A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

28 de janeiro de 2013

EVANGELHO (Leitura Orante) PARA SEGUNDA E TERÇA-FEIRA

Ano C - Dia: 28/01/2013 Segunda-feira
Jesus fala em parábolas
Mc 3,22-30
Os escribas vindos de Jerusalém diziam que ele estava possuído por Beelzebu e expulsava os demônios pelo poder do chefe dos demônios. Jesus os chamou e falou-lhes em parábolas: "Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino se divide internamente, ele não consegue manter-se. Se uma família se divide internamente, ela não consegue manter-se. Assim também, se Satanás se levanta contra si mesmo e se divide, ele não consegue manter-se, mas se acaba. Além disso, ninguém pode entrar na casa de um homem forte para saquear seus bens, sem antes amarrá-lo; só depois poderá saquear a sua casa. Em verdade, vos digo: tudo será perdoado às pessoas, tanto os pecados como as blasfêmias que tiverem proferido. Aquele, porém, que blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será réu de um 'pecado eterno'". Isso, porque diziam: "Ele tem um espírito impuro". 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante rezando, com todos os internautas: 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Espírito Santo, 
tu que habitas, pela fé, nos nossos corações, 
abre-nos à Palavra! 
Seja a nossa inteligência e a nossa vontade, 
terreno bom, 
onde tu possas trabalhar com liberdade, 
de modo que a nossa vida 
seja sinal da tua caridade. 
Amém. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 3,22-30, e observo pessoas, o que pensam e o que esperam de Jesus. 
Os mestres dizem que Jesus está dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. É Belzebu que dá poder a ele para expulsar demônios. Jesus os questiona: como Satanás vai expulsar a si mesmo? Como o Reino de Satanás vai se dividir? Se for assim, será destruído. 
E Jesus afirma que dizer que a ação de Deus é obra de Satanás é blasfemar contra o Espírito de Deus. E ainda, as blasfêmias contra o Espírito Santo não serão perdoadas. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Sinto que promovo a comunhão na minha família, no meu trabalho, na Igreja? 
Os bispos, em Aparecida, na V Conferência, falaram do Espírito Santo, guia dos seguidores de Jesus: "Jesus nos transmitiu as palavras de seu Pai e é o Espírito que recorda à Igreja as palavras de Cristo (cf. Jo 14,26). Desde o princípio, os discípulos haviam sido formados por Jesus no Espírito Santo (cf. At 1,2) que é, na Igreja, o Mestre interior que conduz ao conhecimento da verdade total formando discípulos e missionários. Esta é a razão pela qual os seguidores de Jesus devem se deixar guiar constantemente pelo Espírito (cf. Gl 5,25), e tornar a paixão pelo Pai e pelo Reino sua própria paixão: anunciar a Boa Nova aos pobres, curar os enfermos, consolar os tristes, libertar os cativos e anunciar a todos o ano da graça do Senhor (cf. Lc 4,18-19)." (DAp 152). 
Deixo-me guiar pelo Espírito? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo, com os bispos em Aparecida: 
"Guiados por Maria, fixamos os olhos em Jesus Cristo, autor e consumador da fé e dizemos a Ele com o Sucessor de Pedro:"Fica conosco, pois cai a tarde e o dia já se declina" (Lc 24,29). 
Fica conosco, Senhor, acompanha-nos ainda que nem sempre tenhamos sabido reconhecer-te. 
Fica conosco, porque ao redor de nós as mais densas sombras vão se fazendo, e Tu és a Luz; em nossos corações se insinua a falta de esperança, e tu os faz arder com a certeza da Páscoa. Estamos cansados do caminho, mas tu nos confortas na fração do pão para anunciar a nossos irmãos que na verdade tu tens ressuscitado e que nos tem dado a missão de ser testemunhas de tua ressurreição. 
Fica conosco, Senhor, quando ao redor de nossa fé católica surgem as névoas da dúvida, do cansaço ou da dificuldade: tu, que és a própria Verdade como revelador do Pai, ilumina nossas mentes com tua Palavra; ajuda-nos a sentir a beleza de crer em ti. 
Fica em nossas famílias, ilumina-as em suas dúvidas, sustenta-as em suas dificuldades, consola-as em seus sofrimentos e no cansaço de cada dia, quando ao redor delas se acumulam sombras que ameaçam sua unidade e sua natureza. 
Tu que és a Vida, fica em nossos lares, para que continuem sendo ninhos onde nasça a vida humana abundante e generosamente, onde se acolha, se ame, se respeite a vida desde a sua concepção até seu término natural. 
Fica, Senhor, com aqueles que em nossas sociedade são os mais vulneráveis; fica com os pobres e humildes, com os indígenas e afro-americanos, que nem sempre encontram espaços e apoio para expressar a riqueza de sua cultura e a sabedoria de sua identidade. 
Fica, Senhor, com nossas crianças e com nossos jovens, que são a esperança e a riqueza de nosso Continente, protege-os de tantas armadilhas que atentam contra sua inocência e contra suas legítimas esperanças. Oh bom Pastor, fica com nossos anciãos e com nossos enfermos! 
Fortalece a todos em sua fé para que sejam teus discípulos e missionários!"( DAp 554). 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é iluminado pelo Espírito Santo. 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Ano C - Dia: 29/01/2013 Terça-feira
Como ser da família de Deus
Mc 3,31-35
Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus. Ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Ao seu redor estava sentada muita gente. Disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos e irmãs estão lá fora e te procuram". Ele respondeu: "Quem é minha mãe? Quem são meus irmãos?" E passando o olhar sobre os que estavam sentados ao seu redor, disse: "Eis minha mãe e meus irmãos! Quem faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe". 

Leitura Orante 

Preparo-me para a Leitura, agradecendo por este momento de encontro com Deus e com os irmãos internautas: 
Agradeço-te, meu Deus, 
porque me chamaste, 
tirando-me das minhas ocupações do dia-a-dia, 
muitas vezes difíceis e pesadas, 
para aqui me encontrar contigo. 
Dispõe o meu coração na paz e na humildade 
para poder ser por ti encontrado/a e ouvir a tua Palavra. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 3,31-35, e observo pessoas, relações e as palavras de Jesus. 
Este texto que medito hoje, traz a pessoa de Maria, Mãe de Jesus. Ela e seus parentes queriam falar com ele. E ele diz que são de sua família os que fazem a vontade do Pai. Numa primeira leitura pode parecer que Jesus é deselegante com sua mãe, mas, em melhor compreensão, pode-se perceber que aconteceu o contrário. Ao dizer que são de sua família os que fazem a vontade do Pai, ele incluiu sua Mãe, e, em primeiro lugar. Ela foi a primeira, no anúncio do anjo, que disse "sim" ao projeto e à vontade do Pai. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos, na Conferência de Aparecida, falaram de forma magnífica sobre a presença de Maria na família de Deus, como discípula e mestra. Vejamos um destes textos do Documento de Aparecida: "A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de "filhos no Filho" nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,450 e obediência à vontade de Deus (cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (cf. Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar seu verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem que fosse livrada da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em uma comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança." (DAp 266). 
Sou, assim como Maria, da família de Jesus? Ou seja, digo "sim" à vontade de Deus, mesmo que seja contrária aos meus projetos? Busco descobrir e concretizar, a cada dia, qual é a vontade de Deus para mim, para minha família, para o mundo de hoje? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
"A oração mais perfeita é aquela em que houver mais amor. Neste segundo sentido mais amplo, pode-se definir a oração como a postura da alma que se põe aos pés de Deus para em silêncio olhar para ele ou o fitar enquanto fala com ele»,disse um grande santo. Assim, rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a canção do padre Zezinho, scj, 
Primeira cristã 
Primeira cristã Maria da luz 
Sabias, ó Mãe, amar teu Jesus 
Primeira cristã Maria do amor 
Soubeste seguir teu Filho e Senhor 
Nossa Senhora das milhões de luzes 
Que meu povo acende pra te louvar 
Iluminada, iluminadora 
Inspiradora de quem quer amar 
E andar com Jesus 

Primeira cristã Maria do lar 
Ensinas, ó Mãe, teu jeito de amar 
Primeira cristã, Maria da paz 
Ensinas, ó Mãe, como é que Deus faz 

Primeira cristã sempre a meditar 
Vivias em Deus, sabias orar 
Primeira cristã fiel a Jesus 
Por todo o lugar, na luz e na cruz 
CD Em verso e canção - Cantores de Deus, Paulinas COMEP 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Hoje, com Maria, irei ao encontro de Jesus, na certeza de que sou da sua família, porque faço a vontade de Deus. 

Bênção 
O Senhor o abençoe e guarde! 
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você! 
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27). 
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp

A ORAÇÃO DOS 7 PASSOS


Por incrível que pareça é cada vez mais comum as pessoas do nosso tempo buscarem alguma forma para entrar em contato com o “ser superior” (como alguns chamam). Esse Ser Superior, para os cristãos e a maioria da humanidade, se chama “Deus”! Ele traz um profundo desejo de estar cada vez mais próximo de você e de conversar com você. Um dos meios mais comuns para entrar em contato com o Senhor se chama: “oração“. Porém, a maioria das pessoas sente muita dificuldade para orar e costuma dizer:

1. “…não sei o que é isso direito…” 
2. “…não sei como começar isso…” 
3. “…até sei começar, mas logo paro de rezar (orar)…” [inconstância] 
4. “…só rezo (oro) quando passo por dificuldades…” 
5. “rezo (oro), sim, mas do meu jeito…” 
6. “rezo (oro) sempre, em todo lugar… (na maioria das vezes uma desculpa de que ainda não aprendeu a orar direito).

