A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

29 de novembro de 2012

EVANGELHO E LEITURA ORANTE PARA QUINTA-FEIRA

Ano B - Dia: 29/11/2012 Quinta-feira
O Filho do Homem virá
Lc 21,20-28
Jesus disse ainda: 
- Quando vocês virem a cidade de Jerusalém cercada por exércitos, fiquem sabendo que logo ela será destruída. Então, os que estiverem na região da Judéia, que fujam para os montes. Quem estiver na cidade, que saia logo. E quem estiver no campo, que não entre na cidade. Porque aqueles dias serão os "Dias do Castigo", e neles acontecerá tudo o que as Escrituras Sagradas dizem. Ai das mulheres grávidas e das mães que ainda estiverem amamentando naqueles dias! Porque virá sobre a terra uma grande aflição, e cairá sobre esta gente um terrível castigo de Deus. Muitos serão mortos à espada, e outros serão levados como prisioneiros para todos os países do mundo. E os não-judeus conquistarão Jerusalém, até que termine o tempo de eles fazerem isso. 
E Jesus continuou: 
- Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. E, na terra, todas as nações ficarão desesperadas, com medo do terrível barulho do mar e das ondas. Em todo o mundo muitas pessoas desmaiarão de terror ao pensarem no que vai acontecer, pois os poderes do espaço serão abalados. Então o Filho do Homem aparecerá descendo numa nuvem, com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, fiquem firmes e de cabeça erguida, pois logo vocês serão salvos. 

Leitura Orante

Façamos de nosso dia um tempo para agradecer a Deus pelos seus dons! Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. 
Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 

(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto, na minha Bíblia: Lc 21,20-28, e observo as palavras de Jesus. 
O objetivo deste texto que descreve o final do mundo, é motivar a esperança e a perseverança em nós. A destruição de Jerusalém pelos exércitos romanos teve característica de fim de mundo. Segundo as previsões proféticas, a intervenção salvífica de Deus, na história, seria acompanhada de fenômenos cósmicos. Não importa quando isto aconteça, mas importa que os discípulos de Jesus Cristo estejam preparados. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Jesus recomenda que estejamos "firmes, de cabeça erguida e preparados" para este dia final. Os santos todos ofereceram orientações para este encontro com Deus. Os bispos, em Aparecida, disseram: " Nestes últimos tempos, Ele nos tem falado por meio de Jesus seu Filho (Hb 1,1ss), com quem chega a plenitude dos tempos (cf. Gl 4,4). Deus, que é Santo e nos ama, nos chama por meio de Jesus a ser santos (cf. Ef 1,4-5).(DAp 130). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com o bem-aventurado Tiago Alberione: 
Invocações a Jesus Mestre 
Jesus Mestre, santificai minha mente e aumentai minha fé. 
Jesus, Mestre vivo na Igreja, atraí todos à vossa escola. 
Jesus Mestre, libertai-me do erro, 
dos pensamentos inúteis e das trevas eternas. 
Jesus Mestre, caminho entre o Pai e nós, 
tudo vos ofereço e de vós tudo espero. 
Jesus, caminho da santidade, tornai-me vosso fiel seguidor. 
Jesus caminho, tornai-me perfeito como o Pai que está nos céus. 
Jesus vida, vivei em mim, para que eu viva em vós. 
Jesus vida, não permitais que eu me separe de vós. 
Jesus Vida, fazei-me viver eternamente na alegria do vosso amor. 
Jesus verdade, que eu seja luz para o mundo. 
Jesus caminho, que eu seja vossa testemunha autêntica 
diante dos homens. 
Jesus vida, fazei que minha presença contagie a todos 
com o vosso amor e a vossa alegria. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é para relativizar tudo que tem valor passageiro e valorizar o que não passa. 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patrícia Silva, fsp

A EFICÁCIA DO SANGUE DO SENHOR


O Ano da Fé nos traz “um ano de graça do Senhor” e essa graça não vamos desperdiçar. Vejo, com muita admiração, o esforço hercúleo que a humanidade faz para desvendar os segredos do átomo, da matéria escura, das leis da alma humana. O que vai acontecer no dia em que os cientistas não conseguirem mais deter a curiosidade sobre as riquezas da pessoa de Cristo. Será um progresso jamais visto. O que está escondido nessa rica personalidade vai ser motivo de empolgação permanente. Está previsto nas Escrituras que esse tempo há de chegar. “Todos me conhecerão desde o menor até o maior” (Hb. 8, 11).

Basta olhar para a encarnação de Jesus, ponto de junção entre a natureza humana e a divina. É um festival de harmonia, é a composição mais complicada e sábia de todo o universo. Por enquanto, o que sabemos sobre Ele, quando dizia a palavra “eu”, representa apenas um pequeno gemido da ciência. Definitivamente, chegará o dia em que nos debruçaremos sobre a grande obra da criação por excelência e mergulharemos no poder do Pai e na força do Espírito que ultrapassam, de longe, qualquer mistério do cosmos. Neste Ano da Fé, queremos também abrir nossa mente à eficácia do“Sangue Salvador” de Jesus, que a teologia já desvendou. Antigamente, as pessoas achavam que a concentração da vida estava no sangue. Derramar sangue era um crime contra a vida. Também a humanidade podia se alimentar com a carne dos animais, mas não era lícito se alimentar com essa seiva da vida. Já se considerou, outrossim, a vida como residindo no coração, mas, hoje, se acredita que está nas atividades cerebrais. Jesus se adaptou à humanidade.

Por isso aceitou o conceito de vida da Sua época. Querendo dar Sua vida para a nossa salvação, Ele derramou o Seu Sangue. Era o gesto máximo de doação, de eficácia infinita. Nós fomos salvos por essa doação. “Estes lavaram as Suas vestes e as alvejaram no Sangue do Cordeiro” (Ap 7,14). A nossa salvação está em ação, no mistério eucarístico, no qual desfrutamos da Palavra do Senhor, de Seu Corpo e do Seu precioso Sangue. Vamos transmitir nossos conhecimentos sobre Jesus, cujo conhecimento é o mais profundo que existe e de maior eficácia salvadora.
Dom Aloísio Roque Oppermann scj
Arcebispo Emérito de Uberaba, MG

EVANGELIZAR PELA ARTE



Por vezes, nem mesmo a carência de necessidades básicas, como a falta de alimento, é capaz de extrair da pessoa a total capacidade de se atentar, ainda que por meros segundos, ao atrativo da beleza plástica, pois existe algo no núcleo dessa beleza que responde a um anseio do coração humano.

Afirma o Catecismo da Igreja Católica (27): “Somente em Deus o homem há de encontrar a verdade e a felicidade que não cessa de procurar”. Nisso existe a evidência de que a grande busca do ser humano não está na possibilidade de dominar as coisas existentes neste mundo, nem mesmo na saciedade de nossas necessidades primeiras, mas em algo que venha revelar a verdadeira grandeza e essência de nós próprios, também revelando assim nossa sede do transcendente.

Felizmente, no íntimo e no significado de uma obra artística podemos vislumbrar, de alguma forma, O Ser Altíssimo, o Criador que tanto ansiamos, “pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor” (Sb 13,5).

O ápice da beleza está no amor de Deus por nós. Ainda que, nem tudo tenha cunho religioso e possamos apreciar coisas bonitas em todas as áreas, todo belo acaba por indicar O Seu Autor. Por isso devemos, mais do que nunca, nesse tempo de tanta modernidade e tantos meios que podem ser empregados, evangelizar por meio de algo que tanto fala ao coração das pessoas.

A arte é capaz de emocionar e, em seguida, atravessar as nuvens dos sentimentos e aterrizar na terra firme da razão. Pela arte pode-se introduzir nos corações, os valores, a bondade, a misericórdia e nos ensinar como amar sempre mais, pois ela é o veículo que transporta um significado a mais que o simples entretenimento. Quem aprecia a arte aprende com prazer, adquire instrução no momento de descanso. Davi era um homem de guerra (cf. I Rs 5,3), empenhado em lutas e conquistas sangrentas. Poucas vezes, pensamos nesse personagem como um guerreiro, como um general de exército, conhecedor de técnicas de batalha. Imaginamos um menino que, quase numa travessura, deu uma pedrada na cabeça de seu inimigo.

