A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

12 de agosto de 2018


Temos reconhecido os nossos erros?





Quando colocamos “camuflagens” sobre nossos erros, na verdade, desenvolvemos a capacidade de culpar os outros

Reconhecer que erramos é um ato digno de condecoração, pois, embora seja um gesto simples, mexe com o nosso brio.

A atitude de nos isentarmos daquilo que fizemos de errado é quase instintiva e, poderíamos dizer, surge num ato de autodefesa. Entretanto, ao contrário daquilo que poderia ser uma característica da perspicácia de alguém, traduz-se num ato nada honroso.

Percebemos ainda que tal procedimento tem feito parte da vida de muitas pessoas, e se não estivermos atentos a essa necessidade de mudança, facilmente poderemos, também, nos acostumar com o artifício da dissimulação.

Admitir o nosso “passo em falso” é expor aos outros a nossa fraqueza e limitação, as quais podem ser, muitas vezes, constrangedoras, especialmente pelo fato de termos tido o conhecimento das consequências e riscos de determinado gesto.

Lembramo-nos das nossas peraltices de criança, do medo da punição, imaginando a falta de compreensão da parte de nossos pais. Tentávamos nos esquivar das suspeitas ou, simplesmente, desviar a culpa para alguém inocente; nesse caso, o irmão mais novo ou um amiguinho.

No ato de alertarmos uma criança, por exemplo, do perigo de colocar o dedo na tomada, estamos tentando preveni-la sobre a possibilidade de receber um choque elétrico, mas isso não vai evitar que, na sua curiosidade, ela venha a fazê-lo. Contudo, na possibilidade de ela experimentar as consequências dos seus erros, o adulto a sentencia, culpando-a pelo ato, uma vez que já teria sido alertada.

Como pessoas adultas, talvez o medo de uma punição para aquilo que seria o nosso erro, seja o fator menos importante que teríamos de digerir.

Certamente, de alguma maneira, articularíamos uma desculpa para justificar o “ato falho”, eximindo-nos de qualquer culpa. Ao contrário dos tempos de crianças, desta vez, nossos argumentos seriam muito mais elaborados.

Aprendemos com as nossas falhas?

Percebemos essas artimanhas quando acontece uma discussão de trânsito, seja por uma colisão ou manobra arriscada. Quase sempre, o motorista sai do carro justificando-se, acusando o outro como imprudente, mesmo que ele próprio tenha sido o causador do acidente. Pode parecer que tal atitude tenha como tentativa ocultar a vergonha de quem se julgava um exímio motorista ou acima da lei, ou seja, com “autoridade” para errar. Não obstante, mesmo dentro de nossas convivências, vez ou outra, podemos tentar inverter um fato para justificar aquilo que não pode ser justificável.

Costumamos dizer que aprendemos com as nossas falhas. Mas para que esses descuidos se tornem, verdadeiramente, um material de aprendizado, o primeiro passo para tal formação seria admitirmos nossa culpa ou erro, assumindo os fatos.

Quando colocamos “camuflagens” sobre as nossas falhas, na verdade desenvolvemos a capacidade de culpar a outros. Com isso, infelizmente, não nos preocupamos em evitar a reincidência do ato, mas em melhorar as táticas de defesas, ainda que essas venham a tornar-se cada vez mais sórdidas, sem medir as consequências sobre quem podemos estar prejudicando.

Um abraço!

Dado Moura: trabalha atualmente na Editora Canção Nova, autor de 4 livros, todos direcionados a boa vivência em nossos relacionamentos. 

Qual a solução para solidão?



Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com


A solução, tão difícil nesta época de egoísmo e individualismo, é simplesmente um pouco mais de solidariedade

Solidão é passear pela praia ou pela calçada sem companhia, é assistir a uma partida de futebol, é ouvir uma rádio horas e horas a fio ou será que solidão é morar sozinho? Segundo o dicionário, solidão é o “estado do que se encontra ou vive só, é isolamento”.

O solitário sempre existiu, ele pode estar em qualquer lugar: sentado vendo o horizonte, andando numa rua movimentada, trabalhando em um escritório ou no trânsito barulhento. A solidão sempre é destacada na literatura e na música.

Para se livrar deste sentimento, tem gente que põe anúncio no jornal, outros enfrentam a noite ou até conversam com cachorros. A maioria acha uma desculpa: solidão é um mal da cidade grande, o jeito é conviver com ela. Alguns preferem estar “sozinhos do que mal acompanhados”, como diz a expressão popular, o importante é se sentir bem. Aí começa a aparecer o espírito egoísta dos indivíduos, onde o “eu” é superior ao “nós”.

O individualismo abafa a solidariedade, a relação de responsabilidade entre as pessoas. É comum pensar que nas grandes cidades a solidão está relacionada somente aos que moram sozinhos. Pode-se achar que quem optou por este tipo de vida é um solitário. Isso pode ser um engano. São muitos os motivos que levam, principalmente os jovens, a morarem separados dos pais. Muitos saem procurando uma autoafirmação, outros para fugir da realidade da família, mas muitos outros saem para buscar uma vida melhor, para estudar ou procurar um emprego. E aí, se os jovens são vítimas de uma situação de solidão, o que dizer dos velhos que hoje amarguram o resto de suas vidas abandonados pela família em um asilo, porque já se tornaram um “estorvo” para a sociedade?

A solidão é sempre um grito, contido ou não, de quem vive fechado no seu eu. Mesmo cercado por milhares de pessoas, o solitário não encontra alguém que lhe dê um pouco de atenção. A solução, tão difícil nesta época de egoísmo e individualismo, é simplesmente um pouco mais de solidariedade, de diálogo, de amizade sincera, sem segundas intenções. É saber ouvir, saber calar e falar na hora certa. É dar o ombro e compreender o momento que o outro vive, é abrir-se para ajudar, para doar-se, para amar.

Paulo Victor e Letícia Dias:

Paulo Victor, foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. Atualmente, ele mora em Campo Grande (MS). É empresário e casado com Letícia Dias.

Letícia Dias é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas. Hoje, ela mantém uma agitada rotina familiar. Letícia tem um filho caçula que nasceu com Síndrome de Down, e isso a refaz todos os dias.

Reconhecer o agir de Deus é uma necessidade para nós




É Deus agindo aqui

Para nós, homens e mulheres, é difícil perceber no nosso dia a dia a ação de Deus, pois, não fomos treinados para isso. Até acreditamos, pela fé que recebemos ou “adquirimos”, que Deus age. Mas, se tivermos de dar nomes para o agir de d’Ele, talvez ficássemos nas respostas óbvias ou que já ouvimos de alguém, como: poder respirar é agir de Deus; poder acordar é agir de Deus; estar com saúde é agir de Deus, etc. Contudo, se essas coisas simples como acordar, respirar e ter saúde nos forem dificultadas, possivelmente, já não seremos tão capazes de reconhecê-Lo no dia a dia.

No entanto, é muito importante reconhecê-Lo e, esse, é um exercício que precisa ser diário e contínuo. Porque a ação da graça sobre nós é desde a criação do mundo até toda a eternidade. Notemos a ação da graça de Deus como se, insistentemente, caísse uma chuva leve e tão fina que mal podemos perceber.

Deus é constante e nós somos inconstantes! Vem daí a necessidade de reconhecer a ação contínua d’Ele sobre nossa vida, do contrário, poderemos cair no erro de achar que somos “o protagonista” da nossa história, quando não o somos. Se pudéssemos colocar a vida em função “slow motion” (câmara lenta) talvez pudéssemos, então, perceber
a chuva de graças caindo sobre nós ou o feixe do Espirito Criador que ilumina e age em nós ininterruptamente.

