A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

31 de março de 2012

EVANGELHO DO DIA - Domingo

Ano B - Dia: 01/04/2012 - Domingo
Procuravam matar Jesus
Mc 14,1-15, 22-26
Faltavam dois dias para a Festa da Páscoa e a Festa dos Pães sem Fermento. Os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei procuravam um jeito de prender Jesus em segredo e matá-lo. Eles diziam:- Não vamos fazer isso durante a festa, para não haver uma revolta no meio do povo. Jesus estava no povoado de Betânia, sentado à mesa na casa de Simão, o Leproso. Então uma mulher chegou com um frasco feito de alabastro, cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o gargalo do frasco e derramou o perfume na cabeça de Jesus. Alguns que estavam ali ficaram zangados e disseram uns aos outros: - Que desperdício! Esse perfume poderia ter sido vendido por mais de trezentas moedas de prata, que poderiam ser dadas aos pobres. Eles criticavam a mulher com dureza, mas Jesus disse: - Deixem esta mulher em paz! Por que é que vocês a estão aborrecendo? Ela fez para mim uma coisa muito boa. Pois os pobres estarão sempre com vocês, e, em qualquer ocasião que vocês quiserem, poderão ajudá-los. Mas eu não estarei sempre com vocês. Ela fez tudo o que pôde, pois antes da minha morte veio perfumar o meu corpo para o meu sepultamento. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: em qualquer lugar do mundo onde o evangelho for anunciado, será contado o que ela fez, e ela será lembrada. Judas Iscariotes, que era um dos doze discípulos, foi falar com os chefes dos sacerdotes para combinar como entregaria Jesus a eles. Quando ouviram o que ele disse, eles ficaram muito contentes e prometeram dar dinheiro a ele. Assim Judas começou a procurar uma oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia da Festa dos Pães sem Fermento, em que os judeus matavam carneirinhos para comemorarem a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: - Onde é que o senhor quer que a gente prepare o jantar da Páscoa para o senhor? Quando anoiteceu, Jesus chegou com os doze discípulos. Enquanto estavam comendo, Jesus pegou o pão e deu graças a Deus. Depois partiu o pão e o deu aos discípulos, dizendo: - Peguem; isto é o meu corpo. Em seguida, pegou o cálice de vinho e agradeceu a Deus. Depois passou o cálice aos discípulos, e todos beberam do vinho. Então Jesus disse: - Isto é o meu sangue, que é derramado em favor de muitos, o sangue que garante a aliança feita por Deus com o seu povo. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nunca mais beberei deste vinho até o dia em que beber com vocês um vinho novo no Reino de Deus. 

Leitura Orante 
Já na Semana Santa, inicio este momento de Leitura Orante, em sintonia com todos os internautas e com 
a ação de graças dos bispos na Conferência de Aparecida: 
" Bendizemos a Deus que se nos dá na celebração da fé, 
especialmente na Eucaristia, pão de vida eterna. 
A ação de graças a Deus pelos numerosos e admiráveis dons que nos outorgou 
culmina na celebração central da Igreja, 
que é a Eucaristia, alimento substancial dos discípulos e missionários." (DAp 26). 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mc 14,1-15, 47, e observo as palavras e gestos de Jesus: 
Este momento se dá na época da Páscoa, quando havia em Jerusalém grande aglomerado de pessoas. Os chefes e mestres da Lei queriam acabar com Jesus. Ele está em Betânia, sentado à mesa na casa de Simão, o Leproso, ou seja, curado da doença da lepra. Então uma mulher anônima chegou com um frasco de alabastro, cheio de perfume de nardo puro, muito caro. Trezentas moedas de prata correspondiam ao salário de trezentos dias de um operário. Este detalhe revela o quanto ela apreciava o hóspede. Alguns acharam isto um desperdício, mas Jesus fala que a deixem pois, ao ungi-lo ela participou por antecipação, no seu sepultamento. O texto narra um detalhe interessante: "ela quebrou o frasco". Isto simboliza o dom total, sem reservas, como é o amor verdadeiro. Jesus diz que pobres sempre terão. Não quer dizer com isso que menospreza os pobres, mas que, se todos tivessem a atitude da mulher, os pobres nem existiriam, pois seriam ajudados. De certa forma, Ele denuncia a mesquinhez dos que não partilham. 
Num segundo momento, o texto fala da última ceia pascal, que Jesus celebrou com seus discípulos, quando ele mesmo nos revela o mistério: "Isto é meu Corpo.(...) Isto é o meu sangue". E nos convida a alimentar-nos dele. É na Eucaristia que nos alimentamos do Pão da Vida, o próprio Senhor Jesus. Veja esta música: 

Este Pão (Pe. Zezinho, scj) 
Este pão, que a gente chama: eucaristia, 
É lembrança de uma ceia sem igual. 
Quem partiu aquele pão naquele dia, 
Partiu o pão, Partiu o pão,Partiu o pão, 
E dentro dele achou o céu, 
Achou o céu,Achou o céu 

Este pão, que a gente chama: eucaristia, 
No deserto desta vida é o novo maná. 
Quem tem fome de justiça e de luz, 
Aproxime-se da mesa de Jesus! 
CD Muito mais que pão - Pe. Zezinho, scj - Paulinas?/COMEP 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Jesus se fez pão para ficar conosco. Quis ser meu alimento. Como acolho e recebo este alimento? Os bispos, em Aparecida, disseram: 
"Louvamos a Deus porque Ele continua derramando seu amor em nós pelo Espírito Santo 
e nos alimentando com a Eucaristia, pão da vida (cf. Jo 6,35)". (DAp 106). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo ao Senhor, com toda a Igreja: 
Adoremos a Cristo que, ao entrar em Jerusalém, foi aclamado pela multidão como o Rei e Messias esperado. Também nós o louvemos com alegria: 
R. Bendito o que vem em nome do Senhor! 
Hosana a vós, Filho de Davi e Rei eterno, 
- hosana a vós, vencedor da morte e do inferno! R. 
Vós, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, 
- conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade. R. 
Vós, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida, 
- concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo. R. 
Cristo, nosso Salvador, que viestes para salvar os pecadores, 
- conduzi para o vosso Reino os que crêem em vós, em vós esperam e vos amam. R. 
(intenções livres) 
Pai nosso... 
Oração 
Deus eterno e todo-poderoso, para dar aos seres humanos um exemplo de humildade, quisestes 
que o nosso Salvador se fizesse homem e morresse na cruz. Concedei-nos aprender o 
ensinamento da sua Paixão e ressuscitar com ele em sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, 
vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu olhar será iluminado pela Eucaristia e meus passos seguirão os passos de Jesus nesta Semana Santa.
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patricia Silva, fsp

Testemunho do amor que gera a vida.

Pelo grande destaque dado às memórias da Paixão, nos quatro evangelhos, pode-se pensar que elas teriam se constituído nas primeiras tradições veiculadas sobre Jesus, surgidas entre as primitivas comunidades cristãs. Percebe-se nelas a influência da tradicional celebração da Páscoa do Primeiro Testamento, com a imolação do cordeiro, de acordo com a prática sacrifical, templária e sacerdotal, projetada na tardia narrativa do Êxodo, aplicada à morte de Jesus. 
O caráter sacrifical atribuído à morte de Jesus na cruz está na raiz da tradição e da espiritualidade que consideram o sofrimento como meritório e redentor. Na realidade a morte de Jesus foi um imenso crime praticado por aqueles que, usufruindo do poder, procuram destruir qualquer empenho de luta pela justiça, libertação e promoção da vida. A vida de Jesus é um testemunho do amor que tudo transforma e gera a vida que permanece para sempre. 
O evangelho de Marcos, bem como o de Mateus e o de João, introduz as narrativas da Paixão com duas narrativas de ceias. Uma primeira ceia na qual Jesus é ungido por uma mulher e, outra, a última ceia, com os discípulos. A imagem da refeição, do banquete, é tradicional como representativa da comunhão do povo com Deus. O início do ministério de Jesus, no evangelho de João, se faz em uma festa de núpcias, onde se come e se bebe. Várias são as parábolas em que Jesus compara o Reino de Deus a um banquete celestial. 
Na ceia em Betânia, o bálsamo perfumado com o qual Jesus é ungido por uma mulher é a expressão do amor que vivifica. É este amor que deve ser dirigido aos pobres, com os quais Jesus se identifica. "A mim não tereis sempre, pobres tendes sempre convosco". A Boa-Nova caracteriza-se pela prática do amor solidário aos pobres, excluídos e ameaçados em sua vida. O que a mulher fez deve ser perpetuado: "em qualquer parte do mundo em que se proclamar esta Boa-Nova, se recordará em sua honra o que ela fez". 
Em sua última ceia com os discípulos, Jesus celebra a vida e o amor, na partilha. A proximidade da Paixão não significa o fim do projeto de Deus, mas o início de uma nova etapa, com o ministério e o testemunho dos discípulos de Jesus. O dom da comunicação e do amor supera as sombras da morte. A alegria de viver, de servir, de partilhar, de solidarizar-se com os irmãos alimenta a chama da vida e tem o sabor de eternidade. 
José Raimundo Oliva

A OPÇÃO NOSSA DE CADA DIA

Do nascer ao por do Sol é preciso optar pelo sim ou pelo não. As opções que fazemos não são neutras. Elas, em parte, definem a qualidade de vida que temos ou que queremos ter.