Então, para tentar resolver alguns desses problemas, quero mais do que ficar dando explicações teológicas sobre oração. Vou lhe mostrar uma forma muito fácil e prática para você aprender a orar, a ter constância e crescer no relacionamento com esse “Ser Superior”, a quem chamamos de Deus. Prepare-se, vamos aprender a “Oração dos 7 Passos“.

1° Passo:
Determine um lugar para você orar, esse será o seu “cantinho de oração”; nada daquela história de “oro no ônibus”, “no caminho para a escola”, claro você também pode fazer isso nestes momentos, mas Deus é Pai e não quer que você fique só com “lanchinhos”, entende? A oração pessoal deve ter lugar próprio, porque é refeição completa! Você precisa de um lugar no qual as pessoas não o fiquem atrapalhando ou o interrompendo, estamos em busca de um lugar que lhe proporcione intimidade. Existem muitas opções: uma capela (igreja), um lugar mais afastado da casa, um quarto, etc. Agora descubra o seu lugar de oração!

2° Passo:
Geralmente estamos acostumados a orar (rezar) enquanto sentimos vontade de orar (rezar), mas aprendi que “sem disciplina não há santidade” e poderia dizer mais: “sem disciplina não há intimidade”, por isso existem dias em que você ora (reza) muito tempo e outros em que você não quer rezar (orar) nada, e diz: “estou sem vontade”… “estou cansado”… “com sono”… “foi muito corrido o dia”; e por aí vai. Por isso você precisa determinar quanto tempo você vai dar para Deus por dia, talvez para alguns fique fácil de entender assim: é como um dízimo do tempo, pense quanto tempo você deu para a internet? Para a TV? Para os amigos? Para a família? Para o trabalho? Etc. E para Deus? Quanto tempo você tem? Uma dica e uma regra, primeiro a dica: nunca comece com muito tempo, é como na academia: vá devagar no começo (10 minutos?) e depois vá aumentando; e a regra: o tempo sempre pode aumentar, mas nunca diminuir! O importante para Deus não é quantidade, mas o amor com que você reza (ora) e não importa se está cansado ou coisa do tipo; o Senhor o aceita mesmo assim! Não tem desculpa. E aí? Quanto tempo vai dar para Deus? Ah! Escolha também o melhor horário do dia (manhã, tarde, noite ou madrugada?).

3° Passo:
Rezar (orar) um Pai-Nosso e uma Ave-Maria. O Pai-Nosso foi a oração que Jesus nos ensinou (cf. Mt 6, 9-13), nela vamos encontrar grandes ensinamentos que o Senhor nos deixou; e também a Ave-Maria, pois, quando recitamos essa oração, realizamos uma profecia bíblica, você sabia? Veja o que a Bíblia diz em Lucas 1, 48: “…Sim, de agora em diante todas as gerações me proclamarão bem-aventurada”. A maior proclamação que ela é “bem-dita” na verdade é feita pelo próprio Deus, o Anjo Gabriel, disse: “Ave Maria, cheia de Graça, o Senhor é convosco” (Lc 1, 28). Recitar a Ave-Maria é fazer eco da voz de Deus no tempo que se chama hoje; e na segunda parte: “Santa Maria mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém”. Não há nada de errado também; que ela é santa todo o mundo sabe, nós a chamamos de Mãe de Deus somente porque Jesus é Deus e, no fim, pedimos que interceda por nós, mais ou menos como muitas pessoas fazem pedindo uns aos outros oração. Fique tranquilo, pode rezar (orar) sem medo.

4° Passo:
Chegou a hora de louvar, isso significa agradecer. Neste momento você deve ir se lembrando de tudo o que você passou neste dia ou no dia anterior, ou até mesmo lembranças que vierem à sua mente neste momento, pode agradecer a Deus, pode fazer mais ou menos assim: “Senhor, eu Te louvo, porque hoje eu abri meus olhos e vi as nuvens no céu, elas estavam lindas. Senhor, eu Te louvo, porque hoje não me faltou o alimento, Te louvo porque sei que estás sempre ao meu lado. Eu Te louvo por tudo… por aquilo que foi bom e por aquilo que ainda não foi bom…”.

5° Passo:
Todo o mundo erra, não é verdade? Então vamos pedir perdão ao Senhor por todas as coisas que fizemos e não foram muito legais, um dia li no Evangelho que Jesus chorava (cf. Lc 19,41), Ele chorava porque os pecados que aquelas pessoas cometiam não machucavam somente elas mesmas, mas machucavam também o Seu Coração… E o mesmo Jesus que as amava o ama também. Por isso, vamos pedir perdão ao Senhor pelas vezes em que erramos e fizemos aquilo que não deveríamos fazer; pode começar assim: “Senhor, me perdoe… hoje eu menti, tive vergonha de assumir a verdade. Senhor, me perdoe também quando fiquei com muita raiva daquela pessoa… Senhor, perdão…”.

6° Passo:
Agora é o mais fácil: chegou a hora de pedir, fazer a sua prece, seus pedidos. Uma dica: você pode começar pedindo pelos outros e deixar para o fim os seus pedidos pessoais. Quando fizer os seus pedidos lembre-se disso: “A confiança que depositamos nele é esta: em tudo quanto lhe pedirmos, se for conforme à sua vontade, Ele nos atenderá” (I Jo 5,14).

7° Passo:
Oração é diálogo, é conversa, e em uma conversa sempre existe a hora de ouvir; portanto, chegou a hora de ouvir. Hora de ouvir a Deus, talvez pense: “Nossa! Isso é muito difícil…” Não é não! Vou lhe mostrar: você tem Bíblia? Se não tiver é bom comprar uma, se perdeu é bom achá-la (risos). E se você estiver lendo esse texto no computador é só procurar no Google (ou outro buscador) por “Bíblia”, se quiser tem uma versão em pdf. Então pegue sua Bíblia e leia (ouça… risos) uma parte qualquer e depois em silêncio. Deixe ressoar dentro de você a “Voz de Deus”, viu como é fácil? Uma dica: se você está começando a ter contato com a Sagrada Escritura agora, então comece pelo Novo Testamento, é uma linguagem mais próxima da nossa ou então pelos Salmos, também será um bom começo e quando não entender alguma coisa, procure pessoas que realmente o ajudem e não o deixem mais confuso (a).

Pronto! Agora você já pode ter uma vida de oração constante, seja fiel, se marcou um lugar e uma hora, então você tem um encontro: “Um encontro com Deus”. Não falte, tenha certeza: Ele não vai faltar! Não pare de caminhar, esses simples 7 passos vão levá-lo ao Céu!

Orar com música também é muito bom. 

Deus os abençoe!
Padre Sóstenes Vieira

A PALAVRA DE DEUS TEM UMA FORÇA LIBERTADORA


A Palavra de Deus, contida na Bíblia, não é apenas uma descrição da história do povo do passado. Ela não é também como um museu sem vida, desarticulada da realidade dos novos tempos. É palavra inspirada, de iniciativa divina, que falava no Antigo Testamento, mas também tem sua força de atuação no cotidiano da nossa vida moderna. É sempre atual e passível de interpretação.

É importante, agora, escutar e dar atenção ao que ela apresenta como itinerário para a vida de cada pessoa. Deve ser lida, conhecida, refletida, meditada, contemplada e colocada na prática do nosso agir. Não podemos buscar, na Bíblia, apenas informações frias, mas nos formar na justiça e na prática da fé.

Muitos leem a Sagrada Escritura somente por curiosidade, sem levar em conta que seu objetivo é de nos reforçar na prática cristã e no discipulado, no encontro com a Pessoa de Jesus Cristo. Portanto, ter intimidade com a Palavra, vendo nela uma força provocadora de ações novas de vida e de transformação da realidade.

A nossa história de vida deve estar constantemente recomeçando. Isto significa que situações melhores na convivência são possíveis de acontecer. Uma luz para isto pode ser encontrada na Palavra Divina, a qual mostra os condicionamentos do ser humano, como também sua capacidade de estar sempre se revitalizando. A Palavra tem em nós uma força libertadora. E, se liberta, deve transformar. Ela nos faz conquistar o que seja melhor, uma felicidade duradoura, que só é capaz passando por enfrentamentos de verdade e de justiça. Não pode ser palavra que leve ao intimismo, ao tomar a letra pela letra nem ao fundamentalismo.

Viver a Palavra de Deus é anunciar um caminho de libertação, de superação de todos os vícios e práticas que não condizem com o bem das pessoas. É ir ao encontro daqueles que passam por grandes necessitados, tendo isto como opção de vida pelos mais pobres e sofredores, daqueles que vivem na espera das migalhas que sobrem das mesas fartas de muitos irmãos.
Dom Paulo Mendes Peixoto, 
Arcebispo de Uberaba

O SEGREDO DA ESPERA


Somos convidados pela Palavra para entender um grande mistério na vida do cristão: não ser atendido em sua oração. Não tem como esperar por aquilo que se enxerga; a nossa esperança é a de quem não vê o que se espera.

