O Papa João Paulo II centra a sua reflexão sobre Deus Criador e Senhor da Vida (em uma reflexão teológica sobre Cristo, a “Palavra de Vida”, a própria vida é fonte de vida eterna. Este enfoque cristológico se enquadra no projeto do Concílio Vaticano II (GS 22). João Paulo II entende esclarecer os problemas humanos à luz de Cristo (Del Pozo Abejón:1996,314). A Encíclica Evangelium Vitae é uma síntese bíblico-patrística da reflexão de Cristo novo e definitivo Adão. A reflexão é calcada na Gaudium et Spes 22. Este número é a tese central da antropologia cristológica do Vaticano II. O mistério humano só pode ser esclarecido à luz do mistério de Cristo, por dois motivos:
1º) Adão, o primeiro homem, é figura do segundo e definitivo Adão, Jesus Cristo. O último Adão é a raiz, o fim e o critério definitivo para explicar o primeiro.
2º) A revelação de Deus por Cristo implica a manifestação ao próprio homem de sua vocação a de ser filho de Deus e participar na vida divina mediante a sua própria incorporação Nele pelo Espírito Santo. A teologia se faz antropologia e a antropologia se faz completamente teológica. Visto que através de Cristo é capaz de incluir no discurso sobre Deus também a pessoa humana, e descobrir assim a mais profunda unidade teológica. O texto da Gaudium et Spes é a chave para interpretar a teologia da Encíclica em questão. O seu ponto de partida é o Evangelho.
O Evangelho não é uma simples reflexão, mesmo se original e profunda, sobre a vida humana; nem é apenas um preceito destinado a sensibilizar a consciência e provocar mudanças significativas na sociedade; tampouco é a ilusória promessa de um futuro melhor. O Evangelho é uma realidade concreta e pessoal, porque consiste no anúncio da própria pessoa de Jesus. Ao apóstolo Tomé e nele a cada homem, Jesus apresenta-se com estas palavras: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”(Jo 14, 6). A mesma identidade foi referida a Marta, irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais”(Jo 11, 25-26). Jesus é o Filho que, desde toda a eternidade, recebe a vida do Pai (cf. Jo 5,26) e veio estar com os homens, para os tornar participantes deste dom: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10, 10).
Existem pessoas que vivem chorando pelos cantos por causa das ofensas e calúnias das quais são vítimas no trabalho evangelizador. O Evangelho nos mostra que não deve ser essa a atitude dos discípulos de Jesus. Jesus simplesmente continua a sua caminhada, preocupando-se com o sofrimento e as dores de todos os que encontra pelo caminho e fazendo o bem a todos, olhando a todos com compaixão e preocupando-se porque são como ovelhas que não têm pastor. Assim também devemos ser nós, não devemos viver preocupados com as calúnias que nos são dirigidas, mas sim preocupados em fazer o bem.
O episódio de Marta e Maria (Lc 10,38-42) é dos mais incompreendidos do Evangelho. Análises apressadas estabeleceram um contraste entre a vida ativa (Marta que se ocupa dos afazeres da casa) e a vida contemplativa (Maria sentada aos pés de Jesus, à escuta de sua palavra). E mais: a vida contemplativa seria superior, em termos cristãos, à vida ativa. Tal Interpretação não faz sentido. A fé cristã, bem mais que uma crença em determinadas verdades, é uma prática de vida. Para Jesus, a entrada no Reino está reservada não àqueles que proclamam a glória de Deus, e sim aos que realizam sua vontade. Mas o que significa a afirmação de que Maria escolheu a parte melhor? A preocupação parece voltada para a urgência do momento. A presença do Mestre exige que a atitude de escuta tenha prioridade absoluta. Há outra passagem do Evangelho que revela a mesma perspectiva. Quando escribas e fariseus reclamam de Jesus que seus discípulos não praticam o jejum, a resposta é surpreendente: como haveriam de jejuar enquanto o noivo está com eles? Quando este Lhes for tirado, haverão de jejuar. Muitas pessoas desperdiçam a vida na banalidade justamente porque não conseguem compreender que as prioridades não podem ser estabelecidas previamente. Captar a eternidade no efêmero do momento que passa: eis aí um sinal de sabedoria.
