A Palavra de Deus

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DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

31 de maio de 2012

OLHAR COM AMOR E CONFIANÇA



Uma das manifestações mais tocantes da bondade de Cristo é a Sua infinita capacidade de dirigir um olhar amoroso e confiante a todos, mesmo aos que parecem mais pervertidos e irrecuperáveis. É uma atitude que vemos a cada passo nos relatos evangélicos, ao contemplarmos o modo acolhedor e esperançado com que o Senhor encara os pecadores, os miseráveis, todos aqueles que aparecem como o rebotalho imprestável da sociedade.

Há, concretamente, uma passagem do Evangelho em que essa atitude se revela com grande transparência. São Lucas pinta a cena com os traços de um drama em que intervêm dois personagens, Cristo e um fariseu chamado Simão.

Ambos contemplam o mesmo fato: a invasão inesperada de uma mulher pecadora na casa do fariseu, onde Jesus estava à mesa juntamente com outros convidados. E eis que uma mulher, que era pecadora na cidade, quando soube que Ele estava à mesa em casa do fariseu, levou um vaso de alabastro cheio de bálsamo. Estando a Seus pés, detrás d'Ele, começou a banhar-Lhe os pés com lágrimas, enxugava-os com os cabelos da sua cabeça, beijava-os e ungia-os com bálsamo (cf. Lc 7,37-38). Aquela pobre mulher, tocada na alma pela divina bondade de Cristo - convertida pela pureza do exemplo e da palavra de Nosso Senhor -, não sabe o que fazer para expressar a sua dor, o seu arrependimento.

Nesse momento, dois pares de olhos se fixam especialmente nela: os do fariseu Simão e os de Cristo. Ambos observam a mesma cena, a mesma pessoa, os mesmos gestos. Mas veem coisas inteiramente diferentes.Assista: "Vacina contra o desânimo", com o saudoso padre Léo

O fariseu fita a pecadora com olhar de desprezo: Vendo isto, o fariseu que o tinha convidado disse consigo: Se este fosse profeta, com certeza saberia quem e qual é a mulher que o toca, e que é pecadora. Simão só vê o “lado mau”. Vê com “maus olhos”.

Cristo, pelo contrário, dirige à pecadora o olhar do amor benigno: os “bons olhos”. Mansamente, volta-se para o fariseu e diz-lhe: Simão, tenho uma coisa a dizer-te… E o que Cristo vai dizer-lhe, com um laivo de tristeza, é que Simão ainda não aprendeu a enxergar com bondade, ainda não aprendeu a apreciar o valor dos outros com uma “atenção amorosa”.

Um credor - começa Cristo - tinha dois devedores: um devia-lhe quinhentos denários, o outro cinquenta. Não tendo eles com que pagar, perdoou a ambos a dívida. Qual deles, pois, o amará mais? O que equivale a dizer: Simão, onde tu vês um atrevimento despudorado, eu vejo amor. Esta pobre criatura chora pela pena do arrependimento e a esperança do perdão.

E prossegue: Vês esta mulher?… - sim, é necessário, é importante conseguir “ver” os outros, coisa nada fácil -, vês esta mulher? Entrei em tua casa e não me deste água para os pés; e esta com as suas lágrimas banhou os meus pés e enxugou-os com os seus cabelos. Não me deste o beijo da paz, mas esta, desde que entrou, não cessou de beijar os meus pés. Não ungiste a minha cabeça com bálsamo, mas esta ungiu com bálsamo os meus pés. Pelo que te digo: São-lhe perdoados os seus muitos pecados porque muito amou (cf. Lc 7, 40-47).

Como se percebem bem aqui os “bons olhos” de Jesus! Mais do que ninguém, Cristo era capaz de penetrar nos abismos do mal que o pecado cavara naquela alma. E mais do que ninguém, por ser Ele Deus - Deus feito homem -, podia sentir-se atingido pelo pecado, pois este é, acima de tudo, uma ofensa a Deus.

Nada disso, porém, passa para o primeiro plano no olhar de Cristo. Na escuridão do pecado, que envolve a alma daquela pobre mulher, Ele não detém a vista no que O ofende; só vê brilhar - como a luz que cintila numa noite escura - a bondade que começa a desabrochar naquela alma dolorida. Apenas vê o “lado bom”, a semente de bondade e a chama de esperança que ali está a despertar, e que Ele pode e quer ajudar a crescer e a acender cada vez mais.

O fariseu queria expulsar, indignado, a pecadora e, com isso, certamente a teria ferido “mortalmente”, pois teria abafado a sua esperança, e a teria acorrentado, talvez para sempre, ao seu mal. Cristo não. Jesus estende-lhe a mão e a salva: A tua fé te salvou; vai em paz (cf. Lc 7, 50). E assim uma dupla alegria, imensa, nasce daquele perdão: a da pecadora perdoada, purificada, nascida de novo; e a de Nosso Senhor, que declara: Haverá mais alegria no Céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lc 15,7).

Por que você não procura mais essa alegria, que Jesus tem preparada para todos nós? Não percebe que é a alegria que invade a alma cada vez que fazemos, com dor e esperança - como aquela mulher - uma boa confissão?
Padre Francisco Faus

NONO MANDAMENTO: GUARDAR A CASTIDADE NOS PENSAMENTOS E NOS DESEJOS



Não cobiçaras a casa de teu próximo, não desejarás sua mulher, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem seu jumento, nem coisa alguma que pertença a teu próximo (Ex 20,17). Todo aquele que olha para uma mulher com o desejo libidinoso à cometeu adultério com ela em seu coração (Mt 5,28).

O Nono Mandamento exige vencer a concupiscência carnal nos pensamentos e nos desejos. A luta contra a concupiscência passa pela purificação do coração e pela prática da virtude da temperança. São João distingue três espécies de cobiça ou concupiscência: a da carne, a dos olhos e a soberba da vida.

O Catecismo da Igreja Católica nos ensina, no número 2514, que concupiscência significa qualquer forma veemente de desejo humano. São Paulo a identifica com a revolta que a “carne” provoca contra o “espírito” (cf. Gl 5,16.17.24). O Nono Mandamento não se dirige contra o desejo em si, mas contra os desejos desordenados. Portanto, este proíbe cultivar pensamentos e desejos relativos às ações proibidas pelo Sexto Mandamento – Não cometer o adultério.

A atração erótica entre um homem e uma mulher foi criada por Deus e é, consequentemente, boa, pertence ao ser humano. Ela procura unir o homem e a mulher, fazendo nascer deles a descendência do seu amor. Esta união deve ser protegida pelo Nono Mandamento. Jogando com o fogo, isto é, lidando negligentemente com a crepitação erótica entre o homem e a mulher, podem ser colocados em risco o casamento e a família, afirma o Catecismo Jovem – Youcat (462).

A pureza de coração é o objetivo deste mandamento; para conquistá-la é necessário que o batizado conte com a graça de Deus e lute contra os desejos desordenados, chegando à pureza do coração mediante a virtude e o dom da castidade, tendo a pureza de intenção e do olhar exterior e interior, procurando tudo isso por intermédio da disciplina dos sentidos e da imaginação e pela oração.

A pureza exige o pudor, que, ao preservar a intimidade da pessoa, exprime a delicadeza da castidade e orienta os olhares e os gestos em conformidade com a dignidade das pessoas e da sua comunhão. Ela liberta do erotismo difuso e afasta de tudo aquilo que favorece a curiosidade mórbida. Requer uma purificação do ambiente social, mediante uma luta constante contra a permissividade dos costumes, que assenta numa concepção errônea da liberdade humana.

O pudor protege o espaço íntimo da pessoa, isto é, o seu mistério, o que tem de mais próprio e interior: a sua dignidade. Acima de tudo, defende a sua capacidade para o amor e a entrega erótica. Ele remete ao que deve ser amor.

Muitos cristãos vivem num ambiente em que o sentimento do pudor é desaprendido. Mas a impudência não é humana. Os animais não conhecem sentimentos de pudor, pelo contrário, no ser humano, é um distintivo essencial. O pudor não esconde uma coisa sem valor, mas protege algo valioso, isto é, a dignidade da pessoa na sua capacidade para amar.

O sentimento de pudor encontra-se em todas as culturas, ainda que sob diferentes formas. Não tem nada a ver com beatice ou educação frustrada. O ser humano também tem vergonha dos seus pecados e de outras coisas cuja divulgação o rebaixariam. Quem, mediante palavras, olhar, gestos e atos, fere o sentimento de pudor natural de outra pessoa rouba-lhe a dignidade, segundo o Catecismo Jovem – Youcat (464).

Portanto, fazei morrer o que em vós é terreno: imoralidade, impureza, paixões, maus desejos e avareza, que é uma idolatria (Cl 3,5). Esta é a ordem de Deus expressa nesse mandamento, o Senhor deseja que o homem viva uma vida casta e pura, valorizando-se e respeitando o outro, por meio da castidade em atos, pensamentos e palavras, pois, quando nos dedicamos ao Altíssimo com o intuito puro, Ele transforma o nosso coração, dá-nos a força necessária para correspondermos à Sua vontade e para nos afastarmos de pensamentos e desejos impuros.
Redação Portal

30 de maio de 2012

EVANGELHO DE QUARTA E QUINTA-FEIRA

 
Ano B - Dia: 30/05/2012 Quarta-feira

Honrarias? Ou critérios do Reino?
Mc 10,32-45
Jesus e os discípulos iam pela estrada, subindo para Jerusalém. Ele caminhava na frente, e os discípulos, espantados, iam atrás dele; as outras pessoas que iam com eles estavam com medo. Então Jesus chamou outra vez os discípulos para um lado e começou a falar sobre o que ia acontecer com ele. Jesus disse:
- Escutem! Nós estamos indo para Jerusalém, onde o Filho do Homem será entregue aos chefes dos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos não-judeus. Estes vão zombar dele, cuspir nele, bater nele e matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
Depois Tiago e João, filhos de Zebedeu, chegaram perto de Jesus e disseram:
- Mestre, queremos lhe pedir um favor.
- O que vocês querem que eu faça para vocês? - perguntou Jesus.
Eles responderam:
- Quando o senhor sentar-se no trono do seu Reino glorioso, deixe que um de nós se sente à sua direita, e o outro, à sua esquerda.
Jesus respondeu:
- Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber e podem ser batizados como eu vou ser batizado?
Eles disseram:
- Podemos.
Então Jesus disse:
- De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber e receberão o batismo com que vou ser batizado. Mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e à minha esquerda. Pois foi Deus quem preparou esses lugares e ele os dará a quem quiser.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar zangados com Tiago e João. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse:
- Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles e mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de todos. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.