Quando o relógio desperta, mesmo antes do dia amanhecer, deparo-me com minha primeira oportunidade de escolha. Levanto ou desligo o relógio e continuo dormindo?

Se levantar e começar a agir, provavelmente não me atrasarei e estou contribuindo para que meu dia seja feliz e harmonioso com inúmeras oportunidades de fazer ótimas escolhas.

No entanto, se desligo o relógio e volto a dormir, as conseqüências desta escolha podem ser dramáticas: perder a hora, ficar nervosa e deixar de aproveitar bem cada oportunidade que a vida me dará naquele dia.

Claro que existem situações que vão além. Existem momentos em que, por mais que haja boa vontade de nossa parte, é difícil e arriscado decidirmos sozinhos. Nesta hora, é preciso muita calma e nada melhor que ouvir a opinião de alguém em quem podemos confiar.

É preciso prudência antes de falar "sim" ou "não". É com muita sabedoria que o salmista reza: "...ponde, Senhor, uma guarda em minha boca, uma sentinela na porta de meus lábios..." Sal 140

Quantas vezes respondemos precipitadamente com um sim ou não, essa imaturidade nos traz desagradáveis conseqüências. Na maioria dos casos, a resposta precipitada é fruto do comodismo, da pressa, da impaciência ou da falta de atenção. Como faz bem parar uns "segundinhos" para reflexão na hora de decidir.

Santa Teresa, certa vez aconselhando uma de suas irmãs, disse: "Nunca fales coisa alguma, sem antes refletir e recomendar-te ao Senhor, a fim de que jamais profiras algo que possa magoar alguém! Nunca teimes em ter razão, principalmente tratando-se de coisas insignificantes! Fala a todos com cortesia! Corrigindo alguém, sê modesta e humilde e, nunca o faça sem te humilhares a ti mesmo. Não ouça e não fales mal de ninguém. Sê brando com todos e rigoroso contigo mesmo!"

Peço a Deus que estes conselhos estejam sempre em minha mente, na hora que eu precisar dizer sim ou não. Desejo a mesma graça pra você neste dia!
Dijanira Silva - Canção Nova

ESVAZIANDO AS GAVETAS DA ALMA

Um país vinha sendo atacado havia vários meses. Os soldados estavam cansados e os oficiais hesitantes. Apesar de a grande resistência ser o castelo da fronteira, a tropa já esmorecia.

Todos sabiam que, se o castelo fosse tomado, provavelmente a guerra estaria perdida. Por isso, era preciso encontrar o melhor general para seu exército.

Então o rei propôs: Será o novo general o primeiro combatente que resolver o problema que vou apresentar. Ele colocou, sobre uma mesa, um quadro raro, adornado com uma moldura artisticamente trabalhada em ouro puro, era a peça mais cara do castelo, de valor inestimável. O quadro era a pintura de uma cena extremamente bela, em que uma jovem lindíssima caminhava num campo, entre flores, sob o céu de um violento azul. O rei apenas disse: Aqui está o problema!

Os soldados ficaram surpresos. Estavam todos ali, parados, olhando o quadro caro com sua esplêndida donzela. O que fazer? Que charada era aquela? Aonde o rei queria chegar com aquilo?

Na mesma hora, um dos oficiais do rei avançou sobre o quadro e sacando a espada destruiu a pintura, esmagou a moldura e atirou a pela janela; então, voltou ao seu lugar. O rei suspirou fundo e disse-lhes, confiante: "Eis o nosso novo general!".

E, sob o comando daquele homem, guardaram o castelo da fronteira e venceram a guerra. A coisa mais importante, agora, é a sua atitude, é tomar uma decisão. Não importa qual seja o problema, ainda que seja algo lindíssimo e precioso para você; se for um pecado precisa ser eliminado. O pecado é sempre um problema. Mesmo que se trate de acabar a relação com uma mulher sensacional ou com um homem maravilhoso. Por mais lindo que seja, ou tenha sido, se você percebe que é algo errado e desagradável a Deus, é preciso pôr-lhe um fim.

Existe um provérbio oriental que diz: "Para você beber vinho numa taça cheia de chá, é necessário primeiro jogar o chá fora para e então, beber o vinho". Deus não se esqueceu de você; Ele quer encher a sua taça com a vida nova, cheia de paz e de alegria que você tanto deseja; mas espera que você tenha coragem de lançar fora o chá da antiga vida e do pecado.

Limpe a sua vida! Comece pelas gavetas, armários até chegar às magoas, costumes e vícios que entulham seu coração. Nada nos aproxima tanto de um recomeço como a confissão sincera dos erros e males cometidos. Quem poderá acusar os que se arrependeram e fizeram, humildes, as confissões de sua culpa?!

É o próprio Deus quem os defende e tornou-se para eles refúgio seguro em sua aflição: "Deus é nosso refúgio e força; mostrou-se nosso amparo nas tribulações. Por isso a terra pode tremer, nada tememos: as próprias montanhas podem se afundar nos mares" (Sl 45,2-3). Quando um homem começa a renovar-se espiritualmente, começa também a ser vítima das más línguas e de seus difamadores.

Quem não sofreu essa prova não começou ainda a progredir. E, quem não está disposto a sofrê-la, é porque não está decidido a converter-se. O mundo, a carne e a tentação, qual multidão que assiste a uma escalada, não se cansarão de lhe dizer: "Que pena! Você não vai conseguir...

não pode conseguir... não tem como conseguir...". Os que lhes dão ouvidos vão ficando pelo caminho, desfalecidos, desanimados, inertes... enquanto continuam a lhes gritar: "... que pena! Vocês não vão conseguir! A escalada é dura e o caminho é difícil. Isto não é para vocês".

Mas aqueles que taparam os ouvidos e permaneceram surdos a tais investidas poderão dizer na fé aos que tentavam lhes desanimar: "Podem gritar com todas as suas forças; pois ainda que emprestassem a voz do trovão não me poderiam convencer do contrário. Estou persuadido de que Deus não se esqueceu de mim. E, se por um momento, fui eu quem o abandonou, agora volto e sei que tudo posso naquele que me dá força. Jesus venceu o mundo e disse-me que tivesse confiança. Sim! Eu confio e também vencerei".
Márcio Mendes - Canção Nova

AMIZADE ETERNA

Cresci ouvindo falar de Dom Ávila. Minha mãe o conheceu no Movimento Eureka de Brasília/DF, ainda como Monsenhor. Quando nasci ele me batizou e assim foi com todos que nasciam na minha família: irmãos, primos...

Quando meu avô faleceu, também lá estava ele dando a unção dos enfermos e dando todo apoio para a nossa família. Celebrou missa dos meus 15 anos, crismou meus irmãos. Podíamos dizer: "a nossa família é amiga de um Arcebispo". A medida do possível, acompanhávamos todas as suas atividades em Brasília e como Arcebispo militar.

Quando descobri meu chamado a viver em comunidade, na Canção Nova, por causa da minha mãe conversei com ele sobre isto. Ele perguntou a minha idade, na época estava com 16 anos, então me disse que ainda não tinha idade para pensar em Canção Nova, nem casamento e nem em vida religiosa. De uma forma muito serena e delicada, descartou a minha idéia, mas mesmo assim eu fui para a Comunidade e ele ainda fez a minha carta de apresentação.

