O Oitavo Mandamento prescreve o seguinte: Não levantar falso testemunho (cf. Ex 20,16), ou seja, proíbe-nos falsear a verdade nas relações com os outros. Essa prescrição moral decorre da vocação do povo santo a ser testemunho de seu Deus, que é e quer a verdade. As ofensas à verdade exprimem, por palavras ou atos, uma recusa de abraçar a retidão moral: são infidelidades fundamentais a Deus, e neste sentido, minam as bases da Aliança com Ele.
Ele exige de nós a verdade. Mentir significa falar ou agir consciente e voluntariamente contra a verdade. Quem mente se engana a si mesmo e ilude os outros, os quais têm o direito a conhecer a verdade integral de um fato. Desta forma, toda a pessoa é chamada à sinceridade e à veracidade no agir e no falar. Cada um tem o dever de procurar a verdade e de aderir a ela, organizando toda a sua vida segundo as exigências dessa virtude. Viver no respeito pela verdade não significa apenas ser fiel a si mesmo. Ser verdadeiro significa ser fiel a Deus, pois, em Jesus Cristo, a verdade de Deus manifestou-se na sua totalidade: Ele é a Verdade. Seguir Jesus é viver do «Espírito de verdade» (cf. Jo 14,17) e evitar a duplicidade, a simulação e a hipocrisia. O cristão deve testemunhar a verdade evangélica em todos os campos da atividade pública e privada, mesmo com o sacrifício da própria vida, se necessário. O martírio é o supremo testemunho dado em favor da verdade da fé.
O Oitavo Mandamento proíbe: O falso testemunho, o perjúrio e a mentira, cuja gravidade se mede pela natureza da verdade que estes deformam, das circunstâncias, das intenções do mentiroso e dos danos causados às vítimas. Proíbe também: O juízo temerário, a maledicência, a difamação, a calúnia, que lesam ou destroem a boa reputação e a honra a que a pessoa tem direito. Ele condena também: a lisonja, a adulação ou complacência, sobretudo se finalizadas à realização de pecados graves ou à obtenção de vantagens ilícitas. Uma culpa contra a verdade exige a reparação, quando se ocasionou dano a outrem.
Este mandamento requer o respeito da verdade, acompanhado pela discrição da caridade: na comunicação e na informação, que devem assegurar o bem pessoal e comum, a defesa da vida particular e o perigo de escândalo; na reserva dos segredos profissionais, que se devem sempre manter, salvo em casos excepcionais, por motivos graves e proporcionados. Exige-se também o respeito pelas confidências feitas sob o sigilo do segredo.
Dessa forma, ser verdadeiro significa agir seriamente e falar honestamente. Quem é a favor da verdade se protege da ambiguidade, do fingimento, da ilusão e da dissimulação. A pior forma de mentira é o juramento falso.
Quando se fala em não levantar falso testemunho, a Doutrina da Igreja chama a atenção para os meios de comunicação em massa, hoje com o advento destes meios, este pecado é cada vez mais comum, por isso, a informação mediática deve estar a serviço do bem comum, ser sempre verdadeira no conteúdo e, salva a justiça e a caridade, deve ser também íntegra. Além disso deve expressar-se de modo honesto e conveniente, respeitando escrupulosamente as leis morais, os direitos legítimos e a dignidade da pessoa.
O Magistério da Igreja aponta alguns perigos existentes nos meios de comunicação, uma vez que, muitas pessoas, especialmente as crianças, consideram real o que veem na mídia. Quando no contexto da diversão, a violência é glorificada, o comportamento antissocial e a sexualidade humana são banalizadas, pecam tanto os responsáveis pela mídia, como as instâncias de controle, que deveriam rejeitar os produtores sem qualidade ética.
Por fim, o Catecismo da Igreja Católica nos ensina que a verdade é bela por si mesma. Ela comporta o esplendor da beleza espiritual. E existem numerosas formas de expressão da verdade, em especial as obras artísticas. São o fruto do talento dado por Deus e do esforço do homem, destacando a arte sacra, que, para ser verdadeira e bela, deve evocar e glorificar o Mistério de Deus, revelado em Cristo e conduzir à adoração e ao amor de Deus Criador e Salvador, Beleza excelsa de Verdade e de Amor.
Portanto, o homem é chamado a buscar e viver a verdade no agir e no falar, fugindo da duplicidade, da simulação e da hipocrisia, não se envergonhando de dar testemunho de Nosso Senhor, que é a Verdade plena, mesmo que, por amor à verdade, este alcance o martírio.
Redação Portal
Fonte: Catecismo da Igreja Católica, 2464 a 2513
Fonte: Catecismo da Igreja Católica, 2464 a 2513
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