dias é quase como descobrir um Oásis em meio ao deserto. Andamos tensos, apressados, conectados no telefone e sem tempo para olharmos com atenção as coisas boas da vida e sermos gratos. Por outro lado, ouvimos contantes reclamações a respeito da chuva, do calor, do governo, do transito, da crise etc. Talvez nem percebamos, mas são manifestações de pessimismo que, aos poucos, nos contagia. É claro que nem tudo são flores nesta vida, e coisas boas e ruins se alternam no dia a dia, alterando também nossos sentimentos a cada instante; mas, se temos como meta a felicidade, é preciso levantar depois das quedas, sacudir a poeira e seguir em frente com um sorriso de esperança sem se deixar levar pelas lamúrias. Afinal, como lidar com pessoas pessimistas?

O fato é que ter uma visão positiva ou negativa em relação aos acontecimentos é, antes de tudo, uma questão de escolha. A pessoa pessimista, por exemplo, consegue imaginar tudo de ruim que possa acontecer e não enxerga nada de bom que já esteja acontecendo. O otimista, ao contrário, mesmo que esteja na pior, tem tanta certeza que vai vencer, que passa pela dor com serenidade. E não é que esteja vivendo fora da realidade, mas é sua atitude em reconhecer quem é, e a certeza de que não está sozinho neste mundo, que o faz ir além. Portanto, se você é do tipo que fica muito chateado, ou até mesmo arrasado quando as coisas não acontecem do jeito que planejou, experimente, na próxima vez que isso acontecer, analisar a situação com calma e pedir para Deus lhe mostrar uma nova perspectiva do acontecimento. Se viver a experiência com fé e coragem, tenho certeza que vai se surpreender. Uma vez que optamos por andar nos caminhos de Deus, Ele nos proporciona graças em todas as situações, só que por vezes é preciso procurá-las.

Na adolescência, li um livro que me ajudou bastante nesse sentido. É um clássico de Eleonor Porter, chamado Polyana. O livro narra a história de uma menina pobre materialmente falando, mas com um entusiamo tão grande que conseguia contagiar até os corações mais duros e resistentes à alegria. Por exemplo, ela desejava muito ganhar uma boneca, mas recebeu um par de muletas por engano. Em vez de ficar triste, concluiu, com a ajuda do pai, que tinha um grande motivo para se alegrar: “O fato de não precisar de muletas”. Foi aí que começaram a jogar o “jogo do contente” como vieram a chamar a dinâmica que consiste em encontrar qualquer motivo para alegrar-se e agradecer a Deus por tudo que acontece seja o que for. Polyana ensinava o “jogo” a todos que encontrava, e o resultado foi uma transformação total da cidade. A história é linda e segue para um final feliz, é claro! Agora, na vida real, será que nós não podemos fazer algo parecido e levar um pouco de esperança e alegria aos corações abatidos?

A importância de mudar o ponto de vista

Não se trata simplesmente de pensar de forma positiva ou de tentar fazer coisas boas acontecerem com o poder dos pensamentos. Trata-se de ver as coisas do ponto de vista de Deus, lembrando que Ele nos ama e pedir que ele nos mostre como uma circunstância aparentemente negativa pode, na verdade, nos trazer algo de bom. Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito (Rm 8,28). Essa verdade gravada na Sagrada Escritura deve ser trazida à memória sempre que passamos por situações que nos contrariam, pois ela nos leva a enxergar segundo a perspectiva de Deus, que é bom e só deseja o bem para seus filhos.

Muitas vezes, não conseguimos mudar as situações, é verdade, mas quando fazemos opção pela confiança em vez do lamento em meio às provas, mudamos totalmente a maneira como lidamos com a vida e o mundo carece de atitudes assim. Façamos hoje a experiência de acreditar mais no amor de Deus e semear mais alegria e esperança nos corações em vez de queixar-se. Tenho certeza que isso dará um novo sentido a nossa vida. Porque sempre há um aceno do amor misericordioso de Deus em cada situação que vivemos.
Dijanira Silva - missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP).

16 de janeiro de 2016

Como ajudar os filhos a viverem o Ano da Misericórdia?

Como ajudar os filhos a viverem o Ano da Misericórdia?

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Saiba como ajudar os filhos a viverem o Ano da Misericórdia

O Papa Francisco nos convida à misericórdia de Deus. Do dia 8 de dezembro de 2015 a 20 de novembro de 2016, somos chamados a refletir, vivenciar e ensinar nossos filhos a obterem as graças deste ano e ajudarem o mundo a ser mais cristão nos anos vindouros. Nossa bússola é o documento do Papa, que nos recorda as obras de misericórdia corporais e espirituais.


Convido os pais a seguirem a trilha. Em primeiro lugar, “não nos deixemos cair na indiferença que humilha, na habituação que anestesia o espírito e nos impede de descobrir a novidade, no cinismo que destrói”. Precisamos acordar desse torpor que nos invade e adormece a consciência de muitos. Quantas notícias, em jornais e televisão, de catástrofes com nossos irmãos, e continuamos a nossa vida normalmente! Diante da lama derramada numa cidade de Minas Gerais, quem contribuiu para alimentar os famintos e enviar água para os sedentos, ou preferiu apenas discursar na mesa sobre o fato?


Continuando a nossa caminhada, o Papa nos convida a irmos ao encontro dos irmãos. “Abramos nossos olhos para ver as misérias do mundo, as feridas de tantos irmãos e irmãs privados da própria dignidade e sintamo-nos desafiados a escutar o seu grito de ajuda.” Abramos nossos armários de comida e de louças, e ensinemos nossos filhos a abrirem os seus armários de roupas e brinquedos, para dividir com quem não os tem, ou seja, viver o Evangelho.

Nessa trilha, no entanto, nossas obras não se restringem apenas às coisas materiais, mas nos pede que “as nossas mãos apertem suas mãos e os estreitemos a nós, para que sintam o calor da nossa presença, amizade e fraternidade”. Precisamos aprender a sair do individualismo e levar nossos filhos a auxiliar os enfermos, visitar presos e enterrar os mortos. A maioria dos pais querem poupar os filhos da dor do mundo, mas com isso os isolam dos acontecimentos que fazem parte do ciclo da vida familiar. Imagine se querem os filhos em contato com as dores do mundo! Com isso, nossas consciências estão adormecidas e as de nossos filhos nem foram despertadas.