Talvez, numa primeira lembrança, tenhamos até uma imagem amenizada do homem Davi, esquecendo-nos da sua capacidade de dominar e submeter adversários, devido às obras que ele deixou. Ele tocava arpa e era compositor. Grande parte dos Salmos, foi Davi quem nos deixou, ainda orações e cânticos inspirados.

Há um ditado celta que diz: “Nunca dê uma espada a um homem que não sabe dançar”. Ou seja, o homem deve ter motivações nobres dentro de si, antes de, se lhe for preciso, empunhar um objeto assim para lutar pela sua defesa e dos seus. E a arte ajuda a alimentar tal sentido.

Quantas vezes, nas coisas de Deus, Ele próprio pediu trabalhos artísticos? “Vede, o Senhor nomeou especialmente Beseleel. Encheu-o do Espírito de Deus, de sabedoria, habilidade e conhecimento para qualquer trabalho como fazer projetos, trabalhar com ouro, prata e bronze, lapidar pedras e engastá-las, entalhar madeira e executar qualquer tipo de obra de arte” (Ex 35,30-33). 

O significado do esplendor da obra é que “estes estão a serviço daquilo que é a representação e sombra das realidades celestes, como foi dito a Moisés, quando estava para executar a construção da Tenda: ‘Vê, faze tudo segundo o modelo que te foi mostrado’ (Ex 25, 40)” (Hb 8, 5). Diante de toda mudança, nestes últimos tempos em que o ser humano tem necessidade da verdade, a evangelização pela arte se faz mais que necessária, ela é urgente!

Devemos desenvolver nossa criatividade, cada um com seu talento, sua habilidade, pois há muita coisa que já foi feita para roubar a verdadeira ‘imagem e semelhança’ do homem e da mulher através do que pode encantá-los. “Os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz” (Lc 16, 8).

Como são belos os pés do mensageiro! O Evangelho é belo por sua essência.
Sandro Ap. Arquejada - Canção Nova

EVANGELHO E LEITURA ORANTE PARA SEXTA-FEIRA

Ano B - Dia: 30/11/2012 SEXTA-FEIRA
Santo André Apóstolo -Jesus chama 
Mt 4,18-22
Jesus estava andando pela beira do lago da Galiléia quando viu dois irmãos que eram pescadores: Simão, também chamado de Pedro, e André. Eles estavam no lago, pescando com redes. Jesus lhes disse: 
- Venham comigo, que eu ensinarei vocês a pescar gente. 
Então eles largaram logo as redes e foram com Jesus. Um pouco mais adiante Jesus viu outros dois irmãos, Tiago e João, filhos de Zebedeu. Eles estavam no barco junto com o pai, consertando as redes. Jesus chamou os dois, e, no mesmo instante, eles deixaram o pai e o barco e foram com ele. 

Leitura Orante 
Hoje é dia de Santo André, apóstolo. O tema do Evangelho é o chamado. Formamos uma rede de comunicação e comunhão em torno da Palavra com todas as pessoas que circulam por este ambiente virtual. Rezamos em sintonia com a Santíssima Trindade. 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém 
Cantamos ou rezamos o Canto do Advento: 

Ó vem, Senhor, não tardes mais! Vem Saciar nossa Sede de Paz! 

1. Ó vem, como chega a brisa do vento, 
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo! 

2. Ó vem, como a chuva no chão 
Trazendo fartura de vida e de pão! 

3. Ó vem, como chega a luz que faltou 
Só tua palavra nos salva Senhor! 

4. Ó vem, como chega a carta querida 
Bendito carteiro do Reino da Vida! 

5. Ó vem, como chega o filho esperado 
Caminha conosco Jesus Bem amado! 

6. Ó vem, como chega o Libertador 
Das mãos do inimigo nos salva Senhor 
Melodia em http://leituraorantedapalavra.blogspot.com 

1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 4,18-22. 
Jesus chama os primeiros discípulos: Pedro e André. Depois, chama outros dois irmãos: Tiago e João. Estes deixam sua profissão de pescadores, deixam família, deixam suas seguranças e abraçam o Projeto de Jesus: o compromisso de "pescadores de gente". 
O convite de Jesus é para todos os que ouvem a sua Palavra. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos, em Aparecida, reconheceram a vocação como dom de Deus: "A própria vocação, a própria liberdade e a própria originalidade são dons de Deus para a plenitude e a serviço do mundo." (DAp 111). 
E eu me interrogo: sendo eu, membro vivo da Igreja, como vivo minha vocação à plenitude a serviço do mundo? (Pausa, e, se quiser, partilha em grupo). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração 
Jesus, Divino Mestre, 
Nós vos adoramos, Verbo feito carne, enviado pelo Pai, 
para ensinar às pessoas a verdade que dá a vida.. 
Sois a verdade incriada, o único Mestre. 
"Somente vós tendes palavras de vida eterna". 
Nós vos louvamos e agradecemos porque 
nos concedestes a luz da inteligência e da fé e 
nos chamastes à luz da glória. 
Nós cremos e abrimos nossa inteligência e todo o nosso ser 
para aceitar e viver a vossa palavra e tudo o que nos ensinais 
por meio da Igreja.. 
Mostrai-nos, ó Senhor e Mestre, os tesouros da vossa sabedoria. 
Fazei que conheçamos o Pai e sejamos vossos discípulos autênticos. 
Aumentai nossa fé, para que vos possamos contemplar eternamente no céu. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Sinto-me discípulo/a de Jesus. 
Meu olhar deste dia será iluminado certeza de que faço parte do Reino de Cristo, e como tal, participo da vida da Igreja. 

Bênção Bíblica 
O Senhor o abençoe e guarde! 
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante e tenha piedade de você! 
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' 
(Nm 6,24-27).
Irmã Patricia Silva, fsp

PATERNIDADE RESPONSÁVEL


Pela sua própria natureza, a instituição matrimonial e o amor conjugalestão ordenados à procriação e à educação dos filhos, os quais constituem o ponto alto da sua missão e a sua coroa. Os filhos são, sem dúvida, o mais excelente dom do matrimônio e contribuem muitíssimo para o bem dos próprios pais. O mesmo Deus que disse: "não é bom que o homem esteja só" (Gn 2,18) e que "desde o princípio fez o homem varão e mulher" (Mt 19, 4), querendo comunicar-lhe uma participação especial na Sua obra criadora, abençoou o homem e a mulher dizendo: "Sede fecundos e multiplicai-vos" (Gn 1,28). 

Por isso, o culto autêntico do amor conjugal e toda a vida familiar que dele nasce, sem pôr de lado os outros fins do matrimônio, tendem a que os esposos, com fortaleza de ânimo, estejam dispostos a colaborar com o amor do Criador e do Salvador, que, por meio deles, aumenta continuamente e enriquece a sua família» (Catecismo, 1652). Por isso, entre «os esposos que deste modo satisfazem a missão que Deus lhes confiou, devem ser especialmente lembrados aqueles que, de comum acordo e com prudência, aceitam com grandeza de ânimo educar uma prole numerosa» (Gaudium et Spes, 50).

O estereótipo da família, apresentada pela cultura atualmente dominante, opõe-se à família numerosa, justificado por razões econômicas, sociais, de saúde etc. Mas «o verdadeiro amor mútuo transcende a comunidade de marido e mulher e estende-se aos seus frutos naturais, os filhos. O egoísmo, pelo contrário, acaba por rebaixar esse amor à simples satisfação do instinto e destrói a relação que une pais e filhos. Dificilmente haverá quem se sinta bom filho – verdadeiro filho – de seus pais, se puder vir a pensar que veio ao mundo contra a vontade deles, que não nasceu de um amor limpo, mas de uma imprevisão ou de um erro de cálculo (…).

