Oro sem saber orar. Falo contigo, a quem eu nunca vi, cuja voz jamais ouvi e cuja presença às vezes não sinto. A Ti, a quem nós que seguimos Jesus chamamos de Pai. Não entendendo o mistério de um só Deus que é três pessoas eu falo da minha vontade de conhecer-te e de aprender a falar contigo. Nem sempre sei o que dizer, e não sei dizer o que sinto. Meus diálogos contigo padecem do meu limite de não saber conversar com alguém que nunca vi.
Assim sendo, perdoa-me, se eu orar errado; se disser coisas que não correspondem aos fatos, ou se me referir a Ti de maneira errada ou inconveniente. Acontece que não sei como és, não conheço o som da tua voz e vivo da fé que recebi dos meus antepassados, fé que a Igreja me oferece. Não sei crer sozinho. Preciso de outros para desenvolver e expressar a minha fé. Mas os outros também não sabem tudo. Então, cremos e oramos como sabemos e dentro dos nossos limites.
É o meu primeiro pedido: que me ensines a falar contigo. Ainda não sei me dirigir a Ti. Mentiria se dissesse que sei.
Pe. Zezinho, scj
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