Liturgia da Quarta-Feira — 16.05.2012
— São Simão Stock O santo de hoje nasceu no condado de Kant (Inglaterra). Com apenas 12 anos, movido pelo Espírito Santo de Deus, abandonou sua família por uma vida eremítica, uma vida no deserto.
Ele fez do tronco de uma árvore a sua morada, por isso o 'Stock' em seu nome (stock = tronco).
Ali, se consagrou na penitência e na busca da salvação das almas. Descia até o povoado para visitar os doentes e evangelizar, e voltava para o seu retiro.
Simão, homem de obediência ao Senhor. Deus o quis na família carmelita, recém chegados à Inglaterra. Após discernir, tornou-se um religioso nesta Ordem. Profundamente mariano, era um homem do serviço e dedicado aos irmãos.
Nossa Senhora apareceu a ele, com o escapulário, apresentando-o como uma proteção especial àqueles que o usarem com devoção.
Quanto mais marianos, mais cristãos!
São Simão Stock, rogai por nós!
VI SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, eu vos louvarei entre os povos, anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia! (Sl 17,50;21,23)
Oração do dia
Ó Deus, ao celebrarmos solenemente a ressurreição do vosso filho, concedei que nos alegremos com todos os santos quando ele vier na sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 17,15.22-18,1)
17 15 Os que conduziam Paulo levaram-no até Atenas. De lá voltaram e transmitiram para Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível. 22 Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: "Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. 23 Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: 'A um Deus desconhecido'. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio! 24 O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas. 25 Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas. 26 Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. 27 Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.
28 Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça... 29 Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens.
30 Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem. 31 Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos". 32 Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: "A respeito disso te ouviremos outra vez". 33 Assim saiu Paulo do meio deles. 34 Todavia, alguns homens aderiram a ele e creram: entre eles, Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris; e com eles ainda outros. 18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).
Evangelho (João 16,12-15)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
16 12 Assim falou Jesus: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. 14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
1. "O Espírito que atualiza o ANÚNCIO..."
Já imaginaram um site de notícias que só é atualizado de vez em quando ou nunca é atualizado? O segredo para se fazer sucesso é diariamente ter o site atualizado, o internauta entra uma vez, e ao perceber que as notícias são "velhas" nunca mais acessam. Algo parecido ocorre com a Palavra de Deus que Jesus nos trouxe, Ele é o Verbo Encarnado, como afirma São João, entretanto, Jesus de Nazaré viveu em um contexto histórico, religioso, político e social lá do Oriente Médio, diferente da Pós-modernidade de 2012, com o mundo globalizado.
Os problemas que enfrentou, os desafios que teve de encarar, foram diferentes dos que hoje os cristãos do mundo inteiro enfrentam e além do mais, o Cristianismo naqueles primeiros tempos estava fechado em uma religião, e trazia uma identidade da tradição de Israel. Há muitos cristãos sonhadores que hoje se perguntam "O que será que Jesus faria em meu lugar nos dias de hoje, que ensinamentos daria, que orientações faria aos discípulos, que atitudes iria tomar..."
O evangelho de hoje responde direitinho essa questão, se o Jesus Histórico não está em nosso meio, o seu Espírito Santo, enviado pelo Pai está presente em sua Igreja e na vida dos que crêem. Não se trata de um Espírito Mágico, monopólio de uma Religião ou Igreja, aprisionado em uma doutrina, e que de vez em quando faz revelações surpreendentes. Nem é preciso entrar em transe, para atingir o alfa como pensam alguns orientais.
A missão do Espírito é atualizar o Anúncio de Jesus com uma ação evangelizadora eficaz, que tenha força de tocar no coração das pessoas. Trata-se do mesmo Cristo, do mesmo evangelho, da mesma Verdade e da mesma Revelação, porém atualizada para os dias de hoje, pois nosso Deus não é igual aqueles Velhos Resmungões que fica choramingando pelos cantos, dizendo que no seu tempo as coisas eram melhores...
O Espírito renovador, santificador e restaurador, inspira os cristãos a como agir nos dias de hoje. Na comunidade apostólica o Espírito Santo recordou tudo o que Jesus ensinou, hoje ele nos recorda e vai mais longe: define uma autêntica prática cristã, para se fazer o anúncio e dar o testemunho, que é tão eficaz como o testemunho das primeiras comunidades. Porque muitas vezes imaginamos que o fervor cristão vai diminuindo com o passar do tempo, mas é o contrário, o Espírito Santo garante essa ebulição por todo o sempre. E assim, aos cristãos de cada tempo o Espírito se manifesta e atualiza a Santa Palavra anunciada, tornando-se sempre nova e restauradora, não permitindo que se torne uma Velharia do passado, mas algo muito atual, seja qual for o tempo em que se vive...
