A vida é muito grande para irmos vivendo levando-a com a barriga e deixando escolhas a serem feitas na mão de outros e a oportunidade de decidir, literalmente, ser terceirizada. Não é à toa que o Papa, na Mensagem para o Dia Mundial da Juventude, nos chama a atenção para isso. E pede que estejamos enraizados e fundados em Cristo, firmes na fé. O bacana é que as três palavras, sob o ponto de vista gramatical, estão no passivo: isso significa que é o próprio Cristo toma a iniciativa de radicar, fundar e nos tornar firmes. Não como uma terceira pessoa, mas como uma segunda. Um “TU”. Alguém que não se preocupa com resultados, e sim, com lutas de amor. Quantas vezes não quis viver minha vida por mim mesmo e busquei em Deus apenas um “paliativo” para um momento de “deprê”, ou até mesmo como um “Chapolim Colorado” que, à minha súplica, “Oh, e agora? Quem poderá me defender?” pudesse aparecer e resolver todas as coisas sem o meu menor esforço. Deus é Pessoa que se relaciona, que quer de nós um tu a tu. Isso nos enraíza no que não passa, pois tudo passa! Deus não. Ele nos fundamenta no que é firme, concreto e não em um modismo que, de tempos em tempos, muda. Ele é o mesmo ontem, hoje e sempre.
Sei que você (que está lendo este texto) deseja algo mais do que a vida cotidiana regular, que um emprego seguro, grana no bolso, etc., etc.. Sentimos o desejo pelo que é realmente grande e que alimenta nossa sede de eternidade e felicidade. Fomos criados para aquilo que é grande, para o infinito. Qualquer outra coisa é insuficiente. Fomos criados para Deus. Um Deus, um Tu! E, neste tempo, que parece quererem colocar Deus de lado, precisamos, com nossa vida, proclamar: Não coloco Deus de lado, mas sim ao meu lado. Sempre comigo nas subidas e descidas da vida. Minha raiz, minha base sólida e eficaz. Não tenho receio de contar com Ele no meu dia a dia, nos meus momentos de alegria e de tristeza. Desejo o que Ele deseja para mim, pois sei que o que Ele tem será sempre maior. Será sempre uma preparação para o céu! Assim, a vida torna-se autêntica e nunca “genérica”. Somos de Deus, estamos no mundo e desejamos o céu! Mas, antes de ir para o céu, que tal ir para Madri se encontrar com o Papa e os jovens do mundo inteiro? Gostou da ideia?
Adriano Gonçalves - Canção Nova
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