A esposa que espera a conversão do marido, reza há tanto tempo, mas não consegue enxergar o que virá. Da mesma forma, há aquela mãe que reza tanto para o filho, mas não consegue enxergar a mudança. Eu quero falar exatamente sobre isso: o tempo da espera.Muitos cristãos abandonam a fé nesso tempo. Com certeza, todos nós já fomos a um consultório médico e ficamos na sala de espera para depois sermos atendidos pelo médico. No entanto, muitos cristãos não sabem passar pela "sala de espera" da vida.

O que você tem esperado hoje? Talvez seja sua conversão, a volta do seu marido ou a libertação do seu vício. É preciso esperar com confiança. A escola de santidade acontece nesse tempo. Quem não sabe esperar não celebra a chegada [da graça alcançada]!

Aprendemos a não esperar na fila, usamos a internet para não perder tempo e não nos exercitamos no esperar. Quantas pessoas passam por problemas de dívidas financeiras, tentam dar um jeitinho, mas essas só crescem? Isso porque muitos não aprenderam a esperar em Deus. Há muitos cristãos que não souberam passar pela "sala da espera" da vida e ficam trocando de Igreja.

Quando não esperamos muito, não damos valor quando o esperado chega. É necessário esperar, mas precisamos aprender a fazer isso; não é fácil ver os anos passando quando não enxergamos a conversão dos nossos ou a pessoa amada chegar.

A espera a que eu estou me referindo, não é uma esperança acomodada, de ficar de braços cruzados, eu falo da espera ativa. E para ela Deus nos dá um instrumento. "Da mesma forma, o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis"(Rm 8, 26).

O "Instrumento" para essa espera é o Espírito Santo de Deus, que vem sobre a nossa fraqueza de não sabermos esperar, de não sabermos rezar nesse tempo [da espera]. 

No tempo da espera, quando precisaríamos estar cheios de esperança, o que chega até nós é o desespero. E com isso não conseguimos rezar, quando mais deveríamos rogar ao Pai. Há muita gente que, quando está envolvida pelo desespero, só consegue pedir ao Senhor para morrer, pois vê na morte a solução para os problemas. Infelizmente, nesses momentos de dor, pedimos coisas erradas a Ele, por isso Ele não nos atende. Muitas pessoas ficam com raiva de Deus, porque Ele não as atendeu. Sendo que foram elas que pediram errado. Precisamos aprender a pedir. A Palavra nos ensina como rezar nesse tempo difícil. Muitas pessoas não sabem aguardar com esperança. Quando pedimos em meio ao desespero, o fazemos a partir da nossa vontade, daquilo que achamos ser melhor e mais rápido. Dessa forma, invertemos a oração do Pai-Nosso; em vez de rezarmos: "Seja feita a Sua [do Senhor] vontade", rezamos: "Seja feita a minha vontade, aqui na terra e no céu também".

O Espírito Santo nos foi dado, porque, na hora do desespero, não sabemos pedir e Ele intercede ao Pai por nós. Muitas vezes, não somos atendidos porque não sabemos orar, e Deus não atende a prece feita a partir da nossa vontade.

O segredo está na comunhão com a vontade de Deus, e a teremos por intermédio do Espírito Santo, que ora ao Pai por nós em gemidos inefáveis. O assunto principal de nossas orações é dizer a Deus qual é a "nossa" vontade. 90% de nossas súplicas é dizer ao Senhor o que nós queremos e 10% é dando "umas dormidinhas". Depois, ficamos com raiva, porque o Senhor não nos atendeu. Um Deus que manda não queremos, mas sim um Pai que obedeça; na hora do desespero, desejamos que Deus seja nosso empregado!

Quem não sabe rezar cria uma no Senhor, como se pudesse fazer um "script" para que Ele fosse fazendo todas as suas vontades. Muitos são marcados com a decepção, porque criaram expectativas e estas não foram atendidas; depois dizem que Deus não faz nada na vida deles, somente na vida dos outros. Acham que o Senhor tem de fazer as vontades deles.

Não sabem passar pela "sala da espera". O cristão que não sabe rezar e reza sobre suas expectativas acha que Deus só pode dizer "sim", age como um pré-adolescente na fé. Esquece-se de que: “E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito, pois é de acordo com Deus que ele intercede em favor dos santos” (Rm 8, 27).

Você já parou para pensar que, talvez, não esteja pedindo o que Deus quer e que tenha de entrar na "sala da espera"? É preciso aguardar com esperança, entendendo que, enquanto estamos nessa "sala", estamos esperando por Aquele que examina os corações. É esperteza do cristão confiar seus pedidos ao Espírito, porque a comunicação entre Ele e Deus é perfeita. O cristão que não aprende a rezar no tempo da espera, fica ranzinza, não consegue acreditar nem nos milagres realizados na vida do outro.

Nós precisamos resgatar a capacidade de esperar, assim com a Virgem Maria, que esperou, aguardou, soube juntar a sua vontade com a vontade do Pai. Não somos chamados a nos juntar ao grupo que corre atrás de Jesus apenas por causa das curas.

Nos planos de Deus existe um tempo de espera para cada um de nós, não há ninguém que não tenha de, um dia, esperar. Isso faz parte da realidade da nossa vida; é melhor entrarmos na escola da espera. Só não podemos dispensar a ajuda do Espírito.

Como você tem rezado? Pedindo algo que é da sua vontade ou o que é da vontade do Pai?
Padre Fabricio Leitão, 
sacerdote da Comunidade CN

O VALOR DO TEMPO


Temos consciência de que a vida é breve, e para isso não é necessário chegar a uma idade em que, como dizia alguém, já só resta reconhecer: “O meu futuro agora está atrás de mim”. A vida vai-se e o tempo que passa é irrecuperável. Quem pode armazenar um sopro de brisa numa tarde abafada de verão? Passou; não volta.

Esta realidade em idade nenhuma é deprimente, sobretudo para quem assume a fé como um valor vital. É, antes, um estímulo: precisamente por ser irrepetível, convida a viver o momento presente em plenitude, porque, bem vistas as coisas, o instante que passa é um pedaço de eternidade que se antecipa para bem ou para mal, conforme exerçamos a liberdade correta ou indevidamente.

Há os que fazem da liberdade um álibi para se ocuparem em tudo, menos naquilo que devem naquele momento. Entretêm-se com pretextos de todo o gênero, esquecidos de que o valor de um homem se mede pelo valor do seu hoje e agora. Uma das mais claras manifestações de imaturidade é trocar aquilo que se deve fazer por aquilo que custa menos ou agrada mais – o adiamento indefinido, com muita mordacidade e pouca justiça na generalização, dizia o escritor Paulo Mendes Campos:

“Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que o Brasil é o único país brasileiro do mundo. Brasileiro até demais! Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um jeito e a capacidade de adiar [...]. O brasileiro adia; logo existe.” Em contrapartida, o cristão percebe que está em jogo algo muito sério – nada menos que a correspondência à graça, afirmava São Josemaria Escrivá: “Sempre pensei que muitos chamam 'amanhã', 'depois', uma resistência à graça”, porque o tempo da graça é agora. No instante que passa, Deus nos espera com Suas luzes e com Seu auxílio, em reforço da nossa vontade débil.

Houve quem qualificasse de "sacramento" o dever do momento presente. E assim é, de algum modo, o que agora me cabe fazer, se realmente o faço, como que cristaliza, materializa a graça divina. A pontualidade é veículo da ação de Deus, ponto de aplicação da força de Deus.

E por isso é fonte de alegria. Não pode deixar de ser alegre o encontro da vontade atual do homem com a vontade eterna de Deus. É como se, naquele momento, comungássemos o agora, no cumprimento do dever em comunhão espiritual.

Nessa fidelidade, ao dever do momento, não há, pois, motivo para resmungos, caras feias, má-vontade, cansaço ou tédio. E se, por vezes, essa pontualidade custa uma lágrima, a lágrima torna-se sorriso. Aparece o rosto de Deus, infinitamente amável e consolador.

Portanto, uma vida natural e sobrenaturalmente em ordem, discorre e se estrutura segundo o querer de Deus. A virtude da ordem, implantada serena, mas firmemente, dia após dia, com as lutas e os corretivos necessários, representa o heroísmo que se esconde no carisma do homem que vê, na sua ordem, o grande instrumento da ação de Deus.
Francisco José de Almeida

NA HORA DE ROMPER O NAMORO


Sabemos que um relacionamento exige esforço, especialmente quando nos deparamos com as diferenças que a outra pessoa traz. Muitas vezes, depois de um período de namoro, podemos chegar à conclusão que o sentimento, os esforços e o desejo de construir uma história em comum não encontraram reciprocidade na convivência com a outra pessoa. Em outros casos, diante dos acontecimentos entre o casal, percebe-se que o relacionamento perdeu o sentido ou a opção de assumir o namoro foi precipitada.

No relacionamento estável, é importante que o casal se sinta seguro. Todavia, haverá situações nas quais aqueles que eram apaixonados terão de enfrentar o momento de dizer ao outro do seu desinteresse em continuar o namoro.