Vejo com clareza que os ataques às famílias numerosas provêm da falta de fé, são produto de um ambiente social incapaz de compreender a generosidade, um ambiente que tende a encobrir o egoísmo e certas práticas inconfessáveis com motivos aparentemente altruístas» (São Josemaria Escrivá, Temas Atuais do Cristianismo). Mesmo com uma atitude generosa face à paternidade, os esposos podem encontrar-se «em situações em que, pelo menos temporariamente, não lhes é possível aumentar o número de filhos» (Gaudium et Spes, 51). «Se existem motivos sérios para distanciar os nascimentos, que derivem ou das condições físicas ou psicológicas dos cônjuges, ou de circunstâncias exteriores, a Igreja ensina que então é lícito ter em conta os ritmos naturais imanentes às funções geradoras, para usar do matrimônio só nos períodos infecundos e, deste modo, regular a natalidade» (Paulo VI, Enc. Humanae Vitae, 16).

É intrinsecamente má «toda a ação que, ou em previsão do ato conjugal, ou durante a sua realização, ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação» (Paulo VI, Enc. Humanae Vitae, 16).

Mesmo que se procure atrasar uma nova concepção, o valor moral do ato conjugal realizado no período infecundo da mulher é diferente do efetuado com o recurso a um meio contraceptivo. «O ato conjugal, ao mesmo tempo que une profundamente os esposos, torna-os aptos para a geração de novas vidas, segundo leis inscritas no próprio ser do homem e da mulher. Salvaguardando estes dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro e a sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade» (Paulo VI, Enc. Humanae Vitae, 12).

Mediante o recurso à contracepção, exclui-se o significado procriativo do ato conjugal; o uso do matrimônio nos períodos infecundos da mulher respeita a inseparável conexão dos significados unitivos e procriativos da sexualidade humana. No primeiro caso, comete-se um ato positivo para impedir a procriação, eliminando do ato conjugal a sua potencialidade própria em ordem à procriação; no segundo, só se omite o uso do matrimônio nos períodos fecundos da mulher, o que por si não lesa nenhum outro ato conjugal da sua capacidade procriadora no momento da sua realização (João Paulo II, Familiaris Consortio, 32). 

Assim, a paternidade responsável, tal como a proclama a Igreja, não admite de nenhum modo a mentalidade contraceptiva; antes pelo contrário, responde a determinada situação provocada por circunstâncias pontuais, que em si não se desejam, mas suportam-se, e que podem contribuir, com a ajuda da oração, por unir mais os cônjuges e toda a família.
Rafael Díaz

DEUS TEM UM PROJETO PARA VOCÊ!



É muito comum, hoje, falar em “teste vocacional” com o intuito de ajudar os jovens na descoberta de suas aptidões e escolha de uma profissão. Ora, a palavra vocação, roubada do vocabulário religioso, está aí mal empregada. “Vocação” deriva do latim vocatio, “chamado”. Assim sendo, em sentido estrito, falar em vocação é falar não de algum trabalho ou profissão que eu escolho, mas de alguém que me chamou para algo. 

Neste contexto, somente tem sentido falar-se em vocação como um chamado de Deus a alguém para um determinado tipo de vida, para um determinado ministério, e tudo isto no âmbito da Comunidade eclesial em vista da construção do Reino de Deus. Assim, vocação é o chamado que Deus nos faz à vida, vocação é o apelo que o Cristo nos faz pelo Evangelho a crer e, recebendo o batismo, tornemo-nos discípulos seus na vida cristã, no seio da Igreja. Vocação é ainda o lugar concreto que ocupamos na vida da Igreja, com vistas ao testemunho de Cristo: a vocação de leigo casado, de leigo solteiro no mundo, de leigo consagrado pelos votos na vida religiosa ou de ministro ordenado, como Bispo, padre ou diácono. 

Vocação também, já num sentido bem mais amplo e menos próprio, são os vários ministérios que podem ser assumidos na vida da Comunidade dos discípulos, que é a Igreja. Então, para que se possa falar, em sentido estrito, de um chamado, uma “vocatio”, é necessário recordar que não somos nós quem escolhemos; é um Outro, o Senhor, quem nos chama! É ele quem, livremente, toma a iniciativa. A vocação é um dom, uma graça, à qual eu devo responder, não simplesmente segundo o meu capricho ou o critério da minha satisfação pessoal, mas como um apelo e uma missão, uma responsabilidade que Alguém deseja confiar-me. 

Neste sentido, seria melhor chamar os testes que são feitos aí fora de “testes profissionais” ou “testes de aptidões”, já que a escolha que se vai fazer visa simplesmente à satisfação pessoal, à aptidão que alguém possui e a busca do seu legítimo ganha-pão. Detenhamo-nos ainda um pouco nesta idéia da vocação como chamado. Isto quer dizer tanto, tem tantas implicações! Primeiramente, que não sou eu quem toma a iniciativa, mas sou interpelado por um Outro, que me apela, impele e, muitas vezes, compele, perturbando meu coração, exigindo e esperando uma minha resposta. Em outras palavras: em questão de vocação, eu não escolho, sou escolhido! 

A vocação apresenta-se, então, como o mistério de um apelo, um chamado, um convite, uma missão que me é dada, muitas vezes sem que eu esperasse ou, em princípio, desejasse. Em segundo lugar, é uma realidade que eu devo acolher e responder na fé, na busca da vontade do Senhor que chama. O cristão, diante do chamado de Deus, sente que o Senhor lhe confia uma missão e que, abraçando aquele caminho, ele está caminhando com o Senhor e a serviço do Senhor. Isto vale para toda vocação cristã, também para o matrimônio. 

Aliás, quem dera que os casais cristãos compreendessem que sua vida conjugal é uma resposta ao chamado do Senhor e um caminho belíssimo de santificação e evangelização e não, simplesmente, uma busca de auto-realização pessoal! Por isso mesmo, o discernimento vocacional não deve ser feito com um psicólogo, mas com um(a) orientador(a) espiritual, num contexto de oração, de escuta da Palavra de Deus, de participação na vida da Comunidade eclesial e de celebração dos santos Sacramentos. 

Em terceiro lugar, a vocação deve ser sempre pensada e vivenciada como um serviço e não como um simples capricho meu para minha própria satisfação e minha realização privada. O Senhor me chama para, realizando-me e sendo feliz, construir o seu Reino. A vocação é um mistério que acontece em nós, mas não é simplesmente para nós! Por isso mesmo, toda vocação autêntica passa pelo discernimento da Comunidade eclesial, isto é, da Igreja. Até mesmo a vocação matrimonial, pois que, ao abençoar o matrimônio, a Igreja reconhece naquele casal o chamado de Deus para a vida conjugal. 

Um quarto aspecto muito importante: sendo um chamado, eu somente posso viver minha vocação como uma resposta, isto é, como uma abertura ao Senhor, uma resposta de fé e na fé, num contínuo diálogo com ele, numa relação viva com Aquele que chamou, caso contrário, a vocação morre, não porque o Senhor deixa de chamar-me, mas porque eu deixo de ter a capacidade de ouvi-lo e viver minha vida como uma resposta! Sem este clima de constante diálogo, sem viver minha vocação como resposta ao dom-chamado de Deus, minha vocação torna-se somente um “fazer”, uma profissão! Mais um aspecto importante: o sucesso na vida do vocacionado não pode ser medido pelo que ele faz, por suas realizações, mas unicamente por sua fidelidade Àquele que o chamou: somos chamados não para fazer sucesso, mas para sermos fiéis, não para aparecermos grandes aos olhos dos outros e do mundo, mas para permanecermos atentos Àquele que se dignou nos escolher.

Finalmente, um último aspecto: se a vocação é iniciativa do Senhor, se é ele quem chama, se é ele quem toma a iniciativa, ele quem escolhe - e somente ele sabe porque chama a mim, precisamente -, então responder ao chamado, exige de mim disponibilidade para o inesperado de sua vontade em minha vida. Em outras palavras: quando escolho minha profissão, caminho por onde quero, faço o que quero, quando e como quero; porém, quando digo sim a uma vocação, devo colocar-me ao inteiro dispor daquele que me chamou, deixando-me conduzir para a terra que ele me mostrará, caminhando como se visse o invisível, entregando-lhe a direção dos meus passos.