Leitura Orante
 
- A nós, a paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
 
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus,
Sois o Mestre e a Verdade:
iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho:
fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida:
transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 10,35-45, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
Tiago e João pedem a Jesus um favor. Um favor pretensioso: queriam sentar-se à direita e à esquerda do Mestre no Reino glorioso.Os filhos de Zebedeu sonham com honrarias, poder, destaque. Querem estar acima dos demais apóstolos. E Jesus lhes diz mais uma vez que seu Reino não é este que eles sonham. É um Reino onde quem quer ser mais importante serve os demais e quem quer ser o primeiro deve se tornar escravo dos outros. A comunidade do Mestre rege-se por critérios e atitudes opostas aos critérios do mundo. A ambição e o desejo de ser o melhor e o maior são substituídos pelo espírito de serviço. Não no sentido de que o serviço é exercido para obter o primeiro lugar, mas no sentido de que no serviço reside a dignidade. A referência ao cálice e ao batismo pode ser interpretada como a Eucaristia e o batismo como participação no mistério pascal de Cristo. O Mestre convida Tiago e João a reverem seu pedido a partir de uma revisão da mentalidade. E a assumirem os critérios do Reino.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Minha vida reflete as atitudes de Tiago e João ?
O meu Projeto de vida traz os critérios do Mestre Jesus Cristo?
Os bispos da América Latina me animam: "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou" (DAp 18).
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre, disseste que a vida eterna consiste
em conhecer a ti e ao Pai. Derrama sobre nós, a abundância
do Espírito Santo!
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento,
porque és o único caminho para o Pai.
Faze-nos crescer no teu amor,
para que sejamos, como o apóstolo Paulo
testemunhas vivas do teu Evangelho.
Com Maria,
Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos,
guardaremos tua Palavra,
meditando-a no coração.
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós.
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos do Mestre.
Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme os critérios de Jesus Mestre.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Ano B - Dia: 31/05/2012 Quinta-feira

Maria visita Isabel
Lc 1,39-56
Alguns dias depois, Maria se aprontou e foi depressa para uma cidade que ficava na região montanhosa da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se mexeu na barriga dela. Então, cheia do poder do Espírito Santo, Isabel disse bem alto:
- Você é a mais abençoada de todas as mulheres, e a criança que você vai ter é abençoada também! Quem sou eu para que a mãe do meu Senhor venha me visitar?! Quando ouvi você me cumprimentar, a criança ficou alegre e se mexeu dentro da minha barriga. Você é abençoada, pois acredita que vai acontecer o que o Senhor lhe disse.
Então Maria disse:
- A minha alma anuncia a grandeza do Senhor. O meu espírito está alegre por causa de Deus, o meu Salvador.
Pois ele lembrou de mim, sua humilde serva!
De agora em diante todos vão me chamar de mulher abençoada, porque o Deus Poderoso fez grandes coisas por mim.
O seu nome é santo, e ele mostra a sua bondade a todos os que o temem em todas as gerações.
Deus levanta a sua mão poderosa e derrota os orgulhosos com todos os planos deles.
Derruba dos seus tronos reis poderosos e põe os humildes em altas posições.
Dá fartura aos que têm fome e manda os ricos embora com as mãos vazias.
Ele cumpriu as promessas que fez aos nossos antepassados e ajudou o povo de Israel, seu servo.
Lembrou de mostrar a sua bondade a Abraão e a todos os seus descendentes, para sempre.
 
Leitura Orante
Visitação de Maria a Isabel

Saudação
- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual,
paz de Deus, nosso Pai,
a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo,
no amor e na comunhão do Espírito Santo.
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo!
Preparo-me para a Leitura, rezando:
Jesus Mestre, que dissestes:
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome,
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos, pela grande rede da internet,
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos
as Sagradas Escrituras.
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa,
onde a Palavra de Deus produza frutos
abundantes de santidade e missão.
(Bv. Alberione)
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Lc 1,39-56, e observo pessoas, palavras, relações, lugares.
No episódio da Visitação, Maria e Isabel viveram uma experiência inédita de si mesmas, quando uma se abriu para a experiência da outra, para a habitação de Deus na outra.

No momento, elas conseguiram assumir em si a outra pessoa, ou outro projeto de Deus. O sentido último, o sentido teologal da solidariedade, é esta capacidade de hospedar dentro de si uma outra pessoa - qualquer que ela seja -, e no episódio da Visitação tivemos a dilatação máxima do significado da solidariedade, porque as duas mulheres que foram protagonistas da cena: estavam grávidas de filhos que, do ponto de vista das possibilidades humanas, eram filhos do impossível. Elas se visitaram enquanto mães. Elas se reconheceram enquanto pessoas amadas e chamadas por Deus. Elas vibraram de alegria e se abençoaram enquanto foram capazes de escutar uma outra voz, capazes de agradecer, e de rezar.

Os bispos do Brasil, nas Novas Diretrizes da Igreja (2011-2015) apontam para a gratuidade e missionariedade, sempre a "partir de Cristo". É que vivem Maria e Isabel.

Solidariedade não significa apenas experimentar em si sentimentos positivos genéricos, ou um bem intencionado fazer algo por alguém. Não podemos reduzir o conceito a fatos exteriores, operativos, pois a solidariedade é algo que nasce da escuta interior, e cuja finalidade última é o descobrir-se em Deus, sentir-se na sua presença, sentir-se inserido no seu projeto. Não seria impossível nem impróprio dizer que o último degrau da solidariedade é a oração: não tanto enquanto um ato específico, mas como um estado habitual.

A solidariedade é uma resposta ao chamado de Deus e, de qualquer maneira que ela seja vivida, constitui sempre uma forma ativa de compromisso, é um serviço recíproco. No episódio da Visitação é difícil dizer qual das duas mulheres precisava da outra, qual delas auxiliava e servia a outra. Nós estamos acostumados a dizer que Maria foi ao encontro de Isabel para servi-la: isso por força do hábito, e que empreendeu uma viagem para ver a outra. Mas as dinâmicas desse episódio não são assim tão simples. A obrigação que motivou a visita de Maria a Isabel, segundo nos informou Lucas, não era uma obrigação de caráter material, de serviços práticos, desses auxílios caseiros que Isabel poderia receber sem problema algum por outras vias. Era uma necessidade que elas tinham de se confrontar na fé.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje?
Convida-me a ser uma pessoa solidária. Recordamos as palavras dos bispos na Conferência de Aparecida: "Agora, desde Aparecida, Maria convida-os a lançar as redes ao mundo, para tirar do anonimato aqueles que estão submersos no esquecimento e aproximá-los da luz da fé. Ela, reunindo os filhos, integra nossos povos ao redor de Jesus Cristo." (DAp 265).
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Faço minha oração pessoal e rezo a Maria:
Odogitria Pan-Haghia
Pe. Zezinho, scj
Odogitria
Mostra-nos, Maria, os caminhos de Jesus
Odogitria
Mostra-nos, Maria, o caminho pra Jesus
Pan haghia, toda santa és Maria
Pan haghia, toda santa és Maria
Sabes conduzir
Sabes conduzir ao teu Jesus
Quem procura uma luz
CD Quando Deus se calou, Pe. Zezinho,scj - http://bit.ly/jfrWG0
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus e o coração de Maria, reconhecendo as graças que Ele nos concede a cada instante.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Ir Patricia Silva, fsp.

E QUANDO A VIDA NOS DIZ NÃO?


Nem sempre quando a vida nos diz "não", tal resposta tem a finalidade de nos encerrar em um tempo de esterilidade. O "não" pode também se manifestar como a possibilidade de trilharmos um novo caminho, adentrando por uma nova porta que a nós se inaugura neste específico momento. Há momentos nos quais, de maneira antecipada e, quem sabe, até precipitada, tudo definimos e estabelecemos dentro de nós, idealizando nossos sonhos e metas de maneira irrevogável. Entretanto, em muitas circunstâncias, as realidades acabarão não acontecendo da maneira como planejamos, e nesses peculiares invernos, poderá – intensamente – nos visitar a frustração.

É horrível desejar tanto uma realidade e, por fim, deparar-se com a sua não realização. Contudo, não é só quando a vida sorri que podemos ser felizes. Muitas vezes, a felicidade que nos espera será preparada pelas lágrimas, sendo que estas podem se tornar um sólido alicerce para a construção de uma madura realização em nossa história. As lágrimas podem também gerar vida e recomeços, e o não, pode se tornar um específico lugar onde se pode refletir e escutar a Verdadeira voz, que poderá nos conduzir à mais perfeita realização.

Neste processo de deparar-se com o "não" se faz essencial a confiança. Confiar em um motivo Maior no qual possamos recostar nossas fragilidades, pois sempre haverá um concreto sentido (significado) no qual poderemos ancorar nossas esperanças e depositar as nossas lágrimas. Faz-se necessário confiar nos planos de nosso Autor, pois, diante de cada circunstância, Ele sempre verá mais longe e comtemplará o real muito melhor que nós mesmos.

É preciso, de fato, confiança e abandono, mesmo quando a vida diz "não", pois o "não" – conduzido por Deus – torna-se fonte de vida e de felicidade para nós. É preciso dizer "sim" aos "nãos" que Deus nos apresenta, acreditando que Ele conhece nossos sonhos e que, quando nos diz "não", é porque está nos preparando algo infinitamente superior ao que esperávamos.

Seus planos são perfeitos, e no centro deles estamos nós. É preciso treinar a audição para o Infinito e sempre n’Ele esperar, dizendo constantemente "sim" às realidades nas quais Ele nos insere. De tal forma em tudo cresceremos, adquirindo uma sabedoria e maturidade ímpares, que nos farão adentrar naquilo que é próprio da Eternidade. Cresçamos com os "nãos", treinemos a confiança e nos abandonemos aos cuidados deste singular e infinito Amor!
Padre Adriano Zandoná

O QUE É TER E ASSUMIR A FÉ?


“Habemus Papam” (Temos Papa): é com estas palavras latinas que se costuma anunciar, da sacada da Basílica de São Pedro, em Roma, a eleição de um novo Pontífice. Elas são também o título de um filme do cineasta italiano Nanni Moretti, lançado no início de 2011, no qual o autor, ateu confesso, tenta pôr a Igreja em xeque-mate.

O enredo é uma comédia: o papa, recém-eleito, é acometido por uma crise de pânico ao ter que assumir uma função sem sentido numa instituição caduca e vazia que sobrevive de fachada. A intenção demolidora do autor pode ser resumida na resposta que o novo papa, trajando roupas civis e em fuga pelas ruas de Roma, dá a alguém que lhe pergunta sobre a profissão que exerce: “Ator!”

Para Moretti, a Igreja Católica se assemelha a uma peça teatral ultrapassada, e suas lideranças, a atores que desempenham friamente um papel que lhes é imposto, mas do qual não entendem o sentido e a validade.