Nessa reflexão, temos de nos lembrar não só das pessoas de fora, mas também de dentro dos lares e “que o seu grito se torne nosso e, juntos, possamos romper a barreira de indiferença que frequentemente reina soberana para esconder a hipocrisia e o egoísmo”. Isso acontece, porque o egoísmo está sendo gestado dentro dos lares, com o “discurso do meu”, onde as crianças não estão sendo ensinadas a partilhar com os irmãos de sangue. Como ensiná-las e fazê-las partilharem com estranhos?

Somos chamados neste ano a buscar a perfeição, abrir mão dos pecados e confessá-los para sermos perdoados, mas também a buscar a indulgência plenária para a reparação desse mal. Muitas famílias não conhecem o que significa isso, mas precisam aprender a partilhar com os filhos essa encíclica de acordo com a faixa etária. Para os filhos pequenos, nossa ação será a melhor forma de eles entenderem ou não sobre a Misericórdia de Deus. Para filhos maiores, é preciso conscientizá-los, a fim de que conheçam e busquem a misericórdia de Deus e do Evangelho, em especial a oferecida neste ano.

Se nos colocarmos como peregrinos, com o coração aberto e a mente transformada, com certeza estaremos mostrando aos nossos filhos a meta a ser alcançada: “Sermos misericordiosos como o Pai é misericordioso”, motivá-los à conversão e ao mergulho neste Ano da Misericórdia.
Ângela Abdo - é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. 

A felicidade é um mito?

A felicidade é um mito?

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Pode-se dizer que a felicidade é um mito?

Um mito é uma coisa inacreditável, um enigma, uma utopia, uma pessoa ou coisa incompreensível. É também uma interpretação alegórica de um fato real. Algumas pessoas são consideradas mitos, porque fizeram algo extraordinário, impensável para a época, quase impossível.
Dependendo da lente com a qual enxergamos o mundo e nos posicionas nele, a felicidade pode ser um mito para nós.

Se, por exemplo, digitarmos a palavra “felicidade” no Google, aparecerão mais de 34 milhões de possibilidades. Os primeiros resultados mostram frases feitas, atribuídas a pensadores, personalidades, intelectuais, artistas e pessoas desconhecidas. É essa a verdadeira felicidade da qual falamos e que nós cristãos almejamos? No dicionário, a felicidade se traduz em bem-estar, contentamento e bom êxito; é o estado de quem é feliz.

Novelas e redes sociais

Revistas, filmes, novelas e redes sociais nos apresentam pessoas sempre bonitas, bem vestidas, muito sorridentes em suas belas casas, desfrutando de longas viagens em lugares paradisíacos, com seus carros do ano, roupas de grife e cabelos da moda. São vidas que parecem tão absolutamente perfeitas, que alçam pessoas comuns ao status de “mito”, e atribui aquele estilo à felicidade. Afinal, nem todos nós teríamos condições de, um dia, usufruir essa vida cara, estereotipada e padronizada que nos é apresentada como modelo de felicidade.
Nessa ótica, talvez passemos pela vida considerando a felicidade um mito se assumirmos que precisamos de tal padrão para sermos felizes. Infelizmente, o que há de pessoas que não conseguem enxergar nem valorizar o que tem e, por isso, consideram-se infelizes, não está no gibi!

Jesus dá uma receita

Jesus deu uma receitinha boa de felicidade, que não tem nada de mitológica, ao contrário, está completamente ao nosso alcance, ao alcance da nossa essência, e se torna mais fácil ou mais difícil de viver conforme nosso comprometimento com Seu Evangelho. Essa “receita” está na passagem conhecida como o sermão das bem-aventuranças. Não vou descrever todas aqui, apenas atentar-me a um ponto:

“Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt5,7).
Entramos no Jubileu da Misericórdia. O Papa Francisco abriu a Porta Santa e declarou um Ano Santo, ou Jubileu da Misericórdia, o que significa a abertura de um caminho extraordinário para a salvação, um convite a voltarmos às raízes do Cristianismo, que não exclui ninguém, mas está de portas abertas para acolher a todos, sem distinção. Nisso consiste a verdadeira felicidade. A misericórdia não é um mito, ela é real, mas depende de nós para que se materialize em felicidade para nossa vida e para a vida dos demais.

A palavra “misericórdia” é a junção de dois termos latinos: miseratio (compaixão) + cordis (coração). Trazendo essa junção para nossa vida, entendemos como “ter o coração compadecido” pelos demais, com sentimentos e ações que demonstrem essa misericórdia. A compaixão pelo outro nos recorda a compaixão que o próprio Deus tem por cada um de nós.

Quem de nós é digno e merecedor

Quem de nós é digno e merecedor de tudo aquilo que Deus faz em nossa vida? Ele tem uma misericórdia infinita, que não leva em consideração nossa pequenez nem fraqueza, e só isso já deve ser motivo suficiente para sermos felizes. Por mais que não consigamos perceber a mão de Deus nas diferentes situações de nossa vida, a misericórdia nos alcança. Sejamos felizes por isso!
Eu o desafio a fazer um propósito em 2016: pare de falar que você não é feliz. Se as coisas estão ruins, reze e faça a sua parte, busque sair do seu lugar e tente fazer as coisas de maneira diferente. Passe menos tempo admirando a vida dos outros e esses estereótipos de felicidade, e mais tempo cultivando a sua vida, a sua família, os seus amigos, e construindo a sua história de felicidade. Seja misericordioso com quem está mais perto de você. Isso mesmo!

A felicidade é acessível

Então, que tal se, antes do julgamento, praticássemos a misericórdia entre nós, na nossa casa, no nosso trabalho e com a vizinhança? Que saiamos da superfície das relações, para agir com misericórdia, aproximando nosso coração do coração do outro. Que o nosso coração se dobre com a dor e a dificuldade do outro, que saibamos ser Jesus na vida das pessoas que estão perto de nós.
A felicidade não é um mito. Ela é acessível a nós e não depende de dinheiro, fama ou de seguirmos nenhum estereótipo. Ela passa entre outras bem-aventuranças, como a nossa atitude de misericórdia no mundo. Façamos as escolhas que podemos fazer e sejamos felizes com elas. Quanto àquilo que não podemos escolher, acreditemos na misericórdia de Deus e sejamos misericordiosos com quem está perto de nós.
Desejo a todos nós um 2016 de menos mitos e mais misericórdia!
Mariella Silva de Oliveira Costa - Mineira , esposa, católica, feliz e amante de uma boa prosa. Jornalista, professora universitária, cientista em formação e servidora pública,  Participa da Renovação Carismática Católica, desde 1998, 

Como se aceitar

Como se aceitar

Quem não aprende a viver consigo mesmo dificilmente conseguirá conviver com o próximo.