A vocação é, pois, um mistério de encontro e de liberdade, entre o Deus que chama e aquele que é chamado. O caminho do discernimento vocacional é, pois, um caminho de fé e só na fé pode ser empreendido. Esquecer isso é confundir vocação com profissão, é reduzir o ser vocacionado com o fazer coisas e terminar dizendo sim somente a si mesmo e aos seus interesses, condenando-se a si próprio a ser um frustrado, uma caricatura por toda a vida.
Canção Nova

23 de novembro de 2012

O CAMINHO FACIL PARA CHEGAR A JESUS


No quinto capítulo do “Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem”, São Luís Maria Grignion de Montfort nos apresenta motivos para nos consagrar inteiramente a Jesus Cristo pelas mãos da Virgem Maria. O quinto motivo, apresentado pelo Santo é que a verdadeira devoção a Nossa Senhora é um “caminho fácil, curto, perfeito e seguro para chegar à união com Deus, na qual consiste a perfeição cristã” (TVD 152). Neste artigo, trataremos da consagração a Maria como caminho para chegar a Cristo.

São Luís Maria afirma que a consagração é um “caminho fácil que Jesus Cristo abriu ao vir até nós, e no qual não se encontra obstáculo algum para chegar até Ele” (TVD 152). Pode-se chegar à união com Deus por outros caminhos, porém, este serão muito mais difíceis e perigosos, enquanto pelo caminho de Maria passamos mais suave e tranquilamente.

Certamente, neste caminho haverá grandes combates e dificuldades a vencer, mas, nele, Nossa Senhora torna-se presente, próxima de nós, seus servos, para iluminar nossas trevas, esclarecer as nossas dúvidas, confirmar-nos no meio dos nossos temores, sustentar nas lutas e dificuldades. Por isso, esse caminho para encontrar Jesus Cristo é um cheio de rosas e mel em comparação com os outros (cf. TVD 152).

Os que são consagrados a Maria podem perguntar: "Por que os servos fiéis da Virgem passam por tantos sofrimentos, mais até do que outros que não são tão devotos? São Luís responde a essa questão dizendo que “é bem verdade que os mais fiéis servos da Santíssima Virgem são os seus maiores favoritos. Por isso são eles que recebem dela as maiores graças e favores do céu, a saber, as cruzes” (TVD 154). Porém, ele diz também que “são os servos de Maria que levam essas cruzes com mais facilidade, com maior mérito e glória. Aquilo que deteria mil vezes outras almas ou as faria cair, não os detém nem uma só vez e os faz avançar” (TVD 154).

Portanto, todo aquele que quiser avançar no caminho da perfeição e encontrar, com segurança e perfeitamente, Jesus Cristo deve consagrar-se à Santíssima Virgem, pois este é o caminho aberto pelo próprio Cristo, a Sabedoria de Deus Encarnada. Este é um caminho fácil por causa da “plenitude de graça e de unção do Espírito Santo que o enche. Quem por ele caminha não se cansa nem recua” (TVD 168). Por isso, não tenhamos medo de nos consagrar inteiramente a Maria, pois ela nos leva a Jesus, nos ensina a nos configurar a Ele, que é a finalidade da vida cristã.
Natalino Ueda - Comunidade Canção Nova

EVANGELHO E LEITURA ORANTE PARA SEXTA-FEIRA

Ano B - Dia: 23/11/2012 - Sexta-feira
O Templo é casa de Oração
Lc 19,45-48
Jesus entrou no pátio do Templo e começou a expulsar dali os vendedores. Ele lhes disse: 
- Nas Escrituras Sagradas está escrito que Deus disse o seguinte: "A minha casa será uma 'Casa de oração'." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões. 
Jesus ensinava no pátio do Templo todos os dias. Os chefes dos sacerdotes, os mestres da Lei e os líderes do povo queriam matá-lo. Mas não achavam jeito de fazer isso, pois todos o escutavam com muita atenção. 

Leitura Orante

Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Lc 19,45-48 
O Evangelho de hoje, escrito por Lucas, nos fala do Templo. Jesus chega a Jerusalém por ocasião da festa de Páscoa, e expulsa do templo os vendedores. 
E diz: "A minha casa será uma 'Casa de oração'." Mas vocês a transformaram num esconderijo de ladrões." Jesus quer purificar o templo que fora transformado em lugar de comércio, de exploração do povo pobre e de enriquecimento dos poderosos. O Mestre não suporta a exploração de ninguém. Aqui, ele não só condena, mas age, energicamente. Depois, continua a ensinar todos os dias no Templo. Isto provocou a ira dos mestres da lei, dos chefes dos sacerdotes e dos líderes que queriam matá-lo. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Jesus é misericórdia, mas não tolera a injustiça. Os bispos em Aparecida afirmaram: "A misericórdia sempre será necessária, mas não deve contribuir para criar círculos viciosos que sejam funcionais a um sistema econômico iníquo. Requer-se que as obras de misericórdia estejam acompanhadas pela busca de uma verdadeira justiça social, que vá elevando o nível de vida dos cidadãos, promovendo-os como sujeitos de seu próprio desenvolvimento. Em sua Encíclica Deus Caritas est, o Papa Bento XVI tratou com clareza inspiradora a complexa relação entre justiça e caridade. Ali, disse-nos que "a ordem justa da sociedade e do Estado é uma tarefa principal da política" e não da Igreja. Mas a Igreja "não pode nem deve colocar-se à margem na luta pela justiça". Ela colabora purificando a razão de todos aqueles elementos que ofuscam e impedem a realização de uma libertação integral. Também é tarefa da Igreja ajudar com a pregação, a catequese, a denúncia e o testemunho do amor e da justiça, para que despertem na sociedade as forças espirituais necessárias e se desenvolvam os valores sociais. Só assim as estruturas serão realmente mais justas, poderão ser mais eficazes e sustentar-se no tempo. Sem valores não há futuro e não haverá estruturas salvadoras, visto que nelas sempre subjaz a fragilidade humana." (DAp 385). 
Como membro da Igreja, a misericórdia que pratico leva este timbre de justiça?
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração do bem-aventurado Alberione: 

"Jesus, Mestre: 
que eu pense com a tua inteligência, 
com a tua sabedoria. 
Que eu ame com o teu coração. 
Que eu veja com os teus olhos. 
Que eu fale com a tua língua. 
Que eu ouça com os teus ouvidos. 
Que as minhas mãos sejam as tuas. 
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. 
Que eu reze com as tuas orações. 
Que eu celebre como tu te imolaste. 
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém". 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Sinto-me discípulo/a de Jesus. 
Meu olhar deste dia será iluminado pela presença de Jesus Cristo, acolhido no meu coração animado pela misericórdia. 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

CRISTO REI DO UNIVERSO


O Ano Litúrgico, constituído por diversos ciclos, termina com a Festa de Cristo Rei. Jesus nasce com o título de Rei e é agora proclamado pela Igreja como Rei do universo. É o cume de um reinado que foi manifestado num amor extremo, selado na cruz e na glorificação eterna.

Numa visão, o profeta Daniel contempla o trono de Deus e seu juízo sobre o mundo. Ele vê também alguém como “filho de homem” sobre o trono (Dn 7, 9-14). Nos Evangelhos, a expressão “filho de homem” refere-se a Jesus Cristo, àquele que veio do alto para construir o Reino de Deus.

Devemos entender que não são os poderes do mundo que determinam a história, mas sim, aquele que é o Senhor da história, fazendo triunfar o seu Reino. Isto significa que a última palavra sobre o mundo pertence a Deus. É até uma questão de fé e certeza de que as forças do mundo são meramente passageiras.

O centro da história é Jesus Cristo, que veio como Rei, caminha como Rei e termina seu ciclo na terra como Rei. É o mesmo que dizer: “aquele que é, que era e que vem”. Ele é o cumprimento da Aliança feita por Deus com Abraão lá no passado, que só acontece no gesto de doação total na prática do amor.