Romper um relacionamento é uma decisão tão difícil para quem assume o rompimento quanto para o outro que precisará digerir a ideia da rejeição.

Nessa hora, a conversa com a(o) ex-namorada(o) precisará ser pautada no respeito, apresentando os argumentos que justificam a decisão pelo fim do relacionamento.

Respostas evasivas como "a culpa não é sua" ou “não é você; o problema é comigo..." de muito pouco vão aliviar um coração aflito que, até pouco tempo, acreditava numa relação diferente.

Por mais natural que possa ser o uso da internet, nesses casos será um desrespeito para com o outro informar sobre o rompimento do namoro por meio de mensagens, telefonemas ou recadinhos, pois se foi importante a aproximação para pedir a pessoa em namoro, é licito que seja também presente a conversa que estabelecerá o fim do relacionamento.

Nesse momento, por mais seguro que possamos parecer, vamos sentir como se o chão saísse de debaixo dos nossos pés ou, por vezes, nos sentiremos embaraçados. Contudo, diante da realidade do namoro falido, precisamos ser honestos com nós mesmos, entendendo que o rompimento é inevitável.

Não podemos permitir que nossa vida fique estacionada em um relacionamento no qual a outra pessoa já não manifesta interesse em viver um projeto de vida conosco. Será um erro para aquele que investia no rnamoro continuar a se martirizar pelo ocorrido.

Há quem, em razão dessa situação, tenha se tornado arredio às novas oportunidades de namoro, simplesmente por conta do medo de novamente viver as mesmas e desagradáveis experiência do “fora” que levou ou por ainda viver um sentimento de culpa, esquecendo que o namoro é um período de experiência e conhecimento mútuo.

Pior do que enfrentar as consequências do rompimento será conviver com alguém que não tem coragem de estabelecer o fim do compromisso; embora perceba que o relacionamento não atende mais às suas expectativas. Assim, em vez de resolver o impasse, a pessoa opta por provocar situações desgostosas para que o outro venha a tomar a decisão no seu lugar ou assuma um compromisso mais sério na irresponsabilidade de sua covardia.

Acredito que será um problema para a convivência futura se eles se casarem apenas para justificar o tempo de namoro ou por compaixão devido ao esforço que seu (sua) parceiro (a) investiu na relação.
Dado Moura

19 de janeiro de 2013

EVANGELHO (Leitura Orante) PARA SÁBADO E DOMINGO

Ano C - Dia: 19/01/2013 Sábado
Os doentes é que precisam de médico
Mc 2,13-17
Outra vez, Jesus saiu para a beira do lago. Toda a multidão ia até ele, e ele os ensinava. Ao passar, viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse-lhe: "Segue-me!" Ele se levantou e seguiu-o. Enquanto estava à mesa na casa de Levi, muitos publicanos e pecadores puseram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. Pois eram muitos os que o seguiam. Os escribas, que eram fariseus, vendo que ele comia com os pecadores e os publicanos, disseram aos discípulos de Jesus: "Por que ele come com os publicanos e os pecadores?" Tendo ouvido, Jesus respondeu-lhes: "Não são as pessoas com saúde que precisam de médico, mas as doentes. Não é a justos que vim chamar, mas a pecadores". 

Preparo-me para a Leitura Orante, fazendo uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que se neste ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade.
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém 
Senhor, nós te agradecemos por este dia. 
Abrimos, com este acesso à internet, 
nossas portas e janelas para que tu possas 
Entrar com tua luz. 
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de 
Nossos caminhos, 
As cores de nossas palavras e gestos, 
A dimensão de nossos projetos, 
O calor de nossos relacionamentos e o 
Rumo de nossa vida. 
Podes entrar, Senhor em nossas famílias. 
Precisamos do ar puro de tua verdade. 
Precisamos de tua mão libertadora para abrir 
Compartimentos fechados. 
Precisamos de tua beleza para amenizar 
Nossa dureza. 
Precisamos de tua paz para nossos conflitos. 
Precisamos de teu contato para curar feridas. 
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença 
Para aprendermos a partilhar e abençoar! 
Ó Jesus Mestre, Verdade-Caminho-Vida, tem piedade de nós. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Mc 2,13-17. 
Jesus saiu outra vez e foi para o lago da Galileia. Muita gente ia procurá-lo, e ele ensinava a todos. Enquanto estava caminhando, Jesus viu Levi, filho de Alfeu, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Então disse a Levi: 
- Venha comigo. 
Levi se levantou e foi com ele. Mais tarde, Jesus estava jantando na casa de Levi. Junto com Jesus e os seus discípulos estavam muitos cobradores de impostos e outras pessoas de má fama que o seguiam. Alguns mestres da Lei, que eram do partido dos fariseus, vendo Jesus comer com aquela gente e com os cobradores de impostos, perguntaram aos discípulos: 
- Por que ele come e bebe com essa gente? 
Jesus ouviu a pergunta e disse aos mestres da Lei: 
- Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu vim para chamar os pecadores e não os bons.

Jesus não só perdoa os pecados, mas transforma o pecador. Levi, de explorador transformou-se em discípulo e apóstolo. Sendo chamado, Levi prontamente se levanta e "foi com ele". Poderia não ter respondido e ficado como cobrador de impostos. O chamado que Jesus faz a Levi o transfere da escravidão do dinheiro à liberdade do seguimento. Os fariseus se incomodam porque Jesus vai com seus discípulos jantar na casa de Levi. À pergunta dos fariseus, Jesus responde dizendo que são os doentes que precisam de médico, não os que têm saúde. Por isso ele vai ao encontro dos pecadores. Bem diferente daqueles que censuravam e condenavam os pecadores. Levi passa a integrar a equipe dos apóstolos de Jesus. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos em Aparecida, falaram também dos convocados: "A vocação ao discipulado missionário é con-vocação à comunhão em sua Igreja. Não há discipulado sem comunhão. Diante da tentação, muito presente na cultura atual de ser cristãos sem Igreja e das novas buscas espirituais individualistas, afirmamos que a fé em Jesus Cristo nos chegou através da comunidade eclesial e ela "nos dá uma família, a família universal de Deus na Igreja Católica. A fé nos liberta do isolamento do eu, porque nos conduz à comunhão". Isto significa que uma dimensão constitutiva do acontecimento cristão é o fato de pertencer a uma comunidade concreta na qual podemos viver uma experiência permanente de discipulado e de comunhão com os sucessores dos Apóstolos e com o Papa." (DA 156). 
E eu me interrogo: Como me sinto na casa de Deus, na Igreja? Tenho garantida a minha paz e a felicidade pela aceitação de Jesus Cristo? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo com a canção do padre Zezinho, scj 
Quando Jesus passar 
Quando Jesus passar, 
Quando Jesus passar, 
Quando Jesus passar, 
eu quero estar no meu lugar. 

No meu telônio ou jogando a rede 
sob a figueira ou a caminhar 
buscando agua para minha sede, 
querendo ver meu Senhor passar. 

No meu trabalho e na minha casa, 
no meu estudo e no meu lazer, 
No compromisso e no meu descanso, 
no meu direito e no meu dever. 

Nos meus projetos olhandoem frente, 
no meu sucesso e na decepção 
no sofrimento que fere a gente, 
sonhando o sonho de um mundo irmão 

Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Sinto-me discípulo/a de Jesus. 
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou observar Jesus que passa onde trabalho, por onde caminho, onde moro... 