1º) Adão, o primeiro homem, é figura do segundo e definitivo Adão, Jesus Cristo. O último Adão é a raiz, o fim e o critério definitivo para explicar o primeiro.
2º) A revelação de Deus por Cristo implica a manifestação ao próprio homem de sua vocação a de ser filho de Deus e participar na vida divina mediante a sua própria incorporação Nele pelo Espírito Santo. A teologia se faz antropologia e a antropologia se faz completamente teológica. Visto que através de Cristo é capaz de incluir no discurso sobre Deus também a pessoa humana, e descobrir assim a mais profunda unidade teológica. O texto da Gaudium et Spes é a chave para interpretar a teologia da Encíclica em questão. O seu ponto de partida é o Evangelho.
O Evangelho não é uma simples reflexão, mesmo se original e profunda, sobre a vida humana; nem é apenas um preceito destinado a sensibilizar a consciência e provocar mudanças significativas na sociedade; tampouco é a ilusória promessa de um futuro melhor. O Evangelho é uma realidade concreta e pessoal, porque consiste no anúncio da própria pessoa de Jesus. Ao apóstolo Tomé e nele a cada homem, Jesus apresenta-se com estas palavras: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”(Jo 14, 6). A mesma identidade foi referida a Marta, irmã de Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais”(Jo 11, 25-26). Jesus é o Filho que, desde toda a eternidade, recebe a vida do Pai (cf. Jo 5,26) e veio estar com os homens, para os tornar participantes deste dom: “Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância”(Jo 10, 10).
Existem pessoas que vivem chorando pelos cantos por causa das ofensas e calúnias das quais são vítimas no trabalho evangelizador. O Evangelho nos mostra que não deve ser essa a atitude dos discípulos de Jesus. Jesus simplesmente continua a sua caminhada, preocupando-se com o sofrimento e as dores de todos os que encontra pelo caminho e fazendo o bem a todos, olhando a todos com compaixão e preocupando-se porque são como ovelhas que não têm pastor. Assim também devemos ser nós, não devemos viver preocupados com as calúnias que nos são dirigidas, mas sim preocupados em fazer o bem.
O episódio de Marta e Maria (Lc 10,38-42) é dos mais incompreendidos do Evangelho. Análises apressadas estabeleceram um contraste entre a vida ativa (Marta que se ocupa dos afazeres da casa) e a vida contemplativa (Maria sentada aos pés de Jesus, à escuta de sua palavra). E mais: a vida contemplativa seria superior, em termos cristãos, à vida ativa. Tal Interpretação não faz sentido. A fé cristã, bem mais que uma crença em determinadas verdades, é uma prática de vida. Para Jesus, a entrada no Reino está reservada não àqueles que proclamam a glória de Deus, e sim aos que realizam sua vontade. Mas o que significa a afirmação de que Maria escolheu a parte melhor? A preocupação parece voltada para a urgência do momento. A presença do Mestre exige que a atitude de escuta tenha prioridade absoluta. Há outra passagem do Evangelho que revela a mesma perspectiva. Quando escribas e fariseus reclamam de Jesus que seus discípulos não praticam o jejum, a resposta é surpreendente: como haveriam de jejuar enquanto o noivo está com eles? Quando este Lhes for tirado, haverão de jejuar. Muitas pessoas desperdiçam a vida na banalidade justamente porque não conseguem compreender que as prioridades não podem ser estabelecidas previamente. Captar a eternidade no efêmero do momento que passa: eis aí um sinal de sabedoria.
Eduardo Rocha Quintella
Fraternidade S. J. da Cruz - O.C.D.S – B.H. –
Adorador Noturno da Catedral Nossa Senhora da Boa Viagem - B.H.
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