A vida é uma difícil aventura de viver consigo mesmo. Muito daquilo que vemos no outro é apenas reflexo do que nossa alma insiste em não aceitar. A este sentimento denominamos “projeção”. O outro, por vezes, se torna um espelho diante de uma realidade que não aceitamos em nós mesmos. A mais longa viagem que podemos fazer é para dentro do nosso próprio coração. Em territórios desconhecidos, os sentimentos, ainda não reconciliados com nosso coração, sempre são inimigos a serem combatidos em uma guerra sem fim. Entre o coração e a solidariedade há uma ponte de amor a ser atravessada.

Quem não aprende a viver consigo mesmo dificilmente conseguirá conviver com o próximo. Encontrar-se é uma arte. Somente quando aprendemos a caminhar com leveza, por entre os espinhos de nossa alma, é que conseguimos observar que as flores também se encontram lá, por vezes escondidas entre as ervas daninhas de nossa pressa existencial. O fruto da vida só é doce quando temos a coragem de vivenciar os processos de amadurecimento dos sentimentos que amargam a nossa história.

Muitos se acostumaram a fazer da vida um eterno plantão de reclamações. Acordam pela manhã reclamando do trabalho e das pessoas com quem terão de conviver durante o dia. Passam o dia reclamando de pequenas coisas que já se tornaram, em sua vida, montanhas de aborrecimentos. Aquilo que não aceitamos cria raízes em nossa alma.

Pessoas que se encontram nesta etapa de intolerância geralmente não consideram ninguém digno de confiança, não possuem amigos nem suportam ninguém. Não têm confiança em ninguém, porque não confiam em si mesmas; não têm amigos, porque são inimigas de si mesmas; não suportam nenhuma pessoa, porque não suportam mais a condição existencial na qual se encontram.

Muito mais triste do que reclamar, é alguém ter que conviver com todos esses sentimentos que fazem da alma um espaço de trevas, no qual as luzes do amor, da bondade e da paz não conseguem entrar. Acostumou-se a viver na escuridão de seus próprios sentimentos. Enxergar a luz do sol do amor e da paz é tão doloroso quanto assumir os erros diante das realidades tão claras na vida.

A mudança interior começa quando assumimos a nossa responsabilidade diante das escolhas que fazemos na vida. Não adianta culpar o outro pelo mundo que criamos em nosso coração. Somos os artesãos de nossas dores e alegrias. Por vezes, será preciso nos aventurarmos na descoberta de nós mesmos e adquirirmos a consciência das trevas que habitam nosso coração, e lutarmos para vencer uma batalha, na qual a luz será sempre um caminho a ser reencontrado.

Quem deseja enganar a si mesmo, com as ilusões que cria diante dos próprios erros, faz da vida uma mentira e se perde nos territórios paganizados de sua alma.

Jesus conhecia o coração do ser humano, por isso mesmo o Seu olhar era sempre de misericórdia. Os erros de um tempo passado só poderiam ser deixados para trás se a pessoa aceitasse trilhar novos caminhos ao encontro de si mesma.

A cada dia somos chamados a fazer da vida a mais bela escola, na qual cada erro se torna oportunidade de crescimento humano e espiritual. O futuro é o presente que construímos em nós mesmos.
Padre Flávio Sobreiro -  é vigário paroquial da Paróquia Santo Antônio, em Jacutinga (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).


A maior escravidão está no coração

A maior escravidão está no coração

Jesus quer nos libertar de toda escravidão emocional

Eu tenho certeza de que o Senhor pode fazer uma obra nova na nossa vida. Nós somos templos do Espírito Santo, consequentemente, existe, dentro de nós, a força de Deus.

O ser humano é fundamentalmente bom, porque foi criado à imagem e semelhança do Senhor. Mas, além deste bem, que é o Paráclito, existe também uma má tendência dentro de nós, por isso vivemos uma batalha entre o bem e o mal.

Papa Paulo VI já falava dessa luta que vivemos. Segundo ele, nós estamos em um constante campo de batalha; até quando dormimos ela continua. A partir do momento em que começarmos a confiar em nós mesmos e não em Deus, nós começaremos a perder essa luta. Em um campo de batalha, não podemos dormir no ponto, porque levamos um tiro. Então, temos de acordar para essa realidade de que nós estamos em combate. “Tudo me é perdido, mas nem tudo me convém” (1 Coríntios 6,12).

Precisamos ter uma atitude de reflexão e repensar a nossa vida, porque é na conversão e na calma que está a nossa salvação. Eu digo isso, porque estamos diante de uma geração profundamente ansiosa e agitada. Muitas vezes, nós fazemos escolhas erradas, das quais nos arrependemos depois. Deus nos pede que saiamos do ativismo da nossa vida e da agitação para escutá-Lo e repensar a nossa vida.

O laxismo é a mentalidade de fazer o que se quer e na hora que se quer. Hoje em dia, existem muitas pessoas perdidas, porque elas não têm raízes, princípios nem valores. Uma casa sem raiz qualquer vento derruba. Quem faz o que quer vai para onde não quer e colhe as coisas que não deseja.

Quantas pessoas fazem más escolhas e colocam a culpa em Deus! Quantas se sentem machucadas pelas feridas emocionais, porque aqueles que elas mais amam são os que geram mais feridas nelas! Você já parou para pensar quantas feridas nós trazemos no coração? Por isso ninguém quer parar para refletir e acaba fugindo por medo de enfrentar a própria vida. As maiores formas de escravidão estão no coração.

Devemos nos deixar ser amados pelos nossos familiares. O amor da família é capaz de retirar qualquer pessoa do inferno em que ela esteja vivendo. Nós só somos amados quando nos abrimos para viver esse amor. Fechar-se é sinônimo de ser infeliz, porque a felicidade não está no ter, mas no amor, no fato de amarmos e sermos amados.

Amor atrai amor. A partir do momento em que começarmos a amar, vamos encontrar um ambiente amoroso ao nosso redor. As pessoas só mudam de vida quando se sentem valorizadas e amadas.

Jesus Cristo quer nos libertar de todo o cativeiro emocional e afetivo que nos faz cair em tantos vícios.
Artigo transcrito da pregação de Jul/2013

Como trabalhar meu sentimento de culpa?