Depois de um tempo, estava de férias e fui novamente visitá-lo. Encontrei Dom Ávila de cama por causa de uma hérnia de disco e, para a minha surpresa, estava impressionado com a Canção Nova. Em sua doença, ele não conseguia dormir e conheceu a TVCN de Brasília, onde começou a acompanhar e dizia sempre com muita satisfação "a Canção Nova é minha companheira..."

Em 2004, o convidei para celebrar o meu casamento no Rio de Janeiro. Sua presença foi um para mim mais um presente, ele ficou até emocionado durante a homilia e nos deu a receita de sempre na hora de dormir beijar a nossa aliança e buscar sempre a reconciliação, no caso de algum desentendimento, assim estaríamos renovando, a cada dia o nosso matrimônio. Foi uma celebração muito bonita que tocou a todos nós como também a ele.

Neste ano, estive novamente em sua casa para visitá-lo, devido ao agravamento da sua saúde. Ele ficou muito feliz e falava o tempo inteiro do meu casamento, que é realmente um casamento cristão, em todos os sentidos; também perguntou sobre a Canção Nova, e disse que precisamos trabalhar pela unidade da Igreja, e a unidade dos Movimentos da Igreja.

Pude perceber sua vontade de viver, como ele quis fazer mais pela Igreja, falou também de Papa João Paulo II, da sua amizade com ele, da sua morte e da sua santidade.

Depois de 15 dias, fui de novo com o nosso responsável de missão, o Marcos e o Padre Roger, levarmos para ele um livro com as nossas estruturas em Cachoeira Paulista/SP e com muita alegria ele nos disse que esteve lá. Viu as fotos do casamento e depois fomos embora, pois a visita tinha hora marcada. Esta foi a última vez que o vi.

No seu velório, pude me despedir agradecendo por todo o bem que ele tinha feito à minha família nestes 28 anos de amizade, e também agora por apoiar a minha vocação. Ainda me lembro da sua risada, com muitas saudades, mas sei que ele agora na vida eterna vai continuar a interceder por nós, com maior eficácia.

Termino lembrando suas palavras, extraídas do folheto litúrgico, Pastoreio Militar de 2003, que também estava como despedida do Pastor na Missa das Exéquias no dia 16/11/05:

"A Porta que se abre para a eternidade e nos coloca na eternidade chama-se morte. Não conseguimos ver a face de Deus, porque a face de Deus só a veremos na hora da morte. A morte é o mergulho da criatura em seu Criador. Haverá dia mais lindo do que este?"
Mônica Cristina Macedo Santos
Artigos Canção Nova

ARRANJE TEMPO

Arranje tempo para Pensar ... isto é fonte de poder

Arranje tempo para Brincar ... isto é o segredo da eterna juventude.

Arranje tempo para Ler ... isto é a fonte de sabedoria

Arranje tempo para Orar... isto é o maior poder da terra

Arranje tempo para Amar e ser Amado.... isto é um privilégio dado por Deus

Arranje tempo para Ser Amável... isto é o caminho da felicidade

Arranje tempo para Rir... isto é a música da alma

Arranje tempo para Trabalhar... isto é o preço do sucesso...

Arranje tempo para Viver intensamente... isto é um dom precioso de Deus...

Arranje tempo para Fazer Caridade... está é uma Chave para o Céu!

Arranje tempo para Buscar Deus ... está é a Chave para a sua Salvação!
Temário Americano-Tradução Terezinha M. Horugel

ÚLTIMOS DIAS DE JESUS

Cada um de nós tem lá suas ideias a respeito de como deve se apresentar e como deve ser tratada uma pessoa importante. Acabamos projetando em Jesus essas concepções. É natural! Faz parte da nossa maneira de entender a vida. Por isso, quando se faz um filme da vida de Cristo, tudo é muito bonito e respeitoso. Até a crucificação é filmada com certa grandiosidade, colorido e iluminação adequada, para solenizar o momento sagrado.

Será que já nos demos conta de que os últimos dias da vida de Jesusnão foram exatamente assim? Conseguimos imaginar o Senhor sendo torturado numa delegacia de hoje, sem cenário solene, tratado como “Zé-ninguém”, na crueza do dia a dia da violência humana? Entre a entrada festiva como rei em Jerusalém e o deboche da flagelação e da coroação de espinhos e da inscrição na cruz (Jesus de Nazaré, Rei dos Judeus), somos levados a pensar: Que tipo de rei o povo queria? E que tipo de rei Jesus, de fato, foi?

O povo ansiava por um Messias, mas cada um o imaginava de um jeito: poderia ser um rei, um guerreiro forte que expulsasse os romanos, um “ungido de Deus”, capaz de resolver tudo com grandes milagres. É verdade que havia também textos que falavam do Messias sofredor, que iria carregar os pecados do povo. Mas essa ideia tão estranha não tinha assim muito apelo. Talvez o povo pensasse como muita gente de hoje: “De sofredor já basta eu! Quero alguém que saiba vencer”.

Deus, como de costume, exagera na surpresa. O Messias, além de não vir alardeando poder, entra na fila dos condenados. Para quem não olhasse a história com os olhos de hoje, não haveria muita diferença entre as três cruzes no alto do Monte Calvário. O processo, a condenação e a execução de Nosso Senhor Jesus Cristo foram uma grande coleção de desrespeitos aos direitos humanos. O julgamento foi rápido, sem provas suficientes, sem direito de defesa. A tortura precede a morte, e a humilhação faz parte da pena.

Como logo depois vem a ressurreição, ascensão, glória etc... esquecemos depressa a imagem de Jesus como servo indefeso, como um judeu sem importância a quem as autoridades mandaram para a morte com aquele pouco caso com que costumam, tantas vezes, ser tratados até hoje os direitos dos pobres, especialmente, quando estes são acusados de algum delito, falso ou verdadeiro. “Este homem era realmente o Filho de Deus”. Esta é a conclusão do centurião que comandou a crucificação. Isso sabemos nós hoje, à distância de mais de dois mil anos, acostumados a honrar Jesus de todas as formas.

Que estranho rei e Filho de Deus é esse que se submete à tortura, que se deixa confundir com os dois ladrões que morrem a Seu lado?Percebemos que Deus está assumindo aí todos os nossos pecados e todas as nossas tragédias? Que está participando do destino de todos os que sofrem, inocentes e culpados? Quem está tomando posição diante da dor humana?

Não basta trazer flores para o crucifixo, louvar a Cristo com ramos bentos, fazer questão de ser chamado de cristão. Será que Jesus se contenta com isso tudo se não tivermos solidariedade com aqueles que hoje são companheiros de cruz de Nosso Senhor e nossos ritos não traduzirem nossa fé?

Estamos já no século XXI. São dois milênios em que nos acostumamos com o Cristo aclamado, nos habituamos com o símbolo da cruz, oramos ao Cristo poderoso nas necessidades. Será que não está na hora de perceber e viver melhor o apelo que nos vem do Filho de Deus, que aceitou ser um judeu sem defesa, a quem os poderosos trataram como um malfeitor?

Precisamos ser, como Jesus, uma Igreja servidora, missionária, evangelizadora e solidária com os que sofrem, compassiva com os caídos, disposta a transformar a injustiça do mundo, confiando mais na força do amor do que no poder.
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo emérito de Juiz de Fora (MG)

DEUS, O CONSTRUTOR DE TUDO

Deus, o construtor de tudo

Chega de trabalhar inutilmente! Entremos no sistema de Deus! Ele é o Senhor! E, por ser Ele o Senhor, o objetivo da nossa vida é vivermos voltados para Ele. Ele é o construtor. Claro, o Senhor quer nossa participação e não a despreza. Ele é tão bom, que faz o êxito depender de nosso empenho, de nosso trabalho, mas, na verdade, quem faz tudo é Ele.

Chegamos até a pensar que tudo está dando certo por nossa causa, por nosso trabalho, nossa capacidade, quando, na verdade, Deus Pai é o construtor de tudo e todos os nossos dons vêm d'Ele.

Se o Senhor não for o construtor de sua casa, seus construtores, seus pedreiros, seu mestre de obras, todos trabalharão em vão. Se o Senhor não guarda a cidade, se Ele não é o centro e não está em primeiro lugar... nada acontece!

Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

29 de março de 2012

EVANGELHO DO DIA Quinta e Sexta-feira

Ano B - Dia: 29/03/2012 - Quinta
Jesus se revela igual ao PAI
Jo 8,51-59
Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca. Então eles disseram: - Agora temos a certeza de que você está dominado por um demônio! Abraão e todos os profetas morreram, mas você diz: "Quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca." Será que você é mais importante do que Abraão, o nosso pai, que morreu? E os profetas também morreram! Quem você pensa que é? 
Ele respondeu:- Se eu elogiasse a mim mesmo, os meus elogios não valeriam nada. Quem me elogia é o meu Pai, o mesmo que vocês dizem que é o Deus de vocês. Vocês nunca conheceram a Deus, mas eu o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei mentiroso como vocês; mas eu o conheço e obedeço ao que ele manda. Abraão, o pai de vocês, ficou alegre ao ver o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e ficou feliz. - Você não tem nem cinqüenta anos e viu Abraão? - perguntaram eles. - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: antes de Abraão nascer, "EU SOU"! - respondeu Jesus. Então eles pegaram pedras para atirar em Jesus, mas ele se escondeu e saiu do pátio do Templo. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando com todos os internautas, presentes em todo o mundo: 
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti. 
Que me vês e escutas as minhas orações. 
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. 
Tu me deste tudo: eu te agradeço. 
Foste tão ofendido por mim: 
eu te peço perdão de todo o coração. 
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças 
que sabes serem necessárias para mim. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, 
tem piedade de nós. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 8,51-59, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
Jesus continua seu diálogo com as autoridades religiosas. Diz que seus ensinamentos, a sua verdade são garantia de vida eterna. E faz a mais clara definição de si: "Eu sou". Ele se declara superior a Abraão. Isto provoca a ira dos resistentes e irredutíveis doutores da Lei. A atitude é de agressão: "pegaram em pedras para atirar em Jesus". 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Ainda hoje, há muitas pessoas que rejeitam a vida plena oferecida por Jesus Cristo. Apegam-se a tantas coisas e a si próprias que , por orgulho e ou auto-suficiência, não aceitam a proposta renovadora de Jesus. 
Disseram os bispos, em Aparecida: " 
"A própria natureza do cristianismo consiste, portanto, em reconhecer a presença de Jesus Cristo e segui-lo. Essa foi a maravilhosa experiência daqueles primeiros discípulos que, encontrando Jesus, ficaram fascinados e cheios de assombro frente a excepcional idade de quem lhes falava, diante da maneira como os tratava, coincidindo com a fome e sede de vida que havia em seus corações. O evangelista João nos deixou por escrito o impacto que a pessoa de Jesus produziu nos primeiros discípulos que o encontraram, João e André. Tudo começa com uma pergunta: "que procuram?" (Jo 1,38). A essa pergunta seguiu um convite a viver uma experiência: "venham e verão" (Jo 1,39). Esta narração permanecerá na história como síntese única do método cristão."(DAp 244) 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a: 
Oração da Campanha da Fraternidade 2012 

Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) 
Meu novo olhar é de acolhimento à vida plena que Jesus me oferece. 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Ano B - Dia: 30/03/2012 - Sexta
Os judeus tramam a morte de Jesus
Jo 10,31-42
Então eles tornaram a pegar pedras para matar Jesus. E ele disse: - Eu fiz diante de vocês muitas coisas boas que o Pai me mandou fazer. Por causa de qual delas vocês querem me matar? Eles responderam: - Não é por causa de nenhuma coisa boa que queremos matá-lo, mas porque, ao dizer isso, você está blasfemando contra Deus. Pois você, que é apenas um ser humano, está se fazendo de Deus. Então Jesus afirmou: - Na Lei de vocês está escrito que Deus disse: "Vocês são deuses." Sabemos que as Escrituras Sagradas sempre dizem a verdade, e sabemos que, de fato, Deus chamou de deuses aqueles que receberam a sua mensagem. Quanto a mim, o Pai me escolheu e me enviou ao mundo. Então por que vocês dizem que blasfemo contra Deus quando afirmo que sou Filho dele? Se não faço o que o meu Pai manda, não creiam em mim. Mas, se eu faço, e vocês não crêem em mim, então creiam pelo menos nas coisas que faço. E isso para que vocês fiquem sabendo de uma vez por todas que o Pai vive em mim e que eu vivo no Pai. A essa altura tentaram novamente prendê-lo, mas Jesus escapou das mãos deles. Ele voltou de novo para o lado leste do rio Jordão, foi para o lugar onde João Batista tinha batizado antes e ficou lá. E muita gente ia vê-lo, dizendo: - João não fez nenhum milagre, mas tudo o que ele disse sobre Jesus é verdade. E naquele lugar muita gente creu em Jesus. 

Leitura Orante 
- A nós, reunidos pela rede virtual, a paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 
Preparo-me para a Leitura, rezando: 
Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, 
aqui reunidos (pela grande rede da internet), para melhor meditar 
e comungar com a vossa Palavra. 
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, 
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 
(Bv. Alberione) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Jo 10,31-42, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
As autoridades dos judeus continuam o diálogo tenso com Jesus. As palavras de Jesus e seu testemunho os incomodam. Eles têm dificuldade de compreender que Jesus é o enviado do Pai. "De uma vez por todas, saibam que o Pai vive em mim e eu vivo no Pai". Foi a gota d´água para a ruptura e tentarem prender Jesus. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
A sociedade, o mundo também nos pressiona quando queremos aceitar a proposta de Jesus. Se não nos prendem, nos ignoram, isolam, discriminam, nos tacham de retrógrados. Temos que ser fortes para abraçar a proposta de Jesus. Bem lembraram os bispos, em Aparecida: "Jesus está presente em meio a uma comunidade viva na fé e no amor fraterno. Ali Ele cumpre sua promessa: "Onde estão dois ou três reunidos em meu nome, ali estou eu no meio deles" (Mt 18,20). Ele está em todos os discípulos que procuram fazer sua a existência de Jesus, e viver sua própria vida escondida na vida de Cristo (cf. Cl 3,3). Eles experimentam a força de sua ressurreição até se identificar profundamente com Ele: "Já não vivo eu, mas é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Jesus está nos Pastores, que representam o próprio Cristo (cf. Mt 10,40; Lc 10,16). Está naqueles que dão testemunho de luta por justiça, pela paz e pelo bem comum, algumas vezes chegando a entregar a própria vida em todos os acontecimentos da vida de nossos povos, que nos convidam a procurar um mundo mais justo e mais fraterno em toda realidade humana, cujos limites às vezes causam dor e nos agoniam." (DAp 256). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo a Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) 
Meu novo olhar é contrário à "onda" que me afasta do Evangelho e de sua proposta, só para ser mais liberal e não, mais livre. Assim, faço o Oferecimento do Dia 
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração. 
Agradeço-vos porque me criastes, 
me fizestes cristão, 
me conservastes a vida e a saúde. 
Ofereço-vos o meu dia: 
que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade. 
E que eu faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas. 
Livrai - me do pecado, do perigo e de todo o mal. 
Que a vossa graça, bênção, luz e presença 
permaneçam sempre comigo e com todos aqueles que eu amo. 
Amém. 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito santo. Amém.
Ir. Patricia Silva, fsp

LAICISMO E INTOLERÂNCIA

Uma distinção interessante, proposta pelo Papa Bento XVI, é a que se pode fazer entre laicidade e laicismo. Laicidade, segundo sua definição etimológica, é o caráter próprio do leigo. Laicismo, diferentemente, é a ideologia e o movimento que propõe a exclusão de qualquer influência religiosa na vida pública, social e cultural. A laicidade, diz o Sumo Pontífice, decorre da justa autonomia das realidades temporais. Conforme ensina o Concílio Vaticano II, em seu precioso documento Gaudium et Spes: «Se por autonomia das realidades terrenas entende-se que as coisas criadas e as próprias sociedades têm leis e valores próprios, que o homem irá gradualmente descobrindo, utilizando e organizando, é perfeitamente legítimo exigir tal autonomia.

Para além de ser uma exigência dos homens do nosso tempo, trata-se de algo inteiramente de acordo com a vontade do Criador. Pois, em virtude do próprio fato da criação, todas as coisas possuem consistência, verdade, bondade e leis próprias, que o homem deve respeitar, reconhecendo os métodos peculiares de cada ciência e arte» (n. 36). Sobre esta sadia laicidade, acrescenta o Concílio, no mesmo documento: «As tarefas e atividades seculares competem como próprias, embora não exclusivamente, aos leigos. (...) Compete à sua consciência previamente bem formada imprimir a lei divina na vida da cidade terrestre. (...) Os leigos, que devem tomar parte ativa em toda a vida da Igreja, não devem apenas impregnar o mundo com o espírito cristão, mas são também chamados a serem testemunhas do Cristo, em todas as circunstâncias, no seio da comunidade humana» (n. 43).