Ano C - Dia: 20/01/2013 Domingo
Alegria nas Bodas de Caná
Jo 2,1-11
No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava lá. Também Jesus e seus discípulos foram convidados para o casamento. Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: "Eles não têm vinho!" Jesus lhe respondeu: "Mulher, para que me dizes isso? A minha hora ainda não chegou". Sua mãe disse aos que estavam servindo: "Fazei tudo o que ele vos disser!" Estavam ali seis talhas de pedra, de quase cem litros cada, destinadas às purificações rituais dos judeus. Jesus disse aos que estavam servindo: "Enchei as talhas de água!" E eles as encheram até a borda. Então disse: "Agora, tirai e levai ao encarregado da festa". E eles levaram. O encarregado da festa provou da água mudada em vinho, sem saber de onde viesse, embora os serventes que tiraram a água o soubessem. Então chamou o noivo e disse-lhe: "Todo mundo serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já beberam bastante, serve o menos bom. Tu guardaste o vinho bom até agora". Este início dos sinais, Jesus o realizou em Caná da Galileia. Manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 
Espírito Santo 
que procede do Pai e do Filho, 
tu estás em mim, falas em mim, 
rezas em mim, ages em mim. 
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra, 
à tua oração, 
à tua ação em mim 
para que eu possa conhecer 
o mistério da vontade do Pai. 
Amém. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Jo 2,1-11 
Jesus, seus discípulos e sua mãe participam de uma festa de casamento no povoado de Cana, na Galileia. O casamento reúne muitas pessoas 
É neste ambiente que Jesus faz o seu primeiro milagre. Por este sinal, diz o Evangelho, os discípulos crêem nele. 
No Antigo Testamento, o matrimônio é símbolo do amor de Deus pela comunidade; é símbolo da união do Messias com a Igreja, como diz São Paulo: "Cristo amou a Igreja e deu a vida por ela" (Ef 5,25). O vinho é dom do amor e símbolo do Espírito. Acabar o vinho era um mal sinal. À preocupação de Maria - "O vinho acabou" -, Jesus dá uma resposta que parece uma repreensão - "Não é preciso que a senhora diga o que eu devo fazer". Porém, passa a ideia de que não é preciso que Maria diga o que ele deve fazer. Maria acredita nele, por isso, diz aos empregados: "Façam o que ele mandar". E assim foi feito. Os empregados, seguindo o conselho de Maria, obedecem a Jesus. Enchem os seis potes de pedra de água. Ao levar ao dirigente da festa um pouco da água destes potes, ela havia se transformado em vinho. Esta mudança da água em vinho simboliza a passagem da velha à nova economia. O vinho novo é melhor. Esta é missão de Maria: dar Jesus à humanidade e levá-la até Jesus. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
A cena de Caná ilustra ainda hoje o papel de Maria na Igreja: dar Jesus ao mundo e apresentar o mundo a Jesus. Hoje também, Maria nos diz como disse aos servos: "Façam o que ele mandar". Quem vai a Jesus por indicação de Maria não fica decepcionado. 
Em Aparecida, os bispos afirmaram: "Com os olhos postos em seus filhos e em suas necessidades, como em Caná da Galileia, Maria ajuda a manter vivas as atitudes de atenção, de serviço, de entrega e de gratuidade que devem distinguir os discípulos de seu Filho. Indica, além do mais, qual é a pedagogia para que os pobres, em cada comunidade cristã, "sintam-se como em sua casa". Cria comunhão e educa para um estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado. Em nossas comunidades, sua forte presença tem enriquecido e seguirá enriquecendo a dimensão materna da Igreja e sua atitude acolhedora, que a converte em "casa e escola da comunhão" e em espaço espiritual que prepara para a missão" (DA 272). 
É assim que assumo a Palavra de Deus? Também eu me distingo pelo "estilo de vida compartilhada e solidária, em fraternidade, em atenção e acolhida do outro, especialmente se é pobre ou necessitado"? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, com os bispos em Aparecida: 
"Louvamos ao Senhor Jesus pelo presente de sua Mãe Santíssima, Mãe de Deus e Mãe da Igreja na América Latina e do Caribe, estrela da evangelização renovada, primeira discípula e grande missionária de nossos povos." (DA 25). 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é como o de Maria voltado para as necessidades de meus irmãos e fixos em Jesus que é capaz de salvar a comunidade, a família, a Igreja de qualquer constrangimento, carência ou necessidade. 

Bênção Bíblica 
O Senhor o abençoe e guarde! 
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você! 
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27). 
Ir. Patrícia Silva, fsp

INSTRUÇÕES DE AEROPORTO

Algumas pessoas são confiáveis como vozes de aeroporto. Isto é: não são. O que elas dizem não merece crédito. Espere por outras instruções, porque as primeiras raramente valem. 
Há o lado ruim e o lado bom. Pelo que há de bom acho que devo agradecer quem dá aquelas instruções atabalhoadas porque graças a elas tenho caminhado cerca de dois quilômetros por vôo, e de mala na mão. Pratico, assim, um sadio halterofilismo, além de andar a quilometragem necessária para meu diabetes e minha pressão alta. Meu médico também agradece. Quem viajar de avião com freqüência semanal e embarcar no aeroporto de Congonhas certamente não levará vida sedentária. Infalivelmente a porta indicada não será a porta de embarque...Aos portadores de algum limite oferecem uma cadeira de rodas. E isto compensa em parte pelo incômodo causado aos demais. Ao menos alguém recebe os devidos cuidados. O resto, que se cuide. 
O que isso tem a ver com religião? É que as pessoas dependem daquelas vozes de aeroporto para subir aos céus num avião e não poucas vezes são obrigadas a correr como baratas tontas de um lado para o outro por falta de melhores instruções. As companhias culpam a Infraero, a Infraero culpa o atraso das companhias e ninguém assume a culpa. Cai um avião e morrem 199 passageiros e ninguém assume a culpa. Reina a desinformação. 
Não é muito diferente com as igrejas que chamam o povo para passar pelos seus templos se quer ir para o céu. Lá, supostamente os fiéis receberão as instruções. Mas também lá, a depender do pregador e da linha vigente na igreja ou no templo, como baratas tontas os fiéis não sabem o que é certo ou errado porque um pregador diz uma coisa e outro diz outra; um interpreta de um jeito de outro de outro. É outro empurra-empurra, outra prá-lá-pra-cá que cansa o fiel. Basta ligar o rádio e a televisão para ver o que as igrejas ensinam em nome de cristianismo. Pode e não pode, não pode e pode, Jesus falou, Jesus mandou, Jesus me disse, Jesus não quer, Jesus quer... Os textos caem como luva para os propósitos daquela igreja ou daquele movimento. Nunca se sabe qual a porta de acesso a Jesus porque cada pregador tem uma chave! 
Estamos muito longe da unidade no essencial, como parece que os porta-vozes das companhias aéreas e a Infraero parecem não chegar a um acordo. Mais de cinqüenta vezes- e não exagero- fiz o trajeto do portão 12 para o portão 17 ou 21, porque a primeira instrução não valia. 
As igrejas parece padecerem do mesmo problema. Não há unidade na pregação. Depois fica difícil explicar ao fiel que seguiu aquele pregador que São Paulo não disse aquilo daquele jeito, que isto é pecado e aquilo não é e que, quando alguém peca não enfia mais um espinho na cabeça de Jesus, nem que orar em línguas é sinal de maturidade na fé. Se fosse assim teríamos que dizer que os santos, as santas, os papas e os cardeais e bispos dos últimos séculos eram todos imaturos porque nenhum deles orou em línguas... Alguém inventa e depois não há quem tire a idéia da cabeça do fiel mal instruído pela voz não se sabe de quem... Talvez seja hora de voltarmos à catequese e abandonarmos o achismo que tomou conta de alguns púlpitos e mídias religiosas... 
Pe. Zezinho, scj 



A FÁBULA DAS GARÇAS

Em um recinto do zoológico foi oferecida a um bando de garças uma extraordinária abundância de alimentos. Para elas era o paraíso na terra. 

Contudo, tornou se um inferno: a ordem social e a vida familiar das brancas garças ficaram completamente abaladas. 

Enquanto a atividade sexual do bando crescia até mesmo a níveis grotescos, a prole diminuía sensivelmente. 

As aves adultas, que em liberdade viviam em severa monogamia, só pensavam em adultérios, poligamia, violência carnal e até incesto, guerra com os vizinhos e também em família. 

Sempre sangrando e enlameadas, pisavam nos ovos dos ninhos e deixavam morrer os filhotes. 
Os pequenos que conseguiam sobreviver não aprendiam a prover seu sustento. A única coisa que os ligava aos três ou quatro "pais" era o incessante pedido de alimento. 

Mesmo depois de adultos continuavam a perseguir os mais velhos até diante das vasilhas, sempre transbordantes de alimentos, pedindo com lamuriosa insistência, até que aqueles, para ter um pouco de paz, colocavam lhes alguma coisa no bico. 

Quando, depois, eles mesmos procriaram, não foram capazes de cuidar dos seus filhotes. 
E assim, os avós tiveram de alimentar, ao mesmo tempo, filhos e netos. 
Wendell Berry 
Do livro: A civilização da ternura - Paulinas

OS OLHARES DE JESUS


Olhar a vida de diferentes pontos de vista é uma atitude sábia que floresce no tempo de nosso próprio amadurecimento. Ver a vida com novos olhos é descobrir o que estava à nossa frente e não conseguíamos enxergar. O tempo nos ensina a olhar com maturidade. Inútil será querer ver o fruto quando a semente ainda está nascendo. O tempo reconcilia nossos olhares com a vida e conosco mesmos. Muitas são as maneiras de olharmos a vida. Cada um olha a partir daquilo que a vida lhe ensina a olhar. Uns olham longe e acabam se perdendo na imensidão do que veem. Outros olham perto e não coneguem ir além do que estão vendo. Outros olham apenas para si mesmos e vivem fechados em um olhar individualista. Cada olhar é uma maneira única de nos encontrarmos com aquilo que vemos, e cada encontro precisa ter o olhar da sabedoria que ensina a ser mais humano. Múltiplos são os olhares e eles ganham as tonalidades que neles imprimimos. Há olhares de inveja que roubam a paz. 

Há olhares de indiferença que fazem o outro sentir-se desprezado e humilhado. Há olhares de raiva que imprimem na alma as marcas da agressividade. Há olhares tristes que estão presentes em muitos e nos mostram o inverno rigoroso que fez morada em territórios misteriosos da alma. Mas também há os olhares que transmitem vida: o olhar da compaixão que acolhe; o olhar alegre, que nos faz sentir abraçados; o olhar da paz, que nos devolve o céu; de solidariedade, que nos une como irmãos e irmãs. Nosso olhar revela o que passa em nossa alma. Captar o que ele quer dizer pode ser tarefa difícil. É necessária a sensibilidade de quem, um dia, aprendeu a olhar como o Mestre da Vida. Muitos olharam e foram olhados por Jesus; dentre todos estes olhares temos a certeza somente de uma coisa: quem olhou ou foi olhado por Jesus nunca mais foi o mesmo. O olhar do Senhor tinha a sensibilidade de devolver ao ser humano o sentido de sua existência. O silêncio do olhar divino escrevia novas frases de uma vida que se encontrava sem sentido.