2. Espírito Santo guiará os discípulos em toda a verdade
Durante a última ceia, nas palavras de Jesus aos seus discípulos pode-se perceber como eles sempre tiveram dificuldades de compreendê-lo em seus propósitos e em seu anúncio. Os cerca de três anos de convívio durante o ministério de Jesus não chegou a remover-lhes as expectativas messiânicas tradicionais. A prática libertadora e vivificante de Jesus deixava-os perplexos. Mesmo depois da crucifixão de Jesus, os discípulos foram lentos em perceber a continuidade de sua presença entre eles. Jesus mencionou o envio do Espírito Santo, que guiará os discípulos em toda a verdade. É o Espírito que já estava presente em Jesus, mas que fica em destaque a partir da ocultação do Jesus visível e sensível. Há uma perfeita comunhão entre Jesus, o Pai e o Espírito, sendo o ensinamento deste a continuidade do ensinamento de Jesus. É o Espírito que ajudará os discípulos a compreenderem o projeto de Deus para mundo.
O Espírito Santo é revelador de toda a verdade, em todos os tempos, em todos os povos. É a revelação da presença de Jesus, hoje, entre os discípulos reunidos em comunidades que se empenham na construção do mundo novo, no qual é abolida a violência e vive-se a paz.
Oração
Pai, que o Espírito me ensine toda a verdade e me revele às coisas que hão de vir, para que eu possa enveredar, com toda segurança, pelo caminho que é Jesus.
3. O ANÚNCIO DO ESPÍRITO
Neste seu discurso de revelação, na última ceia, Jesus destaca a ação iluminadora do Espírito Santo. Tanto o Evangelho de João como os sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, registram a dificuldade dos discípulos em entender toda a profundidade do anúncio de Jesus. Depois da sua crucifixão, foram lentos também em perceber a ressurreição e a continuidade da presença de Jesus entre eles. Será o Espírito da Verdade, enviado por Jesus e pelo Pai, que os ajudará a compreender toda a verdade. O Espírito anunciará o que é do Pai e do Filho. Os discípulos, confirmados por este anúncio, serão testemunhas de Jesus e o glorificarão. É o anúncio da Verdade que continua a ser revelada ao longo dos séculos, em todas as gerações. Erros históricos vão sendo revistos e as influências das ideologias do poder, sobre a fé, estão sendo esvaziadas. As mentiras dos poderosos deste mundo são denunciadas e as esperanças dos povos pela vida e pela paz, fortalecidas. Ao longo dos séculos, o Espírito ilumina e revigora os bem-aventurados, pobres, mansos, pacíficos, misericordiosos, espoliados, comprometidos, que lutam pela justiça na construção do Céu e terra louvem mundo novo.
Liturgia da Quinta-Feira — 17.05.2012
— São Pascoal Bailão
Pascoal Baylon nasceu na cidade de Torre Hermosa, na Espanha, em 16 de maio de 1540. Filho de uma família humilde, foi pastor de ovelhas desde muito jovem e, aos dezoito anos, seguindo sua vocação, tentou ser admitido no convento franciscano de Santa Maria de Loreto. Sua primeira tentativa foi frustrada, mas, em 1564, após recusar uma grande herança de um rico senhor que havia sido curado por ele e por causa dos seus dons carismáticos, ele pôde ingressar na Ordem.
Pascoal, por humildade, permaneceu um simples irmão leigo, exercendo as funções de porteiro e ajudante dos serviços gerais. Bom, caridoso e obediente às regras da Ordem, fazia penitência constante, alimentando-se muito pouco e mantendo-se em constante oração. Por causa de sua origem pobre, não possuía nenhuma formação intelectual, porém era rico em dons transmitidos pelo Espírito Santo, possuindo uma sabedoria inata.
Era tão carismático que a ele recorriam ilustres personalidades para aconselhamento, até mesmo o seu provincial, que lhe confiou a tarefa perigosa de levar documentos importantes para Paris. Essa viagem Pascoal fez a pé, descalço e com o hábito de franciscano, arriscando ser morto pelos calvinistas.