É inútil negar: a “mãe de todas as crises” por que passa atualmente a humanidade é a diminuição ou a ausência da fé. Até mesmo nas religiões fundamentalistas, nas quais as pessoas matam em nome de Deus; o que as move não é o compromisso com uma sociedade fraterna e solidária – suporte de toda crença que se preze –, mas ideologias alicerçadas no medo e na insegurança, que as impedem de dialogar e de conviver com o diferente, visto como ameaça.Assista: "É preciso ser católico de verdade", com professor Felipe Aquino

Não foi por nada que o Papa Bento XVI convocou a Igreja Católica para dois grandes acontecimentos em 2012. Primeiramente, o Sínodo dos Bispos, a ser realizado durante o mês de outubro, com o tema: “A nova evangelização para a transmissão da fé cristã”. E, durante o Sínodo, no dia 11, o lançamento do “Ano da Fé”, comemorando a passagem do 50º aniversário do início do Concílio Vaticano II (1962/1965). A carta de convocação lembra que «a fé é um dom que se deve redescobrir, cultivar e testemunhar». E conclui almejando «que Deus nos conceda saborear a beleza e a alegria de sermos cristãos!».

O que significa ter e assumir a fé? Uma das respostas mais lapidares dadas pela Bíblia é oferecida pela Carta aos Hebreus: «A fé é a certeza e a posse do que se espera e o conhecimento das realidades que não se veem» (11,1). Nesse sentido, ela não se identifica simplesmente com o sentimento religioso, uma sensação de carência que acompanha o ser humano desde o seu nascimento: sentindo-se pequeno e indefeso diante do desconhecido e das dificuldades, ele busca fora de si – numa força superior – as energias que não encontra em seu interior. Nem se resume a um mero conhecimento intelectual de verdades mais ou menos reveladas, como ensina São Tiago: «Tu crês que existe Deus? Muito bem: mas também os demônios creem e... continuam no inferno» (2,19).

Para não definhar e sumir, a fé precisa ser sustentada por uma constante conversão, manifestada por atos concretos: «A fé que não se traduz em obras, morre» (Tg 2,17). É o que lembram os Bispos latino-americanos, em sua Conferência de Aparecida, em 2007: «Não resistiria aos embates do tempo uma fé católica reduzida a uma bagagem, a um elenco de algumas normas e de proibições, a práticas de devoção fragmentadas, a adesões seletivas e parciais das verdades da fé, a uma participação ocasional em alguns sacramentos, à repetição de princípios doutrinais, a moralismos brandos ou crispados que não convertem a vida dos batizados. Nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas, na verdade, a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez. A todos nos toca recomeçar a partir de Cristo, reconhecendo que não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva».

Diante da corrupção e da violência que avançam em toda a parte, cresce o número dos que, a exemplo de São João, veem «o mundo inteiro sob o poder do Maligno». Contudo, sua alegria e seu consolo serão grandes se se deixarem envolver pela certeza que levava o mesmo Apóstolo a bradar: «Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé» (I Jo 5,4.19). Certeza que se fundamenta na ressurreição de Jesus: «Coragem, eu venci o mundo!» (Jo 16,33).
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados

29 de maio de 2012

SAIBA POR QUE VOCÊ DEVE IR A IGREJA?



Nas regiões onde a carência de água é bastante prejudicial à sobrevivência do ser humano, os caminhões-pipa são indispensáveis para que muitas famílias possam receber periodicamente o mínimo necessário de água para sua sobrevivência. Sem este veículo que leva a água em seu reservatório, muitas famílias estariam condenadas a conviver com a falta d'água. E todos sabem que esse líquido é um elemento necessário para nossa sobrevivência.

O caminhão-pipa transportando a água está de certa forma levando vida a todos aqueles que dependem dessa substância para continuar vivos. Abastecido, ele cumpre o seu papel de ser um rio onde não há nascentes.

Muitas pessoas se perguntam qual a importância de participar da Igreja. Muitos se afastam da comunidade cristã pelos mais variados motivos. Outros até participam, mas voltam para casa do mesmo modo como chegaram. Em meio a uma sociedade que, muito rapidamente, vai criando a mentalidade de que a espiritualidade é algo individualista, qual o sentido de participar da Igreja? Por que ir à igreja?

Muitas vezes se chega à igreja como um caminhão-pipa, porém vazio, sem a água necessária que é sinal de vida. Diante do mistério de Deus, da Palavra proclamada, refletida e meditada, do pão e do vinho que se tornam o Corpo e Sangue de Cristo, nos abastecemos da Vida em Plenitude oferecida pelo próprio Cristo. Deste modo voltamos para casa cheios da Água Viva e, assim, podemos partilhar com aqueles que convivem conosco a Água que em nós foi depositada em nosso coração.

O coração é o depósito da Vida em Plenitude, no qual levamos o amor de Deus a nossos irmãos e irmãs. Quando deixamos de participar da Igreja nosso coração fica vazio e seco. Como alguém pode saciar a sede de outra pessoa se não possui nem mesmo água suficiente para saciar a própria sede?

Um caminhão-pipa só cumpre seu papel se estiver abastecido de água. Um ser humano só se sente completo como pessoa se estiver abastecido da presença de Deus. Por que ir à igreja? Ir à igreja porque nela está a Fonte de Água Viva, que sacia nossas sedes interiores. E porque, uma vez abastecidos da presença de Deus em nós, podemos levar esta mesma Água a todos aqueles que pedem uma gota da Água da Vida, a qual lhes devolva o sentido de viver em uma sociedade que partilha outras águas artificiais que não saciam a sede; mas pelo contrário, fazem com que o ser humano sempre tenha mais sede de vida verdadeira.

Ir à igreja porque lá encontramos a comunidade reunida. Na união com os irmãos e irmãs de comunidade partilhamos as dores e alegrias da vida em uma comum unidade. Ir à igreja porque é lá que o milagre da Eucaristia acontece em toda Santa Missa celebrada. Ir à igreja para voltarmos para casa melhores do que chegamos.

Muitas pessoas quando voltam para casa, ouvem de seus familiares: “Você foi rezar e voltou pior?” Quando voltamos para casa abastecidos do Amor de Cristo em nós é impossível voltarmos para o cotidiano da vida do mesmo jeito que chegamos. Somente quem teve sua sede saciada por Deus poderá saciar a sede de outras pessoas com o mesmo amor que recebeu.

Se o caminhão-pipa leva a água que sacia a sede humana biológica, nós somos convidamos a sair da igreja com o coração abastecido da Água Viva que sacia a nossa sede humana do Amor Divino.
Padre Flávio Sobreiro

A DOR HUMANA COMO LUGAR DE "REVELAÇÃO"


 Em sua Carta Apostólica sobre o significado cristão do sofrimento humano (já expressa em nosso trabalho), “Salvifici Doloris” (1984, n° 26), o saudoso Pontífice João Paulo II expressou, com maestria, a ideia enunciada: A dor humana como lugar de "revelação".

“Temos visto, através dos séculos e das gerações, que há no sofrimento um certo poder escondido, ou seja, uma graça especial que leva a pessoa, interiormente, para perto de Cristo. Uma graça particular.

A esta ficaram a dever a sua própria conversão muitos santos, como, por exemplo, São Francisco de Assis, Santo Inácio de Loyola, etc. O fruto de semelhante conversão é não apenas o fato de que o homem descobre o sentido salvífico do sofrimento, mas sobretudo que no sofrimento ele se torna um homem totalmente novo”.

De fato, a partir do evento Cruz, a dor humana se tornou um lugar privilegiado de manifestação/revelação do Sagrado, da presença e ação do próprio Deus, que, no mistério de sua Sexta-feira Santa, atrai a si todos os homens (cf. Jo 12,32). E este poder escondido – acima citado pelo Pontífice – presente no mistério da dor, manifesta, concretamente no território humano, a sua graça particular: No “alto do madeiro” o coração do homem sofredor tende a se dilatar e, a consequentemente, se questionar sobre a própria existência e sobre sua finalidade no solo de nosso tempo. Precisamente aí ele “pode” – exercendo sua liberdade de criatura – olhar a seu lado e perceber que não está só, pois com ele está também o “Crucificado por excelência”, acompanhando-o em seu sofrer cotidiano e manifestando-Se a ele em expressão máxima de amor/doação por intermédio do emblema de sua dor.

O Crucificado da Sexta-feira Santa se torna presente na dor dos sacrificados do mundo. A paixão do mundo é alcançada e fermentada pela Paixão de Cristo, de modo que o peso da finitude não se torna ocasião de desespero e de condenação, mas caminho de ressurreição e de vida.

Ele, que, por amor à criatura humana e em obediência ao Pai, “foi transpassado” (cf. Zc 12,10; Jo 19,37) pela dor/finitude e pelo abandono, acompanha todos os crucificados de nossa terra, oferecendo a estes um perene sentido para seu sofrer, e inserindo-os em valores que transcendem a imanência (visão encerrada na finitude) própria da criaturalidade humana.

Na cruz do homem o Crucificado se desvela profundamente sob o signo do amor: “mais forte que a finitude e a morte” (cf. Ct 8,6b), e que tudo redime em seu sacrifício de obediência e liberdade.

Assim sendo, a partir de Cristo sofredor, a dor do homem se torna um específico território de revelação de um Deus que não o abandona à mercê de seus próprios dissabores, mas, que segue com ele até o fim de sua “Via Crucis” (Via dolorosa; em seu caminho de sofrimentos). Como consequência de tal compreensão, a dor do homem acaba por manifestar-se como uma perene possibilidade de redenção/salvação e, evidentemente, como um preciso espaço de revelação para os que a experienciam e para toda a humanidade.
Padre Adriano Zandoná

28 de maio de 2012

EVANGELHO PARA SEGUNDA E TERÇA-FEIRA

Ano B - Dia: 28/05/2012 Segunda-feira

O homem que quer a vida eterna
Mc 10,17-27
Quando Jesus estava saindo de viagem, um homem veio correndo, ajoelhou-se na frente dele e perguntou:
- Bom Mestre, o que devo fazer para conseguir a vida eterna?
Jesus respondeu:
- Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e mais ninguém. Você conhece os mandamentos: "Não mate, não cometa adultério, não roube, não dê falso testemunho contra ninguém, não tire nada dos outros, respeite o seu pai e a sua mãe."
- Mestre, desde criança eu tenho obedecido a todos esses mandamentos! - respondeu o homem.
Jesus olhou para ele com amor e disse:
- Falta mais uma coisa para você fazer: vá, venda tudo o que tem e dê o dinheiro aos pobres e assim você terá riquezas no céu. Depois venha e me siga.
Quando o homem ouviu isso, fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste. Jesus então olhou para os seus discípulos, que estavam em volta dele, e disse:
- Como é difícil os ricos entrarem no Reino de Deus!
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantados, mas Jesus continuou:
- Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! É mais difícil um rico entrar no Reino de Deus do que um camelo passar pelo fundo de uma agulha.
Quando ouviram isso, os discípulos ficaram espantadíssimos e perguntavam uns aos outros:
- Então, quem é que pode se salvar?
Jesus olhou para eles e disse:
- Para os seres humanos isso não é possível; mas, para Deus, é. Pois, para Deus, tudo é possível.
 
Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura, rezando ao Espírito, com todos os que navegam na internet:
Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em nós, falas em nós,
rezas em nós, ages em nós.
Te pedimos: ajuda-nos a fazer espaço às tuas palavras,
à tua oração, para que possamos conhecer
o mistério da vontade de Deus na história.
Acende em nós aquele mesmo fogo
que ardia no coração de Jesus,
quando ele falava do reino de Deus.
Somente tu, Espírito Santo, podes acendê-lo
e a ti, portanto, apresentamos a nossa fragilidade,
a nossa pobreza, o nosso coração apagado,
para que tu o reacendas com o calor da santidade da vida,
do amor fraterno e da potência do Reino.
Amém.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 10,17-30, que narra a conversa de Jesus com um homem rico.
Marcos apresenta no seu relato, um homem entusiasta e decidido que veio correndo e ajoelha-se diante dele. E saúda Jesus com o belo título de Mestre. De início, Jesus o corrige, dizendo-lhe que só Deus é bom. Depois, é carinhoso: "Jesus olhou para ele com amor". E diz que lhe falta, além de cumprir os mandamentos, renunciar à riqueza para seguir Jesus. Se não renunciar à riqueza, o coração fica dividido. O moço cumpriu todos os mandamentos, menos o primeiro: amar a Deus sobre todas as coisas. Ouvindo a proposta de Jesus, o rapaz "fechou a cara; e, porque era muito rico, foi embora triste".
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim?
Os que decidem por seguir Jesus Cristo encontram-se diante desta opção.
Quero seguir Jesus Cristo e para isto necessito optar, me comprometer por segui-lo, sabendo que nele está toda minha riqueza. Os bispos, em Aparecida, disseram:
"No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação." (DAp 351)
3.Oração (Vida) O que o texto diz para mim?
O que o texto me leva a dizer a Deus? Rezo a Oração do Amor:
Senhor,
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado,
Pois é dando que recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
4. Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Hoje, vou olhar as pessoas com olhar de fraternidade e renovar meu compromisso de vida com o Senhor.

Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).


Ano B - Dia: 29/05/2012 Terça-feira

Seguir Jesus é seguir o Tudo
Mc 10,28-31
Aí Pedro disse:
- Veja! Nós deixamos tudo e seguimos o senhor.
Jesus respondeu:
- Eu afirmo a vocês que isto é verdade: aquele que, por causa de mim e do evangelho, deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou terras receberá muito mais, ainda nesta vida. Receberá cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, terras e também perseguições. E no futuro receberá a vida eterna. Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.

Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura, rezando, com todos os internautas, ao Espírito.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em nós, falas em nós,
rezas em nós, ages em nós.
Te pedimos: ajuda-nos a fazer espaço às tuas palavras,
à tua oração, para que possamos conhecer
o mistério da vontade de Deus na história.
Acende em nós aquele mesmo fogo
que ardia no coração de Jesus,
quando ele falava do reino de Deus.
Somente tu, Espírito Santo, podes acendê-lo
e a ti, portanto, apresentamos a nossa fragilidade,
a nossa pobreza, o nosso coração apagado,
para que tu o reacendas com o calor da santidade da vida,
do amor fraterno e da potência do Reino.
Amém.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 10,28-31.
Jesus, responde a Pedro, garantindo-lhe "cem vezes mais" do que tem aqui na terra, pelo fato de o haver seguido. Mais ainda: o tesouro da "vida eterna".
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim?
Os que decidem por seguir Jesus Cristo encontram-se diante desta garantia. Seguir Jesus Cristo significa optar por segui-lo, sabendo que nele está toda minha riqueza. Os bispos, em Aparecida, disseram:
"No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação." (DAp 351)
3.Oração (Vida) O que o texto diz para mim?
O que o texto me leva a dizer a Deus? Rezo a Oração do Amor:
Senhor,
Fazei-me instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado,
Pois é dando que recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
4. Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? Hoje, vou olhar o mundo e as pessoas com as disposições de Jesus; oferecer-lhes a verdadeira vida.
Assim também vou considerar a minha vocação de seguimento de Jesus.

Bênção Bíblica
O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante
e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto
e lhe conceda a paz!'
(Nm 6,24-27). 
Irmã Patricia Silva, fsp

10 MANDAMENTOS PARA A PAZ NA FAMILIA



1. Tenha fé e viva a Palavra de Deus, amando o próximo como a si mesmo.

2. Ame-se, confie em si mesmo, em sua família e ajude a criar um ambiente de amor e paz ao seu redor.

3. Reserve momentos para brincar e se divertir com sua família, pois a criança aprende brincando e a diversão aproxima as pessoas.

4. Eduque seu filho através da conversa, do carinho e do apoio e tome cuidado: quem bate para ensinar está ensinando a bater.

5. Participe com sua família da vida da comunidade, evitando as más companhias e diversões que incentivam a violência.

6. Procure resolver os problemas com calma e aprenda com as situações difíceis, buscando em tudo o seu lado positivo.

7. Partilhe seus sentimentos com sinceridade, dizendo o que o que você pensa e ouvindo o que os outros têm para dizer.

8. Respeite as pessoas que pensam diferente de você, pois as diferenças são uma verdadeira riqueza para cada um e para o grupo.

9. Dê bons exemplos, pois a melhor palavra é o nosso jeito de ser.

10. Peça desculpas quando ofender alguém e perdoe de coração quando se sentir ofendido, pois o perdão é o maior gesto de amor que podemos demonstrar.
Portal Canção Nova

TRANSFORMADOS PELA VERDADE



"Santifica-os pela verdade. A Tua palavra é a verdade" (Jo 17,17)

A Palavra de Deus é diferente de qualquer palavra. Quando Deus fala, tudo se transforma.

Por meio de sua Palavra, Deus criou todas as coisas. Ele falou e todas as coisas foram feitas.

A Palavra de Deus gera vida, cria, realiza milagres, cura as feridas, purifica nossas mentes, produz esperança, transforma nossas vidas, liberta-nos do pecado e derrota a tentação.
 
Sem a Palavra não se poderia mais viver!

Ela tem sido este alimento espiritual, alimento sólido, que me faz crescer saudável na minha vida de fé.

A Bíblia é como uma bússola que confio plenamente para ser meu guia, onde consigo ver a direção que está apontando-me a vontade de Deus.

Ela é a verdade libertadora que me transforma. Encontro-me comigo mesma cada vez que leio ou escuto a Palavra.

Ela é uma força poderosa para me revelar o que preciso conhecer sobre mim mesma. É o motor que movimenta toda a minha vida espiritual.

Em muitas situações que vivi, pessoas tentaram me fazer ver minha verdade e não conseguiram. No entanto, a Palavra, como um espelho, revelou-me toda a minha íntima verdade, convencendo-me dela.

Quando nos deixamos transformar pela Palavra, ela por si só, vai fortalecendo nossa relação com Deus Amor, vamos deixando de confiar em nós mesmos, como auto-suficientes, passando a confiar n’Ele. Vamos convertendo nosso modo de agir por amor a Ele.

Sentimos o efeito da Sua Presença na Palavra, uma presença real, de um Deus que se dirige a nós de modo íntimo e pessoal. Vamos colhendo os frutos desta intimidade. Nos tornamos capazes de responder-lhe, não mais pelo cumprimento de uma Lei ou mandamento, mas, livres da lei fazemos por amor Aquele que nos amou primeiro e nos chama de filhos queridos.
 
A tua Palavra é verdade, verdade que transforma!
Simoni Cavazanni

DEUS NÃO IMPROVISA



Há quem diga que nossa vida é como o tear e todos os acontecimentos são como fios entrelaçados entre si e revestidos de significados. Nada acontece por acaso e, à medida que o tempo vai passando, vamos, cada vez mais, tomando conhecimento do “bordado”, resultado da nossa história.

Contemplar a obra terminada é tarefa que foge das nossas mãos, mas colaborar para que ela seja apreciável é missão que se dá na generosidade partilhada por nós a cada dia.

Nossa vida é repleta de acontecimentos, às vezes passam-se anos sem sabermos notícias de quem um dia fomos cúmplices e, de repente, o reencontro acontece. Em outros casos fomos ajudados por alguém e nunca o encontramos para, ao menos, lhe agradecer. Há também situações em que não conseguimos ser tão gentis com alguém como deveríamos, mas não houve tempo para, nem sequer, pedir-lhe perdão... E por aí seguem os acontecimentos que se entrelaçam como fios, dando cor e forma ao "bordado" da nosso história.

Ouvi uma história que me fez pensar muito sobre isso. Partilho com você:

Conta-se que, há muitos anos, um aristocrata inglês dirigia-se da Escócia para Londres a fim de participar de uma sessão urgente do Parlamento. A sua carruagem ficou atolada na lama e ele estava à beira do desespero quando um jovem camponês apareceu com a sua junta de bois e a puxou para a estrada seca. O homem nobre ficou tão grato que perguntou ao rapaz como lhe poderia agradecer. O rapaz respondeu que não era preciso nada, pois ficava feliz por ter sido útil. Mas o aristocrata insistiu, perguntando-lhe: “Com certeza tens um sonho, ou alguma coisa de que gostarias de realizar na vida?” Então o jovem respondeu: “Sempre sonhei em me tornar médico, mas isso nunca será possível para mim”. Quando o lorde chegou a Londres tomou providências para que o jovem camponês recebesse uma bolsa de estudos e estudasse nas melhores escolas. Anos mais tarde, num momento decisivo da Segunda Guerra Mundial, Sir Winston Churchill estava morrendo vitima da gripe pneumônica. Nessa ocasião foi-lhe administrado um novo remédio que lhe salvou a vida. Era a penicilina. O remédio tinha sido descoberto pelo Dr. Alexander Fleming, ninguém mais nem menos do que aquele jovem camponês. E o lorde inglês que lhe tinha dado a bolsa de estudo, era justamente o pai do próprio Winston Churchill.

É interessante observar, ainda mais com a ajuda da história, o quanto estamos interligados uns aos outros e como nossos atos gratuitos de bondade tocam as pessoas que estão à nossa volta. Fica bem claro que a lei da natureza funciona também neste sentido: O que plantamos é isso que vamos colher.