Jesus olhou para a samaritana e lhe entregou uma fonte de água viva. Nunca mais aquela mulher teve sede de vida. A fonte de um novo tempo irrigou os canteiros daquela alma cansada de buscar uma água que não saciava a sede de modo definitivo. As águas da saciaram aquela alma sedenta brotavam de uma fonte viva. O balde foi deixado de lado, pois a fonte de água agora jorrava dentro dela mesma. A pecadora tinha, diante de si, olhares que a condenavam. Quem rotulam o próximo já foi, antes, rotulado pelos próprios pecados de quem olha. Jesus sabia que aqueles olhares estavam contaminados pelos próprios pecados de quem olhava os erros daquela mulher. O outro é um espelho que nos indica o que em nós precisa ser mudado. Quando não conseguimos retirar as ervas daninhas de nossa alma, vamos até os canteiros do outro e tentamos cuidar de terrenos que não nos pertencem. Jesus olhou para aqueles olhos que estavam prestes a matar aquela mulher e retirou o véu das próprias perfeições que eles carregavam em si mesmos. Olhares imperfeitos tem o brilho da perfeição. 

Foi somente um olhar de amor que devolveu àquela mulher a chance de recomeçar a vida de modo diferente. O olhar da misericórdia encontrou-se com o olhar de imperfeições. A misericórdia semeou, naquela vida, as flores da primavera de novas alegrias e ela partiu para levar o perfume das flores que agora brotavam em sua alma.

Cada olhar de Jesus mostrava um novo caminho para quem d'Ele se aproximava. O olhar divino tocava a alma humana de cada pessoa e fazia de cada manhã a mais bela experiência do viver. Nunca um olhar foi tão surpreendente com o olhar de Cristo. Quem olha com amor devolve a luz que foi apagada pelas incompreensões de uma noite que está prestes a se despedir.

Uma nova vida começa a existir a partir do momento que mudamos o nosso modo de ver o mundo. Enquanto há muitos olhares que matam, Jesus olha com vida para os canteiros de nossas possibilidades. Enquanto houver um amanhecer, Deus estará olhando com a luz do seu amor sobre cada um de nós. Nos olhares de amor de Cristo descobriremos que os nossos olhares imperfeitos estão prestes a serem sementes de uma nova estação que se chama Amor. 
Padre Flávio Sobreiro

ABRA OS OUVIDOS E O CORAÇÃO PARA DEUS

Hoje, vamos falar sobre a meta das nossas vidas: a perfeição cristã. Deus nos fez para a santidade e para as coisas do alto, por isso não podemos desejar nada menos que isso.

O Evangelho de hoje é uma das poucas passagens em que o diálogo de Jesus com alguém não terminou em um final feliz. Geralmente, nos encontros de Cristo com pessoas do Seu tempo, o final sempre é positivo e a pessoa acolhe a proposta apresentada.

Na leitura de hoje, a pessoa que procura Jesus não é nomeada ou descrita; tudo isso para representar que sua experência de vida até então havia retirado sua identidade. E não era diferente com o “jovem rico”, o qual queria provar a Jesus que era um de Seus discípulos e gostaria de segui-Lo.

O Senhor disse, há séculos atrás, a mesma passagem ao santo, cuja festa litúrgica é comemorada hoje: Santo Antão. Certo dia, Antão entrou em uma catedral e o Evangelho era o mesmo de hoje. No mesmo instante, ele vendeu tudo que tinha e, a partir daquele dia, passou a viver da Providência Divina.

Esse foi o primeiro passo desse santo na busca pela perfeição que Jesus colocava no coração dele. Por isso, você e eu podemos fracassar em tudo nessa vida, menos na busca pela perfeição cristã, que é a santidade.

Muitas vezes, passamos anos e anos nos preocupando com as coisas desse mundo e esquecemos que, realmente, o nosso tesouro está no céu. Lutamos por uma casa, por um carro, por um bom salário, por outros luxos, mas esquecemos da luta pelo céu.

Não podemos estar presos a nada nem ninguém, somente a Nosso Senhor Jesus Cristo, o único essencial para nossa sobrevivência. 

Quem faz uma experiência pessoal com o amor de Jesus faz também uma experiência com o amor dos irmãos. 

Buscar a perfeição cristã é ir em busca do plano inicial de Deus: o de sermos Sua imagem e semelhança, pois aquele que busca o irmão e suas necessidades, assim como Jesus fazia, dá um passo enorme rumo à santidade. Quando fazemos isso, buscamos com ardor as coisas do Alto e a Deus Pai, a razão do nosso querer. Assim foi com Santo Antão, pois ele não parou apenas no seu desapego aos bens materiais, mas também buscou o deserto como forma de penitência e purificação.
Ele percebeu que não precisava de tudo aquilo que tinha. Talvez, hoje, você também precise se desapegar de algo. Pode ser um hábito, um vício ou aquele pecado que você nunca teve coragem de dizer em uma confissão.

É o tempo das mudanças que Deus quer realizar em sua vida. Não permita que suas coisas sejam obstáculos no momento de entrar no céu. Rompa com tudo que o afasta da santidade e deseja fazê-lo voltar ao homem velho.
Padre Marlon Mucio
Transcrição e adaptação: Gustavo Souza

16 de janeiro de 2013

EVANGELHO (Leitura Orante) PARA QUARTA-FEIRA

Ano C - Dia: 16/01/2013 Quarta-feira
Proclamação da Boa-Nova
Mc 1,29-39
Logo que saíram da sinagoga, foram com Tiago e João para a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama, com febre, e logo falaram dela a Jesus. Ele aproximou-se e, tomando-a pela mão, levantou-a; a febre a deixou, e ela se pôs a servi-los. Ao anoitecer, depois do pôr do sol, levavam a Jesus todos os doentes e os que tinham demônios. A cidade inteira se ajuntou à porta da casa. Ele curou muitos que sofriam de diversas enfermidades; expulsou também muitos demônios, e não lhes permitia falar, porque sabiam quem ele era. De madrugada, quando ainda estava bem escuro, Jesus se levantou e saiu rumo a um lugar deserto. Lá, ele orava. Simão e os que estavam com ele se puseram a procurá-lo. E quando o encontraram, disseram-lhe: "Todos te procuram". Jesus respondeu: "Vamos a outros lugares, nas aldeias da redondeza, a fim de que, lá também, eu proclame a Boa-Nova. Pois foi para isso que eu saí". E foi proclamando nas sinagogas por toda a Galileia, e expulsava os demônios. 

Leitura Orante 
A nós, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 
Preparo-me para a Leitura, rezando: 
Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", 
ficai conosco,aqui reunidos (pela grande rede da internet), 
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra. 
(Bv. Alberione) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Mc 1,29-39. 
Bonito o encontro de Jesus com a sogra de Pedro que estava com febre alta. Observe a atitude: " Ele chegou perto dela, segurou a mão dela e ajudou-a a se levantar. A febre saiu da mulher, e ela começou a cuidar deles." Interessante. é que Jesus não fala com a sogra, mas a segura pela mão e a ajuda a se levantar. A mulher imediatamente fica curada, e tão bem, que se põe a cuidar deles. Doentes e a multidão procuravam encontrar Jesus e Ele anunciava a boa notícia do Reino por toda parte. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Qual palavra mais me toca o coração? 
Entro em diálogo com o texto. Reflito e atualizo. 
Diante de grandes desafios, os bispos em Aparecida, disseram: "Os esforços pastorais orientados para o encontro com Jesus Cristo vivo deram e continuam dando frutos" (DA,99). 
Meus esforços para viver bem, estar bem, viver bem, são orientados pelo encontro com Cristo vivo? 
Ou, considero-me capaz e suficiente para enfrentar os desafios, 
dispensando a ação de Deus na minha vida? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo com o bem-aventurado Alberione:
Jesus Mestre, 
disseste que a vida eterna consiste em conhecer a ti e ao Pai. 
Derrama sobre nós, a abundância do Espírito Santo! 
Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no teu seguimento, 
porque és o único caminho para o Pai. 
Faze-nos crescer no teu amor, 
para que sejamos, como o apóstolo Paulo 
testemunhas vivas do teu Evangelho. 
Com Maria, Mãe Mestra e Rainha dos Apóstolos, 
guardaremos tua Palavra, meditando-a no coração. 
Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tem piedade de nós. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Vou eliminar do meu modo de pensar e agir aquilo que não vem de Deus, que não é conforme o Projeto de Jesus Mestre. Deixarei que o Senhor me tome pela mão como segurou a mão da sogra de Pedro. 
Bênção - Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

OLHAR A SUA VOLTA


Na busca incessante por um sentido na vida, corremos, diariamente, o risco de sermos levados pela distração. O passado e o futuro nos arrastam para um lado e para outro, e pouco conseguimos aproveitar do agora. Mais do que nunca, é preciso lutar por viver dignamente o presente, ou seja, centrar nosso coração no Reino de Deus. "Buscai, em primeiro lugar, o Reino de Deus e a Sua justiça, e tudo mais lhe será dado por acréscimo" (Mt 6,33). 