Como trabalhar meu sentimento de culpa?

O sentimento de culpa consiste em fazer com que eu me sinta culpado, quando muitas vezes não sou

Aqui, não quero falar sobre a culpa, mas do sentimento de culpa. Se tiver pecado, tenho que dizer: “Eu pequei, sou um pecador”. As culpas são realidades que não devem nos desencorajar, mas nos jogar ainda mais nas mãos de Deus; realidade que deve nos fazer encontrar o Cristo Salvador!

O problema maior, nos dias de hoje, é sustentar que não precisamos de um Cristo Salvador, porque podemos nos salvar sozinhos. Esta é toda a teoria, toda a filosofia – podem chamá-la como quiserem – da Nova Era, pois dizem não precisar mais do Salvador: “O Salvador sou eu, o Cristo está em mim!”. Não se referem, naturalmente, ao Cristo que mora em mim, o Cristo pessoal, mas àquela força, àquela energia que está em mim; eu a descubro em mim mais ela sai de mim. Portanto, eu me transformo no Deus de mim mesmo, eu me transformo no Cristo.

Como podemos ver, aqui temos alguma coisa que, verdadeiramente, está distorcida, destruindo toda a nossa vida espiritual. Para eles, a vida espiritual consiste nas experiências feitas por eles mesmos. Ficando uma hora na frente de uma árvore, por exemplo, recebem a energia da árvore. Isto para eles é a experiência espiritual. Estamos sobre trilhos totalmente diferentes, portanto, podemos falar que a espiritualidade da Nova Era é, provavelmente, o inimigo mais sutil e mais sério da espiritualidade cristã do nosso dia.

Dessa forma, não me refiro às culpas, mas aos sentimentos de culpa. A realidade dela é aquilo que faz São Paulo falar: “Em mim existe uma lei que não me deixa fazer o bem que eu quero, mas me leva a fazer o mal”. Essa é a culpa!

Os sentimentos de culpa, ao invés, consistem em fazer com que eu me sinta culpado, quando, na realidade, não sou; porém, eu digo para mim mesmo: “Deus perdoa o meu pecado, mas eu ainda o vivo!”. Aqui, temos uma grande ferida psicológica. Encontramos muitos fiéis com estes sentimentos de culpa que podem transformar-se em escrúpulos ou talvez em depressão, em obsessão. Muitas vezes, fixamo-nos em uma ideia. Fixamos a nossa atenção sobre um ponto que é praticamente irreal, porque, se Deus me perdoa, eu já não sou culpado. O diabo fica festejando quando acha uma fraqueza deste tipo no homem. Ele tenta e consegue, com certa facilidade, nos convencer de que Deus já não nos ama.

“Deus me ama!” Tudo começa daqui, a caminhada para a cura começa aqui. Ela não começa ao falar: “Eu sou um pecador!”, mas ao dizer: “Deus me ama, Ele perdoa o meu pecado”.

Uma vez que o Senhor me ama, tento não pecar mais, porque o amor deve ser respondido com amor. Portanto, o início da caminhada está aqui: “Deus me ama!” Deus não é amor? Assim o define São João! Quando existe o senso de culpa é muito fácil que o inimigo entre de forma muito sutil para me atrapalhar e fazer com que eu pare de continuar na minha caminhada.
Frei Elias Vella, OFM

5 de janeiro de 2016

O segredo da alegria

O segredo da alegria

Foto: Todor Tsvetkov, 78023165, iStock by getty images
A alegria pode ser encontrada de diversas formas

A alegria é algo essencial na vida humana. Conscientes ou não, o que mais buscamos em nossos dias, desde o nascer ao por do sol, é a alegria de viver. Mas, de maneira especial, na vida cristã a alegria é fundamental, pois seja o que for que dissermos sobre Deus, se não estivermos alegres, os nossos pensamentos e palavras não poderão produzir os frutos que desejamos. Daí, nasce a pergunta: mas como encontrar a alegria em meio a tantos desencontros neste mundo? Jesus veio revelar-nos o amor de Deus para que a nossa alegria seja a d’Ele e, assim, seja completa. E a maior alegria consiste em saber que somos amados incondicionalmente e que nada neste mundo, nem mesmo a doença, o fracasso, o término de um relacionamento ou até mesmo a morte, podem nos privar deste amor, portanto, desta alegria.

Naturalmente, somos levados a julgar que, quando estamos abatidos, não podemos viver a alegria; mas numa pessoa que tem a vida centrada em Deus, a tristeza e a alegria podem conviver. No nascimento de uma criança, por exemplo, a tristeza, a dor e a alegria parecem fazer parte do mesmo acontecimento. O desafio é identificar a alegria e saber optar por ela em meio, muitas vezes, às lágrimas.

Alegria e contentamento

O escritor Henri J. M. Nouwen, no seu livro “Mosaicos do presente”, faz uma definição interessante entre a alegria e o contentamento. Segundo ele, podemos nos sentir pouco contentes em relação a muitas coisas, mas, mesmo assim, a alegria lá está, porque provém desta certeza do amor de Deus por nós. Para o autor, acolher esta verdade e dar-lhe espaço em nossos dias é uma escolha diária. Uma escolha baseada na experiência do amor apaixonado de Deus por nós, no qual encontramos refúgio e segurança e do qual nada nos pode separar.

Já está mais do que provado que dinheiro e sucesso não fazem as pessoas alegres. Certamente, conhecemos muitas pessoas ricas, com sucesso em seus negócios, mas vivem também com ansiedade, medo e bastante melancolia. Em contraste, conhecemos muitos outros que são bem pobres materialmente, mas riem com muita facilidade e com frequência transmitem alegria onde quer que estejam. Recordo-me agora de uma casal de parentes meus que é assim.

A alegria em coisas simples

Materialmente falando, são bem pobres, mas todos nós da família fazemos questão de ir, muitas vezes, à casa deles, mesmo enfrentando todos os obstáculos da estrada e dos transportes que nos levam até lá. Moram em uma casinha modesta, num pé de serra bem distante da cidade; têm 3 filhos, alguns animais e um pedaço de terra de onde provém, pela força do trabalho e das bênçãos de Deus, o sustento da família. Quando chegamos à casa, quase sempre passamos direto para a cozinha e é lá que começam a nossas festas mais animadas.