Tudo começou com um simples gesto de bondade da parte de um rapaz do campo. A resposta foi outro ato de bondade, que se tornou benéfico para toda a humanidade. Milhões de pessoas, até hoje, são curadas de doenças terríveis graças à descoberta da penicilina. Ou seja: graças à generosidade partilhada pelo pobre e pelo rico. Este é um exemplo apenas, entre tantos que conhecemos.

É bom saber que não estamos isolados neste mundo! Independentemente da nossa condição, nossos atos têm consequências e podem podem mudar muitas coisas. Eu, particularmente, já vi realidades difíceis serem mudadas pelos pequenos e constantes gestos de bondade. Poderia citar aqui o caso de um esposo agressivo, sem fé e preso aos vicíos voltar para sua família e tornar-se um homem bom devido ao amor persistente e corajoso de sua esposa, que nunca deixou de o tratar bem e rezar pela conversão dele durante anos.

E a história não para, Deus, que é o Autor da bondade, constantemente bate à nossa porta à espera de que possamos dar um "sim" à generosidade, como fez a Virgem Maria.

O Cardeal Inglês, Seán O'malley, certa vez em visita ao Santuário de Fátima, explicou que foi Nossa Senhora quem, generosamente, abriu as portas da humanidade para Deus entrar pelo "sim" dela. Segundo ele, Deus escolheu colocar o destino de todos os homens nas mãos de uma jovem e contar com a bondade dela para enviar Seu Filho ao mundo e, depois por intermédio d'Ele, nos salvar.

E Maria, completamente livre diante de Deus, poderia ter se apegado aos seus projetos pessoais ou alegado estar ocupada, inclusive com “as coisas do Senhor”, a ponto de não O poder servir e Lhe dizer "não". No entanto, ela foi generosa, aceitou despojar-se de si mesma e, com seu “sim”, permitiu a Deus entrar na nossa história e na nossa família humana. Desta forma, a Santíssima Virgem tornou-se o modelo a ser seguido por cada um que, ao passar por este mundo fazendo o bem, deseja um dia ser reconhecido pelo Senhor como “Benditos do meu Pai [...]” (Mt 25,34).

Hoje, inspirados pelo exemplo da Mãe de Deus e de tantos outros que conhecemos, tenhamos a coragem de optar pelo bem. Isso, sim, vale a pena! O tear da nossa vida precisa de fios coloridos e fortes para dar continuidade à obra começada desde o nosso nascimento. Estejamos atentos e não deixemos passar as oportunidades que temos de praticar o bem, principalmente para com os mais necessitados, sabendo que Deus não improvisa. A bondade ou a maldade que semeamos hoje havemos de colher amanhã.

E viva a generosidade!

Dijanira Silva - Canção Nova

26 de maio de 2012

COMO RECEBER O ESPÍRITO SANTO?


O Santo Pentecostes é celebrado no quinquagésimo dia da Páscoa. Para os judeus, era a festa do dom da Lei de Moisés: cinquenta dias após a saída de Israel do Egito, o povo chegou ao pé do Sinai e, aí, recebeu a Lei e, pelo pacto da Aliança, tornou-se para sempre o povo de Deus. É também a festa das primícias: na Terra Santa, o Pentecostes era comemorado no tempo da colheita da cevada. Levavam-se, então, os primeiros frutos da terra para o Templo de Deus.

Foi no dia de hoje, no Pentecostes dos judeus, quando os apóstolos estavam reunidos em Jerusalém, que o Senhor Jesus, que já tinha soprado Seu Espírito sobre os Doze (representando a Igreja toda), agora efundiu de modo portentoso, como no Sinai (vento, fogo, tremor de terra), o Espírito Santo, marcando o início da missão da Igreja de anunciar e testemunhar o Ressuscitado até os confins da Terra.

O Espírito é a própria vida que agora preenche e sustenta Jesus Ressuscitado, de modo que receber o Espírito é receber a própria vida de Jesus, Sua energia e potência de ressurreição. Para compreender numa linguagem de hoje: o Espírito é um "vírus", o "vírus" de Cristo morto e ressuscitado. O que esse "vírus bendito" faz? “Cristifica-nos”, isto é, vai nos impregnando da vida, dos sentimentos e atitudes de Cristo Jesus.

É um processo que chega ao máximo após a morte: esse Espírito virótico nos transfigura totalmente, corpo e alma, segundo o Cristo na Sua morte e ressurreição: a alma logo após a morte; o corpo, no final dos tempos, juntamente com toda a humanidade, toda a criação e toda a história. Mas como se recebe este espírito?

Como entrar naquela experiência que os apóstolos tiveram quando Jesus soprou sobre eles e lhes deu o Espírito de paz e perdão dos pecados? A resposta é: pelos sacramentos da Igreja. Eles são os gestos de Cristo Ressuscitado, que até a consumação dos séculos agirá na Sua Comunidade e em cada discípulo Seu. Em cada sacramento, invariavelmente, o Pai derrama o Espírito do Filho para transfigurar o cristão em Cristo, de modo que, inserido no Seu Corpo glorioso, isto é, na Igreja, tenha acesso ao Pai.

Vejamos: no Batismo, o Espírito é dado na água, como vida nova em Cristo ("Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura"); na Crisma, é dado no óleo, como força para edificar a Igreja e testemunhar diante do mundo que Jesus é Senhor ("Não recebestes um espírito de temor, mas o Espírito de força..."); na Eucaristia, Ele impregna o pão e o vinho, até transformá-los no Corpo e no Sangue do Senhor, pleno de Espírito de vida eterna ("Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna. É o Espírito quem dá vida..."); no Matrimônio, é dado como Espírito de amor que une o Cristo e a Igreja como Esposo e Esposa numa nova e eterna Aliança, fazendo com que marido e mulher vivam o amor como sacramento da aliança esponsal entre Cristo e Sua Igreja católica ("Maridos, amai vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela...").

Na Ordem, os Bispos, sacerdotes e diáconos recebem o Espírito pela imposição das mãos, para serem presença do Cristo cabeça, mestre e sacerdote do rebanho ("O Espírito do Senhor repousa sobre mim porque o Senhor me ungiu...); na Penitência, o Espírito é dado pela imposição das mãos para o perdão dos pecados ("Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles serão perdoados"); na Unção dos Enfermos, o Espírito é dado como alívio e cura interior, para que o cristão que padece possa unir-se à cruz do Senhor ("Completo na minha carne o que faltou à paixão de Cristo...)".

Pois bem, durante toda a nossa existência, o Espírito do Senhor vai dando testemunho de Jesus no mais íntimo de nós e nos vai transfigurando no Cristo. Sejamos dóceis à ação d'Ele. Se o Espírito é um "vírus bom", o pecado é uma vacina ruim, que impede o vírus de agir e o deixa incubado em nós, sem produzir seus frutos... Por isso, São Paulo nos convida a viver não segundo a carne (= pecado), mas segundo o Espírito que habita em nós.

Sejamos gratos ao Senhor que nos cumulou com o Seu Espírito e sejamos dóceis à Sua ação em nós.
Dom Henique Costa - Bispo Auxiliar de Aracaju

25 de maio de 2012

DIA NACIONAL DA ADOÇÃO

25 de maio
Dia Nacional da Adoção

Dia instituído pela lei no 10.447, de 9/5/2002.
Adotar uma criança é sempre um ato de coragem, sobretudo para as mulheres, pois é preciso enfrentar o desejo da família de ter um neto que carregue suas características genéticas, o preconceito da sociedade em relação às crianças abandonadas e, principalmente, o medo irracional de tratar como filho uma criança que não se sabe "de qual família veio".

O problema mais comum relacionado à adoção, no Brasil, é o fato de a criança adotada sempre ser vista como o último recurso para pessoas incapazes de ter filhos biológicos. Por isso, elas só desejam recém-nascidos, julgando que assim podem evitar contar-lhes a verdade.

Essa atitude talvez seja uma herança do antigo Código de Menores, que exigia dos candidatos à adoção um exame de comprovação de esterilidade. Atualmente, em decorrência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), criado pela lei no 8.069, de 13/7/1990, o juiz que fizer essa exigência estará cometendo constrangimento ilegal e poderá ser processado por isso. Outro avanço importante diz respeito à herança. A antiga lei que estabelecia a legitimação adotiva excluía o filho adotivo do direito de sucessão hereditária. Hoje, tanto a Constituição Federal (art.227, §6o) quanto o novo Código Civil (lei no 10.406, de 10/1/2002, art.1626) asseguram aos filhos adotados os mesmos direitos e deveres dos filhos legítimos.

Muitas pessoas alegam que não revelam a verdade para proteger a criança contra o preconceito ou para evitar contato com sua família biológica. Nada disso justifica a mentira, que pode causar efeitos danosos, muitas vezes irreversíveis, para toda a família. A revelação para a criança sobre a sua condição de adotiva deve ser feita o quanto antes e sempre da maneira mais natural possível. Os pais que não tiverem condições emocionais para fazê-lo, precisam de ajuda psicológica.

Os pais adotivos devem encarar as suas dificuldades procriativas e não sublimá-las com a adoção de uma criança. Também não podem encarar a adoção como um ato de caridade e compaixão. É preciso que a adoção seja aceita como uma possibilidade de vinculação, legal e afetiva, que não depende da gestação, mas da convivência, como acontece com os filhos biológicos.

Tanto o homem como a mulher maiores de 21 anos de idade podem ser pais adotivos, independentemente do sexo ou do estado civil. O pretendente à adoção deve oferecer um ambiente familiar adequado e ser 16 anos mais velho do que a criança a ser adotada.

Os estrangeiros que não moram no Brasil e que desejam adotar uma criança ou adolescente brasileiro, precisam de um laudo de habilitação da Comissão Estadual Judiciária de Adoção do estado em que deseja ser inscrito. Em São Paulo, esse laudo é obtido por meio da Comissão Judiciária de Adoção Internacional.

A lei brasileira proíbe adoção por parte de parentes ascendentes - avós e bisavós - ou descendentes - filhos, netos e irmãos. No entanto, tios e primos podem adotar. Os adolescentes maiores de 12 anos devem, obrigatoriamente, dar seu consentimento para serem adotados. Pessoas acima de 18 anos podem ser adotadas, mas não com direitos tão amplos quanto os concedidos pelo ECA.

EVANGELHO PARA SÁBADO E DOMINGO

Ano B - Dia: 26/05/2012 - Sábado


Jesus e o outro discípulo
Jo 21,20-25
Então Pedro virou para trás e viu que o discípulo que Jesus amava vinha atrás dele. Este era o mesmo que estava ao lado de Jesus durante o jantar da Páscoa e que havia chegado para mais perto dele e perguntado: "Senhor, quem é o traidor?" Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus:
- O que diz, Senhor, a respeito deste aqui?
Jesus respondeu:
- Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso? Venha comigo!
Então se espalhou entre os seguidores de Jesus a notícia de que aquele discípulo não ia morrer. Mas Jesus não disse isso. Ele apenas disse: "Se eu quiser que ele viva até que eu volte, o que é que você tem com isso?"
Este é o discípulo que falou destas coisas e as escreveu. E nós sabemos que o que ele disse é verdade.
Final
Ainda há muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem escritas, uma por uma, acho que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO
O diálogo entre Pedro e Jesus

Este texto do apêndice conclusivo do evangelho de João é composto de duas partes: o diálogo entre Pedro e Jesus, sobre o discípulo que Jesus mais amava (vv. 20-23) e a conclusão geral do autor (vv. 24-25). O diálogo apresenta dois tipos de seguimento: Pedro, que negara conhecer Jesus no momento de sua prisão, e o discípulo que Jesus amava, sempre presente e fiel, até ao pé da cruz. A Pedro, reabilitado pela sua tríplice confissão de amor a Jesus, está reservado o martírio (cf. 25 maio) e ao outro discípulo, a permanência no amor.
Para suscitar a fé do leitor, o autor declara ser verdadeira testemunha de todas as coisas narradas. E encerra, com uma frase com exagero retórico helenístico, afirmando que Jesus fez ainda muitas outras coisas, que o mundo não poderia conter os livros que as narrariam.
José Raimundo Oliva

Oração
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto de Jesus e ser amado por ele. Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros discípulos para ele.

Salmo
Ó Senhor, quem tem reto coração há de ver a vossa face.
Sl 11(10)

 
Ano B - Dia: 27/05/2012 - Domingo


Jesus aparece aos discípulos
Jo 20,19-23
Naquele mesmo domingo, à tarde, os discípulos de Jesus estavam reunidos de portas trancadas, com medo dos líderes judeus. Então Jesus chegou, ficou no meio deles e disse:
- Que a paz esteja com vocês!
Em seguida lhes mostrou as suas mãos e o seu lado. E eles ficaram muito alegres ao verem o Senhor. Então Jesus disse de novo:
- Que a paz esteja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.
Depois soprou sobre eles e disse:
- Recebam o Espírito Santo. Se vocês perdoarem os pecados de alguém, esses pecados são perdoados; mas, se não perdoarem, eles não são perdoados.


COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Jesus renova a comunicação de sua paz.

As festas religiosas, nas religiões primitivas em culturas de economia agrícola, como acontecia em Canaã, eram associadas ao tempo de colheitas, ao longo do ano. Assim acontecia com as festas da Páscoa, dos Ázimos e de Pentecostes, celebradas no Templo de Jerusalém. A festa da Páscoa, que antecipa o primeiro dia dos Ázimos, era celebrada no começo da colheita do trigo (14o dia do mês de Nisã - geralmente em Abril) e a festa de Pentecostes celebrada sete semanas (cinquenta dias) depois.
João, no seu evangelho, após a crucifixão de Jesus na véspera de um sábado, apresenta os grandes eventos do primeiro dia da semana que se inicia. Este dia, o da ressurreição, bem delimitado no evangelho de João, começa com a ida de Maria Madalena ao túmulo de Jesus, de madrugada. Encontrando o túmulo vazio, avisa a Pedro e João, que correm para constatá-lo (cf. 8 abr.). Ao anoitecer deste mesmo dia, os discípulos estão reunidos com as portas fechadas, o que indica o temor que os tomava diante da execução de Jesus pelos judeus. Jesus entra e se põe no meio deles. De imediato lhes comunica a paz, a eles que estavam perturbados. Aquele que fora crucificado se apresentava vivo entre eles, o que é motivo de grande alegria, ainda mais quando Jesus renova a comunicação de sua paz. Soprando sobre eles, comunica-lhes o Espírito Santo. É o Espírito de Amor que liberta do pecado e une a todos formando um só corpo (segunda leitura) na diversidade, na fraternidade, no serviço e na compaixão. É o Espírito que renova a face do mundo inundando-o de amor e paz.
Lucas, na passagem paralela a esta, em seu evangelho, não menciona o dom do Espírito com o sopro de Jesus. É em Atos dos Apóstolos que será feita, com um grande realce, a narrativa do dom do Espírito Santo, com uma teofania caracterizada por grandes sinais espantosos, como acontecimento que ocorre na festa judaica de Pentecostes (primeira leitura). Tal narrativa contrasta com a simplicidade da narrativa de João, bem como com o clima de perseguição aos discípulos, que nela transparece. Trata-se de uma narrativa teológica a fim de vincular o movimento de Jesus aos judeus cristãos de Jerusalém, que continuaram frequentando o Templo até sua destruição, no ano 70, e as sinagogas, das quais foram expulsos na década de 80.
As narrativas da ressurreição e as aparições sucessivas exprimem uma realidade que as antecede. São a confirmação da condição humana e divina de Jesus que, em toda sua vida, revelou o amor libertador e vivificante de Deus, que a todos comunica sua vida divina e eterna.
José Raimundo Oliva

Oração
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir para longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho do teu Reino.


Salmo
Enviai o vosso Espírito, Senhor!
Sl 104(103)


SERENIDADE E CORAGEM


Quando Jesus se despediu dos Apóstolos, no final da Última Ceia, já caminhando para a Paixão, fez entrar em seus corações uma lufada de confiança: "Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor [...]. Eu vos disse isso para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa" (Jo 15,9.11).

Ao mesmo tempo, mostrou-lhes que a alegria cristã não é o regozijo ruidoso e oco do mundo, que se acende como um palito de fósforo e se apaga logo depois. Um filho de Deus sabe manter-se sereno e feliz, mesmo em meio às mais duras contradições.

Neste sentido, Jesus anunciou, com toda a clareza, aos apóstolos e aos que iam lhes suceder o que deveriam esperar em todos os tempos, até ao fim do mundo: "Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como ama o que é seu; mas, porque não sois do mundo, e porque eu vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos odeia" (Jo 15,18-19).

E acrescentou, pouco depois: "Eu vos disse estas coisas para que, em mim, tenhais a paz. No mundo tereis aflições. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo" (Jo 16,33). Os católicos fiéis, que conservam uma consciência sensível, não precisam fazer nenhum esforço para entender que hoje – nestes tempos de agressividade deliberada e escancarada contra a Igreja e o Papa – essas palavras de Cristo são de uma plena atualidade.

Pois bem. No dia 29 de junho de 2009, o Papa Bento XVI pronunciou algumas palavras de serena coragem e esperança, que são como um eco das palavras de Jesus na Santa Ceia, que acabamos de citar. Foi na homilia de encerramento do Ano Paulino, na Basílica de São Paulo Extramuros. Uma homilia rica de conteúdo, na qual, entre outras coisas, lemos as seguintes considerações:


«No capítulo quarto da Carta aos Efésios, o apóstolo Paulo nos diz que, unidos a Cristo, devemos alcançar a idade adulta, uma humanidade madura [cf. Ef 4, 12-15]. Não podemos continuar a ser “crianças, entregues ao sabor das ondas e levados por todo vento de doutrina” (4,14). Paulo deseja que tenhamos uma fé “responsável”, uma fé “adulta”.

«A palavra “fé adulta”, nos últimos decênios, transformou-se num chavão muito difundido. Com frequência é entendida como a atitude daquele que não escuta a Igreja e os seus pastores, mas escolhe de forma autônoma o que quer crer e não crer, isto é, uma fé “feita por cada um à sua medida”. Isso é interpretado como “coragem”, a coragem de manifestar-se contra o Magistério da Igreja.

«Na realidade, para isso não é preciso coragem nenhuma, porque quem o faz pode ter a certeza de que, por ser contestador, vai receber o aplauso público. Pelo contrário, é necessária coragem para unirmo-nos à fé da Igreja, especialmente quando essa fé contradiz o “esquema” do mundo contemporâneo. A essa falta de conformismo da nossa fé, Paulo a chama “fé adulta”. Pelo contrário, qualifica como infantil o fato e correr atrás dos ventos e das correntes do tempo presente.

«Assim, por exemplo, faz parte dessa fé adulta comprometer-se com a inviolabilidade da vida humana desde o primeiro momento da sua concepção, opondo-se com isso de forma radical ao princípio da violência, precisamente na defesa das criaturas humanas mais vulneráveis. Faz parte da fé adulta reconhecer o matrimônio entre um homem e uma mulher para a vida toda como algo ordenado pelo Criador e restabelecido novamente por Cristo. A fé adulta não se deixa arrastar, de um lado para outro, por qualquer corrente. Opõe-se aos ventos da moda. Sabe que esses ventos não são o sopro do Espírito Santo; sabe que o Espírito de Deus se expressa e se manifesta na comunhão com Jesus Cristo […]».

Meditemos sobre essas palavras do Santo Padre, bem atuais. E não esqueçamos nunca que a comunhão com Jesus Cristo exige, por querer de Deus, comunhão com a Sua Igreja: Quem vos escuta – declarou Jesus aos Apóstolos –, é a mim que está escutando; e quem vos despreza, é a mim que está desprezando (Lc 10,16). Sem união com a “Sua Igreja” não pode haver união com Nosso Senhor.
Padre Francisco Faus

PENTECOSTES: FESTA DA COMUNICAÇÃO


Festa da comunicação, da presença do Comunicador de Deus, presente no Espírito Santo. Com Ele, a Palavra de Deus tem dimensão globalizada. Palavra que atinge o mundo com força transformadora, provocando mudanças de atitudes. É como o caminho virtual da nova comunicação, passando pelas fibras óticas, chegando instantaneamente aos quatro cantos do mundo.

Pentecostes tem dimensão de solidariedade, cultura de paz, aglutinador, reunindo nele todos os povos para vivenciar a Páscoa do Filho de Deus. Aí está a fonte da salvação e da vida plena para todos. É a plenitude da comunicação do divino com o humano, possibilitando vida mais digna, fraterna e feliz.

Em Pentecostes se celebra a vinda do Espírito Santo, fato este narrado pela Bíblia, quase como uma releitura do acontecido no Monte Sinai, quando Moisés recebe de Deus as Tábuas da Lei. Agora é um novo Sinai que acontece, é Deus vindo comunicar-se com Seu povo para confirmá-lo na missão.

Falamos aqui sobre o início da ação da Igreja como evangelizadora e instrumento de vida para os que creem. Para isso ela usa a linguagem da comunicação apresentando as propostas do Reino de Deus. A presença do Espírito Santo é a força inspiradora dessa linguagem que atinge os corações.

A paz, o shalom em hebraico, tem o sentido de completar o valor justo, o vazio deixado pelo objeto tirado. Assim entendemos que ela, trazida pelo Espírito Santo, é a eterna harmonia com Deus, com as pessoas e com o universo. Isso deve ser o sonho de todas as pessoas que têm a marca da esperança de um mundo melhor.

Deus, em nossa vida, é a presença da paz e da esperança. Toda comunidade pascal é portadora de paz, sinal da ação do Espírito que faz passar da morte para a vida todo o universo. É uma mensagem que deve combater as forças do mal que fragilizam a dignidade humana. Para isso, o Espírito Santo vem ser a marca unificadora da diversidade na unidade, abrindo portas de vida nova para o mundo.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - MG

O OITAVO MANDAMENTO - NÃO LEVANTAR FALSO TESTEMUNHO


O Oitavo Mandamento prescreve o seguinte: Não levantar falso testemunho (cf. Ex 20,16), ou seja, proíbe-nos falsear a verdade nas relações com os outros. Essa prescrição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunho de seu Deus, que é e quer a verdade. As ofensas à verdade exprimem, por palavras ou atos, uma recusa de abraçar a retidão moral: são infidelidades fundamentais a Deus, e neste sentido, minam as bases da Aliança com Ele.

Ele exige de nós a verdade. Mentir significa falar ou agir consciente e voluntariamente contra a verdade. Quem mente se engana a si mesmo e ilude os outros, os quais têm o direito a conhecer a verdade integral de um fato. Desta forma, toda a pessoa é chamada à sinceridade e à veracidade no agir e no falar. Cada um tem o dever de procurar a verdade e de aderir a ela, organizando toda a sua vida segundo as exigências dessa virtude. Viver no respeito pela verdade não significa apenas ser fiel a si mesmo. Ser verdadeiro significa ser fiel a Deus, pois, em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade: Ele é a Verdade. Seguir Jesus é viver do «Espírito de verdade» (cf. Jo 14,17) e evitar a duplicidade, a simulação e a hipocrisia. O cristão deve testemunhar a verdade evangélica em todos os campos da atividade pública e privada, mesmo com o sacrifício da própria vida, se necessário. O martírio é o supremo testemunho dado em favor da verdade da fé.

O Oitavo Mandamento proíbe: O falso testemunho, o perjúrio e a mentira, cuja gravidade se mede pela natureza da verdade que estes deformam, das circunstâncias, das intenções do mentiroso e dos danos causados às vítimas. Proíbe também: O juízo temerário, a maledicência, a difamação, a calúnia, que lesam ou destroem a boa reputação e a honra a que a pessoa tem direito. Ele condena também: a lisonja, a adulação ou complacência, sobretudo se finalizadas à realização de pecados graves ou à obtenção de vantagens ilícitas. Uma culpa contra a verdade exige a reparação, quando se ocasionou dano a outrem.

Este mandamento requer o respeito da verdade, acompanhado pela discrição da caridade: na comunicação e na informação, que devem assegurar o bem pessoal e comum, a defesa da vida particular e o perigo de escândalo; na reserva dos segredos profissionais, que se devem sempre manter, salvo em casos excepcionais, por motivos graves e proporcionados. Exige-se também o respeito pelas confidências feitas sob o sigilo do segredo.

Dessa forma, ser verdadeiro significa agir seriamente e falar honestamente. Quem é a favor da verdade se protege da ambiguidade, do fingimento, da ilusão e da dissimulação. A pior forma de mentira é o juramento falso.

Quando se fala em não levantar falso testemunho, a Doutrina da Igreja chama a atenção para os meios de comunicação em massa, hoje com o advento destes meios, este pecado é cada vez mais comum, por isso, a informação mediática deve estar a serviço do bem comum, ser sempre verdadeira no conteúdo e, salva a justiça e a caridade, deve ser também íntegra. Além disso deve expressar-se de modo honesto e conveniente, respeitando escrupulosamente as leis morais, os direitos legítimos e a dignidade da pessoa.

O Magistério da Igreja aponta alguns perigos existentes nos meios de comunicação, uma vez que, muitas pessoas, especialmente as crianças, consideram real o que veem na mídia. Quando no contexto da diversão, a violência é glorificada, o comportamento antissocial e a sexualidade humana são banalizadas, pecam tanto os responsáveis pela mídia, como as instâncias de controle, que deveriam rejeitar os produtores sem qualidade ética.

Por fim, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que a verdade é bela por si mesma. Ela comporta o esplendor da beleza espiritual. E existem numerosas formas de expressão da verdade, em especial as obras artísticas. São o fruto do talento dado por Deus e do esforço do homem, destacando a arte sacra, que, para ser verdadeira e bela, deve evocar e glorificar o Mistério de Deus, revelado em Cristo e conduzir à adoração e ao amor de Deus Criador e Salvador, Beleza excelsa de Verdade e de Amor.

Portanto, o homem é chamado a buscar e viver a verdade no agir e no falar, fugindo da duplicidade, da simulação e da hipocrisia, não se envergonhando de dar testemunho de Nosso Senhor, que é a Verdade plena, mesmo que, por amor à verdade, este alcance o martírio.
Redação Portal
Fonte: Catecismo da Igreja Católica, 2464 a 2513

23 de maio de 2012

EVANGELHO E OS SANTOS DIA PARA QUARTA E QUINTA-FEIRA

Evangelho e o Santo do dia para Quarta-Feira — 23.05.2012

— São Juliano

Era casado e possuía uma hospedaria. Nela, ele partilhava a vida eterna que trazia em seu coração. Esposo fiel que amou a família e os necessitados.

No ano de 305, o imperador Diocleciano começou uma perseguição aos cristãos. Juliano, então, passou a acolher em sua hospedaria os cristãos perseguidos.

Alguns homens denunciaram Juliano. Ele foi arrancado de casa e levado ao tribunal.

Por não renunciar à fé em Cristo, foi condenado e decapitado.

Hoje, ele vive com Cristo na Glória.

Continuamos em tempos de perseguição. Velada em alguns lugares e, em outros, bem visível.

Que o santo de hoje possa interceder para que, o Espirito Santo, nos ajude a sermos ousados em nosso testemunho, sem medo da morte e das perseguições, certos de que a nossa recompensa se encontra no céu.

São Juliano, rogai por nós!

VII SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Povos todos, aplaudi e aclamai a Deus com brados de alegria, aleluia! (Sl 46,2)

Oração do dia
Ó Deus misericordioso, concedei que a vossa Igreja, reunida no Espírito Santo, se consagre ao vosso serviço num só coração e numa só alma. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Vossa palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,17)

Evangelho (João 17,11-19)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus ergue os olhos para o céu e rezou, dizendo 17 11 "Já não estou no mundo, mas eles estão ainda no mundo; eu, porém, vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós. 12 Enquanto eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, que me incumbiste de fazer conhecido. Conservei os que me deste, e nenhum deles se perdeu, exceto o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13 Mas, agora, vou para junto de ti. Dirijo-te esta oração enquanto estou no mundo para que eles tenham a plenitude da minha alegria. 14 Dei-lhes a tua palavra, mas o mundo os odeia, porque eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 15 Não peço que os tires do mundo, mas sim que os preserves do mal. 16 Eles não são do mundo, como também eu não sou do mundo. 17 Santifica-os pela verdade. A tua palavra é a verdade. 18 Como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo. 19 Santifico-me por eles para que também eles sejam santificados pela verdade".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Não os tires do mundo..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Vamos conversar um pouco com o catequista João, autor desse evangelho, para que ele nos ajude nessa reflexão.

___Olha Sr. Catequista João, tem uma frase nesse evangelho que deixa a gente revoltado, sabemos que o mundo é mal, e que quando o deixamos e vamos para Deus, partimos para uma "melhor" como costuma se dizer, então que negócio é esse de Jesus pedir ao Pai para que não tire os discípulos do mundo? Ele quer ver os discípulos numa "fria"?

Catequista João ( sorrindo) - Olha só que idéia! Claro que não, esse evangelho em todo o capítulo 17 é uma oração que Jesus faz ao Pai, ele sabe que a sua hora está chegando, e não quer que nada dê errado com os seus discípulos que vão assumir a sua missão na hora que ele for embora com o Pai... Leia com atenção o início...

____Bom, parece que Jesus fala de algo que o Pai o encarregou de fazer...

Catequista João ___ Isso mesmo, essa é a idéia que vai motivar essa oração de Jesus a favor dos seus discípulos. Ele foi encarregado de tornar conhecido o nome do Pai e mais ainda, de trazer os discípulos para dentro da Vida de Deus, formando uma perfeita unidade na Trindade.

___Opa, espere um pouco Catequista João... Então os homens são iguais uns robozinhos que Jesus pega e entrega para o Pai, mais abaixo ele fala que o Pai entregou os discípulos a ele, que negócio é esse, por acaso os discípulos são joguete nas mãos de Deus e de Jesus?

Catequista João ___ Essa sua observação é importante, não se pode pensar assim porque isso não é verdade. O homem tem o livre arbítrio, liberdade para decidir sua vida... Aqui a palavra entrega significa confiar, colocar aos cuidados de alguém.

____Mas Catequista João, retomando a questão da liberdade, isso parece ser ruim, o ser humano usa mal sua liberdade repetindo aquela história de Eva no paraíso, não era melhor que Deus manifestado em Jesus, fosse mais rigoroso e não desse ao homem tanta liberdade?

Catequista João ____ Isso seria a total negação do amor de Deus, pois o amor ao outro supõe o respeito a sua liberdade... Por causa desse amor de Deus é que existe o inferno, para quem fazer a opção contrária aos seus desígnios de Salvação...

____Como Judas Iscariotes? Deus não poderia perdoá-lo?

Catequista João___Claro que sim, bastaria que ele acreditasse na Misericórdia de Deus, ninguém sabe o que ocorreu lá no coração de Judas nos segundos finais de sua vida. A Graça Poderosa de Deus supera qualquer pecado... Ele é chamado de Filho da Perdição porque se perdeu, dando á sua vida outro rumo, contrário aos desígnios de Deus, que não usou da sua fraqueza para por o seu plano em ação, ao contrário, Judas teve a chance de ser tão Santo como os demais o foram...

____Mas Catequista João, então Deus não pode fazer nada nesse sentido, mesmo vendo que o bicho homem vai tomando o caminho errado em sua vida?

Catequista João ____ Oh é claro que Deus faz! E esse evangelho diz muito claro. Olha, para você tomar a decisão certa na vida, usando bem a sua liberdade, é preciso que conheça a Verdade, correto?

___Ah sim, sem dúvida, não podemos tomar decisões na vida fazendo aquela brincadeirinha antiga "Minha mãe mandou bater nessa daqui...", pois isso seria uma grande irresponsabilidade...

Catequista João ___Pois é, você falou bem, é isso mesmo, os homens não conheciam a Verdade, até que ela foi revelada em Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o "Logus" isso é, a Palavra , o Verbo Encarnado como eu gosto de chamar Jesus.

____Ah Catequista João, agora entendi: "Santifica-os pela Verdade, a tua Palavra é a Verdade. Como tu me enviastes ao mundo, também eu os envio..." A missão do discípulo está no mundo, para fazer igual Jesus e tornar Deus conhecido, ouvindo e vivendo a sua Santa Palavra. Puxa Catequista João, agora ficou fácil,nem sei como agradecer...

Catequista João _____ Não precisa agradecer. É só entender que Deus nos santifica constantemente pela sua Palavra revelada em Jesus. E todo ser humano precisa conhecê-la, para isso é, preciso o ANÚNCIO, é aí que o Discípulo se torna Missionário...

2. Jesus veio para libertar
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

A relação de Deus com o mundo é um dos temas fundamentais do evangelho de João. Já no seu prólogo, anuncia: "O Verbo (Jesus) estava no mundo, o mundo foi feito por meio dele, mas o mundo não o reconheceu" (Jo 1,9-10). No evangelho de hoje o "mundo" é mencionado onze vezes.

O mundo é criação de Deus, que viu que tudo era bom (Gn 1,31). Contudo, esta criação foi apropriada pelo "príncipe deste mundo" (Jo 12,31; 14,30; 16,11), ambicioso e sedento de poder e riqueza. Jesus não veio para condenar tal mundo, mas para libertá-lo (Jo 12,47). Nem Jesus nem seus discípulos, sob sua guarda, são deste mundo. Jesus volta para o Pai, mas lhes comunica sua alegria em plenitude.
Os discípulos são enviados para, anunciando a Palavra que é a Verdade, comunicar vida e alegria ao mundo, libertando-o da opressão e da exploração.

Oração
Pai, reforça minha fidelidade a Jesus, de maneira que o Maligno não prevaleça sobre mim. Protege-me contra a maldade do mundo, consagrando-me na verdade.

3. COMUNICAR A VIDA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Em sua oração pela unidade, em conclusão à despedida após a ceia, Jesus pede ao Pai que guarde os discípulos. A fragilidade humana, diante dos problemas deste mundo, necessita da presença confortadora de Deus. E em Jesus, esta presença se realiza. O "mundo" é mencionado um grande número de vezes (91) no Evangelho de João, concentrando-se nas palavras finais de despedida. E também é citado na abertura do Evangelho (1,9-10) e nas suas últimas palavras (21,25). O mundo é o lugar da manifestação de Jesus. Os discípulos foram escolhidos no mundo, foram libertos do mundo, mas devem aí permanecer para comunicar a vida. O mundo está aprisionado pelo seu chefe. Os discípulos são enviados ao mundo para libertá-lo pelo anúncio da verdade e pela prática do amor que comunica a vida, que dura para sempre.

Recomendamos visitar diariamente o site da PAULINAS no seguinte endereço - http://www.paulinas.org.br/diafeliz/evangelho.aspx - para completar o estudo da Palavra de Deus que compõe a Liturgia deste dia. Veja logo abaixo do texto do Evangelho as orientações de como fazer a LEITURA ORANTE, com excelentes reflexões sobre o Evangelho do Dia e como aplicar os ensinamentos de hoje em sua vida. Ideal para Estudos Bíblicos diários.


Evangelho e o Santo do dia para a Quinta-Feira — 24.05.2012

— São Vicente de Lérins

Nascido no norte da França, São Vicente de Lérins, viveu sua juventude em busca das vaidades do mundo e tornou-se militar.

Vicente ao encontrar-se com Deus e se converter, foi se tornando cada vez mais obediente à Palavra do Senhor. Amou a Palavra de Deus. Entrou para a vida monástica, tornando-se um exemplo de monge. Aprofundou-se nos mistérios de Deus, tornando-se um grande pensador, teólogo e místico.

Combateu muitas heresias no século V. Eleito Abade, o Mosteiro de Lérins tornou-se um lugar de forte formação para santos e bispos da Igreja. São Vicente foi um homem doutorado na graça, defensor da verdade e que se consumiu pelo Evangelho.

São Vicente de Lérins, rogai por nós!

VII SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO, PREFÁCIO DA ASCENSÃO – OFÍCIO DO DIA)

Antífona da entrada: Aproximemo-nos confiantes do trono da graça, a fim de conseguirmos misericórdia e encontrarmos auxílio em tempo oportuno, aleluia! (Hb 4,16)

Oração do dia
Nós vos pedimos, ó Deus, que o vosso Espírito nos transforme com a força dos seus dons, dando-nos um coração capaz de agradar-vos e de aceitar a vossa vontade. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Aclamação do Evangelho

Aleluia, aleluia, aleluia.
Para que todos sejam um, diz o Senhor, como tu estás em mim e eu em ti, para que o mundo possa crer que me enviaste (Jo 17,21).


EVANGELHO (João 17,20-26)

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 17 20 "Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim. 21 Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste. 22 Dei-lhes a glória que me deste, para que sejam um, como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste, como amaste a mim. 24 Pai, quero que, onde eu estou, estejam comigo aqueles que me deste, para que vejam a minha glória que me concedeste, porque me amaste antes da criação do mundo. 25 Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes sabem que tu me enviaste. 26 Manifestei-lhes o teu nome, e ainda hei de lho manifestar, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu neles".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Pai, que todos sejam um..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Nosso diálogo com o Catequista São João tem nos ajudado bastante na compreensão do evangelho nesta semana que antecede Pentecostes e que se denomina Semana da Unidade dos Cristãos, então, vamos dar continuidade a esse trabalho onde o mais importante é situarmos o evangelho em nossa vida, principalmente na comunidade onde vivemos e celebramos a nossa Fé, envolvidos sempre pelo Mistério de Cristo e da Igreja.

Catequista João ___Muito bem, nem seriam necessárias perguntas, a linha de raciocínio é essa mesma, os Cristãos vivem em comunidade, e aí está o maior de todos os desafios, como viver a unidade na diversidade.

____ Pois é, se olharmos de dentro para fora, vamos ver que esse "Sonho da Unidade de todos os cristãos está muito longe de ser realizado", o Ecumenismo ainda engatinha e na maioria das nossas comunidades essa palavra é estranha e até assusta os mais conservadores....Concorda Catequista João?

Catequista João ____Sim, mas lembre-se de que a questão do ecumenismo só começou a ser levantada muito recentemente, quando Jesus fez essa oração pela Unidade, não havia divisões no Cristianismo. Não podemos só olhar por esse lado, embora a afirmativa caia como uma luva para incentivar os cristãos de hoje a buscarem a unidade.

____ Puxa não tinha pensado nisso....Naquele tempo os Cristãos estavam todos de um lado só, tocavam todos o mesmo apito, como se diz na gíria. Então porque Jesus disse isso? Se ele estava pedindo pela unidade, é porque havia alguma divisão, talvez no final do primeiro século, nas comunidades cristãs, quando havia muitas heresias...

Catequista João ____Vamos olhar o começo do evangelho..."Não rogo somente por eles, mas também por aqueles que por sua palavra hão de crer em mim....Para quer todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós, e o mundo creia que tu me enviastes..."

____ Olha catequista João, longe de mim debater com o Senhor, mas Jesus está preocupado com a unidade...

Catequista João____Sem dúvida, realmente o evangelho fala da Unidade, mas que deve acontecer em torno da única Palavra, a que Jesus transmitiu aos discípulos, e as que os apóstolos transmitiram á geração seguinte, e esta para a outra, sucessivamente, até chegar o tempo que vocês estão vivendo no terceiro milênio da história.

____Opa, agora começou a clarear, mas espere um pouco Catequista João, O Cisma do Oriente e depois no século XVII a Reforma Protestante, quebrou a unidade, será que Jesus não rezou direito?

Catequista João____(sorrindo) Como você é espirituoso....A oração de Jesus é perfeita e Deus o atendeu sim. Veja uma coisa, no tempo de Jesus só ele falava e os discípulos ouviam, depois ele delegou essa missão do anúncio aos apóstolos, estes delegaram a outros e assim sucessivamente, como já vimos. O evangelho chegou incólume até vocês no ano de 2012, independente das divisões entre os cristãos, e das traduções diferentes da Bíblia, aquilo que é essencial no evangelho, perpassou tres milênios sem que ninguém, alterasse o seu conteúdo. Essa é a verdadeira unidade desejada por Deus e pedida por Jesus.

____Então quando vivemos a Santa Palavra estamos vivendo a unidade junto com Jesus e Deus Pai, na UNIDADE do Espírito Santo... Como naquele dia em Pentecostes, em que todos ouviam e entendiam, embora fossem de nacionalidade diferentes...

Catequista João____Muito bem, mas esse assunto fica para domingo de Pentecostes que está aí na porta da nossa liturgia. Um cristão que vive na perfeita unidade é aquele que guarda a Palavra de Deus de maneira integral em seu coração e a vive, também de maneira íntegra.

2. Oração de Jesus pela unidade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Esta é a expressiva e urgente oração de Jesus pela unidade.
Jesus, ao declarar a bem-aventurança dos pobres, ao repudiar o apego ao dinheiro e a opressão civil ou religiosa, propõe a vida plena para todos. No mundo cativo das ambições do poder, do dinheiro e do lucro, instaura-se a injustiça que privilegia minorias e exclui maiorias. A criação de Deus passa a ser propriedade particular de alguns. Os ricos apropriam-se dos meios que sustentam a vida e relegam os pobres à privação e à morte. Submetem os pobres a produzirem para eles e se apropriam de seus bens.

O amor de Jesus, presente nos discípulos, manifesta-se na concretização da unidade, na fraternidade e na partilha. A oração pela unidade conduz à derrubada do enorme muro ideológico e econômico, e também de concreto, que separa os ricos dos pobres.

Oração
Espírito de comunhão, não permitas que se rompam os laços que me ligam a todos os meus irmãos e irmãs, e faça-me compreender o valor da unidade proclamada por Jesus.

3. A UNIÃO ECUMÊNICA DE JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Com esta oração, Jesus expressa seu profundo desejo de unidade. É a unidade na comunhão de vida plena com todos os amados por Deus. Jesus, ao declarar a bem-aventurança dos pobres, ao repudiar o apego ao dinheiro e a opressão civil ou religiosa, indica o caminho desta unidade. No mundo cativo das ambições do poder e do dinheiro, instaura-se a injustiça que privilegia minorias e exclui maiorias. A criação de Deus passa a ser propriedade privada de alguns. Os ricos tomam para si os meios que sustentam a vida, relegando os pobres à privação e à morte; e submete-os a produzirem para eles e se apropriam de seus bens. A união ecumênica dos discípulos de Jesus far-se-á na luta pela remoção da barreira que separa os ricos dos pobres. A meta é a comunhão plena de amor, em que o amor do Pai e do próprio Jesus esteja em todos.
Evangelho do dia da semana - NPDB