O laicismo, como ideologia e movimento político, vai além do simples anticlericalismo. Este pretendia apenas excluir a interferência do clero na política terrena; o laicismo pretende banir qualquer expressão religiosa na vida pública, mais que anticlerical, ele é propriamente antirreligioso. Neste sentido, o laicismo é intrinsecamente intolerante. Aliás, poderíamos dizer que ele é a suma completa da intolerância religiosa: a intolerância laicista não se dirige a uma religião em particular, mas contra toda e qualquer manifestação religiosa, pelo simples fato de ser religiosa, não importando qual seja a religião. O laicismo pretende fundamentar sua intolerância na pretensão de organizar o mundo sem Deus, o que é irrefragavelmente uma falácia.

Conforme o Concílio Vaticano II, no já citado documento Gaudium et Spes: «Se, porém, com as palavras 'autonomia das realidades temporais' entende-se que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem as ordenar ao Criador, ninguém que acredite em Deus deixa de ver a falsidade de tais assertivas. Pois, sem o Criador, a criatura não subsiste. De resto, todos os crentes, de qualquer religião, sempre souberam ouvir a sua voz e manifestação na linguagem das criaturas. Antes, se se esquece Deus, a própria criatura se obscurece» (n. 36).

Fragoroso exemplo dessa intolerância laicista assistimos no começo deste mês, quando o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, atendendo a requerimento da Liga Brasileira de Lésbicas, determinou a retirada de todos os crucifixos e símbolos religiosos presentes nos edifícios do Poder Judiciário sul-rio-grandense. Segundo os laicistas, a presença de símbolos religiosos no espaço público ofende as lésbicas. O problema é que seu argumento é via de mão única: não se reconhece o mesmo direito aos católicos ofendidos por manifestações de lesbianismo em espaço público. Mais que isso: ao mesmo tempo em que retiram os crucifixos das repartições, querem criminalizar todos aqueles que manifestem seu desagrado em relação a expressões de homossexualismo.

«Ó gálatas insensatos, quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade, vós, ante cujos olhos foi já representado Jesus Cristo crucificado?» (Gl 3,1).

A presença dos crucifixos não prejudica a laicidade das repartições públicas, ainda que atraia a sanha perseguidora do laicismo que, como dissemos, é a culminância e a suma completa da intolerância religiosa. A retirada dos crucifixos das salas de julgamento do Rio Grande do Sul, além de constituir desrespeito à insubstuível participação do Catolicismo na formação histórica, cultural e moral do Brasil, é um ato de intolerância laicista que, como tal, deve ser combatido e repudiado não apenas pelos católicos, mas por todas as pessoas sensatas e de boa vontade.
Rodrigo R. Pedroso - Canção Nova

ORGULHO E SOBERBA SÃO A MESMA COISA?

Queridos irmãos, Deus tem um plano para nós, que inclui felicidade e salvação. O pecado é quando erramos o alvo em nossa vida e pagamos o preço, ou seja, as consequências de nossas escolhas erradas. Mas é possível reconhecer que erramos, começar tudo de novo e refazer a nossa caminhada. Deus sempre nos espera de braços abertos como o pai do filho pródigo (cf. Lc 15, 11-32). Refletir sobre o pecado e suas consequências em nossa vida pode nos ajudar muito a entendê-lo melhor e a fugir dele. Medite a Palavra de Deus para você hoje. Vamos, com mais um exercício espiritual, refletir sobre o pecado do orgulho ou soberba:

A soberba é o pior de todos os pecados capitais. É o que levou os anjos maus a se rebelarem contra Deus, e levou Adão e Eva à desobediência e ao pecado original. Alguém disse que o orgulho é tão enraizado em nós, por causa do pecado original, que “só morre meia hora depois do dono”. Por outro lado, por ser o oposto da soberba, a humildade é grande virtude, a que mais caracterizou o próprio Jesus, “manso e humilde de coração” (cf. Mt 11,29), e também marcou a vida de Maria, “a serva do Senhor” (cf. Lc 1, 38), José e todos os santos da Igreja.

São Vicente de Paulo ensinava seus filhos que o demônio não pode nada contra uma alma humilde, uma vez que sendo ele soberbo, não sabe se defender da humildade. Por isso, com essa arma o maligno foi vencido por Jesus, Maria, José, São Miguel e os santos. A soberba consiste na pessoa sentir-se como se fosse a “fonte” dos seus próprios bens materiais e espirituais. Acha-se cheia de si mesma e se esquece de que tudo vem de Deus e é dom do alto, como disse São Tiago: “Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes” (Tg 1,17).

O soberbo se esquece de que é uma simples criatura, que saiu do nada pelo amor e chamado de Deus, e que, portanto, depende do Senhor em tudo. Como disse Santa Catarina de Sena, a soberba “rouba a glória de Deus”, pois quer para si as homenagens e os aplausos que pertencem só a Deus. São Paulo lembra aos coríntios que: “nossa capacidade vem de Deus” (II Cor 3,5). Aos romanos ele disse: “Não façam de si próprios uma opinião maior do que convém, mas um conceito razoavelmente modesto” (Rm 12,3). “Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos” (Rm 12,16). Aos gálatas, o apóstolo dos gentios destacou: “Quem pensa ser alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo” (Gl 6, 3). A soberba tem muitos filhos: orgulho, vaidade, vanglória, arrogância, prepotência, presunção, autossuficiência, amor-próprio, exibicionismo, egocentrismo, egolatria, entre outros.

Podemos dizer que a soberba é a “cultura do ego”. Você já reparou quantas vezes por dia dizemos a palavra "eu"? "Eu vou, eu acho, eu penso que…, mas eu prefiro…", etc. A luta do cristão é para que essa “força” puxe-o para Deus e não para o ego. Jesus, nosso Modelo, afirmou: “Não busco a minha glória” (Jo 8,50). São Paulo insistia no mesmo ponto: “É porventura, o favor dos homens que eu procuro, ou o de Deus? Por acaso tenho interesse em agradar os homens? Se quisesse ainda agradar aos homens, não seria servo de Deus” (Gl 1,10).

A soberba é o oposto da humildade, palavra esta que vem de “húmus”, aquilo que se acha na terra, pó. O humilde é aquele que reconhece o seu “nada”, embora seja a mais bela obra de Deus sobre a Terra, a glóriad'Ele, como dizia santo Irineu, já no século II. São Leão Magno, Papa e doutor da Igreja, no século V, ressaltou que: “Toda a vitória do Salvador dominando o demônio e o mundo foi iniciada na humildade e consumada na humildade!”.

Adão e Eva, sendo criaturas, quiseram “ser como deuses” (cf. Gen 3,5); Jesus, sendo Deus, fez-se criatura. Da manjedoura à cruz do Calvário, toda a vida de Cristo foi vivida na humildade e na humilhação. Por isso Ele afirmou que no Reino de Deus os últimos serão os primeiros e quem se exaltar será humilhado. Façamos como santa Teresinha do Menino Jesus que procurava o último lugar. Nosso Senhor Jesus já nos deu a receita para vencermos o orgulho e a soberba: a virtude da HUMILDADE.

Oração Diante das Tentações
Mãe querida, acolhe-me em teu regaço, cobre-me com teu manto protetor e, com esse doce carinho que tens por teus filhos afasta de mim as ciladas do inimigo, e intercede intensamente para impedir que suas astúcias me façam cair. A ti me confio e em tua intercessão espero. Enchei o meu coração das virtudes da humildade e mansidão, que são qualidades que a senhora imprimiu no teu filho Jesus Cristo. Amém.

Padre Luizinho - Comunidade Canção Nova

O PERIGO DAS MEIAS VERDADES


À medida que cresce na mídia a tendência do “politicamente correto”, que, na versão católica do Papa Bento XVI, pode-se traduzir como “ditadura do relativismo”, alguns católicos, líderes e, às vezes, pregadores parecem ter medo de assumir a verdade integral pregada pela Igreja. Nota-se certo receio de “ir contra a corrente”, contra a vontade da maioria, esquecendo-se de que Jesus é “sinal de contradição”, e que por isso foi perseguido e crucificado, para não deixar de dar testemunho da verdade que salva. A verdade não depende da maioria, mas de si mesma.

A verdade é fundamental; por isso o Papa tem sido seu paladino incansável. O Catecismo da Igreja Católica (CIC) diz que o que salva é a verdade: “Com efeito, 'Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade' (I Tm 2,4). Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade” (CIC § 851).

Sem a verdade não há salvação. Jesus disse diante de Pilatos que veio ao mundo “para dar testemunho da verdade” (cf. Jo 18,37) e aceitou morrer para testemunhá-la. E deixou claro que “a verdade vos libertará”.

Assim, a verdade não pode ser passada “pela metade”, pois se torna perigosa mentira. Sabemos que uma meia verdade é pior que uma mentira. Não podemos pregar o Evangelho pela metade, deixando de mostrar especialmente aquilo que visa destruir o pecado e levar o pecador à conversão. Por exemplo, a frase “Não podemos comer comida estragada”, está correta e é muito importante; mas, se eu disser só a metade da frase: “Não podemos comer comida”, muitos vão morrer de fome. Entendeu por que a meia verdade é pior do que uma mentira?

“Mutatis mutandis” (mudando o que deve ser mudado), noto que alguns ensinam a fé católica em meias verdades. Como? Ao apresentarem uma questão, expõem apenas uma parte da verdade sobre o assunto, deixando de falar do pecado e das exigências de conversão. Por essa razão, não podemos, por exemplo, dizer apenas, aos casais de segunda união, que eles não devem se afastar da Igreja e que não podem ser discriminados, etc., sem lhes dizer também que a situação deles não é lícita diante do Evangelho e que não podem receber os sacramentos.

Da mesma forma, é claro que temos de acolher, respeitar e não discriminar os homossexuais, e amá-los como verdadeiros irmãos, mas não podemos deixar de lhes dizer que o Catecismo da Igreja Católica considera a prática homossexual (não a tendência) como “depravação grave” (CIC § 2357), tendo em vista que “a tradição sempre declarou que 'os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados'. São contrários à lei natural. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. Em caso algum podem ser aprovados” (idem).

Quando se fala aos jovens sobre masturbação e fornicação (sexo realizado por pessoas não casadas), alguns tendem a minimizar a gravidade desses pecados, e alguns até têm a coragem de dizer que não são pecados, quando o Catecismo diz o contrário: “Entre os pecados gravemente contrários à castidade é preciso citar a masturbação, a fornicação, a pornografia e as práticas homossexuais” (CIC § 2396).

Santo Agostinho dizia: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade sem caridade”. Como declarou o Papa Bento XVI, na “Caritas in veritate”, “caridade sem verdade é sentimentalismo”. Jesus perdoou a mulher adúltera e a salvou da morte, mas não deixou de mostrar a ela o seu grave pecado: “Vá e não peques mais”. Sem mostrar o pecado ao pecador ele não pode se libertar da morte espiritual.

O profeta Ezequiel, em dois capítulos (3,18 e 33) também chama a atenção para a necessidade de se corrigir o pecador:

“Se digo ao malévolo que ele vai morrer, e tu não o prevines e não lhe falas para pô-lo de sobreaviso devido ao seu péssimo proceder, de modo que ele possa viver, ele há de perecer por causa de seu delito, mas é a ti que pedirei conta do seu sangue. Contudo, se depois de advertido por ti, não se corrigir da malícia e perversidade, ele perecerá por causa de seu pecado, enquanto tu hás de salvar a tua vida” (Ez 3,18-19).

“Se eu disser ao pecador que ele deve morrer, e tu não o avisares para pô-lo de guarda contra seu proceder nefasto, ele perecerá por causa de seu pecado, mas a ti pedirei conta do seu sangue” (Ez 33,8).
Felipe Aquino - Canção Nova

"AMARÁS O SENHOR SOBRE TODAS AS COISAS"

O Senhor revela Sua Lei a Moisés para que este a transmita a Seu povo. A vida de santidade – tanto no Antigo como no Novo Testamento – é direcionada a partir das normas contidas na Aliança de Deus com o Seu povo por intermédio dos Dez Mandamentos (cf. Ex 20, 2-17; Dt 5, 6-21). 

De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, os Dez Mandamentos, ou Decálogo, significam «dez palavras» (cf. Ex 34,28). Estas palavras se resumem na Lei, dada por Deus ao povo de Israel, no contexto da Aliança, por intermédio de Moisés. Este, ao apresentar os Mandamentos do amor a Deus (os três primeiros) e ao próximo (os outros sete), traça, para o povo eleito e, para cada um de nós em particular, o caminho duma vida liberta da escravidão do pecado.

O Decálogo é compreendido à luz dessa Aliança de Deus com Seu povo, no qual o Senhor se revela e dá a conhecer a Sua vontade. Na observância dos Dez Mandamentos, o povo mostra a sua pertença ao Senhor e responde com gratidão à iniciativa de amor d'Ele. Bento XVI nos ensina que Cristo não somente é um modelo de cumprimento perfeito das Leis Divinas, como também é em si a revelação do Pai, o mandamento do Senhor, revelando o pleno significado destas e atestando a sua perenidade. Seguir Jesus implica observá-las [Leis Divinas], o homem é convidado a encontrá-las na pessoa do Divino Mestre.

O primeiro mandamento é: “Amarás o Senhor teu Deus com todo teu coração, com toda tua alma e com todas as tuas forças”.

Todo o homem tem o direito e o dever moral de procurar a verdade, em especial no que se refere a Deus e à Sua Igreja, e, uma vez conhecida, abraçá-la e guardá-la fielmente, prestando ao Senhor um culto autêntico. Ao mesmo tempo, a dignidade da pessoa humana requer que, em matéria religiosa, ninguém seja forçado a agir contra a própria consciência nem seja impedido de agir em conformidade com ela, dentro dos limites da ordem pública, privada ou publicamente, de forma individual ou associada.

"Os Dez Mandamentos implicam, para o fiel, guardar e praticar as três virtudes teologais e evitar os pecados que se lhes opõem. A fé crê em Deus e rejeita o que lhe é contrário, como, por exemplo, a dúvida voluntária, a incredulidade, a heresia, a apostasia e o cisma. A esperança é a expectativa confiante da visão bem-aventurada de Deus Pai e da Sua ajuda, evitando o desespero e a presunção. A caridade ama a Deus Pai sobre todas as coisas; são rejeitadas, portanto, a indiferença, a ingratidão, a tibieza, a acédia ou preguiça espiritual e o ódio ao Senhor, que nasce do orgulho" (CCIC n. 445).

Implica da mesma forma, adorar a Deus como Senhor de tudo o que existe; prestar-Lhe o culto devido individual e comunitariamente, rezar-Lhe com expressões de louvor, ação de graças, intercessão e de súplica, oferecer-Lhe sacrifícios, sobretudo o sacrifício espiritual da nossa vida, em união com o sacrifício perfeito de Cristo, e manter as promessas e os votos que fizermos a Ele.

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC n. 445) também afirma que os Dez Mandamentos proíbem o politeísmo e a idolatria, pois estes divinizam a criatura, o poder, o dinheiro, e até mesmo o demônio. Assim como proíbem a superstição, um desvio do culto devido ao verdadeiro Deus, expressa nas várias formas de adivinhação, magia, feitiçaria e espiritismo; bem como a irreligião, expressa no tentar a Deus com palavras ou atos, no sacrilégio, que profana pessoas ou coisas sagradas, sobretudo a Eucaristia, e na simonia, que pretende comprar ou vender realidades espirituais. Proíbem também o ateísmo, que nega a existência de Deus, fundando-se muitas vezes numa falsa concepção de autonomia humana; e o agnosticismo, segundo o qual nada se poder saber de Deus, que inclui o indiferentismo e o ateísmo prático.

Outro ponto interessante a ser abordado está na afirmação contida em Êxodos 20,3: “não farás para ti qualquer imagem esculpida”. Isso significa que, no Antigo Testamento, este mandamento proibia representar o Deus absolutamente transcendente. Porém, a partir da Encarnação do Filho de Deus, o culto cristão das imagens sagradas é justificado (como afirma o segundo Concílio de Niceia, de 787), porque se funda no Mistério do Filho de Deus feito homem, no qual Deus transcendente se torna visível. Não se trata de uma adoração da imagem, mas de uma veneração de quem nela é representado: Cristo, a Virgem Santíssima, os anjos e os santos.(CCIC, n. 446)

Enfim, na certeza de que esses mandamentos são semelhantes aos sinais de trânsito, que se não observados causam um caos social, devemos respeitar e viver bem os preceitos do Senhor para não causarmos em nós mesmos o caos do pecado, e assim nos afastarmos da nossa meta de santidade. Somos chamados a voltar para o Senhor e amá-Lo sobre todas as coisas, renunciando ao politeísmo, à idolatria, à superstição, à irreligião, ao ateísmo, ao agnosticismo e a tudo o que nos afasta d'Ele, para desta forma restabelecer em nossa vida a aliança com o Senhor.
Redação Portal
Fonte: Catecismo da Igreja Católica

26 de março de 2012

EVANGELHO DO DIA Terça e Quarta-feira

Ano B - Dia: 27/03/2012 - Terça
Quem é Jesus?
Jo 8,21-30
Jesus disse outra vez: Eu vou embora, e vocês vão me procurar, porém morrerão sem o perdão dos seus pecados. Para onde eu vou vocês não podem ir. Os líderes judeus disseram: Ele diz que nós não podemos ir para onde ele vai! Será que ele vai se matar? Jesus continuou: Vocês são daqui debaixo, e eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, mas eu não sou deste mundo. Por isso eu disse que vocês vão morrer sem o perdão dos seus pecados. De fato, morrerão sem o perdão dos seus pecados se não crerem que "EU SOU QUEM SOU". Quem é você? Perguntaram a Jesus. Ele respondeu: Desde o começo eu disse quem sou. Existem muitas coisas a respeito de vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo somente o que ele me disse. Eles não entenderam que ele estava falando a respeito do Pai. Por isso Jesus disse: Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que "EU SOU QUEM SOU". E saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu Pai me ensinou. Quem me enviou está comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada. Quando Jesus disse isso, muitos creram nele. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos os internautas: 
- Vinde, ó Deus em meu auxílio. 
- Socorrei-me sem demora. 
- Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo. 
- Como era no princípio, agora e sempre. Amém. 

Hino 
Na 5ª Semana da Quaresma, rezemos juntos o Hino deste dia. 
O fel lhe dão por bebida 
sobre o madeiro sagrado. 
Espinhos, cravos e lança 
ferem seu corpo e seu lado. 
No sangue e água que jorram, 
mar, terra e céu são lavados. 

Ó cruz fiel sois a árvore 
mais nobre em meio às demais, 
que selva alguma produz 
com flor e frutos iguais. 

Ó lenho e cravos tão doces, 
um doce peso levais. 
Árvore, inclina os teus ramos, 
abranda as fibras mais duras. 

A quem te fez germinar 
minora tantas torturas. 
Leito mais brando oferece 
ao Santo Rei das alturas. 

Só tu, ó Cruz, mereceste 
suster o preço do mundo 
e preparar para o náufrago 
um porto, em mar tão profundo. 

Quis o cordeiro imolado 
banhar-te em sangue fecundo. 
Glória e poder à Trindade. 
Ao Pai e ao Filho Louvor. 

Honra ao Espírito Santo. 
Eterna glória ao Senhor, 
que nos salvou pela graça 
e nos remiu pelo amor. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 8,21-30, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
Neste texto se vê como os judeus tinham dificuldade em acreditar em Jesus e naquilo que ele falava sobre sua partida. A dificuldade também se relacionava à pessoa de Jesus. Comprova-o a pergunta: "Quem é você?" Jesus lhes fala do Pai. Também não compreendem. Fala de sua relação com o Pai: "Quem me enviou está comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada". Jesus é aquele que vive em sintonia com o Pai. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Posso eu também dizer como Jesus "Quem me enviou está comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada"? Tudo o que faço é de acordo com a vontade do Pai? Vivo em sintonia com o Pai? Em Aparecida, os bispos deram os sinais de concordância com a vontade do Pai: "Sinais evidentes da presença de Deus são: a experiência pessoal e comunitária das bem-aventuranças, a evangelização dos pobres, o conhecimento e cumprimento da vontade do Pai, o martírio pela fé, o acesso de todos aos bens da criação, o perdão mútuo, sincero e fraterno, aceitando e respeitando a riqueza da pluralidade e a luta para não sucumbir à tentação e não ser escravos do mal." (DAp 383). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, e, com toda Igreja, a Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar será iluminado por aquilo que é do agrado do Pai. Procurarei responder e também vou perguntar a outras pessoas: "quem é Jesus para você?" 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. 

Ano B - Dia: 28/03/2012 - Quarta
A verdade liberta
Jo 8,31-42
Então Jesus disse para os que creram nele:- Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará. Eles responderam: - Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz que ficaremos livres? Jesus disse a eles: - Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado. O escravo não fica sempre com a família, mas o filho sempre faz parte da família. Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres. Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; porém estão tentando me matar porque não aceitam os meus ensinamentos. Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que aprenderam com o pai de vocês. - O nosso pai é Abraão! - responderam eles. Então Jesus disse: - Se vocês fossem, de fato, filhos de Abraão, fariam o que ele fez. Mas eu lhes tenho dito a verdade que ouvi de Deus, e assim mesmo vocês estão tentando me matar. Abraão nunca fez uma coisa assim! Vocês estão fazendo o que o pai de vocês fez. Eles responderam: - Nós não somos filhos ilegítimos; nós temos um Pai, que é Deus! Jesus disse a eles: - Se Deus fosse, de fato, o Pai de vocês, então vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por minha própria conta, mas foi Deus que me enviou. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando: 
- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual, paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 
Preparo-me para a Leitura, rezando: 
Jesus Mestre, que dissestes: 
"Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, 
eu aí estarei no meio deles", ficai conosco, aqui reunidos, pela grande rede da internet, 
para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra. 
Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos 
as Sagradas Escrituras. 
Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento. 
Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, 
onde a Palavra de Deus produza frutos 
abundantes de santidade e missão. 
(Bv. Alberione) 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente o texto: Jo 8,31-48, e observo pessoas, palavras, relações, lugares. 
Este fato, descrito por João, aconteceu depois do perdão à mulher adúltera. Jesus se apresenta como Filho Pai que é Deus: " Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou". Os judeus se dizem filhos de outro pai: Abraão. A adesão a Jesus é difícil para as autoridades religiosas. Jesus tenta dialogar com eles no sentido de que ser filho de Abraão é parecer-se com ele, ou seja, estarem comprometidos com a justiça que promove e sustenta a vida e, não, tentam eliminá-la. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos, em Aparecida, nos ajudam a refletir sobre o compromisso com Jesus Cristo: "Necessitamos desenvolver a dimensão missionária da vida de Cristo. A Igreja necessita de uma forte comoção que a impeça de se instalar na comodidade, no estancamento e na indiferença, à margem do sofrimento dos pobres do Continente. Necessitamos que cada comunidade cristã se transforme num poderoso centro de irradiação da vida em Cristo. Esperamos um novo Pentecostes que nos livre do cansaço, da desilusão, da acomodação ao ambiente; esperamos uma vinda do Espírito que renove nossa alegria e nossa esperança. Por isso, é imperioso assegurar calorosos espaços de oração comunitária que alimentem o fogo de um ardor incontido e tornem possível um atrativo testemunho de unidade "para que o mundo creia" (Jo 17,21). "(DA 362) 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, espontaneamente, e com toda Igreja, a Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nos vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar orienta-me para deixar-me iluminar e marcar meus passos e decisões pela verdade que é Jesus. Assim faço o Oferecimento do Dia: 
Adoro-vos, meu Deus, amo-vos de todo o meu coração. 
Agradeço-vos porque me criastes, me fizestes cristão, me conservastes a vida e a saúde. 
Ofereço-vos o meu dia: 
que todas as minhas ações correspondam à vossa vontade. E que eu faça tudo para a vossa glória e a paz das pessoas. Livrai - me do pecado, do perigo e de todo o mal. 
Que a vossa graça, bênção, luz e presença permaneçam sempre comigo e com todos aqueles que eu amo. 
Amém. 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patricia Silva, fsp

SEM BARGANHAS

Confio em ti Senhor. Preciso da tua graça e do teu milagre e por isso, não sabendo orar direito, invoco a intercessão dos teus santos daqui e de lá. Orando comigo ou por mim, certamente me ajudarão a chegar mais perto de ti, como eles chegaram. 

Mas Senhor, ensina-me a não barganhar contigo nem com eles. Ensina-me a pedir, deixando que tu decidas se me concedes não esta graça. Não quero ganhar nada em troca de promessas, porque talvez eu não as cumpra. Não desejo transformar o nosso relacionamento num "toma lá, dá cá". És misericordioso, bom o suficiente para dares ou não dares e eu quero ser generoso e bom o suficiente para aceitar não ganhar. Mas não quero fazer barganhas, não quero promessas tipo "se me deres tal graça eis o que te dou em troca." 

Quero tua graça, mas não imponho condições e também não prometo pagar por elas. Sou pobre demais para achar que graça se paga com dez ou mil preces ou com cestas básicas. Não será pagamento. Será gratidão. Cumprirei minhas eventuais promessas sem achar que foi empréstimo no te banco de dons. 

Tentarei ser melhor do que sou hoje, mas não como barganha. Não creio que desejes barganhas. Nem precisas delas! O que posso prometer e prometo é que tentarei ser pessoa melhor, fazendo o máximo de mim para retribuir ao bem que me fizeste, mas não estabelecerei um preço ao nosso diálogo. Não é certo, não é isso que queres e eu provavelmente acabaria não conseguindo cumprir. 

Basta-me que eu te seja grato e se o for, provavelmente saberei fazer o bem em troca do bem que me fizeste. Tu me dirás o bem que deverei fazer, mas promessas em forma de barganha, não! Não farei preces "me dá que te dou"! Confio na tua misericórdia e sei que ensinarás a retribuir os teus favores, porque tua misericórdia é grande até para me ensinar os meus hinos de gratidão. 
Padre Zezinho, scj

A BELEZA PRESENTE NO PLANO DO PAI

Que maravilha! Eu e você somos o presente do Pai para Jesus, o Filho de Deus! Ele é o Senhor desta humanidade. Este foi, desde o início, o plano do Pai: um presente para Seu Filho.

E criou todas as outras coisas: esta terra com tudo aquilo que nela existe – céus, mares, rios, montanhas, plantas, flores. Depois, vieram os animais. Tudo foi criado por Ele e para Ele. Desde sempre, o objetivo do Pai foi este: que o Seu Filho viesse e renascesse nesta terra. Aqui é o lugar do Reino do Filho de Deus. 

O Pai queria que Cristo viesse para ser o Senhor, o Rei, o Governador de tudo e de todos nós. Ele é o princípio e Deus colocou toda a plenitude n'Ele. Aí está a beleza!

Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova

OS SACRIFÍCIOS FAZEM PARTE DE UMA VIDA A SERVIÇO DE DEUS

Uma vida em Deus na qual experimentamos bênçãos, milagres, curas e sinais, nós que vivemos em Deus podemos tocar nessas graças e ver os inúmeros prodígios do Senhor. E você talvez possa questionar se há uma vida melhor do que essa, na qual é possível a cada dia receber e presenciar a graça de Deus. Com a ajuda dessa passagem bíblica de hoje podemos ver que há, sim, uma vida melhor do que essa. Há uma vida que nós temos que almejar, pois é melhor do que essa vida de bênçãos, milagres e sinais, que é a vida do serviço, da entrega, de renúncia e sacrifício. Você pode tocar numa vida de prodígios e sinais, mas sem abrir mão da vida do sacrifício. 

Em Israel havia três grandes festas de peregrinação para os judeus: a Páscoa (nela o povo de Israel recordava a manifestação de Deus durante a escravidão deles no Egito, quando o Mar Vermelho foi aberto para eles passarem ao outro lado e fugirem do faraó e soldados egpícios), a Festa das Semanas (conhecida como Pentecostes atualmente) e a Festa das Tendas (na qual era recordado o período em que o povo de Deus peregrinou no deserto). Destas, a Festa da Páscoa era a que mais reunia pessoas e na qual os doutores da Lei e sumos sacerdotes esperavam por Jesus para prendê-Lo.

Alguns gregos presentes na Festa de Páscoa queriam ver Jesus para pedir-Lhe bênçãos. Mas o Senhor estava focado em Sua missão, confiada a Ele pelo Pai. Cristo sabia que havia chegado a Sua hora, e podemos perceber que Ele estava angustiado, mas não pediu ao Pai que O livrasse daquela situação, pois sabia o propósito de Sua vinda a este mundo. 

Hoje a Igreja Católica nos relembra a Solenidade da Anunciação do Senhor, quando o Verbo se faz carne e habitou entre nós. A Virgem Maria, Mãe de Jesus, teve uma vida de completa entrega e de serviço a Deus. Nessa passagem bíblica, o Senhor Jesus fala que veio para a glória do Pai, dar a vida assim como o grão de trigo que morre para produzir frutos. Logo, entendemos que a vida d'Ele também foi de total entrega, sacrifício e serviço a Deus. 

Meus irmãos, qual é a escolha que você faz hoje? Uma vida de bênção sem sacrifícios, assim como os gregos queriam, ou uma vida de renúncia, sacrifício e entrega a serviço de Deus, que é o caminho do calvário? O Senhor Jesus nos promete que se alguém quiser servi-Lo, o Pai o honrará. Eis a receita e o segredo para a felicidade que o Senhor nos garante. 

Estamos na reta final da Quaresma, façamos um balanço de como vivemos esse período a fim de avaliar se estamos servindo realmente a Jesus. O Senhor hoje nos convida a servi-Lo sem interesse. Todos nós temos problemas e desafios para vencer, mas se escolhermos servir a Deus, seremos honrados por Ele. 

Os sacrifícios fazem parte de uma vida a serviço de Deus. Entreguemos nossas preocupações ao Senhor, para servi-Lo e Ele cuidará de nós. 
Alexandre Oliveira
Missionário da Comunidade Canção Nova

QUEREMOS VER JESUS

Jesus, ao chegar a Jerusalém para a festa da Páscoa judaica, é aclamado pela multidão de peregrinos que acorrem à cidade para o cumprimento do preceito religioso de participação nessa festa. Entre esses peregrinos, encontram-se gregos que se dirigem a Filipe emanifestam o desejo de ver Jesus, o qual os atrai mais do que a própria festividade.

O Senhor, na ocasião de Seu batismo por João, disse a André e ao outro discípulo que o acompanhava, quando perguntaram a Ele onde Ele morava: “Vem e vê”. Depois, o próprio Filipe, que já havia sido chamado por Jesus para segui-Lo, convidou também Natanael para o encontro com Cristo, com a mesma expressão: "Vem e vê". Agora são os gregos da região de Betsaida que se empenham para ver o Messias. "Ver" significa "conhecer", ter a experiência da presença e do diálogo, em um tempo de convívio e comunicação com Jesus. Filipe, diante do pedido dos gregos, diz isso a André, pois, assim como este e Pedro, ele também era de Betsaida, cidade de cultura grega.

Quando Filipe e André falam com Jesus, Ele lhes responde procurando remover qualquer equívoco. Está próximo o desenlace do Seu ministério de amor e dom de si, sem temer perseguições, ameaças e morte. A glória de Cristo não é o poder e o sucesso, mas o dom total de Sua vida no amor, a ser assumido também pelos discípulos.

O dom da própria vida é o ato fecundo que gera mais vida, tanto naquele que se doa como naqueles que são tocados por seu amor. A vida é fruto do amor e ela será tanto mais pujante quanto maior for a plenitude do amor, no dom total.

A metáfora do grão sendo transformado exprime muito mais potencialidades do homem do que aquelas que lhe são conhecidas. O grão que desaparece para dar lugar à planta e ao fruto é a conversão de vida. É libertar a vida da submissão e escravidão aos interesses dos chefes deste mundo e colocá-la a serviço de Jesus, presente no nosso próximo. É alcançar a liberdade da vida eterna na prática do amor. Com o dom de si novas e surpreendentes potencialidades se revelam. A morte, sem ser um fim trágico, pode ser também o começo de uma vida nova, mais plena, já neste mundo.

Morrer para os limites e valores impostos por uma cultura de consumo e opressão para viver livre na comunhão de amor e vida com os irmãos, particularmente os mais necessitados. Isso é servir Jesus, é assim que se manifesta a glória de Cristo e a glória do Pai. Quem não teme a própria morte confunde o opressor poderoso, chefe deste mundo, e conquista a liberdade, que tudo transforma pelo amor.

Viver é dar a vida, e tem-se a vida à medida que ela é dada.
Padre Wagner Augusto Portugal
Vigário Judicial da Diocese da Campanha (MG)