Acredito que este Reino não é nenhuma terra distante, que um dia esperamos alcançar, nem é a vida depois da morte ou um estado de vida ideal. Este Reino é, antes de tudo, uma presença ativa e constante do Espírito de Deus agindo em nosso íntimo e nos oferecendo em toda e qualquer situação a liberdade que tanto almejamos. O Reino do Senhor acontece aqui e agora, onde estou escrevendo; e aí, agora, onde você está lendo, porque em Cristo o Reino de Deus está ao alcance de todos nós.

Sendo assim, pode surgir a pergunta: "Como eu posso centrar, acima de tudo, meu coração no Reino de Deus se Ele está preocupado com tantas outras coisas neste mundo?" O Espírito Santo responde, revelando-nos que é necessária uma mudança de coração; uma mudança não de lugar, mas sempre de mentalidade, para vivermos esta feliz realidade. Certa vez, perdi muito tempo tentando encaixar a alça do meu vestido no espaço errado; depois de diversas tentativas, já havia machucado a mão e quase rasgado parte da roupa sem sucesso. Estava atrasada, irritada e sentia-me ridícula por não conseguir algo que parecia tão simples. Mas o pior foi constatar que eu estava tentando encaixar a alça no lugar completamente errado, enquanto, ao lado, havia o espaço certo que encaixava perfeitamente e sem esforço nenhum, pois havia sido feito para isso. 

O problema é que eu estava tão concentrada na minha própria ideia que não conseguia lançar um olhar e perceber o que estava ao meu redor, mesmo que fosse óbvio.

A conversão me parece um pouco isso. É olhar em volta e constatar que não somos sempre os donos da razão, que existem soluções além das que nós elegemos e que os nossos problemas, por maiores que pareçam, não estão fora do alcance de Deus. 

Quando paramos um pouco e damos atenção à voz de um amigo, por exemplo; quando lemos um livro, ouvimos uma música, fazemos um retiro, em fim, quando tiramos o problema do nosso foco e ousamos olhar em volta, vemos que, muitas vezes, nós é que estávamos tentamos encaixar “a alça do vestido” no lugar errado e, por apego à nossa ideia, não conseguíamos olhar com calma e perceber que existia outro espaço apropriado para isso. 

Quando temos coragem de olhar a vida por esse prisma, percebemos que, na maioria das vezes, preocupamo-nos excessivamente com coisas banais e por isso nos cansamos. Ou pior ainda, chegamos mesmo a nos machucar e aos que estão ao nosso lado, geralmente os que mais amamos, só porque estamos apegados por demais às nossas ideias. E a voz suave de Deus nos diz: “Dá uma olhada à Sua volta, centra Seu coração no meu Reino. Abra mão dos seus apegos e Eu lhe darei a liberdade e a paz que seu coração deseja.”

Que, hoje, seja um dia de olharmos à nossa volta e darmos passos firmes na direção que Deus nos inspira seguir sem medo.

Estamos juntos! Rezo por você.
Dijanira Silva

RECEITA DE MILAGRE


"Jesus manifestou a sua glória e seus discípulos creram nele" (Jo 2,12). Foi em Caná da Galileia que o fato ocorreu, por ocasião de uma festa de casamento celebrada durante vários dias de acordo com os costumes da época. Tendo faltado o vinho, verdadeiro desastre numa comemoração do gênero, o vexame se impunha e alguém precisava encontrar uma saída. Justamente Maria, a Mãe de Jesus, pressurosa no serviço e atenta a todos, sabendo quem era Seu Filho, faz a hora acontecer! Antecipa os tempos e provoca o milagre do vinho da melhor qualidade. E todos puderam testemunhar que o verdadeiro noivo era Jesus e as bodas eram as sonhadas núpcias de Deus com Seu povo, celebradas num alto monte, com um grande banquete oferecido ao povo escolhido. Vinho novo e carnes gordas! A beleza plástica com que o quarto Evangelho descreve os fatos é incrível!

Surpreende o fato de que o primeiro dos sinais, como São João chama os milagres, tenha ocorrido numa festa de casamento. Uma visão estreita do modo de Jesus agir teria esperado uma cura de um enfermo ou outros prodígios que, de fato, o Senhor realizou. Aliás, gestos Seus foram, em outra ocasião, questionados por uma mentalidade tacanha que pensava no quanto poderia render o dinheiro gasto com bons perfumes usados como gesto de delicadeza com o próprio Jesus (cf. Jo 12,1-8). Em Caná, o milagre é o da alegria, símbolo dos tempos messiânicos. Deus não nos quer apenas sem enfermidades ou assistidos em nossas necessidades básicas, mas nos quer felizes daquela alegria, cuja fonte só se encontra n'Ele. Jesus é Deus e pode tudo, mas não dispensa a participação humana. Entram em cena a sensibilidade de Maria, os servos, o mordomo que prova o vinho novo, o noivo elogiado e os espectadores de todos os tempos, nos quais estamos incluídos, com nossas lutas, alegrias, angústias e esperanças. Com elas poderemos, depois, voltar às propostas de Caná.

Antes, algumas constatações. As diversas épocas da história trouxeram impasses para as pessoas e os grupos, muitas vezes suscitando clamor por soluções milagrosas. Também o mundo em que vivemos cria para si mesmo encruzilhadas desafiadoras e são complicados os seus componentes. Brincando com coisas sérias, dá-se um realce desproporcional aos direitos individuais, sem dúvida importantes. Todos querem apenas exigir a sua parte no bolo dos bens, sem pensar que vai faltar para alguém. A avalanche do consumo e o endeusamento das leis de mercado, a desenfreada busca do prazer e, daí por diante, geram um desconforto entre as várias classes sociais, espalham a violência e criam perplexidade transformada em perguntas sobre o futuro. De repente, o Brasil imenso, cultivando uma imagem de imunidade diante da crise financeira internacional, começa até a desconfiar que não é suficiente, nem mesmo o potencial energético de que se considera detentor. A festa do consumo, a impunidade ou a farra de uma imensa balada irresponsável se revelam frágeis. Até o justo desejo de autonomia e desenvolvimento podem ficar comprometidos. De repente, alguém percebe que o vinho acabou! Mesmo no miúdo do dia a dia das famílias, dá para perceber que a instabilidade das uniões e a fugacidade dos relacionamentos têm trazido uma sensação de que algo não vai bem. É quase impossível, para quem tem um mínimo de bom senso, não ver que o futuro de tantas crianças, cuja imagem de família está absolutamente esfacelada, será desastroso. A falta da sadia polarização entre homem e mulher, pai e mãe, já faz sentir seus efeitos. Aberto o leque, muitas são as situações nas quais nossa humanidade clama por milagres! Como desatar o nó do futuro? A nós cristãos cabe o desafio de participar de todas as lutas e buscas de saídas honrosas, dignas dos filhos e filhas de Deus.

Com sabedoria, o Papa Bento XVI alertava, no Dia Mundial da Paz - 2013, que "para sair da crise financeira e econômica atual, que provoca um aumento das desigualdades, são necessárias pessoas, grupos, instituições que promovam a vida, favorecendo a criatividade humana para fazer da própria crise uma ocasião de discernimento e de um novo modelo econômico. O modelo que prevaleceu nas últimas décadas, apostava na busca da maximização do lucro e do consumo, numa óptica individualista e egoísta que pretendia avaliar as pessoas apenas pela sua capacidade de dar resposta às exigências da competitividade. Olhando de outra perspectiva, porém, o sucesso verdadeiro e duradouro pode ser obtido com a dádiva de si mesmo, dos seus dotes intelectuais, da própria capacidade de iniciativa, já que o desenvolvimento econômico suportável, isto é, autenticamente humano, tem necessidade do princípio da gratuidade como expressão de fraternidade e da lógica do dom" (Bento XVI, Mensagem para o dia Mundial da Paz 2013, n. 5).

Aqui estão algumas propostas "ingênuas", à disposição em Caná e na Igreja. A receita do milagre vem da Virgem Maria. A última de suas palavras registrada nos evangelhos parece testamento de quem ama muito seus pósteros: "Fazei tudo o que Ele disser!" (Jo 2,5). Sua recomendação precisa ressoar de novo em todos os recantos. Muito mais do que milagres estrondosos, acreditamos num caminho a ser percorrido, cujo nome é evangelização. Acreditar na Palavra de Jesus Cristo e colocá-la em prática transforma as consciências, corações e obras. Quem faz esta escolha cumpre todas as leis existentes, convive na sociedade, mas tudo supera por implantar, onde que passe, a lei do amor a Deus e ao próximo. Só que isso não faz barulho. É como árvore que cresce e se consolida para produzir bons frutos.

Milagre consistente se faz com gestos simples. Encher talhas de água ou sair pelas ruas e tratar chagas e consolar as pessoas, acolher o drogado que alguém considera restolho na sociedade, buscar soluções para idosos ou abandonados, sentar-se para ouvir, corrigir com ternura, não complicar a vida, atender com boa vontade numa repartição, coisas de servos, dos servos de Caná revividos em nós. Vale experimentar!

