A Palavra de Deus

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DOPAS

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24 de julho de 2013

OS JOVENS DA JMJ E AS AMIZADES: QUAL SEU VALOR REAL?

Estamos celebrando a 28.ª Jornada Mundial da Juventude. O mundo inteiro está vendo os jovens, a grande esperança da humanidade. Se a jornada tem seu valor real com a presença de Sua Santidade o Papa Francisco, melhor será vivê-la unidos ao sucessor de Pedro (Mt 16,18), no pós jornada, inebriados das grandes orientações, conselhos e pistas pastorais para os jovens. O grande campo para semear toda esta riqueza é a família, o bairro, escola, universidade, local de trabalho e, sobretudo, a comunidade paroquial. O tema da campanha é muito prático e autentico para quem quer levar a sério o Evangelizar. Vejam só: “Ide e fazei discípulos entre todas as nações”(Mt 28,19). Para que tudo corra bem precisa de uma metodologia. A amizade pode oferecer grandes meios de aproximação e a dinâmica de quem quer ter no coração o amor Deus ao próximo e à Igreja.

A amizade, de verdade, é como um jardim, sempre precisa de cuidados. Desde todos os tempos o ser humano se socializou. Aos poucos essa máxima foi fazendo parte do cotidiano. Hoje, é impossível falar em alguém que não tenha uma amizade. Em nossa contemporaneidade não é diferente. Cultivar um amigo requer uma dedicação, um tempo, para que a amizade se transubstancie em verdadeiros sentimentos, evitando o constrangimento da desconfiança, abrindo caminhos onde os procedimentos de um verdadeiro eu posso conhecer o outro como alguém que lhe transmita bons conceitos, que inspiram integridade de caráter e discrição. Já nos diz Marina de Almeida Camargo: “A amizade é como as estrelas. Não às vemos toda hora, mas sabemos que existem”.

Em nossa época, levando em conta o caráter social, histórico, cultural é difícil viver sem amigos. Por isso, a amizade precisa ser bem examinada, condecorada com todas as vicissitudes de uma maturidade, onde o medo não ocupe espaço e o vazio não se torne o obvio de uma realidade inexistente. A amizade tem seus ingredientes, que são exigentes, a começar do respeito, valorizando o espaço do outro, sua vida pessoal e todo o contexto onde a pessoa vive. É importante salientar que a amizade é como uma receita. Esta precisa ser levada a sério, em seus conteúdos, para que os resultados sejam almejados. A vida nos oferece muitas receitas, por isso, a prudência deve ter a medida certa para que tudo decorra para o bem, onde a amizade tenha o tempero correto. “Que a amizade não seja como a lua que apesar de linda às vezes muda de fase, mas que seja como o céu que apesar de lindo e infinito”, já nos alertou um autor desconhecido.

Um verdadeiro amigo é aquele que nos conhece tal como somos, compreende nosso estado de vida, nos acompanha nos lucros que a vida nos lisonjeia e nos fracassos que as íngremes situações nos presenteiam. Numa amizade, celebram-se as alegrias e compartilham-se as tristezas da dor. Quando existem erros, em vez de se atirar pedras uma palavra amiga se torna necessária. É, por isso, que uma vida sem amigos, alberga sentimentos, numa ilha deserta, onde não se tem a água da vida, o alimento compartilhado e a luz da sociabilidade de um eu para outro eu. Não podemos esquecer que o outro é um eu que preciso levar a sério. Quem se tranca nos recôncavos de sua existência e se acha auto suficiente, jamais produz o que a vida tem de melhor, uma verdadeira amizade.

Nossa atualidade precisa enobrecer um verdadeiro amigo tendo-o como alguém capaz de tocar o coração, mesmo que este alguém esteja longe de nós ou até no outro lado do mundo. Quem se habilita a descobrir uma verdadeira amizade, está se propondo, mesmo no meio a tantos cascalhos, a encontrar um verdadeiro tesouro. Uma verdadeira amizade, dentro dos parâmetros de nossa contemporaneidade, pode ser a resposta que muito desejamos, um sinal de honestidade que parecíamos jamais impossível encontrar e, sobretudo, uma advertência para reconhecer que não estamos sós na família, na sociedade e na vida. Lílian Tonet nos garante: “as pessoas entram em nossa vida por acaso, mas não é por acaso que permanecem”. Pensemos nisso.
Cônego Manuel Quitério de Azevedo
Arquidiocese de Diamantina (MG).

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