Em uma mesa larga, rodeada de bancos pesados de madeira crua, oferecem-nos o que têm de melhor em casa. O sabor genuíno dos produtos da terra se mistura aos sinais de delicadeza e acolhimento daquela gente simples que parece não ter conhecimento da maldade. Enquanto nos alimentamos em família, entre uma prosa e outra surgem rapidamente os primeiros risos que são sempre seguidos de outros; em pouco tempo, mesmo ao longe, pode-se ouvir grandes gargalhadas.

Estes meus parentes têm o dom da alegria e nos contagiam. Com suas simples histórias e interpretações dos fatos, arrancam até dos rostos mais “cizudos” o sorriso que estava escondido pelas preocupações da cidade grande. Sem perceber, o tempo passa e o dia termina. Voltamos para casa mais leves, mas felizes sem nem nos perguntarmos o porquê; porém, já com a promessa de voltarmos à visita assim que possível. Isso acontece já há mais de trinta anos.

Não tenho dúvidas de que Deus está ali, naquela casa, em meio àqueles risos e gargalhadas. A alegria e o riso são dons que brotam do fato de confiar em Deus; assim sendo, saber que não vale a pena preocupar-se tanto com o amanhã, já que ele pertence ao Criador. Não há razão para romantizar a pobreza e esta não é minha intensão; aliás, conheço-a de perto e sei bem o quanto ela é penosa, mas quando vejo os receios e ansiedades dos que têm muitos bens, consigo compreender ainda mais as palavras de Jesus quando diz: “Felizes os pobres de espírito, pois deles é o Reino de Deus”. É certo, no entanto, que o problema maior não é ter sucesso e dinheiro, mas sim não ter tempo disponível para o encontro com Deus no presente e perceber Seu amor que se manifesta na simplicidade dos fatos no aqui e agora.

Quando acreditarmos, verdadeiramente, que hoje é o dia do Senhor e que o amanhã está cuidadosamente guardado no seu coração, podemos descobrir o segredo da alegria, reencontrar a calma e sorrir de novo para aquele que sorrir também para nós. Podemos estender nossa mão e ajudar muitos a reencontrar o verdadeiro sentido da vida. Podemos, mesmo em meio às lutas diárias, exclamar com voz forte e convicta: “Senhor, Tu és a minha esperança, Tu és a fonte da minha alegria!”
Dijanira Silva - missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP).

Santa Missa: ponto alto de nossa fé

Santa Missa: ponto alto de nossa fé

Foto: Arquivo cancaonova.com
O ponto mais alto da nossa fé é a celebração da Santa Missa

A Santa Missa é o ponto alto de nossa fé católica, a celebração Eucarística que a Igreja vive desde que Cristo instituiu esse sacramento na Santa Ceia. Falando sobre a Celebração Eucarística na sua “Profissão de Fé”, o Papa Paulo VI disse:

“Cremos que a Missa, celebrada pelo sacerdote, que representa a pessoa de Cristo em virtude do poder recebido no sacramento da Ordem e oferecida por Ele em nome de Cristo e dos membros do Seu Corpo Místico, é realmente o sacrifício do Calvário, que se torna sacramentalmente presente em nossos altares. Cremos que, como o Pão e o Vinho consagrados pelo Senhor, na Última Ceia, converteram-se no Seu Corpo e Sangue, que logo iam ser oferecidos por nós na Cruz; assim também o Pão e o Vinho consagrados pelo sacerdote se convertem no Corpo e Sangue de Cristo, que assiste gloriosamente no céu. Cremos ainda que a misteriosa presença do Senhor, debaixo daquelas espécies que continuam aparecendo aos nossos sentidos do mesmo modo que antes, é uma presença verdadeira, real e substancial” (n.24).
Saiba o que é transubstanciação

“Neste sacramento, pois, Cristo não pode estar presente de outra maneira a não ser pela mudança de toda a substância do pão no Seu Corpo, e pela mudança de toda a substância do vinho no Seu Sangue, permanecendo apenas inalteradas as propriedades do pão e do vinho, que percebemos com os nossos sentidos. Esta mudança misteriosa é chamada pela Igreja, com toda a exatidão e conveniência, de transubstanciação.

Assim, qualquer interpretação de teólogos, buscando alguma inteligência deste mistério, para que concorde com a fé católica, deve colocar bem a salvo que, na própria natureza das coisas, isto é, independente do nosso espírito, o pão e o vinho deixaram de existir depois da consagração, de sorte que o Corpo adorável e o Sangue do Senhor Jesus estão na verdade diante de nós, debaixo das espécies sacramentais do pão e do vinho (31), conforme o mesmo Senhor quis, para se dar a nós em alimento e para nos associar pela unidade do Seu Corpo Místico” (n. 25).

“A única e indivisível existência de Cristo nosso Senhor, glorioso no céu, não se multiplica, mas se torna presente pelo Sacramento, nos vários lugares da terra, onde o Sacrifício Eucarístico é celebrado. E depois da celebração do Sacrifício, a mesma existência permanece presente no Santíssimo Sacramento, o qual no sacrário do altar é como o coração vivo de nossas igrejas. Por isso estamos obrigados, por um dever certamente suavíssimo, a honrar e adorar, na Sagrada Hóstia, que os nossos olhos veem, ao próprio Verbo Encarnado que eles não podem ver, e que, sem ter deixado o céu, se tornou presente diante de nós” (n.26).
Felipe Aquino - Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”.




2 de janeiro de 2016

Como aceitar nossos erros

Como aceitar nossos erros

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Aceitar nossos erros e lidar com eles exige aprendizado

Errar faz parte da natureza humana, e todos nós podemos, em algum momento da vida, cometer enganos. Admitir nossos erros, porém, nem sempre é tarefa fácil, e lidar com nossas fraquezas exige um aprendizado que dura a vida inteira. Segundo estudiosos, a principal dificuldade que temos para aceitar nossos limites e erros está ligada à falsa crença de que, na maioria das vezes, nós os herdamos de nossa própria educação familiar; de que só seremos amáveis e úteis se formos perfeitos. Sendo assim, admitir que erramos incomoda o ego e soa para ele como fraqueza ou ignorância. Daí, nasce a luta, muitas vezes, estressante contra nossas falhas; a ponto de nos tornamos intolerantes também quanto aos erros dos outros e, consequentemente, sermos uma pessoa menos agradável do que poderíamos ser.

Ao meu ver, existem três dicas que podem nos ajudar nesse processo de convivência com nossos limites:

Sem condenação

A primeira é lembrarmos que a perfeição pertence somente a Deus, e que, por mais sábios, bonitos e agradáveis que sejamos, também temos defeitos, somos “sinfonias incompletas”. Podemos e devemos tentar ser melhores, é verdade, mas sem condenação. Quem se cobra demais e evita errar passa pela vida de maneira tão tensa, que se esquece de viver de verdade.

Sem pressão psicológica

A segunda sugestão é não fazermos comparações. Compararmo-nos com pessoas que admiramos e tentarmos ser iguais a elas coloca em risco nossa própria felicidade, porque agir assim seria abandonar o projeto de Deus para nossa vida, para tentarmos viver o projeto que Ele sonhou para outra pessoa.

James Martins, grande escritor jesuíta, afirma que a autoaceitação é o primeiro passo para a santidade. Não é preciso usar o mapa de alguma outra pessoa para chegar ao céu, porque Deus já colocou dentro da alma de cada um de nós todas as direções de que precisamos. Isso, ao meu ver, também significa aceitar a própria personalidade com seus dons e limites, uma vez que fomos criados por Deus assim como somos, e é assim que Ele espera nos receber na eternidade. É claro que isso não dispensa nossa mudança de atitudes, para nos tornamos melhores, porém, sem a pressão psicológica de termos de ser diferentes do que somos na essência. Existem comportamentos que fomos adquirindo ao longo da vida por várias razões, mas, no fundo, sabemos que eles não nos pertencem, e existem outros que expressam o que realmente somos. É desse segundo que falo, pois o que somos deve ser sempre preservado.

Comparações não ajudam

Fazer comparações com outras pessoas e pensar que para elas as coisas funcionam melhor, é muito fácil, mas essa maneira de pensar, além de falsa é também perigosa, pois nos afasta da realidade mais linda que existe: Deus nos ama com exclusividade e exatamente como somos! Ele nos criou com todas as capacidade e talentos que temos e estabeleceu conosco, desde o momento em que começou nossa existência, um relacionamento profundo que durará para sempre. Ele sabe dos nossos desejos mais profundos e não é alheio às nossas quedas, mas está conosco aconteça o que acontecer, estejamos onde estivermos, como lembra o Salmo 138: “Senhor, Tu me sondas e me conheces…”. Ele nos convoca a sermos quem realmente somos para trazer alegria à nossa própria vida e a este mundo que não seria o mesmo se não existíssemos.

Tenhamos calma com nós mesmos

A terceira dica, portanto, é: sejamos pacientes com nós mesmos e com nosso processo. A paciência é uma companheira indispensável para quem deseja lidar melhor com seus erros. Santo Inácio de Loyola faz uma comparação interessante de Deus como um artesão Todo-Poderoso. Diz ele: “A lenha rústica e intocada não tem ideia de que pode se transformar em uma estátua que será considerada uma obra-prima, mas o escultor antevê o que pode ser feito com ela. Muitos não entendem que Deus pode esculpi-los em santidade, até se entregarem às mãos do artesão Todo-Poderoso e deixar-se moldar por Ele.”

Por natureza, somos impacientes e queremos resultados sempre imediatos; com relação aos nossos erros não é diferente. No entanto, o trabalho lento de Deus é a regra para grandes progressos. Tenhamos calma com nós mesmos e percebamos que, enquanto vivemos um dia de cada vez, conhecendo-nos melhor e deixando-nos moldar por Deus, nossas ideias amadurecem e os erros perdem a força que hoje têm. Não tentemos forçar o Senhor, como se pudéssemos ser agora o que o tempo, com a graça e as circunstâncias, atuando diretamente em nossa vida, nos tornará amanhã. Demos a Deus o benefício da confiança de que Ele nos conduzirá pelo melhor caminho e aceitemos o desafio de passar por este mundo como “obra inacabada”, sempre diante dos olhos amorosos do artesão que pode, a qualquer hora, aprimorar ainda mais o trabalho de suas mãos.
Dijanira Silva - missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP). 

Receita para um ano novo de paz

Receita para um ano novo de paz

Foto: Istock by getty images

Para que o ano seja novo, é preciso que você desamarre os laços que o impedem de caminhar rumo ao perdão. Desfaça os nós da prepotência e revista-se de humildade. Dê o primeiro passo e acredite que o perdão revigora a alma e devolve a paz ao coração angustiado.

Não tenha medo de recomeçar. Nem sempre é fácil deixar aquilo que nos aprisiona. Liberte-se das prisões que criou para si mesmo. Olhe ao seu redor e veja que na liberdade madura você pode ser mais feliz do que sendo prisioneiro de seus pecados. Liberdade conquista-se com responsabilidade, e maturidade é fruto das escolhas bem realizadas. Abra os cadeados que o impedem de ver a vida com mais otimismo. Despeça-se do mau humor. Viva com mais leveza e pare de achar o lado ruim das pessoas e das situações. Chegou o momento de viver a vida com mais gratidão. Mais um ano mal-humorado será insuportável para você mesmo.

Sempre é tempo de praticar gestos de bondade

Fuja das trevas e caminhe na luz. Um novo ano é sempre uma nova oportunidade de buscar a luz. Deixe-se iluminar pelo bom exemplo das pessoas. Busque amizades que agreguem valor à sua vida. Despeça-se das situações que ofuscam sua visão. Você foi criado para iluminar-se. Seja luz! Brilhe amando! Ilumine semeando esperança!

Acredite que sempre é tempo de praticar gestos de bondade. Não espere o momento ideal para ajudar alguém. Faça de cada situação uma oportunidade única para praticar o bem. Faça de cada dia deste novo ano o tempo de amar. Faça a diferença. Acredite na força do amor partilhado.
Pequenos gestos fazem grandes diferenças

Seja misericordioso. Acolha a todos com um sorriso verdadeiro e com um abraço fraterno. Pequenos gestos fazem grandes diferenças quando praticados com amor. Seja ponte que une e não muro que separa. Ajude os necessitados e cada dia deste ano novo será um Natal permanente. Visite os enfermos e celebre a liturgia da caridade no altar de cada leito de dor. Ofereça sua bondade sem esperar retorno. Quem semeia com amor colhe sorrisos de gratidão.
A oração é alimento da alma e fortaleza na vida

Ore mais. A oração é alimento da alma e fortaleza na vida. Em cada oração, unimo-nos mais profundamente ao coração de Deus. Mesmo em meio às lágrimas e dificuldades, busque o auxilio e a segurança d’Aquele que nunca nos abandona. Em Deus somos acolhidos no amor e na misericórdia. Nosso Pai celestial jamais abandona um filho necessitado. Seja na dor ou na alegria, busque Deus com amor. N’Ele somos amados eternamente.
Acredite em si mesmo

Você é protagonista da mais bela história da vida, da qual Deus o fez personagem principal. Sua missão começa com um sorriso de bondade e se expande pelo mundo com pequenos gestos de amor. No palco da vida, você é obra divina da criação. Você foi gerado no amor de Deus. Em sua alma estão impressas as marcas da divindade. Você é fruto de um amor eterno, por isso mesmo, faça deste novo ano o início de um novo tempo na sua história. Seja para o mundo a realidade de um novo tempo! Seja de Deus! Seja feliz com Deus!
Padre Flávio Sobreiro -  padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).


Conselhos do Papa Francisco para a educação dos filhos

Conselhos do Papa Francisco para a educação dos filhos


Foto: 20878569, Milan Zeremski, By iStock getty images

Papa Francisco dá bons conselhos para a educação dos filhos

“Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso agrada ao Senhor. Pais, não irriteis vossos filhos, para que eles não percam o ânimo” (Colossenses 3,20-21).

No versículo apresentado acima, São Paulo nos ajuda a perceber o quão tênue é, na educação, a linha entre a firmeza necessária e a rigidez exagerada. Os pais são chamados a educar seus filhos numa época em que se observa uma grande parcela de famílias que abrem mão desse processo educativo para as escolas ou igrejas. Nossos avós já diziam, com sabedoria, que educação começa em casa ou ainda que se herda de berço. De acordo com o Papa Francisco, a família tem a característica essencial, portanto, “vocação natural de educar os filhos para que cresçam na responsabilidade de si e dos outros”.

Pais e filhos

O trecho apresentado na Carta de São Paulo aos Colossenses apresenta uma regra sábia:

“…o filho que é educado a escutar os pais e a obedecer aos pais, os quais não devem operar de maneira bruta, para não desanimar os filhos. Os filhos, de fato, devem crescer sem se desanimar, passo a passo. Se vocês pais dizem aos seus filhos: ‘Vamos subir nessa escada’ e pegam a mão deles e passo após passo os fazem subir, as coisas irão bem. Mas se vocês dizem: ‘Vá em frente!’ – ‘Mas não posso’ – ‘Vá!’, isso se chama irritar os filhos, pedir aos filhos as coisas que não são capazes de fazer. Por isso, a relação entre pais e filhos deve ser de uma sabedoria, de um equilíbrio tão grande. Filhos, obedeçam aos pais, isso agrada a Deus. E vocês pais, não irritem os filhos, pedindo-lhes coisas que não podem fazer. E isso é necessário ser feito para que os filhos cresçam na responsabilidade de si e dos outros”.
Investir tempo na educação

Entre as dificuldades enfrentadas por muitos pais, Francisco recorda a falta de tempo. “É difícil educar para os pais que veem os filhos somente à noite, quando voltam para casa cansados do trabalho”, reconhece. Por outro lado, em épocas de crise, o Santo Padre reconhece que são bem-aventurados aqueles que têm um emprego para sustentar seu lar.
Filhos reféns de separações

O Papa elenca ainda desafios como a separação; porém adverte que jamais o filho pode ser tomado como “refém” nessa situação. “Tantas vezes o filho é tomado como um refém, e o pai fala mal da mãe e a mãe fala mal do pai, e isso faz tanto mal”, exorta.

“Digo aos pais separados: nunca, nunca, nunca tomem o filho como refém! Vocês se separaram por tantas dificuldades e motivos, a vida deu essa prova a vocês, mas os filhos não sejam os que levam o peso dessa separação, não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge, cresçam ouvindo que a mãe fala bem do pai, embora não estejam juntos, e que o pai fala bem da mãe. Para os pais separados, isso é muito importante e muito difícil, mas podem fazê-lo”.

Como educar?

Diante dessa pergunta, o Papa Francisco apresenta uma outra questão: “Quais tradições temos hoje para transmitir aos nossos filhos?”. O Pontífice apresenta um balanço dessa busca por educação na história, ao destacar que intelectuais “críticos” silenciaram os pais para defender as jovens gerações de danos – verdadeiros ou presumidos – da educação familiar. Entre os erros, autoritarismo, favoritismo, conformismo e repressão afetiva.
Educar, papel de quem?

O Santo Padre reconhece que a parceria na educação entre família e escola foi rompida por uma ameaça da confiança recíproca. Constata-se que, por exemplo, foram afetadas as relações entre pais e professores na escola. Diante dessa fragilidade e pouca busca por conhecimento ou imaturidade, muitos pais estão abrindo mão de sua responsabilidade e atribuindo aspectos da educação a pessoas que se dizem “Superespecialistas” em vida afetiva, personalidade e desenvolvimento. Privados do seu papel, o resultado tem sido pais excessivamente apreensivos e possessivos na relação com eles chegando ao ponto de nunca corrigir os filhos. Ao dar ouvidos a essas orientações que se vê em programa de TV apelativos, os pais colocam os filhos no canto sozinhos, correndo o risco de se autoexcluir da vida deles. O Papa afirma que atitudes desse tipo são gravíssimas já que os filhos necessitam de limites e correção.

Eu recordo um acontecimento pessoal. Uma vez, quando eu estava na quarta série, disse uma palavra feia para a professora; ela, uma mulher brava, chamou minha mãe. Ela foi no dia seguinte à escola. Falaram entre si e depois fui chamado. Minha mãe, diante da professora, explicou-me que aquilo que eu fiz foi uma coisa ruim, que não se devia fazer. A mãe fez isso com tanta doçura e me pediu para pedir perdão, diante dela, à professora. Eu o fiz e depois fiquei contente, porque disse: “terminou bem a história”. Imaginem vocês se a professora faz uma coisa desse tipo! No dia seguinte, os pais a reprova, porque os “especialistas” dizem que as crianças não devem ser repreendidas assim. As coisas mudaram! Mas os pais não devem se autoexcluir da educação dos filhos.