Mesmo dizendo que o Brasil é o maior país cristão do mundo, Jesus continua sendo o grande desconhecido pelo nosso povo. Desta forma, não criamos paixão por Ele e agimos de forma desregrada, sem compromisso social e ferindo a dignidade das pessoas. Não conseguimos perceber que o amor cristão implica defender a vida do outro, que tem o mesmo direito que nós.

Jesus nunca impôs seu poder através do uso da violência desumana, porque não tinha pretensões egoístas. Sua ação ia além dos limites do mundo e passava por uma prática de testemunho coerente e visível aos olhos da sociedade de seu tempo. Com isto Ele instaurou um reinado que contradiz com os poderes mundanos.
Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba - MG

EVANGELHO E LEITURA ORANTE PARA SÁBADO

Ano B - Dia: 24/11/2012 - Sábado
Deus é o Deus dos vivos
Lc 20,27-40
Alguns saduceus, os quais afirmam que ninguém ressuscita, chegaram perto de Jesus e disseram: 
- Mestre, Moisés escreveu para nós a seguinte lei: "Se um homem morrer e deixar a esposa sem filhos, o irmão dele deve casar com a viúva, para terem filhos, que serão considerados filhos do irmão que morreu." Acontece que havia sete irmãos. O mais velho casou e morreu sem deixar filhos. Então o segundo casou com a viúva, e depois, o terceiro. E assim a mesma coisa aconteceu com os sete irmãos, isto é, todos morreram sem deixar filhos. Depois a mulher também morreu. Portanto, no dia da ressurreição, de qual dos sete a mulher vai ser esposa? Pois todos eles casaram com ela! 
Jesus respondeu: 
- Nesta vida os homens e as mulheres casam. Mas as pessoas que merecem alcançar a ressurreição e a vida futura não vão casar lá, pois serão como os anjos e não poderão morrer. Serão filhos de Deus porque ressuscitaram. E Moisés mostra claramente que os mortos serão ressuscitados. Quando fala do espinheiro que estava em fogo, ele escreve que o Senhor é "o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó." Isso mostra que Deus é Deus dos vivos e não dos mortos, pois para ele todos estão vivos. 
Aí alguns mestres da Lei disseram: 
- Boa resposta, Mestre! 
E não tinham coragem de lhe fazer mais perguntas. 

Leitura Orante
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto na Biblia: Lc 20,27-40 e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
Os saduceus foram a Jesus porque queriam entender a questão da ressurreição. Jesus inicia fazendo uma correção. A ressurreição verdadeira consiste em passar a uma nova categoria, a de filhos de Deus. O matrimônio, após a morte, não permite gerar filhos. Tampouco se casa após a morte. Após a morte, "os que vivem, vivem para o Senhor", como diz São Paulo aos Romanos (Rm 14,8). 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Meu Deus é o Deus dos vivos como propõe Jesus? Ou, fico ainda com conceitos e idéias de um Deus dos mortos? Em Aparecida, disseram os bispos: "Jesus Cristo é a plenitude que eleva a condição humana à condição divina para sua glória: "Eu vim para dar vida aos homens e para que a tenham em abundância" (Jo 10,10). Sua amizade não nos exige que renunciemos a nossos desejos de plenitude vital, porque Ele ama nossa felicidade também nesta terra. Diz o Senhor que Ele criou tudo "para que o desfrutemos" (1 Tm 6,17)." (DAp 355). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, renovando minha fé na ressurreição: 
Creio 

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, 
Criador do céu e da terra. 
Creio em Jesus Cristo, 
Seu único Filho, Nosso Senhor, 
Que foi concebido pelo Espírito Santo. 
Nasceu da Virgem Maria, 
Padeceu sob Pôncio Pilatos, 
Foi crucificado, morto e sepultado. 
Desceu à mansão dos mortos, 
Ressuscitou ao terceiro dia, 
Subiu aos céus, 
Onde está sentado à direita de Deus Pai 
E donde há de vir julgar os vivos e os mortos, 
Creio no Espírito Santo, 
Na santa Igreja católica, 
Na comunhão dos santos, 
Na remissão dos pecados, 
Na ressurreição da carne, 
Na vida eterna. Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é de renovada fé. Sinto que minha fé é pequena, por isso, passarei o dia repetindo a oração de uma pessoa do Evangelho:"Creio,Senhor, mas aumenta a minha fé!" (Mc 9,24). 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

CREIO NO ESPIRITO SANTO


O Espírito Santo é uma das Pessoas da Santíssima Trindade, “consubstancial ao Pai e ao Filho”... "e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado", como diz o Credo Constantinopolitano. Ele afirma que o Espírito Santo “foi quem falou pelos Profetas”, e fala pela Igreja. O Espírito Santo está em ação com o Pai e o Filho do início até a consumação do Projeto de nossa salvação. Mas o Catecismo nos ensina que é nos "últimos tempos", inaugurados pela Encarnação redentora do Filho que ele é revelado e dado, reconhecido e acolhido como Pessoa. 

Após a Ressurreição Jesus o enviou à Igreja; é Ele que lhe dá vida; é ele que garante a sua infalibilidade como Jesus prometeu aos Apóstolos na última Ceia: “Quando vier o Espírito Santo, ensinar-vos-á toda a verdade...” (Jo 16,13). Por isso a Igreja Católica sabe que nunca errou e jamais errará o caminho da salvação a indicar a seus filhos; porque o Espírito Santo é seu Guia. É ele que a conduz há vinte um séculos na Verdade de Cristo. Por isso ela é também invencível; as portas do Inferno jamais a vencerão. São Paulo faz eco a isso dizendo que a Timóteo que “a Igreja é a coluna e o fundamento da verdade” (1 Tm 3,15). Ela nunca se contradiz porque o divino Espírito a assiste continuamente desde Pentecoste. A Igreja já teve 265 Papas e realizou 21 Concilios gerais, universais; e nunca um Concílio ou um Papa revogaram um ensinamento doutrinário anterior; pois a verdade que Cristo deixou com a Igreja é perene, não muda.

O Papa Paulo VI disse no “Credo o Povo de Deus”: “Cremos no Espírito Santo, Senhor que dá a vida e que com o Pai e o Filho é juntamente adorado e glorificado. Foi Ele que falou pelos profetas e nos foi enviado por Jesus Cristo, depois de sua ressurreição e ascensão ao Pai. Ele ilumina, vivifica, protege e governa a Igreja, purificando seus membros, se estes não rejeitam a graça. Sua ação, que penetra no íntimo da alma, torna o homem capaz de responder àquele preceito de Cristo: "Sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste" (cf. Mt 5,48). (n.13)

Desde o nosso Batismo o Espírito Santo atua em cada um de nós levando-nos a nos abrir cada vez mais para a graça de Deus. Ele é o nosso santificador, mediante seus dons infusos: sabedoria, ciência, conhecimento, fortaleza, conselho, piedade e temor de Deus. São Paulo disse: "E, porque sois filhos, enviou Deus a nossos corações Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai" (Gl 4,6). Na plenitude do tempo, o Espírito Santo realizou em Maria todas as preparações para a vinda de Cristo no Povo de Deus. Pela ação do Espírito Santo nela, o Pai deu ao mundo o Emanuel, "Deus-conosco" (Mt 1,23). 
Ele é “a alma da nossa alma”, como dizia Santo Agostinho. 

A ação do Espirito Santo na vida da Igreja se manifesta de muitas maneiras: na comunhão viva na fé dos Apóstolos, que ela transmite; nas Escrituras que Ele inspirou; na Tradição, da qual os Padres da Igreja são as testemunhas sempre atuais; no Magistério da Igreja, ao qual Ele assiste; na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, na qual o Espírito Santo nos coloca em Comunhão com Cristo; na oração, na qual Ele intercede por nós; nos carismas (1Cor 12, 4s; Rm 12,3s), frutos (Gl 5, 22s) e nos ministérios, pelos quais a Igreja é edificada; nos sinais de vida apostólica e missionária; no testemunho dos santos, no qual ele manifesta sua santidade e continua a obra da salvação.

A Igreja, que é a comunhão viva na fé dos Apóstolos, que ela transmite, é o lugar de nosso conhecimento do Espírito Santo. É na Igreja que Ele vive. Ele inspirou as Sagradas Escrituras; iluminando a inteligência dos seus autores (hagiógrafos), para escreverem sem erro, embora usando os recursos literários da época. 

Ele é o guia da Sagrada Tradição da Igreja, da qual os Padres da Igreja são as grandes testemunhas; essa Tradição Apostólica nos deu muitos ensinamentos como o Credo, a Liturgia, e muitos aspectos da doutrina. Ele é o guia do Sagrado Magistério da Igreja formado pelo Papa e os bispos em união com ele, ao qual ele assiste; assim o Magistério guia os fiéis nesta vida defendendo-os dos erros de doutrina e encaminhando-os à casa do Pai.

O Espírito Santo atua na Liturgia sacramental, por meio de suas palavras e de seus símbolos, e nos coloca em Comunhão com Cristo. Ele inspira as nossas orações e intercede por nós. Ele se manifesta nos carismas e nos ministérios para a edificação da Igreja. Ele se mostra atuante na vida apostólica e missionária da Igreja e no testemunho dos santos e santas, que são a força mais poderosa da Igreja. 

O divino Espírito habita nos corações dos batizados: "E, porque sois filhos, enviou Deus a nossos corações Espírito de seu Filho que clama: Abbá, Pai" (Gl 4,6). Desde quando Deus enviou seu Filho, envia sempre seu Espírito porque a missão dos dois é conjunta e inseparável. Jesus agiu pelo Espírito Santo; foi Ele quem o gerou no seio da Virgem Santíssima e preparou-lhe digna morada; foi Ele quem inspirou Isabel, Simeão e Ana, para profetizarem sobre o Menino; foi Ele quem conduziu Jesus aos 12 anos no Templo, perguntando e ensinando aos doutores da Lei. Foi Ele quem levou Jesus ao deserto depois de se manifestar no seu batismo no rio Jordão. Foi Ele quem operou poderosamente nos milagres, ações, pregações de Jesus.

O Filho de Deus é consagrado Cristo (Messias) pela unção do Espírito Santo em sua Encarnação. Após a sua Ressurreição e Ascensão ao céu, Jesus derrama o Espírito Santo sobre os Apóstolos e a Igreja para que levassem a obra da salvação a todos os povos de todos os tempos e lugares até que Ele volte.
Felipe Aquino - Canção Nova

21 de novembro de 2012

EVANGELHO E LEITURA ORANTE PARA QUARTA E QUINTA-FEIRA

Ano B - Dia: 21/11/2012 Quarta-feira
A família de Jesus
Mt 12,46-50
Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus: 
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor. 
Jesus perguntou: 
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos? 
Então apontou para os seus discípulos e disse: 
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe. 

Leitura Orante

Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos rezamos: 
Agradeço-te, meu Deus, 
porque me chamaste, 
tirando-me das minhas ocupações do dia-a-dia, 
muitas vezes difíceis e pesadas, 
para aqui me encontrar contigo. 
Dispõe o meu coração 
na paz e na humildade 
para poder ser por ti encontrado/a 
e ouvir a tua Palavra. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 12,46-50, e observo pessoas, relações e as palavras de Jesus. 
Este texto que medito hoje, traz a pessoa de Maria, Mãe de Jesus. Ela e seus parentes queriam falar com ele. E ele diz que são de sua família os que fazem a vontade do Pai. Numa primeira leitura pode parecer que Jesus é deselegante com sua mãe, mas, num momento de melhor compreensão, pode-se perceber que aconteceu o contrário. Ao dizer que são de sua família os que fazem a vontade do Pai, ele incluiu sua Mãe. Ela foi a primeira , no anúncio do anjo, que disse "sim" ao projeto e à vontade do Pai. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos, na Conferência de Aparecida, falaram de forma magnífica sobre a presença de Maria na família de Deus, como discípula e mestra. Vejamos um destes textos do Documento de Aparecida: "A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de "filhos no Filho" nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,450 e obediência à vontade de Deus (cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (cf. Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar seu verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem que fosse livrada da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em uma comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança." (DAp 266). 
Sou, assim como Maria, da família de Jesus? Ou seja, digo "sim" à vontade de Deus, mesmo que seja contrária aos meus projetos? Busco descobrir e concretizar, a cada dia, qual é a vontade de Deus para mim, para minha família, para o mundo de hoje? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
"A oração mais perfeita é aquela em que houver mais amor. Neste segundo sentido mais amplo, pode-se definir a oração como a postura da alma que se põe aos pés de Deus para em silêncio olhar para ele ou o fitar enquanto fala com ele», disse um grande santo. Assim, rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a 

Oração do Abandono 
Meu Pai, a vós me abandono: 
fazei de mim o que quiserdes! 
O que de mim fizerdes, 
eu vos agradeço. 
Estou pronto para tudo, aceito tudo, 
contanto que a vossa vontade 
se faça em mim 
em todas as vossas criaturas. 
Não quero outra coisa, meu Deus. 
Entrego minha vida em vossas mãos, 
eu vo-la dou, meu Deus. 
Com todo o amor do meu coração, 
porque eu vos amo. 
E porque é para mim 
uma necessidade de amor dar-me, 
entregar-me em vossas mãos 
sem medida, com infinita confiança 
porque sois meu Pai. 
(Carlos de Foucauld) 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Hoje, com Maria, irei ao encontro de Jesus, na certeza de que sou da sua família, porque faço a vontade de Deus. 

Bênção 
Jesus Divino Mestre seja para ti 
a verdade que ilumina, 
o caminho da santidade, 
a vida plena e eterna. 
Que ele te guarde e defenda. 
Plenifique de todos os bens 
a ti e a todos que amas. 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
Amém. 
(Bem-aventurado Tiago Alberione, fundador da Família Paulina) 


Ano B - Dia: 22/11/2012 Quinta-feira
Dia Nacional de Ação de Graças.
Reconhecer os dons de Deus
Lc 19,41-44
Quando Jesus chegou perto de Jerusalém e viu a cidade, chorou com pena dela e disse: 
- Ah! Jerusalém! Se hoje mesmo você soubesse o que é preciso para conseguir a paz! Mas agora você não pode ver isso. Pois chegarão os dias em que os inimigos vão cercá-la com rampas de ataque, e vão rodeá-la, e apertá-la de todos os lados. Eles destruirão completamente você e todos os seus moradores. Não ficará uma pedra em cima da outra, porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para salvá-la. 

Leitura Orante

Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos, rezamos ou cantamos o Salmo 94: 
(Se, em grupo, pode ser rezado em dois coros ou um solista e os demais repetem) 
- Venham, ó nações, ao Senhor cantar (bis) 
- Ao Deus do universo, venham festejar (bis) 
- Seu amor por nós, firme para sempre (bis) 
- Sua fidelidade dura eternamente (bis) 
- Toda a terra aclame, cante ao Senhor (bis) 
- Sirva com alegria, venha com fervor (bis) 
- Nossas mãos orantes para o céu subindo (bis) 
- Cheguem como oferenda ao som deste hino (bis) 
- Glória ao Pai, ao Filho e ao Santo Espírito (bis) 
- Glória à Trindade Santa, glória ao Deus bendito (bis) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na minha Bíblia, o texto: Lc 19,41-44. 
Jesus estava perto de Jerusalém. "Viu a cidade", diz o texto. O "ver" de Jesus significava conhecer seu povo, seus valores, possibilidades e caminhos. Ao vê-la, tão distante do Projeto de Deus, o Mestre chora com pena. Pena porque Jerusalém não ouviu e, se ouviu, não acolheu o anúncio que poderia lhe trazer a paz. Não ficará pedra sobre pedra, ou seja, tudo será destruído. O motivo? Jesus diz no final: seus habitantes e lideranças não reconheceram "o tempo em que Deus veio salvá-la". O tempo é a oportunidade que Deus dá para que mudem de vida e sigam os seus caminhos. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos na Conferência de Aparecida lembraram que viemos uma situação parecida: "Vivemos uma mudança de época cujo nível mais profundo é o cultural. Dissolve-se a concepção integral do ser humano, sua relação com o mundo e com Deus; "aqui está precisamente o grande erro das tendências dominantes do último século... Que excluem Deus de seu horizonte, falsificam o conceito da realidade e só podem terminar em caminhos equivocados e com receitas destrutivas. Surge hoje, com grande força, uma sobrevalorização da subjetividade individual. Independentemente de sua forma, a liberdade e a dignidade da pessoa são reconhecidas. O individualismo enfraquece os vínculos comunitários e propõe uma radical transformação do tempo e do espaço, dando um papel primordial à imaginação. Os fenômenos sociais, econômicos e tecnológicos estão na base da profunda vivência do tempo, ao que se concebe fixado no próprio presente, trazendo concepções de inconsistência e instabilidade.(...)"(DAp 44). 

