A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

30 de setembro de 2010

EVANGELHO DO DIA

Lucas 10, 1 - 12
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, 1o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. 3Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. 4Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! 5Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. 7Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.8Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem,9curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.10Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: 11‘Até a poeira de vossa cidade que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ 12Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”. 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho:
Jesus, após ter chamado Seus apóstolos e discípulos, os convida para que sejam; o fazer será consequência disso. Ser o quê? Íntimos de Cristo, amigos d’Ele; vida mergulhada na vida do Senhor – é daí que nasce a intimidade. Fazer o quê? Quanto a isso não devemos nos preocupar, pois o Senhor nos dirá e nos orientará quanto ao que fazer e como fazer.
Como se não bastasse, o Senhor, além de nos mostrar o que fazer, na obra da evangelização, nos capacita e nos presenteia com todos os meios para a missão; meios estes que são os dons, os ministérios, os talentos, os carismas e frutos do Espírito. A nossa felicidade consistirá em sermos canais de cura, libertação e realização na vida das pessoas; para isso, devemos ser íntimos de Deus e fazer, como consequência disso, a vontade d’Ele.
Para esta missão tão sublime de discípulos e missionários de Jesus, para a qual somos chamados, o Senhor nos faz dois pedidos fundamentais, dentre tantos, não menos importantes:
1º Pobreza evangélica: não podemos, diante da missão a nós confiada, nos preocupar e perder a atenção, o foco, daquilo que Deus quer fazer através de nós na vida das pessoas na ação evangelizadora. O missionário precisa ter como única bagagem de missão, como único valor, como única riqueza, a vontade de Deus Todo-poderoso, Sua Palavra e a disponibilidade em servir. Não podemos nos prender a nada e a ninguém, pois tudo nos será dado, tendo em vista que o missionário é digno do seu sustendo, do seu salário, como nos ensinam as Sagradas Escrituras. A única riqueza precisa ser o Senhor. Repito o que sempre afirmo: quem precisa muito fora é porque muito pouco possui de Deus dentro de si; então o coração precisa buscar fora o que não consegue encontrar dentro. Dentro de nós, no mais íntimo de nós, está Deus.
2º Dê de graça o que recebeste de graça: na vida, tudo é graça, inclusive os encalços e dificuldades, que não vêm de Deus, mas Ele os permite. Permite para que venhamos a crescer, a amadurecer. Crescimento e amadurecimento: eis as maiores graças na vida de uma pessoa. Todos os dons, talentos, virtudes, a própria vocação, tudo isso Deus nos deu, não porque Ele necessitava fazê-lo, mas por pura graça e bondade. O Senhor no-los deu, para que, através disso na vocação, pudéssemos ser felizes. Colocando tudo isso a serviço dos outros, eis a certeza de felicidade, de santidade. Como é bom quando nos propomos a servir, com gratuidade, aqueles que o Senhor nos confia. Isso é evangelizar por excelência.
Para isso, é preciso que reforcemos o caminho: ser (íntimos de Deus e de Sua Palavra, vivendo da providência) e servir (de forma gratuita e alegre, pois de graça recebemos e de graça devemos ser canais da graça na vida dos irmãos).
Padre Pacheco
Comunidade Canção Nova

AUTORES IMPERFEITOS DE OBRAS QUASE PERFEITAS

              O título é longo, mas a realidade é de fácil entendimento. Passei um tempo admirando a Pietá, a Monalisa e o Davi. Vi pessoalmente e, depois, tornei a vê-las com mais detalhes, num vídeo que adquiri sobre obras monumentais e seus autores. As obra são maravilhosas, a vida, nem tanto! 
De fato, são obras que resistem ao tempo. Como aqueles artistas Michelangelo Buonarotti e Leonardo da Vinci conseguiram fazer o que fizeram, temperamentais, cheios de caprichos, disputas, invejas e ressentimentos como eram? Aí entra a obra e o autor. O autor humano nem sempre dura mais do que a sua obra e tem manchas e rachaduras que assustam. Não, suas obras! 
             Deus existiu antes e durante e existirá depois do Universo, se este acabar. O ser perfeito fez uma obra imperfeita, e as faz, porque se fizesse alguma obra perfeita teria feito outro deus. Neste caso, ele não seria o Deus único, mas apenas o deus numero um. Cairíamos na concepção dos gregos, que em sua mitologia, faziam de Uranos o deus numero um, mas não o Deus único, nem o Todo Poderoso. Para os gregos o todo poderoso era Zeus, um dos descendentes de Urano. Entre os latinos o nome era Júpiter. 
          Para os hebreus, mais tarde, israelitas e, mais tarde, judeus, bem como para nós cristãos, só há um Deus. No nosso caso, dizemos que ele é um só, mas é três pessoas. Jesus é o Filho encarnado. Outras religiões nos confrontam e discordam de nós. Nós, deles. Mas um fato permanece: cremos no perfeito que criou o imperfeito este, com tendência a aperfeiçoar-se. 
          Já, o ser humano é o imperfeito e cheio de defeitos que consegue criar algo quase sem defeitos. Isso mostra nossas contradições. Paulo, o excelente pregador, fala dessa dor que, como carvão em brasa, doeu em Isaias e Jeremias e dói fundo em cada pregador: a dor a incoerência e do sentir-se aquém da sua missão. Assim diziam Isaias, Jeremias e Paulo: 
            E com a brasa tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios; e a tua iniqüidade foi tirada, e expiado o teu pecado. (Isaías 6, 7) 
            Não faço o bem que quero, mas o mal que odeio... Não sou, pois eu que o faz, mas o pecado que me domina. Em minha carne não habita o bem, porque o querer o em está em mim, mas nem sempre me vejo capaz de realizá-lo. Assim, não acabo sem fazer o bem que deveria fazer, e fazendo o mal que não quero. (Cf Rm 7, 14-19) 
             Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta. Então disse eu: Ah, Senhor DEUS! Eis que não sei falar; porque ainda sou um menino. Mas o SENHOR me disse: Não digas: Eu sou um menino; porque a todos a quem eu te enviar, irás; e tudo quanto te mandar, falarás. Jr 1,4-7 
          Na mística de todo pregador há que entrar esta realidade. Não somos o que pregamos. Falamos bonito, mas nem sempre vivemos bonito. Cabe aos fiéis saber a diferença entre o que ouvem e o que vêem e analisá-las. Abandonarão a fé por causa do pregador? Sua consciência o levará à decisão de ficar ou ir embora. 
              Jesus dá uma resposta ao dizer: 
Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem; pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem aos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los; 5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes, e amam os primeiros lugares nas ceias e as primeiras cadeiras nas sinagogas, e as saudações nas praças, e o serem chamados pelos homens; Rabi, Rabi. 
            O maior dentre vós será vosso servo. ( Mt 23,2-11) 
Pregadores que falam bonito, mas não vivem de maneira admirável são convidados à conversão. Seus ouvintes são chamados ao discernimento. Uma religião não pode se assentar sobre a pessoa do pregador. Ninguém é tão modelo de vida que possa fazer discípulos cegamente fiéis a ele. Bom pregador é o que ensina seus fiéis a falar abertamente quando discordam dele. Quando a jovem é mandada embora da comunidade porque ousou corrigir o líder que ensina uma doutrina errada, sabemos quem está errado. O que se considera inquestionável. Quem está acima da catequese está fora do catolicismo! 

Pe. Zezinho, scj 

DIA DE SÃO JERÔNIMO



São Jerônimo

        É incontestável o grande débito que a cultura e os cristãos, de todos os tempos, têm com este santo de inteligência brilhante e temperamento intratável. Jerônimo nasceu em uma família muito rica na Dalmácia, hoje Croácia, no ano 347. Com a morte dos pais, herdou uma boa fortuna, que aplicou na realização de sua vocação para os estudos, pois tinha uma inteligência privilegiada. Viajou para Roma, onde procurou os melhores mestres de retórica e desfrutou a juventude com uma certa liberdade. Jerônimo estudou por toda a vida, viajando da Europa ao Oriente com sua biblioteca dos clássicos antigos, nos quais era formado e graduado doutor.
      Ele foi batizado pelo papa Libério, já com 25 anos de idade. Passando pela França, conheceu um monastério e decidiu retirar-se para vivenciar a experiência espiritual. Uma de suas características era o gosto pelas entregas radicais. Ficou muitos anos no deserto da Síria, praticando rigorosos jejuns e penitências, que quase o levaram à morte. Em 375, depois de uma doença, Jerônimo passou ao estudo da Bíblia com renovada paixão. Foi ordenado sacerdote pelo bispo Paulino, na Antioquia, em 379. Mas Jerônimo não tinha vocação pastoral e decidiu que seria um monge dedicado à reflexão, ao estudo e divulgação do cristianismo.
     Voltou para Roma em 382, chamado pelo papa Dâmaso, para ser seu secretário particular. Jerônimo foi incumbido de traduzir a Bíblia, do grego e do hebraico, para o latim. Nesse trabalho, dedicou quase toda sua vida. O conjunto final de sua tradução da Bíblia em latim chamou-se "Vulgata" e tornou-se oficial no Concílo de Trento.
    Romano de formação, Jerônimo era um enciclopédico. Sua obra literária revelou o filósofo, o retórico, o gramático, o dialético, capaz de escrever e pensar em latim, em grego, em hebraico, escritor de estilo rico, puro e eloqüente ao mesmo tempo. Dono de personalidade e temperamento fortíssimo, sua passagem despertava polêmicas ou entusiasmos.
       Devido a certas intrigas do meio romano, retirou-se para Belém, onde viveu como um monge, continuando seus estudos e trabalhos bíblicos. Para não ser esquecido, reaparecia, de vez em quando, com um novo livro. Suas violências verbais não perdoavam ninguém. Teve palavras duras para Ambrósio, Basílio e para com o próprio Agostinho. Mas sempre amenizava as intemperanças do seu caráter para que prevalecesse o direito espiritual.
    Jerônimo era fantástico, consciente de suas próprias culpas e de seus limites, tinha total clareza de seus merecimentos. Ao escrever o livro "Homens ilustres", concluiu-o com um capítulo dedicado a ele mesmo. Morreu de velhice no ano 420, em 30 de setembro, em Belém. Foi declarado padroeiro dos estudos bíblicos e é celebrado no dia de sua morte.

Ed. Paulinas

28 de setembro de 2010

Enc: PERDOE SEMPRE...



E ai meus queridos e caros amigos, para aqueles que tem muitas coisas em que se apegarem, eu pergunto: POR QUE ESPERAR AMANHÃ? Reflitam. Paz e bem!

Assunto: FW: PERDOE SEMPRE...


 

 





...


:







 

27 de setembro de 2010


Evangelho do dia (Lucas 9,46-50)


— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, 46houve entre os discípulos uma discussão, para saber qual deles seria o maior. 47Jesus sabia o que estavam pensando, pegou então uma criança, colocou-a junto de si 48e disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome, estará recebendo a mim. E quem me receber, estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”.
49João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco”. 50Jesus disse-lhe: “Não o proibais, pois quem não está contra vós, está a vosso favor”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Marcados pela tradição cultural de dominação, característica das classes religiosas e latifundiárias da Judeia, os discípulos têm dificuldade em compreender a prática libertadora de Jesus, na humildade e no serviço às multidões dos empobrecidos e excluídos.
Eles têm bem enraizada em suas mentes a tradição messiânica com a expectativa de um líder que com poder restauraria o antigo Reino de Israel e Judá, nos moldes épicos desta tradição.
Discutem quem seria o maior no reino que esperavam que Jesus instaurasse. Em contraposição a esta expectativa, Jesus identifica-se com uma criança. É na humildade e na fragilidade, na esperança e no compromisso, que se entra em comunhão de
amor com o próximo, com Jesus e com o Pai.
À aspiração ao poder, soma-se a mentalidade discriminatória manifestada por João, em querer reprimir alguém que agia em nome de Jesus independentemente do grupo de discípulos que lhe era mais próximo. É a mentalidade da autoridade que coíbe a liberdade do Espírito. Jesus remove esta mentalidade, acolhendo todo o bem que é feito em seu nome. 

Autor: José Raimundo Oliva

PERUS COM PENAS DE PAVÃO

 
          Não digo nomes, porque há os sinceros e bons. Mas é um alerta para quem corre atrás dos que se proclamam intercessores de milagres garantidos e infalíveis. Pedir é uma coisa, garantir é outra! Uma senhora com câncer no pulmão pediu-me uma bênção e uma cura. Perguntou-me se eu, em nome de Jesus, podia garantir a sua cura, já que o médico não garantira. 
          Delicadamente eu lhe disse que abençoaria e que, em nome de Jesus, lhe oferecia uma cura "possível", mas não "garantida". Nãos sabia de ninguém que teria sido curado do pulmão pela imposição das minhas mãos. Eu não poderia lhe dar esta certeza. Decepcionou-se e foi a um pregador que atua no rádio e na televisão em nome de Jesus. Ele costuma declarar, diante das câmeras, sem nenhuma verificação de médicos, nem atestado de outros que a pessoa está curada ali mesmo, no ato. Reproduz os primeiros dias do cristianismo. Milhares vão vê-lo e deixam nossa igreja para ouvir suas pregações. 
            Ele garantiu-lhe a cura. Afinal, a Igreja dele é uma igreja de resultados. Garantiu-lhe que ela estava curada ali mesmo! Glórias a Jesus! A família saiu feliz, criticando a Igreja Católica e o padre que não acredita em milagres. Mas sabiam eles que eu mesmo já recebi milagres e que conheço muita gente que foi curada. Mal sabiam que muitas vezes vou a Aparecida, pedir milagres por pessoas feridas no corpo e na alma e que envio muita gente para lá. Mal sabiam que recorro às carmelitas e clarissas parta que orem por alguém que precisa do milagre! 
          Mas uma coisa é pedir, esperar e confiar e outra é proclamar ou garantir uma cura, aos estardalhaços num intenso marketing diante de câmeras e microfones. Esta garantia eu, pregador da fé serena, não posso dar. Só Deus sabe se dará ou não dará o milagre solicitado. 
           Dois meses depois o problema voltou ainda mais agudo. Não houve meios de ela chegar perto daquele microfone... Voltou ao hospital com a resistência baixíssima e veio a óbito. O pregador que lhe garantiu a cura deveria ser processado pelos filhos dela. Brincou de porta voz de Deus. Anunciou uma cura que não ocorreu e aproveitou-se para fazer marketing da mesma. 



Pe. Zezinho, scj 

MELODIA DO CORAÇÃO

Desde sempre os sábios exaltaram o valor da amizade e expressaram em novas imagens o mistério do amigo. Uma imagem que me tocou de modo especial e profundamente foi: "Amigo é aquele que escuta a melodia do coração do outro e a canta de novo para ele, quando este a esqueceu". 
Não sei de quem é esta frase, mas é uma imagem maravilhosa dizer que o amigo escuta a melodia de meu coração. 
O amigo percebe perfeitamente o que está perturbando o meu interior. Ele introduz seu ouvido dentro de mim para descobrir a melodia básica de minha vida, para perceber onde e como a minha vida começa a balançar e vibrar. 
E quando esqueci esta melodia porque me afastei de mim mesmo devido às muitas preocupações do dia-a-dia, meu amigo canta para mim esta melodia. 
Ele me traz de volta ao contato com meu verdadeiro cerne, com meu verdadeiro ser. Ele me traz o reflexo do que eu sou. O amigo me lembra do que sou no mais íntimo. 
Sua tarefa é, pois, mais do que apenas me compreender, do que estar do meu lado e me apoiar. Ele assume dentro dele a melodia de meu coração, para fazê-la soar novamente quando ela tiver emudecido em mim. 

Anselm Grün

23 de setembro de 2010

EVANGELHO DO DIA

Lucas 9, 7-9
7
Naquele tempo, o tetrarca Herodes soube de tudo o que se passava, e ficou muito perplexo, porque diziam uns: João ressuscitou dos mortos;8 outros: Elias apareceu; e outros: Um dos antigos profetas se levantou.9 Herodes, porém, disse: A João eu mandei degolar; quem é, pois, este a respeito de quem ouço tais coisas? E procurava vê-lo.


Comentário do Evangelho

A narrativa da decapitação de João Batista durante o banquete de aniversário de herodes é encontrada com muitos detalhes nos Evangelhos de Marcos e Mateus. Lucas, porém, retém apenas esta menção de herodes, na qual afirma que este último mandou cortar a cabeça de João. Entre os discípulos de Jesus havia algumas
mulheres, inclusive Joana, esposa de Cuza, alto funcionário de Herodes. Este funcionário certamente teria informado herodes sobre o que estava acontecendo e causava confusão. O desejo de Herodes, que
"procurava ver Jesus", conforme afirmado no texto, se realizará por ocasião da condução de Jesus à sua presença, no processo da paixão. A mera curiosidade de herodes se transforma em um instrumento de condenação de Jesus.
Este, em seu ministério, identificava-se bastante com a pregação de João Batista, no anúncio da proximidade do Reino e no apelo à conversão. Daí as opiniões entre o povo de que ele seria João ressuscitado dos mortos, ou o próprio Elias, com o qual João Batista já tinha sido identificado. Esta narrativa sobre quem é Jesus prepara a outra narrativa que, no texto, vem logo a seguir, no qual a pergunta é feita pelo próprio Jesus aos seus discípulos (Mc 8,27-33). 
Autor: José Raimundo Oliva

UMA CRIANÇA NA PRIMAVERA

Ela está de pé, pequenina, entre os rododentros e azaléias, que lhe parecem tão altos que tocam o céu. 
Quando os ramos juntam-se sobre sua cabeça, ela caminha por túneis recobertos de um verde misterioso, cujas paredes são ornadas com flores. 
Vermelhas, magentas, púrpuras, amarelas, rosadas e brancas, com pétalas frescas e cintilantes pintalgadas como orquídeas, o perfume delas a envolve em exótica alegria. 
Cada flor caída é apanhada por mãos reverentes e banhada pela surpresa de seus olhos rilhantes, e depois entrelaçada em guirlandas com prazer. 
Então, ela acha a trilha que sobe entre grandes montes de flores amarelas e, enquanto ela sobe, trompas douradas enchem o ar de música e anjos cantam a Deus nas cores do arco-íris. 
Sobe, sobe mais, até que, sem saber como, chega quase ao céu. 
De cima, vê o paraíso de flores e permanece sozinha em seu reino encantado. 
Mary Hathaway 

Do livro: Celebrando a maternidade - Paulinas
Ouve, toma, lê e recita 
Pe. Zezinho, scj 


Hebreus aprenderam que Deus disse ao povo: "Shemah" (ouve). Muçulmanos aprenderam que seu livro, o Corão, deriva de Kurdu (Recita!). Pedro ouviu: "Toma e come".Agostinho ouviu "Toma e lê". Maomé escutou "Toma e recita". 

Jesus era a própria mensagem. Eu sou! Dele se diz que afirmou: "eu sou a ressurreição".(Jo 11,25 ) "Eu sou o caminho a verdade e a vida!" (Jo 14,6)Eu sou o pão vivo!( Jo 6,51) Nas três grandes religiões do mundo o processo de ser passa pelo ato de assumir a mensagem e pelo "ouve", "recita", "coma", "leia". 

Jesus acrescentou a missão do "seja". Mas todos os mensageiros e apóstolos tiveram que "assumir". Implícito nas palavras ouça, leia, recite, tome, coma o livro, está o verbo assumir. Nas três grandes religiões, quando Deus toma atitude de se comunicar Ele espera do interlocutor uma atitude: shemah, kurdu, tome, leia!

20 de setembro de 2010

Evangelho do Dia: Lc 8, 16 - 18
16 Ninguém, pois, acende uma candeia e a cobre com algum vaso, ou a põe debaixo da cama; mas põe-na no velador, para que os que entram vejam a luz.17 Porque não há coisa encoberta que não haja de manifestar-se, nem coisa secreta que não haja de saber-se e vir à luz.18 Vede, pois, como ouvis; porque a qualquer que tiver lhe será dado, e a qualquer que não tiver, até o que parece ter lhe será tirado.

Comentário do Evangelho:
Neste seu texto, Lucas segue de perto o Evangelho de Marcos, colocando este bloco de sentenças após a parábola do semeador e sua explicação. Estas sentenças estão dispersas no Evangelho de Mateus. A lâmpada acesa que ilumina, em Mateus , significa os discípulos que devem ser a luz do mundo na sua ação missionária. Em Marcos e em Lucas, a lâmpada é a Palavra, que vem revelar o oculto. Temos aqui dois sentidos: revelar a falsidade da doutrina dos fariseus, ou revelar amplamente os mistérios de Jesus, inicialmente comunicados aos discípulos. Nesse sentido, segue-se a sentença sobre o que está escondido ou secreto, e que será descoberto e tornado público. A advertência, "olhai,portanto, a maneira como ouvis!", envolve-se em obscuridade. No Evangelho de Marcos encontra-se: "cuidado com o que ouvis!". Pode-se pensar que o Evangelho de Jesus deve ser ouvido com responsabilidade e compromisso, e não de maneira displicente e descomprometida. A sentença final é característica da sociedade que favorece a acumulação de riquezas e a exclusão. Ela pode ser adaptada àqueles que, com fé, acolhem o Reino, em oposição àqueles submissos à ideologia da Lei, que rejeitam a Palavra e perdem suas tradições abraâmicas. 

Mais fiéis e mais eleitos 
Pe. Zezinho, scj 


      Continuo não sabendo ser plenamente dono de mim e prossigo não sabendo ser teu. Por isso meu Senhor, ouve esta minha prece. É prece de quem, às vezes, se comporta como filho especial e único e que age como filho ciumento. 
     Ajo como se fosses mais meu que dos outros, mas, na verdade, não sou mais seu que os outros os são. Não digo isto abertamente, mas meu comportamento, às vezes, trai estas atitudes. Comigo, milhões de outros crentes que sem o perceber, nas suas pregações e conversas, dão a entender que são melhores do que os outros. 
     Vejo isso nas pregações de templos, rádio e televisão. Eles foram escolhidos para salvar o mundo que está mais perdido do que eles. Mas, pelo modo como se expressam eles também estão perdidos. Apostam na seta errada. O teu endereço não é só o templo deles. 
     Vejo isso nas pregações de esquinas, de avenidas super lotadas. Vejo isso em estádios. E vejo isso nas salas de visitas de muitas casas. Vejo e ouço. A Igreja deles é mais, eles são mais. Eles descobriram e corresponderam mais. É lá que se pode encontrar-te. Não é possível encontrar-te em outros templos e em outros púlpitos e altares. 
    Quando eu disse isso, eu estava enganado. E quando eles dizem isso, são eles os enganados. Estás onde queres estar e tens misericórdia de quem queres ter misericórdia. (Ex 33,19) E não é porque dizemos que estás mais conosco que com os outros, que vais estas mais conosco que com outros. Tua misericórdia é infinitamente mais que a nossa presunção. Ainda bem que assim é. 
    Se posso pedir -e devo pedir-, concede-me a graça de nunca mais falar ou agir como filho ciumento. Não és mais meu que dos outros, e eu não sou mais teu que os outros os são. Não sabes não amar e não saber amar menos. Amas do teu jeito infinito a todos, sem exceção. 
    Deixarias de ser Deus se deixasses de amar a quem quer que fosse de um jeito infinito. Podes dar mais dons e atribuições a esse ou àquele, chamar para um serviço maior esse ou aquele, dar profecia maior à esse ou aquele. Isto é prerrogativa sua, mas só porque alguém ganhou profecia maior, isso não significa que ele é maior que o outro que ganhou uma profecia de menor alcance. 
    O fato de não ter recebido mais dons, não me faz menor que os outros. Ainda restará a mim, provar que consigo ser bom e melhor do que tenho sido, sem competições, sem disputa por um espaço maior no teu colo ou no Reino dos Céus. No dia em que eu descobrir esta verdade, eu certamente serei mais teu, não mais teu que os outros. Simplesmente mais teu. Concede-me esta graça! 

18 de setembro de 2010

Imagens da Revolução Farroupilha:


Um momento da História do povo gaúcho. Uma luta contra a opressão do Poder Central. Batalhas Sangrentas, mortes de ambos os lados. Devemos sempre aprender com o passado para não cometermos os mesmos erros no presente e no futuro.






































Evangelho do Domingo: Lc 16, 1 - 13
1 Dizia Jesus também aos seus discípulos: Havia certo homem rico, que tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de estar dissipando os seus bens. 2 Chamou-o, então, e lhe disse: Que é isso que ouço dizer de ti? Presta contas da tua mordomia; porque já não podes mais ser meu mordomo. 3 Disse, pois, o mordomo consigo: Que hei de fazer, já que o meu senhor me tira a mordomia? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha.4 Agora sei o que vou fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.5 E chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, perguntou ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?6 Respondeu ele: Cem cados de azeite. Disse-lhe então: Toma a tua conta, senta-te depressa e escreve cinqüenta.7 Perguntou depois a outro: E tu, quanto deves? Respondeu ele: Cem coros de trigo. E disse-lhe: Toma a tua conta e escreve oitenta.8 E louvou aquele senhor ao injusto mordomo por haver procedido com sagacidade; porque os filhos deste mundo são mais sagazes para com a sua geração do que os filhos da luz.9 Eu vos digo ainda: Granjeai amigos por meio das riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.10 Quem é fiel no pouco, também é fiel no muito; quem é injusto no pouco, também é injusto no muito.11 Se, pois, nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?12 E se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar ao outro, o há de odiar a um e amar ao outro, o há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.

Comentário do Evangelho


Lucas tem como uma de suas características a crítica das riquezas. Logo no início de seu Evangelho, no Cântico de Maria, Deus "derruba os poderosos de seus tronos e eleva os humildes, enche de bens os famintos e despede os ricos de mãos vazias" (Lc 1,52s). Na parábola de hoje é feita a denúncia do "dinheiro iníquo". Parecem estranhas as imagens de um homem rico e um administrador corrupto nesta parábola.  A esperteza do administrador estava em manipular o dinheiro injusto acumulado pelo homem rico, favorecendo aqueles que se tornariam seus amigos. Pode-se entender que a parábola sugere que o dinheiro deve ser usado para fazer amigos. As riquezas acumuladas por poucos podem ser usadas para o bem de todos, criando laços de amizade. Já nos primeiros séculos da era cristã, os Padres da Igreja denunciavam, de maneira contundente, que toda acumulação de riqueza era fruto da injustiça. No profeta Amós (primeira leitura) vemos também esta denúncia. Assim sendo, o restabelecimento da justiça se faz pela partilha destas riquezas. Jesus apresenta a todos uma opção radical: "Não podeis servir a Deus e ao dinheiro". Lucas destaca que os fariseus eram "amigos do dinheiro" e, por isso, zombavam de Jesus. 
Tira de nós a vaidade 
Pe. Zezinho, scj 

          Ouve-nos e converte-nos de verdade, Senhor. 
       Tira de nós a vaidade de acharmos que somos os melhores, que entendemos melhor do que os outros, que sabemos mais Bíblia dos que os outros, e que te encontramos e te servimos com mais lealdade. 
     Estamos lembrados da advertência de Filho, quando estiveste neste mundo anunciando o reino. Disseste que deveríamos buscar este reino em primeiro lugar; que os pequeninos conheceriam o teu segredo e que ladrões prostitutas talvez entrassem no teu céu antes de nós, por terem cumprido a primeira exigência do reino: o verdadeiro arrependimento que sempre vem seguido da humildade de não nos acharmos mais do que os outros. 
       Dá-nos, pois, a humildade de quem sabe o suficiente para crer, mas que sabe que não sabe o suficiente para se proclamar mais santo, mais fiel e mais eleito. Ainda nos lembramos da história do fariseu que se gabava de fazer tudo certo e do publicano que admitia que precisava de conversão e de misericórdia. 
     Faz de nós igrejas humildes que, enquanto afirmam suas convicções, respeitam as dos outros. Uma coisa é discordar e não querer repetir determinados erros e outra, diminuir quem errou. 
  Concede-nos a sabedoria de nunca parar de estudar e aprofundar o que já aprendemos e de não proclamar como absolutamente certo o que não é absolutamente certo, nem dizer que nos disseste o que na verdade não disseste. Acabaríamos dando o nosso recado e para ter mais autoridade e usando teu nome de maneira mentirosa. 
  Dá-nos humildade de continuar aprendizes da Palavra e, se possível, de estarmos juntos, mesmo com eventuais discordâncias. Que acentuemos e valorizemos o que nos une e respeitemos e dialoguemos a respeito do que ainda nos separa. Isso jamais acontecerá se um não deixar o outro falar. 
    Ensina-nos a ser povo de Deus unido na caridade, ainda que não consigamos ser um em todos os aspectos da nossa vida. Nas imensas diferenças do mundo que nos cerca concede-nos a graça da unidade, na caridade e na justiça. Amém 

15 de setembro de 2010


Evangelho do dia: João 19, 25 - 27
25 Estavam em pé, junto à cruz de Jesus, sua mãe, e a irmã de sua mãe, e Maria, mulher de Clôpas, e Maria Madalena.26 Ora, Jesus, vendo ali sua mãe, e ao lado dela o discípulo a quem ele amava, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho.27 Então disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa.

Comentário do Evangelho
O Evangelho de João é o único a registrar a presença da mãe de Jesus e de discípulos junto à cruz. Neste Evangelho vamos encontrar Jesus e sua mãe juntos apenas em dois episódios: nas bodas de Caná, na inauguração de seu ministério e na cruz, que encerra este ministério. Nos dois episódios Jesus dirige-se à sua mãe com a expressão "mulher". Com esta expressão, repetidamente, Jesus irá se dirigir também à mulher samaritana, à beira do poço, e será a expressão com que o Ressuscitado se dirigirá a Maria Madalena, ao lado do túmulo vazio. Nas bodas de Caná Jesus dizia que não tinha chegado sua hora. A hora de sua glorificação é a cruz. E é a partir desta hora que o discípulo que Jesus amava acolhe a sua mãe. Este "discípulo que Jesus amava" aparece algumas vezes no Evangelho sem ser nomeado. É interpretado como sendo a figura da comunidade de discípulos como um todo. É chegada a hora em que as comunidades darão continuidade ao ministério de Jesus assumindo a missão. A tradição sempre viu nesta narrativa final a vinculação da mãe de Jesus, Maria, com a Igreja, que a assume como mãe. Sob a ótica teológico-simbólica do evangelista João, pode-se também ver na mãe de Jesus uma representatividade dos israelitas sinceros que, a partir desta hora, devem se integrar nas novas comunidades de discípulos. 



Conheces a nossa busca 
Pe. Zezinho, scj 
         Falo contigo, Deus, e invoco-te como Pai. Conheces nossa busca, nossas procuras e nossos encontros. Então, já sabes com que sinceridade te buscamos, o quanto te procuramos e o quanto já encontramos. 
        Conheces também as nossas perplexidades e os nossos limites. Sobre muitas coisas já temos certezas, sobre a maioria delas ainda tateamos, por isso, não tendo certezas palpáveis recorremos ao dom da fé, porque o justo vive mais da fé do que da certeza. 
        Tira, pois de nós o deslumbramento de crentes exaltados que garantem que viram e sabem mais do que os outros, que lhes deste a vitória, que ninguém os deterá. É conversa de quem avança por sobre os outros! 
     A nós que prezamos o respeito e a fraternidade, dá-nos mais vislumbres, para que, como Moisés, mesmo não sabendo exatamente quem eras, saibamos que eras Tu; como os três no Tabor saibamos não fazer alarde de nossas visões e vislumbres. 
     Não nos queres cegos pela tua luz nem, deslumbrados contigo. Queres que vejamos o suficiente para não perdermos contato com as realidades que iluminas. Liberta-nos de extremismos e fanatismos perigosos que levam o crente a proclamar apressadamente o que ainda não assimilou e a anunciar milagres que não aconteceram, visões que não teve porque nem sequer leu direito o teu santo livro e nem se debruçou o suficiente e por anos a fio sobre a Palavra que proclama. 
    Liberta-nos desse entusiasmo que tira do fiel a serenidade de quem procura e vai procurar a vida inteira, posto que és insondável e sempre há mais de ti para saber.. 
     Não vendo nem tocando o mistério saibamos que há muito mais ser buscado, muito mais a ouvir e muito mais a estudar. Que saibamos por aí, dando receitas de medicinas espirituais cujo conteúdo não conhecemos, nem experimentamos e muito menos receitar nossas lentes para outro tipo de miopia. O que serve para nossos olhos pode não servir para os olhos de nosso irmão. 

13 de setembro de 2010

EVANGELHO DO DIA
LUCAS  7, 1 - 10
1 Quando acabou de proferir todas estas palavras aos ouvidos do povo, entrou em Cafarnaum.
2 E um servo de certo centurião, de quem era muito estimado, estava doente, quase à morte.3 O centurião, pois, ouvindo falar de Jesus, enviou-lhes uns anciãos dos judeus, a pedir-lhe que Viesse curar o seu servo.4 E chegando eles junto de Jesus, rogavam-lhe com instância, dizendo: É digno de que lhe concedas isto;5 porque ama à nossa nação, e ele mesmo nos edificou a sinagoga.6 Ia, pois, Jesus com eles; mas, quando já estava perto da casa, enviou o centurião uns amigos a dizer-lhe: Senhor, não te incomodes; porque não sou digno de que entres debaixo do meu telhado;7 por isso nem ainda me julguei digno de ir à tua presença; dize, porém, uma palavra, e seja o meu servo curado.8 Pois também eu sou homem sujeito à autoridade, e tenho soldados às minhas ordens; e digo a este: Vai, e ele vai; e a outro: Vem, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.9 Jesus, ouvindo isso, admirou-se dele e, voltando-se para a multidão que o seguia, disse: Eu vos afirmo que nem mesmo em Israel encontrei tamanha fé.10 E voltando para casa os que haviam sido enviados, encontraram o servo com saúde.

Comentário do Evangelho
Todos os povos podem crer em Jesus

Encontramos esta narrativa do centurião nos Evangelhos de Mateus e Lucas (em João, em uma narrativa similar, o personagem é um funcionário real). Cada evangelista tem suas peculiaridades. Em Lucas, o centurião não vai pessoalmente a Jesus, mas envia alguns anciãos judeus. Estes testemunham que o centurião até construiu uma sinagoga para eles, porque amava seu povo. Não há no texto nenhuma palavra de Jesus anunciando a cura do doente. Embora Lucas aproxime o centurião da comunidade judaica, o destaque final é a fé deste gentio, que ultrapassa a fé do povo de Israel. A narrativa é um paradigma para as missões. Todos os povos podem crer em Jesus, por sua acolhida e por sua ação libertadora e vivificante. 

Oração

Pai,
 dá-me um coração misericordioso e a humildade 
que me leve a compadecer-me do meu semelhante.
Amém!
A graça de perseverar 
Pe. Zezinho, scj 

Volúvel é o ser humano. Não se fixa em muitas coisas. Muitas vezes se fixa é no pecado, no qual não deveria perseverar enquanto abandona e trai a virtude, esta sim, motivo para perseverar. Não poucas vezes, o casal começa com juras de amor e de carinho eterno. Vem a dificuldade e um deles desiste. Pai ou mãe chora de emoção com o nascimento do filho no hospital. Vem a dificuldade e, ele ou ela, acaba fugindo de casa, sem o filho por quem chorou no dia do nascimento. 

O religioso se compromete, faz os votos. Vem a dificuldade e ele opta por outro caminho. Não agüentava mais aquele sacrifício. Descobriu que não estava pronto para tamanho peso. Assim, os que trocam de empresa, de profissão, de amor, de família! Todos eles seguiram outro caminho, ou porque o achavam melhor ou porque o outro estava difícil demais. 

Ninguém pode condenar alguém porque mudou. Sem conhecer todos os porquês, não há como emitir um julgamento. Na verdade, jamais conheceremos todos os porquês de uma pessoa. 

Fato é fato. A nossa é uma sociedade em que pouco se favorece o dom da perseverança. Pelo contrário, muitíssimas mensagens sugerem que se busque o novo. Embutido na proposta, o conselho de que quando as coisas ficam difíceis não faz sentido continuar ... É graça que se deve pedir.