A Palavra de Deus

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DOPAS

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26 de março de 2013

EIS O MISTÉRIO DA FÉ!

O Domingo de Ramos, celebrado dia 24 de março, é a porta de entrada da Semana Santa. Marca a chegada triunfal de Jesus em Jerusalém, um cumprimento das Sagradas Escrituras. Toda a celebração é apoteótica. Os ramos nos lembram os enfeites dos caminhos por onde passou o Messias tão esperado. Predomina a cor vermelha, que lembra a realeza e o martírio. 

Mas o interior, o coração da Semana Santa concentra-se no que chamamos Tríduo Pascal: as celebrações da Quinta-feira Santa, da Sexta-feira da Paixão e da Vigília Pascal, no Sábado Santo. Poderíamos dizer que esses três dias são os mais importantes de todo o Ano Litúrgico, pois resumem o grande mistério do Cristianismo: a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus, o Ungido do Pai, o Cristo e Senhor. É esse o grande mistério que proclamamos em cada celebração eucarística, quando respondemos à proclamação “Eis o mistério da fé”, que o sacerdote faz. Nossa resposta, muitas vezes inconsciente, é esta: “ Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!” 

Muitos pensam, nesse momento, que o “mistério da fé”, por se tratar de um diálogo situado logo após a consagração das espécies eucaristícas do pão e do vinho, é a transubstanciação, ou seja, o fato de pão e vinho terem-se tornado corpo e sangue do Senhor. O mistério, no entanto, é ainda maior, pois nos lembra a morte redentora de Jesus, sua vitória sobre a morte (ressurrreição). E ainda dizemos mais: “Vinde, Senhor Jesus”. São essas quase as últimas palavras do Novo Testamento bíblico: “Maranatha”, cuja tradução é: “Vinde, Senhor Jesus” (Ap 22,20). Pedimos que Ele venha realizar definitivamente o Seu Reino, como está escrito também em Mt 35, 31-46. 

A celebração de Quinta-feira Santa nos lembra a instituição da Eucaristia e a consagração da Igreja como servidora da humanidade, momento simbolizado pelo “lava-pés”. Jesus, Senhor e Mestre, lava os pés dos discípulos e nos ensina a fazer o mesmo: exercer a diaconia. Fomos mandados para servir, não para mandar! 

Na Sexta-feira da Paixão há duas grandes cerimônias: uma litúrgica, que acontece às 15h, dentro do templo, e outra mais teatral, externa, encenando a Paixão de Cristo. Essa é a mais concorrida de todas as celebrações do ano, talvez porque ainda não compreendemos a ressurreição e paramos nosso coração na morte. 

A Vigília Pascal, que é realizada na noite do Sábado Santo, é a mais linda celebração do ano. Tem início fora do templo, com a bênção do “fogo novo”; acende-se o círio pascal e adentra-se no templo (às escuras) cantando: “Eis a luz de Cristo!”. Todos respondem:”Demos graças a Deus”. Após a terceira repetição acendem-se as luzes e a celebração ganha um tom apocalípto maravilhoso. Renascem ali as alegrias da Páscoa. É o Sábado das Aleluias. Bimbalham fervorosamente os sinos! As glórias de Jesus, apregoadas no Domingo de Ramos, renasceram. A Igreja encheu-se de vida. Jà é Páscoa. 

Os cristãos temos que ser como Jesus: para chegarmos à glória da ressurreição, `Páscoa, é preciso passar pela cruz e vencê-la. Os judeus, antes de chegarem à Terra Prometid, tiveram pela frente um grande deserto. A vitória sobre a morte ou sobre tudo aquilo que nos rouba o sorriso e a alegria só acontece porque acreditamos na vitória do Senhor. Sua ressurreição é nossa luz, nossa fonte de esperança, nossa energia renovada. Viver assim é acreditar no grande mistério da fé.
Padre Ismar Dias de Matos - Diocese de Guanhães (MG).

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