Defensor extremado de sua fé, travou grande luta contra os calvinistas franceses, que negavam a eucaristia. Apesar da sua simplicidade, Pascoal era muito determinado quando se tratava de dissertar sobre sua espiritualidade e conhecimentos eucarísticos.
Foi autor de um pequeno livro de sentenças que comprovam a real presença de Cristo na eucaristia e o poder sagrado transmitido ao sumo pontífice. Por isso foi considerado um dos primeiros e mais importantes teólogos da eucaristia.
Ele morreu no dia 17 de maio de 1592, aos cinqüenta e dois anos, em Villa Real, Valência. Em 1690, foi canonizado. O papa Leão XIII nomeou são Pascoal Baylon patrono das obras e dos congressos eucarísticos.
São Pascoal Bailão, rogai por nós!
VI SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Ó Deus, quando saístes à frente do vosso povo, abrindo-lhe o caminho e habitando entre eles, a terra estremeceu, fundiram-se os céus, aleluia! (Sl 67,8s.20)
Oração do dia
Ó Deus, que fizestes o vosso povo participar da vossa redenção, concedei que nos alegremos constantemente com a ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 18,1-8)
18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
2 Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, e sua mulher Priscila. Eles pouco antes haviam chegado da Itália, por Cláudio ter decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo uniu-se a eles. 3 Como exercessem o mesmo ofício, morava e trabalhava com eles. (Eram fabricantes de tendas.) 4 Todos os sábados ele falava na sinagoga e procurava convencer os judeus e os gregos. 5 Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à pregação da palavra, dando aos judeus testemunho de que Jesus era o Messias. 6 Mas como esses contradissessem e o injuriassem, ele, sacudindo as vestes, disse-lhes: "O vosso sangue caia sobre a vossa cabeça! Tenho as mãos inocentes. Desde agora vou para o meio dos gentios". 7 Saindo dali, entrou em casa de um prosélito, chamado Tício Justo, cuja casa era contígua à sinagoga. 8 Entretanto Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com todos os da sua casa. Sabendo disso, muitos dos coríntios, ouvintes de Paulo, acreditaram e foram batizados.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu não vos deixarei órfãos: eu irei, mas voltarei, e o vosso coração muito há de se alegrar (Jo 14,18).
Evangalho (João 16,16-20)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
16 16 Jesus disse: "Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai". 17 Nisso alguns dos seus discípulos perguntavam uns aos outros: "Que é isso que ele nos diz: 'Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver?' E que significa também: 'Eu vou para o Pai?'" 18 Diziam então: "Que significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer". 19 Jesus notou que lho queriam perguntar e disse-lhes: "Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: 'Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver'. 20 Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria".
- Palavra da Salvação.
- Graças a Deus.
1. "Tristezas e alegrias, Luzes e sombras..."
A vida de todo discípulo de Jesus não é diferente das demais pessoas, ela é cheia de altos e baixos, "Um dia chove, outro dia faz sol", como cantou o poeta Chico Buarque de Holanda, um dia resplandece como uma manhã belíssima, mas logo mais a tarde vêm as nuvens negras com raios e relâmpagos. Na Vida de Fé esse dualismo também está presente, e Jesus está dizendo aos discípulos que será sempre assim: um pouco de tempo e me vereis, mais um pouco e não me vereis, e outro pouco e tornareis a me ver...
A gente queria só luz, alegria, entusiasmo, sucesso, em nossa vida de Fé, na vida em comunidade, mas não é assim, desde o começo Jesus deixou bem claro. Os discípulos não entenderam e nós também não. Então Jesus, que conhece o homem profundamente, todos os pensamentos e sentimentos humanos, vai dizer que ao final, toda a angústia e tristeza dos discípulos vai se transformar em alegria eterna.
Há no mundo uma falsa alegria, que hoje poderíamos dizer, provocada pelo consumismo, pelo sucesso, prestígio e poder, na verdade as alegrias terrenas são legítimas mas não podem substituir na vida dos discípulos aquela que é a Verdadeira alegria e que um dia se tornará plena. A suposta "ausência" de Jesus, a partir da sua Ascensão, é preenchida totalmente pelo Espírito que acompanha a Igreja neste tempo do Kairós até a Parusia.