A recuperação do valor do Sacramento do Matrimônio, malgrado as estatísticas, faz parte do receituário oferecido por Aquele que é médico do corpo e do espírito. Na educação dos filhos, incluam os pais o valor dos mandamentos, a dignidade da família unitária e estável, fiel e fecunda. Quem olhar ao redor poderá encontrar bons exemplares dessa "raça de gente", da melhor espécie de ser! O milagre pode estar ao alcance de nossas mãos, depende só de nosso sim".
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

EVANGELHO (Leitura Orante) PARA QUINTA-FEIRA

Ano C - Dia: 17/01/2013 Quinta-feira
Vai mostrar-te ao sacerdote
Mc 1,40-45
Um leproso aproximou-se de Jesus e, de joelhos, suplicava-lhe: "Se queres, tens o poder de purificar-me!" Jesus encheu-se de compaixão, e estendendo a mão sobre ele, o tocou, dizendo: "Eu quero, fica purificado". Imediatamente a lepra desapareceu, e ele ficou purificado. Jesus, com severidade, despediu-o e recomendou-lhe: "Não contes nada a ninguém! Mas vai mostrar-te ao sacerdote e apresenta, por tua purificação, a oferenda prescrita por Moisés. Isso lhes servirá de testemunho". Ele, porém, assim que partiu, começou a proclamar e a divulgar muito este acontecimento, de modo que Jesus já não podia entrar, publicamente, na cidade. Ele ficava fora, em lugares desertos, mas de toda parte vinham a ele. 

Leitura Orante 
"A fé cristã é, antes de tudo, um encontro com Jesus, uma pessoa que dá à vida um novo horizonte» 
(Bento XVI, encíclica "Deus caritas est», 1). 
Peça este novo horizonte, orando: 
Jesus, és o Mestre e a Verdade, ilumina-me para que eu melhor compreenda a tua Palavra. 
1.Leitura ( Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio atentamente o texto de hoje: Mc 1,40-45. 
Constato neste texto que esta é a primeira cura narrada no Evangelho de Marcos. 
A lepra, na Bíblia, é símbolo de exclusão, o que é um pecado. 
O leproso não podia se apresentar em público, nem conviver com pessoas sadias, pelo perigo de contágio. 
Assim, o pecado afastava, isolava e tornava a pessoa intocáveil. 
Por isso, são Paulo afirma que, com o pecado, entrou no mundo a morte (Cf Rm 5,12). 
O homem que possuia a lepra chegou perto de Jesus, ajoelhou-se e fez seu pedido de forma interessante: 
"Eu sei que o senhor pode me curar se quiser." 
Jesus sentiu compaixão daquele homem e tocou nele. Jesus toca o intocável. 
Naquela cultura, quem tocasse um leproso era contaminado. Jesus não se preocupa com o que pensarão dele. 
Vê a pessoa e não, a sua lepra. Tocou nele. E no mesmo Instante o homem ficou curado. 
2. Meditação (Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Se quer ser perdoado, purificado de seus pecados, comece reconhecendo quem é Jesus: 
Deus feito homem. Depois, faça como o leproso, peça para ele purificar você, "se ele quiser". 
Este dado é importante: "se ele quiser". Deus sabe o que é melhor, o que você nem sempre sabe. 
Depois, peça a Jesus que toque em você. Lembrarm os bispos, em Aparecida: 
" Bento XVI no início de seu Pontificado, fazendo eco a seu predecessor, o Servo de Deus, João Paulo II, e proclamá-las para toda a América Latina: Não temam! Abram, abram de par em par as portas a Cristo!... quem deixa Cristo entrar a não perde nada, nada - absolutamente nada - do que faz a vida livre, bela e grande. Não! Só com esta amizade abrem-se as portas da vida. Só com esta amizade abrem-se realmente as grandes potencialidades da condição humana. Só com esta amizade experimentamos o que é belo e o que nos liberta... Não tenham medo de Cristo! Ele não tira nada e nos dá tudo. Quem se dá a Ele, recebe cem por um. Sim, abram, abram de par em par as portas a Cristo e encontrarão a verdadeira vida" (DA<15 .="." div="div" nbsp="nbsp">
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Reze esta bela oração de Charles de Foucauld, colocando-se nas mãos de Deus. 
Oração do Abandono 
Meu Pai, 
Eu me abandono a ti, faze de mim o que quiseres. 
O que fizeres de mim, eu te agradeço. 
Estou pronto para tudo, aceito tudo. 
Desde que a tua vontade se faça em mim e em tudo o que tu criastes, 
Nada mais quero, meu Deus. Nas tuas mãos entrego a minha vida. 
Eu te dou esta vida, meu Deus, Com todo o amor do meu coração, 
Porque te amo e é para mim uma necessidade de amor dar-me, 
Entregar-me nas tuas mãos sem medida 
Com uma confiança infinita porque tu és Meu Pai! 
4. Contemplação (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Procurarei em cada momento do dia de hoje deixar-me "tocar" pelo Senhor. 
Quero vencer aquele limite que tenho e que só eu sei. 
Quero estar livre de julgar, condenar, não perdoar, discriminar. 
Afastarei qualquer preconceito em relação às pessoas diferentes. 
Elas também são amadas por Deus.
Irmã Patricia Silva, fsp

O TESOURO DA HONRADEZ


O evangelista João narra no final do primeiro capítulo do seu Evangelho o elogio à honradez de Natanael, que encontrado por outro discípulo, Filipe, foi abordado com a boa nova de ter encontrado Jesus. Ao ouvir a notícia Natanael reagiu, fazendo consideração preconceituosa ao expressar descrédito a respeito do que poderia ter de bom em Nazaré, na Galileia. O comentário de Jesus, dirigindo-se a Natanael, foi que ele era um verdadeiro israelita, no qual não havia falsidade. Este ficou surpreso e quis saber de onde Jesus o conhecia. A resposta, carregada de simbolismo, indica que o Mestre o vira debaixo da figueira. O contexto revela que era um homem sério e de fé, para além dos próprios limites. Porém, banhado por preconceitos, frutos de sentimentos ou de inteligência estreitos, mas que privilegiava a busca da verdade e do bem.

Essa cena evangélica remete a pessoa humana e as instituições à seriedade da condição moral, tocando o exigente desafio de articular princípios e valores como garantia de condutas e abordagens que teçam a honradez como tesouro indispensável para a vida pessoal, social e política. Honradez se constrói com honestidade. No entanto, está comprometida na consideração quanto à honra como valor, a qual, parece, está em baixa no tempo atual. Explica-se a confusão pela qual passam instituições, grupos, famílias e outros segmentos da sociedade. Não se pode omitir a desordem entre instituições brasileiras, uma imiscuindo-se no que é próprio da outra, exorbitando competências.

A honradez que sustenta e dá consistência se compromete facilmente em razão da falta de fidelidade. Isso exige sacrifício e coerência com princípios, identidades e, também, com o prometido no assumir lugares, cargos, responsabilidades, missões e tarefas próprios de cada instituição, partido ou instância. A avaliação da honradez é um balizamento que articula o que se assume como postura e obrigação, em confronto com princípios éticos e morais que norteiam a instituição à qual se pertence, ao partido afiliado, à academia na qual se ocupa um lugar, ao clube escolhido... Não pode ser diferente ao se tratar de instituição religiosa.

É interessante ouvir falar de fidelidade partidária. Sua desconsideração, em razão de jogos ideológicos e interesses cartoriais, ou os mesquinhamente individuais, provoca a lambança política que desfigura um parlamento, usurpado no poder próprio pela corte suprema, aplaudida como corajosa - embora com ato inconstitucional; transforma uma assembleia legislativa em palco de negociatas, ou câmaras municipais um lugar de mediocridades. O politicamente correto vence e, como afirmam juristas respeitados, o Parlamento não tem coragem de anular a decisão de um Supremo Tribunal Federal (STF) que usurpou sua competência constitucional.

Não é diferente quando o tesouro da honradez se compromete por parte de religiosos e, em particular, dos que assumem lugares e condições consagradas no serviço e na fidelidade a princípios e valores éticos e morais da fé que professam. Sob pena de equívocos graves e comprometedores na profissão de fé, não se pode radicalizar, por exemplo, no âmbito social e relativizar em questões e princípios morais.

É preciso retomar o assunto abordado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) quanto à união estável de pessoas do mesmo sexo, ao afirmar: “a diferença sexual é originária e não mero produto de uma opção cultural”. A afirmação de que todos merecem respeito nas opções que fazem, com repúdio a todo tipo de violência e discriminação, não pode relativizar princípios e normas morais que permitam equiparar, pura e simplesmente, a família com a união estável entre pessoas do mesmo sexo. A fidelidade a valores, princípios e normas morais dá à Igreja o direito - e é um dever que tem – de questionar e confrontar-se com instituições, como o STF, a propósito de interpretações que levam a equívocos e comprometimentos éticos na política.

Voltando ao tema da honradez, é natural pressupor que a profissão da fé cristã católica tenha em conta essa orientação e esse embasado entendimento. Particularmente, é uma exigência para os que se consagram à missão do anúncio dessas verdades. O compromisso com a honradez é evidente pelo comprometimento da fidelidade prometida. Fica, então, evidente a manipulação de oportunidades e o usufruto indecente de benesses institucionais, chamando ações disciplinares e correção de rumos para não comprometer o que conta para todos os cidadãos, em especial para o discípulo de Jesus, o tesouro da honradez. 
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte