A Palavra de Deus

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DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

3 de setembro de 2010

NÃO ESTAMOS NO AEROPORTO 
Pe Zezinho scj 

     Nas estantes do aeroporto, conto aproximadamente 33 livros contra nós, católicos. Aqueles autores não nos amam. Isso, no maior país católico do mundo. Os católicos passam, olham os títulos e quase nenhum reage. Não há a mesma quantidade contra os evangélicos ou contra os judeus ou os ateus. A vidraça da vez somos nós. As editoras descobriram que isso vende!
    Os católicos, faz tempo que não reagem. São alvo fácil de mirar. Muçulmanos, judeus e pentecostais reagiriam com mais veemência. Livros contra eles, uns poucos. Contra nós, muitos! É que estamos aqui há 500 anos e formamos a maioria! Incomodamos!
   Não se vê naquelas estantes nenhuma vida de santo, nenhum catecismo, nenhum livro defendendo a Igreja. Alguma intenção têm os autores e os donos dessas livrarias, ao divulgar apenas os livros que lançam dúvidas sobre nós, a maioria religiosa deste país. Perceberam que não reagimos. Alguém está querendo nos prejudicar, sem a menor intenção de mostrar os dois lados. Alguém adquire apenas os livros que nos questionam, e não quer se dar ao trabalho de ver também o outro lado da moeda.
    Valeria a pena os católicos refletirem sobre isso. Estamos encurralados em guetos e livrarias católicas, enquanto irmãos de outras religiões expõem seus livros em livrarias de aeroporto. Será o esquema de vendas? Será a falta de presença dos nossos divulgadores junto a essas livrarias? Seria acomodação? O fato é que nas grandes livrarias encontram-se muitas obras contra nós. A favor, pouquíssimas.
   Talvez devamos rever os nossos métodos. Estamos sendo cada vez mais empurrados para o gueto. Não é isso o que queremos, mas é o que vai acontecer, se não soubermos entrar lá e mostrar também o nosso lado. Que a mídia e o marketing da Igreja se organize! Talvez sejamos tímidos demais!
    Nisso têm razão os que defendem a existência de um marketing católico. Os outros estão sabendo escolher as esquinas, a mídia e as lojas. Nós estamos presos à sacristia e aos templos e a bem poucas lojas chamadas católicas que, afinal, nem sempre têm livros de história da nossa fé, da nossa Filosofia ou da nossa Teologia; às vezes, nem os documentos principais da nossa igreja... Algumas livrarias têm apenas os livros da espiritualidade do grupo ao qual pertencem os donos. É triste, mas é verdade.
    O fato é que eles estão lá e nós não estamos! Reagiremos, ou continuaremos em clima de gueto, quando somos maioria, falando e escrevendo sobre nós, para nós, e em alguns casos apenas para alguns de nós? Estão dizendo que nós já éramos. Ficamos, fugimos, ou um dia ocuparemos aquelas mesmas estantes? Quando? 




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