E eu me interrogo: Como me sinto neste espaço? Deixo-me levar pela "onda" da nossa "Jerusalém" ou tenho uma postura mais coerente com a minha identidade cristã? 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos e concluo com a oração do bem-aventurado Alberione: 
"Jesus, Mestre: 
que eu pense com a tua inteligência, 
com a tua sabedoria. 
Que eu ame com o teu coração. 
Que eu veja com os teus olhos. 
Que eu fale com a tua língua. 
Que eu ouça com os teus ouvidos. 
Que as minhas mãos sejam as tuas. 
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas. 
Que eu reze com as tuas orações. 
Que eu celebre como tu te imolaste. 
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém". 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Sinto-me discípulo/a de Jesus. 
Meu olhar deste dia será iluminado pelo olhar de Jesus Cristo, e se preciso também vou "chorar" sobre determinadas situações que não condizem com o Projeto de Deus. 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.
Irmã Patricia Silva, fsp

DEUS, ONDE VECÊ ESTÁ?


No caminho do deserto buscamos estar com Deus, mas muitas vezes temos a impressão de que ele desapareceu. São tantas dificuldades, sofrimentos, tentações que perguntamos: Deus, onde você está?

Isto quando não começamos a murmurar: Deus não me ama. Ele se esqueceu de mim. Olha o que eu estou passando. Será que Deus não está vendo?

Tudo tem que acontecer comigo. Pare por um instante e reflita. Você já se sentiu deste modo?

Talvez você esteja passando por um momento difícil e palavras assim estejam teimando em sair de sua boca. Não desanime. Ponha tua força no Senhor como fez Santo Antão. Ele também passou por isso e até resolveu questionar Deus a respeito do que estava acontecendo: 'Onde estás?

Porque não apareceste desde o começo para fazer cessarem minhas dores'. Foi então que ele ouviu Deus dizendo em seu coração: 'Eu estava aqui, Antão. Esperava para te ver combater. Já que resististe e não foste vencido, serei para sempre teu socorro e tornar-te-ei célebre por toda parte'.

Se você está assim triste, cheio de problemas, o Senhor está te dizendo agora:

'Marta, José, Cláudio, Maria (o seu nome), eu estou aqui'. A Palavra de Deus diz: 'Eis que estou convosco todos os dias' ( Mt 28,20). Deus nunca nos abandona, pelo contrário, nós é que muitas vezes o abandonamos e ainda colocamos a culpa dos nossos problemas nele: Porque Deus deixou isto acontecer?

No caminho da oração há momentos em que bate aquela frieza espiritual e não sentimos a presença de Deus. Parece que estamos caminhando sozinhos no escuro. Quando isto acontece só podem ser duas coisas: uma provação, a noite escura de São João da Cruz ou é o momento de buscarmos a confissão.

Quando caímos em uma falta nós esfriamos o ardor. E enquanto não assumimos o erro e pedimos perdão a Deus o nosso coração permanece angustiado. Mesmo quando pecamos Deus está presente e muito próximo de nós, Ele é um Deus de Misericórdia e não tem prazer com a nossa condenação. Quando pecamos Deus não se afasta de nós, nós que nos afastamos de Deus. Porém, se for um momento de prova, devemos dizer, mais do que com palavras, mas com atos que amamos a Deus.

Temos que caminhar pela fé, mesmo que às palpadelas. Porque depois Deus virá para nos consolar como fez com Santo Antão que sentiu novo vigor depois de receber o consolo de Deus. As promessas de Deus se cumprem. O que Deus falou a Santo Antão no momento da provação se cumpriu e até hoje diante de nossos olhos.

Santo Antão se tornou célebre e conhecido por toda parte como Jesus havia falado. A força do testemunho de Santo Antão atraiu muitos para a vida no deserto ou em mosteiros e ainda hoje arrasta muitos outros para vida de santidade. E você não se sentiu atraído por Deus?

Você já parou para pensar que a sua vida pode arrastar as pessoas para o bem ou para o mau, dependendo do que você vive? Pense nisto.
Irmã Simone - Carmelitas Mensageiras do Espírito Santo

CURIOSIDADES BÍBLICAS II


Qual capítulo mais curto da Bíblia?

Salmo 117

Qual o capítulo mais comprido da Bíblia?

Salmo 119

Qual o capítulo que esta no centro da Bíblia?

Salmo 118

Há 594 capítulos antes do Salmo 118

Há 594 capítulos depois do Salmo 118

Se somar estes dois números totalizam 1188

Qual é o versículo que está no centro da Bíblia?

Salmo 118,8.

Esse versículo diz algo importante sobre a perfeita vontade de Deus para nossas vidas.

A próxima vez que alguém te disser que deseja conhecer a vontade de Deus para sua vida e que deseja estar no centro da Sua Vontade, referira a ele o centro de Sua Palavra, Salmo 118,8 - 'Melhor é colocar sua confiança no Senhor teu Deus que confiar nos homens'.

Agora, diga, seria uma casualidade isto? Ou estaria Deus no centro da Bíblia?

Carlos Henrique D Schneider - Juiz de Fora - MG

IDE AO ENCONTRO DO OUTRO


Pais e filhos, irmãos, amigos e colegas de trabalho ou companheiro demissão podem conviver décadas a fio, podem ter uma relação intensa, podem se divertir ou sofrer juntos… mas persistem o lado avesso, por trás das máscaras, que nunca se expõem e nem se dissipam.

Amor e amizade transitam entre esses dois "eu" que se relacionam em harmonia e conflito: afeto, generosidade, atenção, cuidados, desejo de partilha, vontade de fazer e de ser um bem, de obter do outro o que para gente é um bem, o complicado respeito ao espaço do outro, formam um campo de batalha e uma ponte.

No relacionamento afetivo, familiar ou amizade, acredito que partilhar a vida com alguém é enriquecê-la; permanecer numa relação desgastada é suicídio emocional, é desperdício de vida.

Cabe a cada um de nós decidirmos, isso, exige auto-exame, avaliação. Vale a pena apostar quando ainda existe afeto e interesse, quando o outro continua sendo desafio em lugar de um tédio, e quando, entre pais e filhos, irmãos e outros, continuam a disposição de descobrir mais e melhor quem é esse outro, o que deseja, de que precisa, o que pede e o que lhe é possível fazer. O outro é desconhecido para nós. As pessoas podem conviver uma vida inteira e mesmo assim, não se conhecerem totalmente. Muitas vezes o máximo que conhecemos daqueles que estão próximos a nós é somente o olhar, seu jeito de ser e suas misérias. Este é o limite em que chegamos. Mas o seu interior é um mundo desconhecido, seus pensamentos, seus sentimentos… O máximo que conhecemos de algumas pessoas é somente seu exterior. Mas o verdadeiro ser é mais do que aparência, o verdadeiro ser está no interior.

É preciso romper barreiras, devemos ir ao encontro do outro e buscar conhecer verdadeiramente o seu interior. Não podemos viver indiferentes uns para com os outros. Pois somos imagem e semelhança de Deus.

Não é fácil ir ao encontro do outro, pois em nosso interior vive um leão que precisa ser domado a cada dia. Um leão que muitas vezes mata o outro, não com as mãos, mas com a indiferença e ingratidão. É preciso romper barreiras e ir além dos nossos limites, para conhecer e se dar a conhecer.

Quando não busco conhecer o outro ou não me dou a conhecer, vivo apenas na superficialidade. Enquanto você viver haverá partes deste ‘território’ para conhecer. Tantas coisas nos foram entregues, mas se elas não vêm à tona, e nem as investigamos, tudo o que temos dentro de nós fica sem uso. Quanta coisa preciosa temos dentro de nós e por egoísmo não deixamos o outro conhecer, ficamos só na superficialidade do conhecimento de si.
Leandro Couto - Com. Canção Nova

O FILHO DO HOMEM VIRÁ!


Estamos no penúltimo semana do Ano Litúrgico. No Domingo próximo, aSolenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo encerrará este ano da Igreja. Pois bem, neste Domingo a Palavra de Deus, nos recordou que, como o ano, também a nossa vida passa, e passa veloz… Assim, o Senhor nos convida à vigilância e nos exorta a que não percamos de vista o nosso caminho neste mundo e o destino que nos espera. Nossa vida tem um rumo, caríssimos; o mundo e a história humana têm uma direção, meus irmãos!

A nossa fé nos ensina, amados no Senhor, que toda a criação e toda a história humana caminham para um ponto final. Este fim não será simplesmente o término do caminho, mas a sua plenitude, a sua finalidade, sua bendita consumação. O universo vai evoluindo, a história vai caminhando… Onde o caminho vai dar? Com palavras e idéias figuradas, a Escritura Sagrada nos ensina que tudo terminará em Jesus, o Cristo glorioso que, por sua morte e ressurreição, tornou-se Senhor e Juiz de todas as coisas. Vede bem: a criação não vai para o nada; a história humana não caminha para o absurdo! Eis aqui o essencial, que o evangelho de hoje nos coloca com palavras impressionantes: 

“Então verão o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória!” Ou seja: tudo quanto existe caminha para Cristo, aquele que vem sobre as nuvens como Deus, aquele que é nosso Juiz porque, como Filho do Homem, experimentou nossa fraqueza e se ofereceu uma vez por todas em sacrifício por nós! Vede, irmãos: o nosso Salvador será também o nosso Juiz! Aquele que está à Direita do Pai e de lá virá em glória para levar à consumação todas as coisas é o mesmo que se ofereceu todo ao Pai por nós para nos santificar e nos levar à perfeição! Repito: nosso Juiz é o nosso Salvador! Quanta esperança isso nos causa, mas também quanta responsabilidade! Que faremos diante do seu amor? Que diremos àquele que por nós deu tudo, até entregar a própria vida para nossa salvação? Que amor apresentaremos a quem tanto e tanto nos amou? Pensai bem!

As leituras deste Domingo advertiu: tudo estará debaixo do senhorio de Cristo! Por isso, numa linguagem de cores fortes e figuras impressionantes, Jesus diz que a criação será abalada pela sua Vinda: “O sol vai escurecer e a lua não brilhará mais, as estrelas começarão a cair do céu e as forças do céu serão abaladas”. Que significa isso? Que toda a criação será palco dessa Revelação da glória do Senhor, toda a criação será transfigurada e alcançará a plenitude no parto de um novo céu e uma nova terra onde a glória de Deus brilhará para sempre! O Senhor afirma ainda que também a história chegará ao fim e será passada a limpo. Cristo fala disso usando a imagem da grande tribulação, isto é, as dores e contradições do tempo presente, que vão, em certo sentido se intensificando neste mundo. Por isso mesmo, a primeira leitura, do Profeta Daniel, fala em combate e em tempo de angústia… É o nosso tempo, este tempo presente, que se chama “hoje”. Amados em Cristo, estas leituras são muito atuais e consoladoras, sobretudo nos dias atuais, quando vemos o Cristo enxovalhado, o cristianismo perseguido e desprezado, a santa Igreja católica caluniada… Pensem no Código da Vinci, pensem nas obras de arte blasfemas e sacrílegas frequentemente expostas sem nome de uma pérfida liberdade, pensem nas freiras das porcas novelas da Globo, pensem no ridículo a que os cristãos são expostos aqui e ali, com cínicas desculpas e camufladas intenções, pensem nos valores cristãos que vão sendo destruídos, nas famílias destruídas pelo divórcio, pela infidelidade, pela imoralidade, pensem nos jovens desorientados pela falta de Deus, pela negação de todas as certezas e o desprezo de todos os valores, pensem, por fim, na vida humana desrespeitada pelo aborto, pela manipulação genética, pelas imorais e inaceitáveis experiências com células-tronco embrionárias com pretextos e desculpas absolutamente imorais… Não é de hoje, caríssimos, que a Igreja sofre e que os cristãos são perseguidos,ora aberta, ora veladamente… Já no longínquo século V, Santo Agostinho afirmava que a Igreja peregrina neste tempo, avançando entre as perseguições do mundo e as consolações de Deus… O perigo é a gente perder de vista o caminho, perder o sentido do nosso destino, esfriar na vigilância, perder a esperança, abandonar a fé…

Caminhamos para o Senhor, caríssimos – tende certeza disto! O mudo vai terminar no Cristo, como um rio termina no mar; a história vai encontrar o Cristo, tão certo quanto a noite encontra o dia; nossa vida estará diante do Senhor, tão garantido quanto o vigia cada manhã está diante da aurora! Por isso mesmo, é indispensável vigiar e trazer sempre no coração a bendita memória do Salvador, a firme esperança nas suas promessas, a segura certeza da sua salvação! Vede bem: na Manifestação do nosso Senhor, ele nos julgará! Na sua luz, tudo será posto às claras: se é verdade que sua Vinda é para a salvação, também é verdade que todos quantos se fecharam para ele, perderão essa salvação. 

Caríssimos, nosso destino é o céu, mas estejamos atentos: o inferno, a condenação eterna, a danação sem fim, o fogo que devora para sempre, são uma real possibilidade para todos nós! Haverá um Juízo de Deus em Jesus Cristo, meus amados no Senhor: “Muitos dos que dormem no pó a terra despertarão, uns para a vida eterna, outros para o opróbrio eterno. Nesse tempo, teu povo será salvo, todos os que se acharem escritos no Livro”. Caríssimos, não brinquemos de viver, não vivamos em vão, não sejamos fúteis e levianos, não corramos a toa a corrida da vida! É o nosso modo de viver agora que decidirá nosso destino para sempre!

Por isso mesmo, Jesus nos previne: “Em verdade vos digo: esta geração não passará até que tudo isto aconteça!” Em outras palavras: não importa quando ele virá – ele mesmo diz: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai” -; importa, sim, que estejamos atentos, importa que vivamos de tal modo que, quando ele vier no momento de nossa morte, estejamos prontos para comparecer diante dele e diante dele estar no último Dia, quando tudo for julgado! O juízo que nos espera é um processo: começa logo após a nossa morte, quando, em nossa alma, estaremos diante do Cristo e receberemos nossa recompensa: o céu ou o inferno! E no final dos tempos, quando Cristo se manifestar em sua glória, nosso destino também será manifestado com toda a criação e o nosso corpo, ressuscitado no fim de tudo, receberá também a mesma recompensa de nossa alma: o céu ou o inferno, de acordo com o nosso procedimento nesta vida!

Meus caros, quando a Escritura Sagrada nos fala do fim dos tempos não é para descrever como as coisas acontecerão. Isso seria impossível, pois aqui se tratam de realidades que nos ultrapassam e que já não pertencem a este nosso mundo. Portanto, palavras deste mundo não podem descrever o que pertence ao mundo que há de vir… O que a Escritura deseja é nos alertar a que vivamos na verdade, vivamos na fé, vivamos na fidelidade ao Senhor… vivamos de tal modo esta nossa vida, que possamos, de fé em fé, de esperança em esperança, alcançar a vida eterna que o Senhor nos prepara, vida que já experimentamos hoje, agora, nesta santíssima Eucaristia, sacrifício único e santo do nosso Salvador que, à Direita do Pai nos espera como Juiz e Santificador.

A ele a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
Dom Henrique Soares da Costa