Como desenvolver as habilidades sociais dos filhos?
Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com
Ao criarmos nossos filhos, passamos por grandes desafios, pois cada um tem sua personalidade, seu jeito de ser; então, vamos aprendendo, dia a dia, a lidar com as etapas do desenvolvimento de cada um deles. Muitos pais se preocupam com a qualidade de ensino escolar que seus filhos receberão, o que é importante, mas não é a única habilidade a ser motivo de preocupação. Para um bom desempenho na vida, é importante que a criança desenvolva o que chamamos de habilidades sociais e emocionais, as quais, assim como as habilidades escolares, favorecem, inclusive, o aprendizado escolar.
Habilidades sociais são o conjunto de capacidades para a socialização nos meios em que nós vivemos. Vai desde um ‘bom dia’ até lidar com ideias contrárias, tolerar frustração, pedir uma informação, controlar as emoções, ou seja, habilidades para o relacionamento interpessoal.
As crianças têm uma vantagem fantástica, pois desenvolvem grande parte do seu aprendizado por meio da observação, da imitação, interação e repetição. Daí entra a grande responsabilidade dos adultos, pois as crianças estarão atentas aos comportamentos dos pais ou daqueles que cuidam delas.
As habilidade sociais vão sendo aprendidas a partir dessa experiência, quando ela adquire sentimentos, repete atitudes, valores e estratégias usadas para que possa estar nos ambientes sociais como escola, amigos, comunidade local, igreja, família.
É na primeira infância que tais habilidades sociais vão sendo aprendidas e são fatores importantíssimos para que, por exemplo, seu filho possa conviver harmoniosamente com outras crianças, que saiba esperar, que tolere frustrações, que cumprimente outras pessoas dentre outros.
Quais são as habilidades sociais importantes no desenvolvimento de uma criança?
Civilidade: a capacidade de estar no meio social, cumprimentando pessoas, agradecendo, pedindo licença, dizendo muito obrigada, ou seja, aprendendo a relacionar-se adequadamente nos ambientes coletivos. Parece algo bobo, mas são as famosas “boas maneiras” que, muitas vezes, não são colocadas em prática.
Autocontrole e expressão das emoções: é como a criança manifesta a tolerância por algo, se suporta ser contrariada, se tem paciência para esperar algo, se consegue ganhar ou perder um jogo, se consegue esperar sua vez, se sabe quais lugares pode falar alto. Não se trata de “esconder a raiva”, por exemplo, mas entender que nem sempre ela deve ser usada e expressa batendo num amigo.
Asertividade: diz da capacidade de saber fazer perguntas certas para obter respostas, esperar a sua vez sem ansiedade ou atitudes de não esperar e se irritar.
Empatia: ter a capacidade de identificar as emoções e as necessidades do outro, ajudando, colocando-se no lugar do outro, prestando auxílio, compartilhando algo que lhe pertence com outro.
Estabelecer amizades: espaço de reconhecimento das diferenças e das semelhanças. As amizades são essencialmente importantes para crianças, inclusive, que as tenham em ambientes diferentes (escola, bairro, igreja etc).
Solução de problemas: é importante que, desde pequenos, aprendam a resolver jogos, evitar uma briga, que saibam como receber brincadeiras. Essa capacidade de tolerar as perdas precisa ser treinada desde cedo.
Responsabilidade: atribuir um conjunto de responsabilidades entregues à criança para que ela crie, aos poucos, consciência em ajudar, saber o que lhe cabe e a cobrança de resultados, que possa pedir ajuda se preciso, e, também, para que não se torne dependente.
Quem são os responsáveis por essa socialização?
Essas habilidades podem, então, ser reconhecidas como sociabilidade e são importantíssimas para o desenvolvimento e o relacionamento saudável de uma criança, especialmente quando avançamos para a adolescência, fase em que tais habilidades são mais requisitadas.
Os primeiros responsáveis por essa socialização são os pais e, logo depois, a escola também faz esse papel. Uma habilidade social, que é fazer amizades, demanda uma série de comportamentos: ouvir, ser paciente, esperar, compreender, ser capaz de guardar segredos, reconciliar, oferecer e pedir ajudar, cultivar essa amizade lembrando de datas especiais, acolhendo na necessidade, lembrando do amigo. Ou seja, para uma habilidade maior, necessitamos de um conjunto de comportamentos, para que uma amizade aconteça e se mantenha.
A infância, portanto, é uma fase decisiva para esse aprendizado tão importante para as etapas posteriores da vida, e, ao desenvolver este repertório comportamental, que a criança poderá superar limites e tornar-se cada vez mais hábil para os desafios sociais.
Elaine Ribeiro dos Santos
Psicóloga Clínica pela USP – Universidade de São Paulo, atuando nas cidade de São Paulo e Cachoeira Paulista. Neuropsicóloga e Psicóloga Organizacional, é colaboradora da Comunidade Canção Nova.
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