Brisa suave

Quero nos lembrar da experiência de Elias no monte, em que ele esperava a presença de Deus: “O Senhor lhe disse: ‘Saia e fique no monte, na presença do Senhor, pois, o Senhor vai passar’. Então, veio um vento fortíssimo que separou os montes e esmigalhou as rochas diante do Senhor, mas o Senhornão estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. Depois do terremoto houve um fogo, mas o Senhor não estava nele. E depois do fogo houve o murmúrio de uma brisa suave. Quando Elias ouviu, puxou a capa para cobrir o rosto, saiu e ficou à entrada da caverna. E uma voz lhe perguntou: ‘O que você está fazendo aqui, Elias?’ (1Rs19,11-13).

Na correria da nossa vida, perseguidos por medos e sombras, somos capazes de desejar apenas nos esconder de Deus e de quem quer que seja. E não perceber que nesta “chuva” leve que cai sobre nós; nesta brisa suave está a manifestação do próprio Senhor e o Seu toque delicado. Porém, causa em nós um certo incômodo.

É, justamente, esse incômodo que pode nos revelar a presença de Deus. Sim, esse impulso criador e transformador de Deus agindo sobre nós, assim como sobre toda a criação, pois fomos feitos para a evolução. Deus não nos quer acomodados com a nossa condição atual; Ele mesmo que nos impulsiona, “incomoda” e derrama sobre nós a graça para buscar a evolução.

Fique atento e reconheça os “incômodos inconvenientes”!

Portanto, ficarmos atentos aos “incômodos inconvenientes” da nossa vida, abre diante de nós uma janela de oportunidades: de mudança, crescimento e maturidade. Afinal, o Senhor pode se utilizar de situações e pessoas para nos “incomodar”. Se focamos nas situações e pessoas, corremos o sério risco de perder a oportunidade de crescimento. Mas, se formos para além, encontraremos abertas tais janelas e o ar puro e fresco de uma vida nova à nossa disposição.

O nosso maior desafio é reconhecer que Deus está agindo em qualquer que seja a situação; é ser capaz de perguntar-se com sinceridade: “O que Ele está querendo me dizer?”; “O que Ele espera de mim?”. Dizer: “é Deus agindo aqui” e questionar-se “Senhor, o que queres que eu faça?” é o melhor caminho para o crescimento e amadurecimento pessoal.

Perceber que, mesmo nas contrariedades, Deus sempre age a nosso favor e lançar-se numa vida de dependência exclusiva de Deus (o que podemos chamar de viver da providência), tais graças integram nossa vida neste processo proposto por Deus e nos garante um antídoto contra a ansiedade. Pois, quem confia na Divina Providência não tem motivos para preocupar-se com o presente e nem com o futuro, sendo esse último a grande causa da ansiedade em muitos casos.

Lembre-se: a imagem da chuva aqui proposta está em função “slow motion” (câmara lenta), portanto, se colocarmos a vida “para correr” no ritmo normal, essa visão torna-se quase ou totalmente invisível, imperceptível. E, por isso, nossa visão pode tornar-se obscurecida, então, correríamos o sério risco de nos “deleitarmos no conforto”. Seríamos o resultado das escolhas condicionadas por uma vida cheia de frustrações e medos; de vícios; de feridas. Quando, no entanto, somos constantemente convidados por Deus a irmos além: além do visível; além de nós mesmos; além do que sentimos e tocamos. Viver da , viver da providência, num exercício contínuo de mudança, crescimento, maturidade e confiança em Deus.

Num constante reconhecer que é Deus agindo sempre.

Carla Picolotto, missionária da Comunidade Canção Nova

Referência bibliográfica:
Cencini, Amadeo, “A hora de Deus: a crise na vida crista”, Paulus, 2011.


VITÓRIA CERTA



Foto ilustrativa: Arquivo CN
Se Deus é por nós, quem será contra nós?



Nós não podemos desistir, pois em Deus a vitória é certa

Essa frase sempre me intrigou, porque eu ficava me perguntando: “Como o sofrimento, a dor e a perda podem concorrer e contribuir para o bem dos que amam a Deus?”.

Eu imaginava que para os amados de Deus só haveria festa, contentamento, alegria, ausência de problemas. Só que tenho descoberto uma coisa: a paz que Deus nos dá não é a ausência de dificuldades, mas a certeza de vitória no meio da dificuldade. O que leva um soldado a continuar lutando, mesmo vendo seus companheiros serem mortos ao seu lado, é a certeza de que ele vai vencer, certeza esta que se confunde com esperança. Se ele acreditasse que seu exército iria perder, não faria sentido lutar.

Com o cristão acontece mais ou menos da mesma forma: ele sofre, chora, sorri, cansa-se, recobra as forças e começa a lutar novamente, mas não desiste, porque Deus lhe deu uma certeza, e como “em Cristo somos mais que vencedores”, a vitória é certa, e é Deus quem no-la garante.

Quando aprendemos a aceitar as situações com os olhos de fé, conseguimos ver além do sofrimento e enxergarmos, lá na frente, a vitória que o Senhor já nos deu.

O exemplo da formiga

Conta-se que um garoto estava brincando e começou a observar uma pequena formiga carregando um grão de arroz em suas costas. Decidiu, então, ver até onde essa formiga iria com a sua coragem. Observou que, logo ali, na frente, havia um obstáculo, aparentemente invencível para ela: era um pequeno muro, mas que, para ela se tornou o maior desafio de sua vida.

“O que farei?”, pensou a formiga. “Será que devo abandonar o grão de arroz e subir sem ele? Assim será mais fácil! Ah, mas eu cheguei até aqui, e logo depois do muro já fica a minha casa. Já sei! Não vou desistir! Vou levar o grão em minhas costas sim!”.

Então, o garoto ficou observando a persistência daquela formiga. Na primeira vez, ela acabou escorregando e caindo. Isso se deu por várias vezes. E o garoto ficou observando quando ela iria desistir. Depois de cair 69 vezes, a formiga quis dar-se mais uma chance, pois acreditava que iria conseguir. Finalmente, na 70ª tentativa, ela foi vencedora e alcançou seu objetivo.

Também nós, cristãos, não podemos desistir diante dos obstáculos da vida. Precisamos crer que seremos vencedores e seguir em frente. Afinal, como o garoto observava a formiga e acabou aprendendo com ela, também há muitas pessoas que nos observam e precisam de nosso exemplo para também superarem suas dificuldades.

Seja corajoso e viva todas as situações com fé no Senhor, pois, de fato, tudo concorre para o bem dos que amam a Deus!

Por padre Clóvis Andrade de Melo: Missionário da Comunidade Canção Nova

3 de agosto de 2018


Como trabalhar meu sentimento de culpa?






O sentimento de culpa consiste em fazer com que eu me sinta culpado, quando muitas vezes não sou

Aqui, não quero falar sobre a culpa, mas do sentimento de culpa. Se tiver pecado, tenho que dizer: “Eu pequei, sou um pecador”. As culpas são realidades que não devem nos desencorajar, mas nos jogar ainda mais nas mãos de Deus; realidade que deve nos fazer encontrar o Cristo Salvador!

O problema maior, nos dias de hoje, é sustentar que não precisamos de um Cristo Salvador, porque podemos nos salvar sozinhos. Esta é toda a teoria, toda a filosofia – podem chamá-la como quiserem – da Nova Era, pois dizem não precisar mais do Salvador: “O Salvador sou eu, o Cristo está em mim!”. Não se referem, naturalmente, ao Cristo que mora em mim, o Cristo pessoal, mas àquela força, àquela energia que está em mim; eu a descubro em mim mais ela sai de mim. Portanto, eu me transformo no Deus de mim mesmo, eu me transformo no Cristo.

Como podemos ver, aqui temos alguma coisa que, verdadeiramente, está distorcida, destruindo toda a nossa vida espiritual. Para eles, a vida espiritual consiste nas experiências feitas por eles mesmos. Ficando uma hora na frente de uma árvore, por exemplo, recebem a energia da árvore. Isto para eles é a experiência espiritual. Estamos sobre trilhos totalmente diferentes, portanto, podemos falar que a espiritualidade da Nova Era é, provavelmente, o inimigo mais sutil e mais sério da espiritualidade cristã do nosso dia.

Dessa forma, não me refiro às culpas, mas aos sentimentos de culpa. A realidade dela é aquilo que faz São Paulo falar: “Em mim existe uma lei que não me deixa fazer o bem que eu quero, mas me leva a fazer o mal”. Essa é a culpa!

Os sentimentos de culpa, ao invés, consistem em fazer com que eu me sinta culpado, quando, na realidade, não sou; porém, eu digo para mim mesmo: “Deus perdoa o meu pecado, mas eu ainda o vivo!”. Aqui, temos uma grande ferida psicológica. Encontramos muitos fiéis com estes sentimentos de culpa que podem transformar-se em escrúpulos ou talvez em depressão, em obsessão. Muitas vezes, fixamo-nos em uma ideia. Fixamos a nossa atenção sobre um ponto que é praticamente irreal, porque, se Deus me perdoa, eu já não sou culpado. O diabo fica festejando quando acha uma fraqueza deste tipo no homem. Ele tenta e consegue, com certa facilidade, nos convencer de que Deus já não nos ama.

“Deus me ama!” Tudo começa daqui, a caminhada para a cura começa aqui. Ela não começa ao falar: “Eu sou um pecador!”, mas ao dizer: “Deus me ama, Ele perdoa o meu pecado”.

Uma vez que o Senhor me ama, tento não pecar mais, porque o amor deve ser respondido com amor. Portanto, o início da caminhada está aqui: “Deus me ama!” Deus não é amor? Assim o define São João! Quando existe o senso de culpa é muito fácil que o inimigo entre de forma muito sutil para me atrapalhar e fazer com que eu pare de continuar na minha caminhada.

Frei Elias Vella, OFM


O ressentimento começa através de pequenas coisas



Foto ilustrativa: Jorge Ribeiro / cancaonova.com


O ressentimento começa nas pequenas coisas, nas decepções insignificantes

“Vós purificastes vossas almas obedecendo à verdade para praticardes um amor fraterno, sem hipocrisia. Amai-vos uns aos outros de coração puro, com constância, vós que fostes novamente gerados por uma semente não corruptível, mas incorruptível, pela palavra de Deus viva e permanente” (1Pd 1,22).

A conclusão dessa passagem vemos em 1Pd 2,1: “Rejeitai, portanto, toda a maldade e toda a astúcia, toda a forma de hipocrisia, inveja e maledicência”.

São Paulo disse à comunidade de Efésios: “Estais encolerizados? Não pequeis, não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. Não deis oportunidade alguma ao diabo” (Ef 4,26-27).

Isso significa que não existe nenhuma pessoa viva, aqui na Terra, que não passe pela experiência de ter um momento de ressentimento e irritação; e o encardido se aproveita disso para tentar nos mandar para o inferno. O que nós temos de fazer é não darmos entrada a ele.

O ressentimento começa nas pequenas coisas, de decepções insignificantes; então, fazemos “tempestade em copo d’água” e transformamos aquilo que era um ressentimento bobo em ira ou ódio. O passo para isso acontecer é remoermos, ressentirmos tudo, ou seja, sentimos tudo novamente, relembrarmos os fatos. Cada vez que fazemos isso, o ódio aumenta. Mas como poderemos lutar contra isso?

Passos contra o ressentimento

O primeiro passo é compreender sempre a atitude daquele que nos ofende, pois nunca sabemos o que ele passou durante o dia. O segundo passo é não ficarmos comentando com as outras pessoas o que passou durante o mal entendido, pois isso ajuda a aumentar nosso ressentimento, criando um círculo vicioso. Você já viu aquelas pessoas que, onde vão, contam a mesma história para todos, sempre se fazendo de vítima, de coitado? Isso acontece quando tocamos no assunto com a pessoa errada. Sentiu vontade de falar, procure um padre e confesse-se com ele.

Quando você não ama uma pessoa, é o passo para não amar duas, três, quatro e assim por diante. Você briga com a vizinha, já é um passo para ficar de mal com o marido dela, com a avó. Até mesmo o cantor que essa pessoa gosta você passa a detestar.

Tudo isso ocorre pelo desamor que existe entre nós, e as pessoas que mais sofrem são as que não amam. O desamor não é somente não gostar da pessoa, ter ressentimento por ela, pois amar é dar-se sem esperar nada em troca. Quando, no entanto, não amamos, apenas investimos para que possa receber também; e quando não somos correspondidos, começamos a gerar antipatias.

A pessoa que não ama não consegue chegar à cura interior, e quem não passou pela experiência da cura interior não ama, isso vira um círculo vicioso de pecado, de ressentimento e decepção, e tudo isso vai se transformar em ódio.

Necessário é nos purificarmos para praticar um amor verdadeiro, um amor gratuito, somente assim conseguiremos ficar longe do ressentimento.

Formação Canção Nova

No amor, Deus encontrou um jeito de assemelhar nosso coração ao d'Ele




Foto ilustrativa: kieferpix by Getty Images


Você deixa qualquer pessoa entrar no seu coração?

Abrir uma janela para receber um pouco de luz ou para dar uma “olhadinha” no tempo lá fora é coisa muito comum, principalmente, quando temos o privilégio de estar em uma casa de campo ou na praia. Porém, esse gesto cria ainda mais vida, quando nos dispomos a acolher toda riqueza que ele traz. Aliás, parece-me que é sempre assim. Os gestos têm a importância que lhe damos. Falando da alma, podemos trocar a expressão casa por coração, e teremos, diante de nós, um misterioso cenário a ser desvendado.

O fato é que, ao abrirmos a porta e deixarmos alguém entrar, damos a este visitante o direito de conhecer o interior de nossa casa, apreciar suas riquezas, mas também lhes damos o direito de conhecer as coisas que, talvez, por “falta de tempo”, estejam fora do lugar. Com nosso interior não é diferente.

O ser humano tem sede de amar e ser amado

Assim como temos o direito de decidir quem entra em nossa casa, decidimos também quem entra em nosso coração, e que tipo de tratamento daremos àquele que chega. Claro que existem exceções, onde o visitante invade sem bater à porta e, diga-se de passagem, às vezes, é bom que seja assim. É um gesto de muita coragem entrar, mesmo quando encontra a porta entreaberta ou fechada.

Há quem feche as portas e janelas de seu interior a “sete chaves” e decida-se por não permitir a entrada de mais ninguém. Geralmente, decisões assim são baseadas em decepções, frustrações e até feridas causadas na alma por alguém que entrou e não se comportou direito.

As experiências comprovam que essa não é a melhor escolha, cada um tem suas riquezas a oferecer, e nunca se é tão sábio e poderoso que não precise de ajuda. Criado por amor e para amar, o ser humano tem sede de amar e ser amado. Aí está a essência do seu existir, a força motora que o leva a ser e agir de maneira harmoniosa, acolhedora e feliz.

Amar é correr riscos

O Amor é que faz com que o tempo seja precioso, dá brilho diferente às cores, é o jeito criativo que Deus achou para assemelhar o nosso coração ao d’Ele.

Amar é um risco que precisamos correr, todos os dias, se desejarmos viver intensamente.

Abrir as portas e as janelas da alma é um desafio necessário se quisermos contemplar as maravilhas que estão lá fora e até sermos aquecidos pelos raios do sol do amor que vem ao nosso encontro.

A brisa suave e vital, e ainda a sensação de liberdade que passaremos a sentir, vêm de brinde na hora em que, corajosamente, abrimos a porta do coração e deixamos entrar quem bate pedindo entrada ou invade no desejo de “ajudar”!

Vale a pena correr esse risco.

Dijanira Silva : Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.

Controle sua curiosidade



Foto ilustrativa: Wesley Almeida / cancaonova.com


Tomemos cuidado com essa curiosidade agressiva, que nos leva a indagar, morbidamente, sobre a vida privada dos outros

Vivemos num mundo em que tudo se ventila publicamente. Parece que todos têm o direito de perguntar, seja o que for, da vida das pessoas, e que estas têm o dever de lhes responder; caso contrário, ficarão sob suspeita. Enfia-se o microfone e a câmera de televisão na intimidade dos lares ou dos ambientes profissionais e religiosos sem que lhes tenham aberto as portas. Propõem-se questionários como condição prévia para seguir cursos simples, os quais mais parecem um inquérito policial sobre a vida particular. O mexerico é outro alto-falante, useiro e vezeiro, que espalha em público – entre amigos, parentes ou colegas – o que é de domínio estritamente privado.

Um simples senso de decência nos indica que isso não está certo. E com razão. É um princípio indiscutível da moral que todo homem tem o direito de manter reservados aqueles aspectos da vida, sobretudo da vida privada, que os outros – perguntadores ou não perguntadores – não têm direito nenhum de saber; e tem também o direito de calar-se sobre todas as coisas particulares, cuja divulgação «não serviria em nada ao bem comum; pelo contrário, poderia prejudicar legítimos interesses pessoais, familiares ou de terceiros» (cf. R. Sada e A. Monroy, Manual de Teologia Moral, pág. 233).

Justa indignação

É muito justa a indignação provocada pela intromissão inquisitiva de indivíduos e entidades na vida privada (sem excluir dessas entidades o Estado), especialmente a da mídia. Uma indignação que expressava, com palavras francas e límpidas, São Josemaría Escrivá, comentando a curiosidade maligna dos fariseus (cf. Jo 9,13 e segs.), que se recusavam a acreditar na explicação de um cego sobre a cura operada nele por Cristo: “Não custaria nenhum trabalho apontar, em nossa época, casos dessa curiosidade agressiva, que leva a indagar, morbidamente, a vida privada dos outros. Um mínimo senso de justiça exige que, mesmo na investigação de um presumível delito, proceda-se com cautela e moderação, sem tomar por certo o que é apenas uma possibilidade […].

“Perante os mercadores da suspeita, os quais dão a impressão de organizarem um tráfico da intimidade, é preciso defender a dignidade de cada pessoa, seu direito ao silêncio. Costumam estar de acordo, nesta defesa, todos os homens honrados, sejam ou não cristãos, porque está em jogo um valor comum: a legítima decisão de cada qual de ser como é, de não se exibir, de conservar, em justa e pudica reserva, as suas alegrias, as suas penas e dores de família; sobretudo, de praticar o bem sem espetáculo, de ajudar os necessitados por puro amor, sem obrigação de publicar essas tarefas de serviço dos outros e, muito menos, de pôr a descoberto a intimidade da alma perante o olhar indiscreto e oblíquo de gente que nada sabe nem deseja saber da vida interior, a não ser para zombar impiamente. Como é difícil nos vermos livres dessa agressividade xereta! Multiplicaram-se os métodos para não deixar o homem em paz” (É Cristo que passa, n. 69).

É difícil ler essas palavras sem concordar apaixonadamente com elas. Em todo o caso, não nos esqueçamos de que devemos começar aplicando-as a nós mesmos e às nossas curiosidades pessoais. Será que temos a consciência clara de que constitui uma falta moral, um pecado, abrir ou ler cartas alheias, ou agendas, diários íntimos sem a permissão da pessoa interessada? Ou revistar móveis e gavetas? Ou estar ocultamente à escuta, espiar às escondidas por frestas, janelas ou fechaduras? Ou pressionar alguém, atemorizando-o ou ameaçando-o de qualquer forma para nos contar algo que não temos o menor direito de saber? Cada qual deveria fazer aqui o seu exame de consciência.

Padre Francisco Faus

28 de julho de 2018


Conhecendo melhor a nossa fé



Um católico, que se preze, precisa conhecer bem a sua fé. Precisa saber no que acredita. Precisa saber no que pode e no que não pode viver. Isso é coerência. Se professamos uma religião, devemos conhecê-la.

Infelizmente vemos por aí, católicos, batizados, que não conhecem a sua fé. São batizados, mas não são evangelizados. São batizados, mas desconhecem a sua fé. Alguns acabam assumindo o Catolicismo como se assume um time de futebol ou uma comida preferida. Apenas para ter assunto. Para conversar nas rodinhas de amigos.

É triste ver pessoas se dizendo ser católicas mas…

… acreditarem na reencarnação;
… serem a favor do aborto;
… serem a favor do sexo livre;
… viverem o sincretismo religioso e tantas outras coisas.

Nós sempre partilhamos aquilo que nos é precioso, que nos é caro, valioso. Hoje, partilho a descoberta das riquezas contidas no Catecismo da Igreja Católica (CIC), e convido você – nesse tempo de Quaresma – a se dedicar ao conhecimento dessas riquezas que a Igreja tem, e que por causa de tantas coisas, nós não as conhecemos.

Ultimamente, tenho vivido a experiência de reler essa obra [Catecismo]. Tenho me debruçado sobre ele porque cheguei à conclusão de que ainda não conhecia suficientemente bem aquilo que professo. Lê-lo tem me feito entender e viver com mais entusiasmo o que a Igreja ensina. E como tem sido bom mergulhar na beleza da doutrina da santa Igreja. Precisamos abraçar com firmeza nossa fé. A doutrina católica é maravilhosa! E a leitura do catecismo me levou a redescobrir outras preciosidades: Os Santos Padres da Igreja, os santos doutores da Igreja, os documentos papais, entre tantas outras.

Tem sido um tempo precioso para mim. Rico. E quanto mais faço isso, tanto mas tenho desejo de fazê-lo. E sabe de uma coisa: quando descobrimos algo bom, o desejo do nosso coração é fazer com que as pessoas, – que amamos e queremos bem –, compartilhem dessa descoberta.

Embora eu não conheça você pessoalmente, quero compartilhar dessa minha descoberta. A cada vez que eu termino de ler um trecho desse livro, logo me vem à mente a seguinte indagação: Como seria bom se todos os católicos descobrissem essa maravilha! Como seria bom se os meus amigos católicos descobrissem a beleza do Catecismo… Como seria importante para a evangelização no Brasil, se cada pessoa, que serve nas paróquias, independentemente do que faça nelas, conhecesse os ensinamentos da Igreja…

O avanço no conhecimento da lei de Deus vai gerar em você um novo homem, uma nova mulher, conforme diz o Salmo primeiro:

“Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera” (Sl 1, 2-3)

Saia da superficialidade da sua fé. Mergulhe nos ensinamentos da santa Igreja. Seja você adolescente, jovem ou adulto, homem ou mulher… Não importa. Você só ganha fazendo isso!

Talvez você possa dizer (como muitos dizem) que esse tipo de leitura é difícil. De imediato, eu digo a você: Não, não é difícil. É apenas uma questão de prática. Andar de bicicleta era difícil quando você não sabia. Depois que aprendeu, ficou fácil. Comer com o garfo e a faca era difícil, mas depois que você aprendeu, também ficou fácil. É tudo uma questão de iniciar. Então inicie. Logo você verá a diferença.

A Comunidade Canção Nova, por intermédio do Departamento de Informática, me deu um blog. E me pediu que escolhesse um tema, que tivesse uma identidade. Uma cara. E não poderia falar de outra coisa senão dessa riqueza que estou mergulhando nesses tempos. E isso veio bem a calhar porque percebo nisso um meio de transmitir, aos irmãos que desejem, o fruto dessa descoberta.

O nome do blog é: Dominus Vobiscum. É uma expressão em latim que significa “Deus esteja convosco”. Nele, eu estou colocando – por meio de um arquivo de áudio – as descobertas que tenho feito com a referida leitura. E tenho inserido, com o uso de links, textos interessantes que tenho encontrado sobre o tema tratado, de outros sites sérios que abordam o assunto.

Aguardo sua visita e seu comentário
Dominus Vobiscum: http://blog.cancaonova.com/dominusvobiscum

Deus o abençoe!

O lado bom da angústia





Por que sinto esta angústia? O que ela significa? Deus está nisso?

A angústia geralmente é encarada de modo negativo porque se trata de uma experiência dolorosa. Quero partilhar com você um outro lado em que ela [angústia] pode levá-lo a ser mais próximo de Deus. Geralmente, este sentimento nos leva a sentir desânimo. Muitas vezes, ao vivê-la, nos sentimos sem forças nem mesmo para sorrir ou para estar com as pessoas. Nesses momentos, preferimos nos isolar. Até pensamos que seria melhor para os outros a nossa distância, pois não queremos que o nosso mal-estar os prejudique. Muitas vezes, quem está nesse estado se sente também esquecido pelos outros e inclusive por Deus. Enfim, muitos são os “fantasmas” que nos assustam.

Muitas podem ser as causas desse sentimento: cansaço físico ou mental, problemas de saúde, falta de perdão, ciúmes, um cultivo de um constante desejo de receber amor seguido pela preguiça de dá-lo aos demais.

Acho que lhe provoquei alguns questionamentos, que bom. Se você está sendo impelido a descobrir a causa de sua angústia, saiba que você atingiu o principal objetivo desse texto. Parabéns!

Os livros sapienciais das Sagradas Escrituras, de modo especial o “Eclesiastes”, nos ensinam que na dor, devemos refletir, pois nesses momentos difícieis Deus trabalha em nós. Se os analisarmos bem, podemos descobrir que o Espírito Santo está nos curando, nos amadurecendo e nos levando a superar a nós mesmos ou está nos ensinando a dar uma resposta ativa com relação a esse comportamento inativo que possamos ter.

Podemos ver um exemplo sobre isso em um lugar muito conhecido aqui na Terra Santa, o Getsêmani. Ali Jesus precisou superar a angústia profunda que o levou a suar gotas de sangue para fazer a vontade do Pai.

Enfim, de qualquer modo, ela pode ser bem aproveitada para nos conhecermos melhor, descobrir em que precisamos de tratamento e onde podemos crescer para servir melhor aos outros.

Jó, um grande santo do Antigo Testamento, disse o seguinte no extremo de sua dor: “Se recebemos de Deus os bens, não podemos receber também os males? O Senhor deu, o Senhor tirou, como foi do seu agrado assim aconteceu. Bendito seja o nome do Senhor”. Veja a atitude deste homem. Ele não murmurou em sua dor, mas a acolheu com paciência. E ainda mais: ele louvou a Deus.

Quem ama a Deus O louva mesmo na dor, pois no fundo sabe que Ele pode tirar o bem do maior mal. Louvemos ao Senhor, bendigamos o nome d’Ele, pois Ele está fazendo uma obra maior do que possamos compreender, por isso nessas horas não sabemos nem dar nome ao que está acontecendo em nós.

Procuremos, sim, ajuda, de médicos, psicólogos e de pessoas boas e capazes. Contudo, tenhamos certeza: Deus está nessas horas mais perto de nós do que quando pensamos que Ele está longe.

Que Ele o ajude a encontrar o bem na dor.

Formação - Canção Nova

Em meio à tempestade, será que o Senhor está no barco?






Quando estamos em meio a uma tribulação, nossa tendência é perguntar: “Onde está Deus?”

É normal sermos surpreendidos por situações que nos tiram o foco, que nos pegam de surpresa e logo ganham espaço em nós. É uma visita de Deus? Posso afirmar que sim. Quem disse que Ele vem ao nosso encontro somente nos momentos felizes? A tribulação, a dor, o desespero podem se transformar num trampolim que nos impulsiona a ir ao encontro do Senhor. É Deus a nos visitar.

É saber que a tempestade se aproxima, que se formam os ventos e que o Senhor está na proa do barco, embalado pelo sono, mas pronto a atender nossas necessidades. Mesmo sabendo que Ele está lá, nossa humanidade tende a perder as esperanças, pois, em meio a tantas situações, nossa fé pode ser abalada e podemos entrar num processo de descrença ou até mesmo de dúvida: “Onde está Deus?”.

É necessário que em nós haja uma disposição interior para nos desvencilharmos dos sentimentos negativos que nos atacam nessas horas. São muitas as sensações que vêm; daí a importância de nos conhecermos para dar uma resposta diferente à situação. É dar um passo na fé, como diz monsenhor Jonas Abib; é andar numa corda bamba, sem segurança ou apoio, e, mesmo assim, ter a certeza de que Deus está no controle. Ele está na proa. Pode estar dormindo, mas está lá.

Hoje, tenho feito essa experiência de crer que Jesus está no barco. Isso não quer dizer que o medo, as incertezas ou os questionamentos não me venham ao coração; ao contrário, preciso, dia após dia, convencer-me disso, de que o Senhor está comigo. É viver na dependência de Deus.

Hoje, renunciar às minhas vontades e aos meus desejos diante de uma “visita de Deus” à minha casa não é uma atitude fácil, exige de mim disposição interior e decisão; decisão que perpassa o amor, pois só ele é capaz de dar sentido à missão. Ver os meus pais passarem por um tempo de tribulação no matrimônio e não poder fazer nada é viver uma entrega total nas mãos de Deus, pois Ele tem o melhor. Não é fácil ver a nossa casa “perecendo”, ver a nossa família entrar em toda uma desestrutura, ver que um alicerce de anos está desmoronando… Onde está Deus nessa situação?

Tenho vivido a frase do monsenhor: “O melhor que você pode fazer pela sua família é ser fiel à sua vocação”, esta é a palavra: FI-DE-LI-DA-DE! Interessante ver que Jesus, ao viver a Paixão, só foi capaz de concluir a Sua jornada, chegando ao Calvário para logo mais ser crucificado, por causa da Sua fidelidade ao projeto salvífico do Pai. Ele sofreu? Sim! E muito! Mas não desistiu e foi até o fim!

Hoje, o convite que Nosso Senhor faz ao nosso coração é o de vivermos essa total dependência d’Ele, nos abandonar em Seus braços como um filho que se deleita no colo do pai e fica, ali, quietinho, porque sabe que aquele colo é seguro. Fazer a experiência de escolher a melhor parte, como Maria que ficou aos pés do Senhor e O ouvia falar; ou, quem sabe, fazer a experiência de João, o discípulo amado, que reclinou a cabeça no peito de Jesus, sentia-O tão próximo que até podia ouvir o pulsar do Seu coração.

Viver assim torna a tempestade mais leve, deixamos de dar todo aquele peso que o fardo não tem e conseguimos ver o quanto nossa vida é simples. Sofrimento é ver que temos problemas, muitas vezes um monte, porém, abraçá-los como Jesus que abraçou a cruz, chegar ao cume e experimentar o gozo da ressurreição, porque em Cristo somos mais que vencedores!

Micaelly Medeiros : Comunidade Canção Nova

Aos que se foram!!





Pare, pense e escolha realizar gestos de amor todos os dias

Não deixe para depois os abraços, sorrisos e gestos de amor, porque pode ser tarde

Quando fazemos planos para o futuro e desejamos, para nós e para aqueles que amamos, muitas coisas boas para vivermos nos próximos dias, nem passa pela nossa mente que, em um daqueles dias, nós ou alguém próximo a nós poderá morrer. Isso porque a morte é um tabu para a sociedade moderna, e sempre diz respeito aos outros, é algo distante, não queremos pensar nela, muito menos falar sobre ela. Pensando nessa realidade da irmã morte, como dizia São Francisco de Assis, quero partilhar o ensino que tive com a morte, em 2016, de cinco pessoas que eu amava: minha alegre Tia Laura (julho); o humilde Zezinho da Canção Nova (agosto); uma das minhas mães espirituais, a Delizete (agosto); a Aline, uma mulher de valor com apenas 33 anos (outubro); a minha caridosa prima Bete (dezembro). Como foi bom ter podido expressar o meu amor por elas!

Amizades

Eram parentes e amigos antigos, exceto uma, a Aline, que conheci só há um ano e meio, mas foi o suficiente para sermos muito amigas, pois, como disse Santa Catarina de Sena, “a amizade, cuja fonte é Deus, nunca se esgota”. A minha amizade com a Aline foi por pouco tempo, mas com muita manifestação de amor.

“Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo” (Ecl 6,14-17).

Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de escrever o livro ‘Mulher de Valor’, e à Editora Canção Nova por tê-lo publicado, pois ele foi o motivo do nosso primeiro encontro. A partir daquele dia, cada encontro nosso era um marco, despedíamo-nos com o gosto de quero mais estar na sua presença. Falar de Deus, dos nossos sonhos e da nossa missão de resgatar os valores da “mulher de valor” era tão radiante e motivador, que nem víamos a hora passar.

“Uma mulher de valor, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. (Prov 31,10).” Obrigada, Senhor, por eu ter conhecido a Aline, uma mulher de valor! Encontrar uma amiga como ela é como encontrar um tesouro cheio de pérolas.

No nosso último Chá da Tarde, uma semana antes da sua morte, vivemos nossas últimas expressões de amor, última oração, último Terço da Misericórdia, e rezado juntas. No último abraço, mesmo sem saber, ficou mais uma vez a certeza de que o amor de Jesus Misericordioso havia unido duas apóstolas da Misericórdia, para uma mesma missão: resgatar almas para Deus, sobretudo, as almas femininas.

Não permitamos que a falta de tempo, a distância, o ressentimento ou o dinheiro sejam impedimentos para a manifestação do amor. Não deixemos de manifestar o amor! Vamos escolher amar todos os dias?

Marina Adamo:  Escritora

24 de julho de 2018


Estamos em guerra: casamentos descartáveis e famílias em segundo plano





Foto: stocknshares


Estamos em guerra

Parece meio lógico esse tema, não é? Mas de que guerra estamos falando aqui? Seria a da Síria? A guerra que não cessa na Terra Santa? As guerras urbanas que enfrentamos no nosso dia a dia? Não! De jeito nenhum! Essas guerras, todos já conhecemos. As que não conhecemos podemos assistir em um telejornal, pesquisar na internet ou até mesmo numa conversa informal com os amigos.

Estou falando da guerra que as famílias estão enfrentando, dos casamentos descartáveis, onde qualquer obstáculo, por menor que seja, já é suficiente para desistir. E daí se fizemos votos? E daí se tivemos filhos? Hoje em dia, são tantos filhos de casais divorciados, que isso não surpreende ninguém nem faz diferença.

Adversário errado

Há algum tempo, assisti a um filme chamado ‘Quarto de Guerra’. Embora meu casamento não estivesse em crise, aquilo mexeu muito comigo, pois mostrava que, muitas vezes, lutamos contra o adversário errado. O demônio é o grande inimigo, é ele quem quer acabar com os casamentos, fazer você pensar que não vale a pena, que é só recomeçar e pronto.

Muitos dizem que o mundo está perdido, e, às vezes, eu também penso isso. Se for verdade mesmo, então, o que resta ao inimigo? Acabar com as famílias! E esta, quando se fere, machuca a base e todo o resto desmorona. Uma nação jamais poderá subsistir se a célula mater da sociedade estiver ferida.

Contra quem estou lutando?

Bom, voltando ao filme, fiz uma boa reflexão sobre meu matrimônio, sobre os passos que poderia dar para que as brechas fossem fechadas no meu relacionamento com meu esposo e com meus filhos, para que o inimigo não tivesse vez dentro da minha casa. Fiz até mesmo como no filme e criei meu “canto de guerra”, coloquei várias fotos da minha família, das várias etapas que vivemos, Palavras que o Senhor me deu em momentos de oração, cartinhas do meu filho mais velho. E assim toda manhã eu acordo e, ao me arrumar, vou vendo para que estou vivendo, para Quem estou vivendo e contra quem estou lutando. Se você não assistiu ao filme, vale a pena. Prepare o lencinho e abra seu coração.

Se você ainda é solteiro, já vai se entregando ao Senhor, para que a vontade d’Ele prevaleça em sua vida. Mais do que o seu desejo, que o sonho de Deus seja o seu sonho. Agora, se você já está casado, não ignore os sinais de destruição que o inimigo vai lançando sobre seu lar. Às vezes, ele atinge direto na relação do casal, seja o desgaste do tempo, a falta de diálogo, desemprego, traições, vícios, a falta de sintonia na hora de educar as crianças entre outros. Porém, quando ele não consegue atingir o casal, vai direto nos filhos, na maneira como os educamos ou deseducamos quando eles são pequenos; quando eles crescem, as crises e modinhas (autodestrutivas), próprias da adolescência. E quando ficam ainda mais velhos, com quem estão se relacionando, como estão vivendo… Enfim, uma preocupação sem fim!

Casamentos nulos

Quero fazer uma ressalva: é claro que existem casamentos que são nulos, ou seja, nunca deveriam ter acontecido, mas, por algum motivo, aconteceram e foram se tornando uma grande tragédia. Sendo assim, o divórcio e a nulidade são o caminho a ser tomado. Não podemos, no entanto, perder o foco, pois é o demônio nosso verdadeiro inimigo, é contra ele que lutamos e precisamos estar preparados.

Lute a sua guerra!

Lembro-me de uma música que ouvia na minha adolescência, durante as Missas de cura e libertação, quando ainda não era da Comunidade Canção Nova, mas já a frequentava assiduamente. Uma música extremamente forte, que, com certeza, tinha poder e unção, pois era impossível não sentir a força de Deus quando a cantávamos. Ela dizia assim: “Levanta-Te. Levanta-Te, Senhor. Que fujam diante de Ti Teus inimigos, se dispersem diante de Ti todos aqueles que aborrecem Tua presença. Tua presença reinará sobre todo império, Tua presença reinará e governará sobre todos os principados”.

Penso que esse já seja um bom começo para você juntar forças e começar a lutar a sua guerra. Pegue sua cruz, sua família e lute! Ore, ore sem cessar. Os tempos são difíceis, mas não impossíveis de vencer, pois temos o Cristo ao nosso lado e Ele já venceu a maior das batalhas. Sua família é responsabilidade sua, Deus a confiou a você. Então, você precisa estar preparado para a batalha. Ore, jejue e confie.

Deus é contigo.

Kelly Kruschewsky: é professora no Instituto Canção Nova. Consagrada permanente na Comunidade Canção Nova, ela é casada com João Paulo Kruschewsky e mãe de três filhos: Pedro, Rafael e Elisa.

Relacionamento por acaso


Acredito que não conhecemos as pessoas nem nos relacionamos com elas por acaso, e todas as relações (sejam elas quais forem) são, antes de mais nada, oportunidades que Deus nos dá para sermos canais de Seu amor neste mundo.

A esse respeito, Henri Nouwen afirma, no livro “Mosaicos do Presente”, que quando tomamos consciência de que a fonte que sustenta nossas relações não são os parceiros em si nem qualquer coisa que possam oferecer um ao outro, por mais gentis que sejam, mas Deus que, em Sua bondade, une as pessoas para, por meio de cada um, revelar-se a este mundo todas as nossas relações mudam e ganham um novo sentido.

A verdade é que começamos a perceber que as pessoas com quem convivemos em casa e no trabalho, e também aquelas que encontramos na rua ou no mercado, não são frutos do acaso. Percebemos que, em cada uma, Deus pode revelar Seu amor a nós e, por meio de cada uma delas, também podemos manifestar nosso amor ao Senhor.

Hoje, por exemplo, eu estava indo para o trabalho com um certa pressa, quando fui surpreendida por um rapaz que varria a calçada do prédio. Ele não só parou de varrer para dar-me passagem, como também disse-me: “Bom dia, moça!”. Fiquei meio desconcertada, pois não estava esperando esta atitude. Então, sorri para ele e agradeci, desejando-lhe também um bom dia.

Foi tudo bem rápido, mas continuei meu caminho pensando no fato. Em meio a milhares de pessoas que eu havia encontrado, o rapaz fez a diferença! Inspirada pelo bem que me proporcionou, decidi procurar viver o resto do dia fazendo a diferença também por onde eu for, decidi amar.

Estou revendo minhas atitudes e percebo o quanto estou distante da perfeição que almejo. A atitude do rapaz foi um pretexto de Deus para levar-me além. Fez-me pensar quantas oportunidades tenho perdido de promover o bem na vida das pessoas com gestos de delicadeza. Na verdade, todos nós sabemos o quanto são importantes as pequenas expressões de amor, pois elas fazem toda a diferença neste mundo, no nosso mundo.

Acontece que, mesmo sem tomarmos consciência, somos marcados por lições erradas que o mundo ensina a respeito do amor e acabamos assumindo-as como verdades.

Como que por “contágio” vamos nos tornando egoístas e nos fechamos em nós mesmos, dando como desculpas a pressa, a segurança, o jeito de ser, e seguimos indiferentes a quem está à nossa volta. Mas Deus, que é o puro amor, nos ensina que amar é também acolher o outro independente da condição em que ele se encontra ou do uniforme que está usando. Todo ser humano é criatura amada por Deus e merece, no mínimo, nosso respeito e atenção. Não é por acaso que pessoas entram e saem da nossa vida.

Aquele rapaz varreu não só a calçada do prédio em que trabalha, mas, com sua atitude, varreu também a poeira do meu coração que estava envolto pela pressa e pelas sombras do ativismo. Ele, certamente, nem imagina o bem que me fez! Não conheço seus sonhos, sua família e penso que, se reencontrá-lo, já não recordo-me de sua face. No entanto, seu gesto mudou o meu dia.

Fico pensando nas minhas atitudes e me pergunto: “Será que estou conseguindo transmitir o amor de Deus àqueles que cruzam meu caminho?”. Jesus disse: “O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (Lc 6,31).

Portanto, fiquemos atentos e sejamos criativos e empenhados na prática desta palavra. Que hoje ninguém passe em vão ao seu lado, pois os relacionamentos não são frutos do acaso. São acenos de Deus.

Estamos juntos!

Dijanira Silva: Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN.  É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.

O que revela o comportamento das pessoas se a observamos?





Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com


Mude seu comportamento e decida-se pelo amor

Basta pararmos alguns minutos em uma rua movimentada, rodoviária ou qualquer ponto por onde circulam muitas pessoas e observamos rapidamente o comportamento de algumas dessas pessoas. São diversos tipos de comportamentos: uns mais agitados, outros mais serenos, poucos com semblante alegre e muitos sérios e tensos. O que será que se passa com cada um, o que se esconde por trás daqueles rostos?

Sempre fico com essa pergunta no ar e acredito que, cada vez mais, estou distante da resposta. Não sou pessimista, mas preciso ser realista diante do que percebo. Nós, seres humanos, nos encontramos tão envolvidos na atmosfera tecnológica e científica; somos tão condicionados a acionar botões e ver as “coisas resolvidas”e, desse modo, somos tomados pelo individualismo e nos distanciamos dos outros. Criamos ao nosso redor uma redoma invisível que impede de nos relacionarmos e vivermos em liberdade, como anseia a nossa alma. Surge, então, o isolamento, as relações superficiais e interesseiras que em nada edificam. A pessoa isolada de seus semelhantes e presa a seu próprio eu, perde o sentido de existir, o encanto pelo outros e pelas coisas belas da vida. E, assim, sufoca sua capacidade de servir e amar, razão de nossa existência.

Não se isole

Como fruto do isolamento de si mesmo ou relações superficiais chega o famoso estresse, a depressão e outros males que nem preciso citar.

Mas, o que fazer diante dessa situação, principalmente se a vítima for você? Você sente-se isolado, não consegue recomeçar os relacionamentos e volta-se sempre para si, acha que ninguém lhe entende e, por isso, sofre angústia interior? Saiba que existem saídas! Tomo a liberdade de apontar-lhe duas: a primeira é o cultivo de relações afetivas intensas e profundas, que possam lhe ajudar a encontrar forças e sentido para viver.

“Amar é uma decisão”, dizemos sempre isso na Canção Nova e mais do que dizemos, vivemos isso! Eu mesma posso testemunhar que, a cada dia que passa, decido-me a amar, se não faço isso, paro em mim mesma e não amo! E, o amar nos cura, nos liberta, nos faz novas criaturas.

A segunda saída, não menos importante, é o reencontro com Deus e consigo mesmo por meio da espiritualidade, das práticas de piedade, da participação dos sacramentos e, é claro, tudo isso unido a firme decisão de mudar. Têm coisas que só você pode fazer por você mesmo. Deus está disposto a te ajudar se você der os passos.

Dijanira Silva: Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN.  É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.






Deus está atento às nossas palavras e atitudes



Crédito: beerphotographer / by Getty Images

Deus está atento às nossas palavras, atitudes e, muito mais, ao nosso desejo sincero de buscá-Lo

Esses dias fiquei imaginando que milhares de milhões de súplicas sobem a Deus a cada segundo ou a cada minuto. Ao menos uma frase como “Ai meu Deus!” sai de nossa boca diariamente. Basta um simples olhar ao Céu, um pedido silencioso, um pensamento com significado de “Ajude-me, por favor!”; “Dai-me uma chance!” ou ainda, ” Oriente-me”. E, Deus, está atendo às nossas atitudes.

Além das atitudes, Deus está ainda mais atento ao desejo sincero do nosso interior de buscá-Lo em todos os momentos. Ele sabe exatamente o que faz. A Ele tudo é possível. Tudo o que Deus faz e tudo o que Ele permite acontecer em sua vida tem um porquê e um para quê. Faça essa reflexão:

O elefante é o único animal cujas pernas dianteiras se dobram à frente. Por quê? Porque de outra forma seria difícil para ele levantar-se, por causa do seu peso. Por que os cavalos, para se erguerem, usam as patas dianteiras; e as vacas, as traseiras? Quem orienta esses animais para que ajam dessa maneira? Deus.
Vislumbres de um Deus sábio e amoroso

Esse mesmo Deus que coloca certa quantidade de carvão nas entranhas do solo e, mediante a combinação do fogo e a pressão dos montes e das rochas, transforma esse carvão em resplandecente diamante, que vai fulgurar na coroa dos reis ou no diadema dos poderosos!