Um risco apresentado pelo Papa Francisco é a falta de tempo gerada pelo excesso da carga horária de trabalho. Ele observa que a vida se tornou mesquinha de tempo para falar, refletir e confrontar-se. Muitos pais e mães “sequestrados” pela vida profissional e outras preocupações sentem-se envergonhados em admitir que a chegada dos filhos traz novas exigências. Diante dessa ausência, muitos pais se aventuram em um “dialoguismo” superficial, não levam a um verdadeiro encontro da mente e do coração. Aí, o Papa propõe algumas reflexões:

“Procuramos entender ‘onde’ os filhos estão verdadeiramente em seu caminho? Onde está realmente a alma deles, sabemos? E sobretudo: queremos saber? Estamos convencidos de que esses, na realidade, não esperam outra coisa?”
Comunidades cristãs como apoio à missão educativa

O Santo Padre chama a atenção das comunidades cristãs para a responsabilidade de oferecer apoio à missão educativa das famílias, à luz da Palavra de Deus.

“Na base de tudo está o amor, aquele que Deus nos dá, que ‘não falta com respeito, não procura o próprio interesse, não fica com raiva, não faz conta do mal recebido… Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta'(1 Cor 13,5-6)”.
Suportar-se em família

Como acontece nas melhores famílias, o Papa diz que é preciso paciência para se suportar e que não há fórmulas prontas, porque a vida se faz na realidade. E aqui recordamos nossos pais que conseguiram transmitir a educação a nós com tanta simplicidade. Pais cristãos cheios de sabedoria humana mostram que a boa educação familiar é a coluna vertebral do humanismo. Tal ensinamento provoca uma “irradiação social”, que permite compensar lacunas, feridas, vazios de paternidade e maternidade. Esse amor que se transforma em “irradiação” pode fazer autênticos milagres como podem ser vistos na Igreja todos os dias.

Pais e mães retornem do exílio

“Desejo que o Senhor dê às famílias cristãs a fé, a liberdade e a coragem necessárias para a sua missão. Se a educação familiar encontra o orgulho do seu protagonismo, muitas coisas mudarão para melhor, para os pais incertos e para os filhos desiludidos. É hora dos pais e das mães retornarem do seu exílio – porque se exilaram da educação dos filhos – e reassumirem plenamente o seu papel educativo. Esperamos que o Senhor dê aos pais esta graça: de não se autoexilar na educação dos filhos. E isto somente o amor, a ternura e a paciência podem fazer.
Rodrigo Luiz dos Santos -  é chefe de reportagem da Central de Jornalismo da TVCN e apresentador de programas relacionados à Igreja. Missionário na Canção Nova, 

Consagre o novo ano a Nossa Senhora

Consagre o novo ano a Nossa Senhora


Foto Daniel Mafra/cancaonova.com
Reze e consagre o novo ano a Nossa Senhora

Ó Mãe dos homens e dos povos, vós que conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, vós que sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas que abalam o mundo contemporâneo, acolhei o nosso clamor que, movidos pelo Espírito Santo, elevamos diretamente ao vosso coração. Abraçai, com amor de Mãe e de Serva do Senhor, este nosso mundo humano que vos confiamos e consagramos, cheios de inquietude pela sorte terrena e eterna dos homens e dos povos.

De modo especial, entregamos e consagramos a vós aqueles homens e nações que têm particular necessidade dessa entrega e consagração.

À vossa proteção nos acolhemos, Santa Mãe de Deus! Não desprezeis as súplicas que se elevam de nós que estamos na provação.

Encontrando-nos, hoje, diante vós, Mãe de Cristo, diante do vosso Imaculado Coração, desejamos, juntamente com toda a Igreja, unir-nos à consagração que, por nosso amor, o vosso Filho fez de Si mesmo ao Pai: “Eu consagro-Me por eles — foram as suas palavras — para eles serem também consagrados na verdade” (Jo 17,19).

Queremos nos unir ao nosso Redentor nessa consagração pelo mundo e pelos homens, a qual, no Seu coração divino, tem o poder de alcançar o perdão e conseguir a reparação.

Neste ano santo, bendita sejais acima de todas as criaturas, Serva do Senhor, que obedecestes da maneira mais plena ao chamamento divino.

Louvada sejais vós, que estais inteiramente unida à consagração redentora do vosso Filho!

Mãe da Igreja, iluminai o povo de Deus nos caminhos da fé, da esperança e da caridade! Iluminai, de modo especial, os povos dos quais vós esperais a nossa consagração e entrega. Ajudai-nos a viver na verdade da consagração de Cristo por toda a família humana do mundo contemporâneo.

Confiando-vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e povos, nós vos confiamos também a própria consagração do mundo, depositando-a no vosso coração materno.

Oh Imaculado Coração, ajudai-nos a vencer a ameaça do mal que se enraíza tão facilmente no coração dos homens de hoje e que, nos seus efeitos incomensuráveis, pesa já sobre a vida presente e parece fechar os caminhos do futuro!

Da fome e da guerra, livrai-nos!

Da guerra nuclear, de uma autodestruição incalculável e de toda a espécie de guerra, livrai-nos!

Dos pecados contra a vida do homem, desde os seus primeiros instantes, livrai-nos!

Do ódio e do aviltamento da dignidade dos filhos de Deus, livrai-nos!

De todo o gênero de injustiça na vida social, nacional e internacional, livrai-nos!

Da facilidade em calcar aos pés os mandamentos de Deus, livrai-nos!

Da tentativa de ofuscar nos corações humanos a própria verdade de Deus, livrai-nos!

Da perda da consciência do bem e do mal, livrai-nos!

Dos pecados contra o Espírito Santo, livrai-nos, livrai-nos!

Acolhei, ó Mãe de Cristo, esse clamor carregado do sofrimento de todos os homens! Carregado do sofrimento de sociedades inteiras!

Ajudai-nos com a força do Espírito Santo a vencer todo o pecado: o pecado do homem e o “pecado do mundo”; enfim, o pecado em todas as suas manifestações.

Que se revele uma vez mais, na história do mundo, a força salvífica infinita da Redenção: a força do amor misericordioso! Que ele detenha o mal! Que ele transforme as consciências! Que se manifeste para todos, no vosso Imaculado Coração, a luz da esperança!

Amém!

Irmã Lúcia confirmou pessoalmente que esse ato de consagração, solene e universal, correspondia àquilo que Nossa Senhora queria: «Sim, está feita tal como Nossa Senhora a pediu, desde o dia 25 de março de 1984» (carta de 8 de novembro de 1989). Por isso, qualquer discussão e ulterior petição não tem fundamento