Em suma, Ver ou não ver Jesus, sentir sua presença em nossa vida ou não, é uma contingência humana por conta das nossas limitações, Deus está sempre presente na ação Trinitária em cuja vida de comunhão somos envolvidos, mas que não nos arrebata desse Vale de Lágrimas, onde é preciso caminhar e Crer, alimentando em nós essa esperança, de que o Senhor caminha conosco, falando e agindo, como fez um dia junto aos seus discípulos.
2. A promessa do Espírito é Verdade e Amor
Uma das características do evangelho de João é o uso da repetição didática de palavras ou frases. A afirmação sobre o ver e o não ver Jesus é repetida três vezes, e a dificuldade de entendimento dos discípulos fica patente.
Jesus já mencionara a sua partida, causando receios e tristeza nos discípulos que já vinham experimentando as ameaças do poder religioso do Templo e das sinagogas. Jesus os confortara com a promessa do Espírito que é Verdade e Amor. Agora esclarece que ele próprio voltará a estar presente entre os discípulos. Dentro de pouco tempo os discípulos não mais verão (theôreite - visão sensível) Jesus. Com mais um pouco de tempo eles o perceberão (opsesthe) em sua presença que foge aos sentidos.
De início os discípulos se entristecem com a morte de cruz e a ausência de Jesus. Mas logo se alegrarão com a presença do Espírito e do próprio Jesus, percebendo que a todos é concedido o dom da vida eterna, o que renova a face da terra, gerando um mundo novo.
Oração
Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam "ver" Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.
3. PERMANECER EM JESUS
Em seqüência ao anúncio de sua partida, Jesus confirma a continuidade de sua presença entre os discípulos com o sugestivo jogo de palavras sobre o pouco tempo que resta para não mais vê-lo e mais um pouco em que será visto de novo. A dinâmica do dom da vida eterna, em João, segue a seguinte trajetória: a Palavra, o Filho, que estava em Deus se faz carne e habita entre nós; é glorificado em sua missão vivificante e libertadora, comunicando a vida eterna, como enviado do Pai; e volta ao Pai. Ao contrário dos sinóticos, João não fala de uma outra "volta" de Jesus ao mundo, mas sim no "permanecer nele". Serão os discípulos que o verão de novo, agora glorificado pelo Pai. O verão dentro de um pouco mais de tempo, ao permanecerem nele, e ele e o Pai nos discípulos. O permanecer em Jesus, unidos em comunidade e fazendo a vontade do Pai, significa, já, a alegria de participar da glória de Jesus, em comunhão de vida eterna com o Pai.
— São Simão Stock O santo de hoje nasceu no condado de Kant (Inglaterra). Com apenas 12 anos, movido pelo Espírito Santo de Deus, abandonou sua família por uma vida eremítica, uma vida no deserto.
Ele fez do tronco de uma árvore a sua morada, por isso o 'Stock' em seu nome (stock = tronco).
Ali, se consagrou na penitência e na busca da salvação das almas. Descia até o povoado para visitar os doentes e evangelizar, e voltava para o seu retiro.
Simão, homem de obediência ao Senhor. Deus o quis na família carmelita, recém chegados à Inglaterra. Após discernir, tornou-se um religioso nesta Ordem. Profundamente mariano, era um homem do serviço e dedicado aos irmãos.
Nossa Senhora apareceu a ele, com o escapulário, apresentando-o como uma proteção especial àqueles que o usarem com devoção.
Quanto mais marianos, mais cristãos!
São Simão Stock, rogai por nós!
VI SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Senhor, eu vos louvarei entre os povos, anunciarei vosso nome aos meus irmãos, aleluia! (Sl 17,50;21,23)
Oração do dia
Ó Deus, ao celebrarmos solenemente a ressurreição do vosso filho, concedei que nos alegremos com todos os santos quando ele vier na sua glória. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 17,15.22-18,1)
17 15 Os que conduziam Paulo levaram-no até Atenas. De lá voltaram e transmitiram para Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível. 22 Paulo, em pé no meio do Areópago, disse: "Homens de Atenas, em tudo vos vejo muitíssimo religiosos. 23 Percorrendo a cidade e considerando os monumentos do vosso culto, encontrei também um altar com esta inscrição: 'A um Deus desconhecido'. O que adorais sem o conhecer, eu vo-lo anuncio! 24 O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas. 25 Nem é servido por mãos de homens, como se necessitasse de alguma coisa, porque é ele quem dá a todos a vida, a respiração e todas as coisas. 26 Ele fez nascer de um só homem todo o gênero humano, para que habitasse sobre toda a face da terra. Fixou aos povos os tempos e os limites da sua habitação. 27 Tudo isso para que procurem a Deus e se esforcem por encontrá-lo como que às apalpadelas, pois na verdade ele não está longe de cada um de nós.
28 Porque é nele que temos a vida, o movimento e o ser, como até alguns dos vossos poetas disseram: Nós somos também de sua raça... 29 Se, pois, somos da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra lavrada por arte e gênio dos homens.
30 Deus, porém, não levando em conta os tempos da ignorância, convida agora a todos os homens de todos os lugares a se arrependerem. 31 Porquanto fixou o dia em que há de julgar o mundo com justiça, pelo ministério de um homem que para isso destinou. Para todos deu como garantia disso o fato de tê-lo ressuscitado dentre os mortos". 32 Quando o ouviram falar de ressurreição dos mortos, uns zombavam e outros diziam: "A respeito disso te ouviremos outra vez". 33 Assim saiu Paulo do meio deles. 34 Todavia, alguns homens aderiram a ele e creram: entre eles, Dionísio, o areopagita, e uma mulher chamada Dâmaris; e com eles ainda outros. 18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 148
Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
Louvai o Senhor Deus nos altos céus,
louvai-o no excelso firmamento!
Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o,
louvai-o, legiões celestiais!
Reis da terra, povos todos, bendizei-o,
e vós, príncipes e todos os juízes;
e vós, jovens, e vós moças e rapazes,
anciãos e criancinhas, bendizei-o!
Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos,
porque somente o seu nome é excelso!
A majestade e esplendor de sua glória
ultrapassam em grandeza o céu e a terra.
Ele exaltou seu povo eleito em poderio,
ele é o motivo de louvor para os seus santos.
é um hino para os filhos de Israel,
este povo que ele ama e lhe pertence.
Louvai o Senhor Deus nos altos céus,
louvai-o no excelso firmamento!
Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o,
louvai-o, legiões celestiais!
Reis da terra, povos todos, bendizei-o,
e vós, príncipes e todos os juízes;
e vós, jovens, e vós moças e rapazes,
anciãos e criancinhas, bendizei-o!
Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos,
porque somente o seu nome é excelso!
A majestade e esplendor de sua glória
ultrapassam em grandeza o céu e a terra.
Ele exaltou seu povo eleito em poderio,
ele é o motivo de louvor para os seus santos.
é um hino para os filhos de Israel,
este povo que ele ama e lhe pertence.
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).
Evangelho (João 16,12-15)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
16 12 Assim falou Jesus: "Muitas coisas ainda tenho a dizer-vos, mas não as podeis suportar agora.
13 Quando vier o Paráclito, o Espírito da Verdade, ensinar-vos-á toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá o que ouvir, e anunciar-vos-á as coisas que virão. 14 Ele me glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-lo anunciará. 15 Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse: Há de receber do que é meu, e vo-lo anunciará".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "O Espírito que atualiza o ANÚNCIO..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Já imaginaram um site de notícias que só é atualizado de vez em quando ou nunca é atualizado? O segredo para se fazer sucesso é diariamente ter o site atualizado, o internauta entra uma vez, e ao perceber que as notícias são "velhas" nunca mais acessam. Algo parecido ocorre com a Palavra de Deus que Jesus nos trouxe, Ele é o Verbo Encarnado, como afirma São João, entretanto, Jesus de Nazaré viveu em um contexto histórico, religioso, político e social lá do Oriente Médio, diferente da Pós-modernidade de 2012, com o mundo globalizado.
Os problemas que enfrentou, os desafios que teve de encarar, foram diferentes dos que hoje os cristãos do mundo inteiro enfrentam e além do mais, o Cristianismo naqueles primeiros tempos estava fechado em uma religião, e trazia uma identidade da tradição de Israel. Há muitos cristãos sonhadores que hoje se perguntam "O que será que Jesus faria em meu lugar nos dias de hoje, que ensinamentos daria, que orientações faria aos discípulos, que atitudes iria tomar..."
O evangelho de hoje responde direitinho essa questão, se o Jesus Histórico não está em nosso meio, o seu Espírito Santo, enviado pelo Pai está presente em sua Igreja e na vida dos que crêem. Não se trata de um Espírito Mágico, monopólio de uma Religião ou Igreja, aprisionado em uma doutrina, e que de vez em quando faz revelações surpreendentes. Nem é preciso entrar em transe, para atingir o alfa como pensam alguns orientais.
A missão do Espírito é atualizar o Anúncio de Jesus com uma ação evangelizadora eficaz, que tenha força de tocar no coração das pessoas. Trata-se do mesmo Cristo, do mesmo evangelho, da mesma Verdade e da mesma Revelação, porém atualizada para os dias de hoje, pois nosso Deus não é igual aqueles Velhos Resmungões que fica choramingando pelos cantos, dizendo que no seu tempo as coisas eram melhores...
O Espírito renovador, santificador e restaurador, inspira os cristãos a como agir nos dias de hoje. Na comunidade apostólica o Espírito Santo recordou tudo o que Jesus ensinou, hoje ele nos recorda e vai mais longe: define uma autêntica prática cristã, para se fazer o anúncio e dar o testemunho, que é tão eficaz como o testemunho das primeiras comunidades. Porque muitas vezes imaginamos que o fervor cristão vai diminuindo com o passar do tempo, mas é o contrário, o Espírito Santo garante essa ebulição por todo o sempre. E assim, aos cristãos de cada tempo o Espírito se manifesta e atualiza a Santa Palavra anunciada, tornando-se sempre nova e restauradora, não permitindo que se torne uma Velharia do passado, mas algo muito atual, seja qual for o tempo em que se vive...
2. Espírito Santo guiará os discípulos em toda a verdade
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Durante a última ceia, nas palavras de Jesus aos seus discípulos pode-se perceber como eles sempre tiveram dificuldades de compreendê-lo em seus propósitos e em seu anúncio. Os cerca de três anos de convívio durante o ministério de Jesus não chegou a remover-lhes as expectativas messiânicas tradicionais. A prática libertadora e vivificante de Jesus deixava-os perplexos. Mesmo depois da crucifixão de Jesus, os discípulos foram lentos em perceber a continuidade de sua presença entre eles. Jesus mencionou o envio do Espírito Santo, que guiará os discípulos em toda a verdade. É o Espírito que já estava presente em Jesus, mas que fica em destaque a partir da ocultação do Jesus visível e sensível. Há uma perfeita comunhão entre Jesus, o Pai e o Espírito, sendo o ensinamento deste a continuidade do ensinamento de Jesus. É o Espírito que ajudará os discípulos a compreenderem o projeto de Deus para mundo.
O Espírito Santo é revelador de toda a verdade, em todos os tempos, em todos os povos. É a revelação da presença de Jesus, hoje, entre os discípulos reunidos em comunidades que se empenham na construção do mundo novo, no qual é abolida a violência e vive-se a paz.
Oração
Pai, que o Espírito me ensine toda a verdade e me revele às coisas que hão de vir, para que eu possa enveredar, com toda segurança, pelo caminho que é Jesus.
3. O ANÚNCIO DO ESPÍRITO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Neste seu discurso de revelação, na última ceia, Jesus destaca a ação iluminadora do Espírito Santo. Tanto o Evangelho de João como os sinóticos, Marcos, Mateus e Lucas, registram a dificuldade dos discípulos em entender toda a profundidade do anúncio de Jesus. Depois da sua crucifixão, foram lentos também em perceber a ressurreição e a continuidade da presença de Jesus entre eles. Será o Espírito da Verdade, enviado por Jesus e pelo Pai, que os ajudará a compreender toda a verdade. O Espírito anunciará o que é do Pai e do Filho. Os discípulos, confirmados por este anúncio, serão testemunhas de Jesus e o glorificarão. É o anúncio da Verdade que continua a ser revelada ao longo dos séculos, em todas as gerações. Erros históricos vão sendo revistos e as influências das ideologias do poder, sobre a fé, estão sendo esvaziadas. As mentiras dos poderosos deste mundo são denunciadas e as esperanças dos povos pela vida e pela paz, fortalecidas. Ao longo dos séculos, o Espírito ilumina e revigora os bem-aventurados, pobres, mansos, pacíficos, misericordiosos, espoliados, comprometidos, que lutam pela justiça na construção do Céu e terra louvem mundo novo.
Liturgia da Quinta-Feira — 17.05.2012
— São Pascoal Bailão
Pascoal Baylon nasceu na cidade de Torre Hermosa, na Espanha, em 16 de maio de 1540. Filho de uma família humilde, foi pastor de ovelhas desde muito jovem e, aos dezoito anos, seguindo sua vocação, tentou ser admitido no convento franciscano de Santa Maria de Loreto. Sua primeira tentativa foi frustrada, mas, em 1564, após recusar uma grande herança de um rico senhor que havia sido curado por ele e por causa dos seus dons carismáticos, ele pôde ingressar na Ordem.
Pascoal, por humildade, permaneceu um simples irmão leigo, exercendo as funções de porteiro e ajudante dos serviços gerais. Bom, caridoso e obediente às regras da Ordem, fazia penitência constante, alimentando-se muito pouco e mantendo-se em constante oração. Por causa de sua origem pobre, não possuía nenhuma formação intelectual, porém era rico em dons transmitidos pelo Espírito Santo, possuindo uma sabedoria inata.
Era tão carismático que a ele recorriam ilustres personalidades para aconselhamento, até mesmo o seu provincial, que lhe confiou a tarefa perigosa de levar documentos importantes para Paris. Essa viagem Pascoal fez a pé, descalço e com o hábito de franciscano, arriscando ser morto pelos calvinistas.
Defensor extremado de sua fé, travou grande luta contra os calvinistas franceses, que negavam a eucaristia. Apesar da sua simplicidade, Pascoal era muito determinado quando se tratava de dissertar sobre sua espiritualidade e conhecimentos eucarísticos.
Foi autor de um pequeno livro de sentenças que comprovam a real presença de Cristo na eucaristia e o poder sagrado transmitido ao sumo pontífice. Por isso foi considerado um dos primeiros e mais importantes teólogos da eucaristia.
Ele morreu no dia 17 de maio de 1592, aos cinqüenta e dois anos, em Villa Real, Valência. Em 1690, foi canonizado. O papa Leão XIII nomeou são Pascoal Baylon patrono das obras e dos congressos eucarísticos.
São Pascoal Bailão, rogai por nós!
VI SEMANA DA PÁSCOA
(BRANCO – OFÍCIO DO DIA)
Antífona da entrada: Ó Deus, quando saístes à frente do vosso povo, abrindo-lhe o caminho e habitando entre eles, a terra estremeceu, fundiram-se os céus, aleluia! (Sl 67,8s.20)
Oração do dia
Ó Deus, que fizestes o vosso povo participar da vossa redenção, concedei que nos alegremos constantemente com a ressurreição do Senhor. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
Leitura (Atos 18,1-8)
18 1 Depois disso, saindo de Atenas, Paulo dirigiu-se a Corinto.
2 Encontrou ali um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, e sua mulher Priscila. Eles pouco antes haviam chegado da Itália, por Cláudio ter decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo uniu-se a eles. 3 Como exercessem o mesmo ofício, morava e trabalhava com eles. (Eram fabricantes de tendas.) 4 Todos os sábados ele falava na sinagoga e procurava convencer os judeus e os gregos. 5 Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à pregação da palavra, dando aos judeus testemunho de que Jesus era o Messias. 6 Mas como esses contradissessem e o injuriassem, ele, sacudindo as vestes, disse-lhes: "O vosso sangue caia sobre a vossa cabeça! Tenho as mãos inocentes. Desde agora vou para o meio dos gentios". 7 Saindo dali, entrou em casa de um prosélito, chamado Tício Justo, cuja casa era contígua à sinagoga. 8 Entretanto Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com todos os da sua casa. Sabendo disso, muitos dos coríntios, ouvintes de Paulo, acreditaram e foram batizados.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 97/98
O Senhor fez conhecer seu poder salvador
perante as nações.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terá inteira,
alegrai-vos e exultai!
perante as nações.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terá inteira,
alegrai-vos e exultai!
Aclamação do Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Eu não vos deixarei órfãos: eu irei, mas voltarei, e o vosso coração muito há de se alegrar (Jo 14,18).
Evangalho (João 16,16-20)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
16 16 Jesus disse: "Ainda um pouco de tempo, e já me não vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver, porque vou para junto do Pai". 17 Nisso alguns dos seus discípulos perguntavam uns aos outros: "Que é isso que ele nos diz: 'Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver?' E que significa também: 'Eu vou para o Pai?'" 18 Diziam então: "Que significa este pouco de tempo de que fala? Não sabemos o que ele quer dizer". 19 Jesus notou que lho queriam perguntar e disse-lhes: "Perguntais uns aos outros acerca do que eu disse: 'Ainda um pouco de tempo, e não me vereis; e depois mais um pouco de tempo, e me tornareis a ver'. 20 Em verdade, em verdade vos digo: haveis de lamentar e chorar, mas o mundo se há de alegrar. E haveis de estar tristes, mas a vossa tristeza se há de transformar em alegria".
- Palavra da Salvação.
- Graças a Deus.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Tristezas e alegrias, Luzes e sombras..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A vida de todo discípulo de Jesus não é diferente das demais pessoas, ela é cheia de altos e baixos, "Um dia chove, outro dia faz sol", como cantou o poeta Chico Buarque de Holanda, um dia resplandece como uma manhã belíssima, mas logo mais a tarde vêm as nuvens negras com raios e relâmpagos. Na Vida de Fé esse dualismo também está presente, e Jesus está dizendo aos discípulos que será sempre assim: um pouco de tempo e me vereis, mais um pouco e não me vereis, e outro pouco e tornareis a me ver...
A gente queria só luz, alegria, entusiasmo, sucesso, em nossa vida de Fé, na vida em comunidade, mas não é assim, desde o começo Jesus deixou bem claro. Os discípulos não entenderam e nós também não. Então Jesus, que conhece o homem profundamente, todos os pensamentos e sentimentos humanos, vai dizer que ao final, toda a angústia e tristeza dos discípulos vai se transformar em alegria eterna.
Há no mundo uma falsa alegria, que hoje poderíamos dizer, provocada pelo consumismo, pelo sucesso, prestígio e poder, na verdade as alegrias terrenas são legítimas mas não podem substituir na vida dos discípulos aquela que é a Verdadeira alegria e que um dia se tornará plena. A suposta "ausência" de Jesus, a partir da sua Ascensão, é preenchida totalmente pelo Espírito que acompanha a Igreja neste tempo do Kairós até a Parusia.
Em suma, Ver ou não ver Jesus, sentir sua presença em nossa vida ou não, é uma contingência humana por conta das nossas limitações, Deus está sempre presente na ação Trinitária em cuja vida de comunhão somos envolvidos, mas que não nos arrebata desse Vale de Lágrimas, onde é preciso caminhar e Crer, alimentando em nós essa esperança, de que o Senhor caminha conosco, falando e agindo, como fez um dia junto aos seus discípulos.
2. A promessa do Espírito é Verdade e Amor
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Uma das características do evangelho de João é o uso da repetição didática de palavras ou frases. A afirmação sobre o ver e o não ver Jesus é repetida três vezes, e a dificuldade de entendimento dos discípulos fica patente.
Jesus já mencionara a sua partida, causando receios e tristeza nos discípulos que já vinham experimentando as ameaças do poder religioso do Templo e das sinagogas. Jesus os confortara com a promessa do Espírito que é Verdade e Amor. Agora esclarece que ele próprio voltará a estar presente entre os discípulos. Dentro de pouco tempo os discípulos não mais verão (theôreite - visão sensível) Jesus. Com mais um pouco de tempo eles o perceberão (opsesthe) em sua presença que foge aos sentidos.
De início os discípulos se entristecem com a morte de cruz e a ausência de Jesus. Mas logo se alegrarão com a presença do Espírito e do próprio Jesus, percebendo que a todos é concedido o dom da vida eterna, o que renova a face da terra, gerando um mundo novo.
Oração
Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam "ver" Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.
3. PERMANECER EM JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Em seqüência ao anúncio de sua partida, Jesus confirma a continuidade de sua presença entre os discípulos com o sugestivo jogo de palavras sobre o pouco tempo que resta para não mais vê-lo e mais um pouco em que será visto de novo. A dinâmica do dom da vida eterna, em João, segue a seguinte trajetória: a Palavra, o Filho, que estava em Deus se faz carne e habita entre nós; é glorificado em sua missão vivificante e libertadora, comunicando a vida eterna, como enviado do Pai; e volta ao Pai. Ao contrário dos sinóticos, João não fala de uma outra "volta" de Jesus ao mundo, mas sim no "permanecer nele". Serão os discípulos que o verão de novo, agora glorificado pelo Pai. O verão dentro de um pouco mais de tempo, ao permanecerem nele, e ele e o Pai nos discípulos. O permanecer em Jesus, unidos em comunidade e fazendo a vontade do Pai, significa, já, a alegria de participar da glória de Jesus, em comunhão de vida eterna com o Pai.
Leituras da Semana - NPD
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