Por que o canário nasce aos 14 dias, a galinha aos 21, os patos e gansos aos 28, o ganso silvestre aos 35 e os papagaios e avestruzes aos 42 dias? Por que a diferença entre um período e outro é sempre de sete dias? Porque, o Criador sabe como deve regular a natureza e jamais comete engano.

Ele determinou que as ondas do mar se quebrem na praia à razão de 26 por minuto, tanto na calma como na tormenta. A sabedoria divina revela-se, ainda, nas coisas que poucos notam: a laranja possui número par de gomos; a espiga de milho tem número par de fileiras de grãos; a cacho de bananas tem, na última fila, número par de bananas, e cada fila de bananas tem uma a menos que a anterior. Desse modo, se uma fileira tem número par, a seguinte terá número ímpar. A ciência moderna descobriu que todos os grãos das espigas são em número par.

Deus ouve o seu clamor

Outro mistério que a ciência ainda não descobriu: enormes árvores, pesando milhares de quilos, apoiadas em apenas poucos centímetros de raízes. Ninguém até agora conseguiu descobrir esse princípio de sustentação, a fim de, aplicá-lo em edifícios e pontes. Não é maravilhoso?

Mas há maravilha ainda maior! O Criador toma o oxigênio e o hidrogênio, ambos sem cheiro, sem sabor e sem cor, e os combina com o carvão, que é insolúvel, negro e sem gosto. O resultado, porém, é o alvo e doce açúcar.

Esses são apenas alguns vislumbres de um Deus sábio e amoroso. Esse mesmo Deus que realiza tais maravilhas no mundo que Ele criou, pode também efetuar, em nós, um milagre muito maior. Ele pode dar-nos uma nova vida, pode fazer novas todas as coisas. Ele pode tomar nossa vida triste, inútil e transformá- la em alegre, útil e plena de significado. Portanto, não se desespere. Não importa quão grave seja a sua condição física, moral ou espiritual. Deus ouve o seu clamor, a sua oração. Ele sabe o seu desejo mais íntimo, como nos fala a passagem do Salmo 38. Você pode experimentar um milagre! Basta acreditar e colocar a sua vida nas mãos d’Ele.

Paulo Victor e Letícia Dias: Cirurgião-dentista de formação, Paulo Victor foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. Atualmente, ele mora em Campo Grande (MS). É empresário e casado com Letícia Dias, que  é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas. Hoje, ela mantém uma agitada rotina familiar. Letícia tem um filho caçula que nasceu com Síndrome de Down, e isso a refaz todos os dias.

A importância do bom humor nos relacionamentos






O bom humor é um dos ingredientes que não podem faltar nos relacionamentos

Sorrir é uma das melhores coisas da vida, e não há dúvidas em relação a isso. Mas a verdade é que nem sempre lembramos de sorrir! Envolvidos pelos problemas e pelas exigências que nos cercam, muitas vezes, passamos o dia tensos, com rugas na testa, sem dar um sorriso sequer, perdendo assim, a oportunidade de proporcionar benefícios à nossa saúde e melhorar a qualidade de nossos relacionamentos. Aliás, quando o assunto é relacionamento, o bom humor é um dos ingredientes que não podem faltar.

Pode ser que o casal não tenha dinheiro, casa própria, carro nem tantas outras coisas que muitos defendem como condição para a felicidade, mas se esse casal tem amor e bom humor, ele aprende a aproveitar bem o tempo e é feliz aqui e agora.

Até porque, segundo o cardiologista Dr. Antônio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo, “um indivíduo bem-humorado sofre menos e é mais feliz, porque produz mais endorfina, um hormônio que relaxa”. E não para por aí. O médico explica também que a endorfina aumenta a tendência de ter bom humor. Ou seja, quanto mais bem-humorado você está, maior é sua disposição e, consequentemente, mais bem-humorado você fica. Bom para você, melhor ainda para quem está ao seu lado, porque o bom humor é contagiante.

Já percebeu que, quando alguém tem a coragem de romper os paradigmas e dar uma boa gargalhada, queremos logo saber qual o motivo e ficamos ansiosos para sorrir juntos? É que sorrir torna a vida mais leve e as relações também. Aliás, a leveza é um dos primeiros impactos positivos que o bom humor proporciona numa relação. Por isso, apresento aqui algumas das inúmeras atitudes práticas que podem colaborar para que o bom humor triunfe entre você e seu amor:

Aproveite as oportunidades

Ninguém tem uma vida “cor-de-rosa” o tempo inteiro, é claro! E isso não seria nem mesmo normal. Risos e lágrimas sempre se entrelaçam enquanto vivemos. Então, quando perceber que o bom humor está lhe estendendo a mão, segure-o com todas as forças e aproveite para curtir a oportunidade com quem você ama.

Deem rizadas juntos, brinquem, contem casos, cantem, dancem e sorriam sem economizar. Tenho certeza que esses momentos serão sempre guardados como os mais importantes da vida a dois. E mais, cada vez que lembrar do que viveram juntos, sentirá vontade de rir novamente, mesmo que esteja sozinho andado pela rua. Às vezes, acontece isso comigo, e é muito bom! Quem nos vê sorrindo, às vezes, ri também e lucramos com isso. Então, fique atento e não perca as oportunidades de sorrir!

Quebre o gelo

Quando o clima está pesado e alguém faz um comentário engraçado, geralmente, consegue tirar o foco do problema e alcançar o grande prêmio, que é melhorar o ambiente e a disposição das pessoas. No relacionamento, isso é muito importante, principalmente quando os dois estão cansados e resolvem ficar tensos e calados. Um imagina o que o outro está vivendo, mas, por uma razão qualquer, acabam silenciando também; então, o silêncio reina, e, neste caso, isso não é bom. Seja você o primeiro a descontrair, pois assim, os dois sairão ganhando e o amor agradecerá. Fazer “tempestade em um copo de água” não é sábio nem resolve o problema. Então, quebre o gelo e torne seu relacionamento muito melhor.

Não brinque com coisas sérias

Ter bom humor não significa ser inconveniente e buscar graça onde não existe. Uma piada ou um comentário, “mesmo que seja engraçado”, fora de hora, pode ferir profundamente a outra pessoa. Para evitar isso, procure compreender como o outro se sente e o que realmente precisa no momento. Às vezes, mais do que sorrir, a pessoa está precisando é de um ombro amigo para chorar, e você ganhará muito se descobrir isso antes de usar, em primeira mão, o bom humor.

Viva cada coisa ao seu tempo

Partilhar os acontecimentos do dia com quem amamos é bom e edifica o relacionamento. Porém, é preciso atenção para não ficar falando o tempo inteiro a respeito de trabalho quando se encontram. A Palavra de Deus ensina que “há um tempo para cada coisa” (Ecle 3); então, é preciso deixar no trabalho os problemas que ele causa e levar para casa a disposição para viver algo bom com o outro que está a sua espera. Essa disposição interior já é o primeiro passo para viverem ótimos momentos juntos.

E são muitas as alternativas que você pode desenvolver para preservar o bom humor no seu relacionamento, e assim encontrar o equilíbrio necessário para viver bem os seus dias. Até porque, segundo pesquisadores, o bom humor reforça também o sentimento de liberdade, e sentir-se livre é o maior desejo do ser humano. Agora, consegui-lo em meio à alegria é um presente que está ao seu alcance. Então, não perca tempo, sorria sempre que possível. Sua saúde e seu amor agradecem!

Dijanira Silva: Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa “Florescer”, que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.