A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

29 de fevereiro de 2012

EVANGELHO DO DIA: Quarta e Quinta-feira

Ano B - Dia: 29/02/2012 - Quarta-feira
Um milagre?
Lc 11,29-32
Quando a multidão se ajuntou em volta de Jesus, ele começou a falar e disse o seguinte: 
- Como as pessoas de hoje são más! Pedem um milagre como sinal de aprovação de Deus, mas nenhum sinal lhes será dado, a não ser o milagre de Jonas. Assim como o profeta Jonas foi um sinal para os moradores da cidade de Nínive, assim também o Filho do Homem será um sinal para a gente de hoje. No Dia do Juízo a rainha de Sabá vai se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Salomão. No Dia do Juízo o povo de Nínive vai se levantar e acusar vocês porque, quando ouviram a mensagem de Jonas, eles se arrependeram dos seus pecados. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Jonas. 

Leitura Orante 
Preparo-me, em comunhão com todos os internautas, para a Leitura Orante, orando com Santo Agostinho: 
Tarde vos amei, 
ó beleza tão antiga e tão nova. 
Tarde vos amei! 
Eis que habitáveis dentro de mim, 
e eu lá fora procurando-vos! 
Disforme, 
lançava-me sobre estas formosuras que criastes. 
Estáveis comigo, 
e eu não estava convosco! 
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio atentamente o texto de hoje, na Bíblia: Lc 11,29-32. 
Jesus denomina de "más" as pessoas que pedem um milagre como sinal da aprovação de Deus. Afirma que o Filho do Homem é o sinal para as pessoas de hoje. Não é um sinal espetacular que deve levar as pessoas à conversão, mas à adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus. 
2. Meditação(Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Como é a minha fé? Fico à procura de milagres, sinais especiais em meu favor? 
Ou acredito em Deus, independentemente dos sinais? 
Os bispos, em Aparecida, apontam para um sinal muito importante na vida de todo cristão - o anúncio do amor de Deus: 
"Anunciamos a nossos povos que Deus nos ama, que sua existência não é uma ameaça para o homem, que Ele está perto com o poder salvador e libertador de seu Reino, que Ele nos acompanha na tribulação, que alenta incessantemente nossa esperança em meio a todas as provas." (DAp 29). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Rezo com toda Igreja a Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4. Contemplação (Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou hoje, descobrir a presença e os sinais de Deus em tudo que me acontecer. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. - 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 
Ano B - Dia: 01/03/2012 - Quinta-feira
O Pai dá coisas boas
Mt 7,7-12
- Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês. Porque todos aqueles que pedem recebem; aqueles que procuram acham; e a porta será aberta para quem bate. Por acaso algum de vocês, que é pai, será capaz de dar uma pedra ao seu filho, quando ele pede pão? Ou lhe dará uma cobra, quando ele pede um peixe? Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai de vocês, que está no céu, dará coisas boas aos que lhe pedirem!
- Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês; pois isso é o que querem dizer a Lei de Moisés e os ensinamentos dos Profetas. 

Leitura Orante 
Faço a preparação à Leitura Orante, com todos os que se encontram nesta rede da internet, invocando o Espírito Santo: 
Vem Espírito de Deus, 
ilumina-me. 
Quero abrir-me 
para acolher os desafios 
que o Senhor vai me apresentar hoje. 
1. Leitura (Verdade - O que a Palavra diz? 
Leio com atenção, na Bíblia, o texto indicado para o dia: Mt 7,7-12.
Jesus usa alguns verbos na voz ativa, que me sugerem atitudes dinâmicas: "peçam", "procurem" "batam". E garante-me que, a todas estas atitudes, terei uma resposta positiva. 
E mais: para garantir que Deus tem cuidado e atenção por nós, usa a imagem do pai que não engana seu filho dando-lhe pedra em lugar de pão. E vai mais longe: se um pai só dá coisas boas a seu filho, muito mais o Pai do céu. 
Finalmente, recomenda-me fazer aos outros o que desejo que me façam: "Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês".
2. Meditação(Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
A Palavra me diz que devo confiar e apresentar a Deus as minhas necessidades. 
Diz-me ainda que devo sempre pensar, querer e fazer o bem, pois é o que desejo também para mim. 
Reconheço que nem sempre desejo aos outros o mesmo que desejo para mim. Com freqüência encontro pessoas gentis comigo: fazem-me um favor, oferecem-me a vez, o lugar, pedem desculpas, agradecem. Mas, muitas vezes, quero o melhor para mim: o melhor emprego, o melhor cargo, o melhor lugar no metrô, no ônibus, o melhor, sem me preocupar muito com as outras pessoas. 

Na Conferência de Aparecida, os bispos disseram: "Frente à globalização, sentimos um forte chamado para promover uma globalização diferente, que esteja marcada pela solidariedade, pela justiça e pelo respeito aos direitos humanos, fazendo da América Latina e do Caribe não só o Continente da esperança, mas também o Continente do amor, como propôs SS. Bento XVI no Discurso Inaugural desta Conferência. Isto deveria nos levar a contemplar os rostos daqueles que sofrem. Entre eles estão as comunidades indígenas e afro-americanas que, em muitas ocasiões, não são tratadas com dignidade e igualdade de condições; muitas mulheres são excluídas, em razão de seu sexo, raça ou situação sócio-econômica; jovens que recebem uma educação de baixa qualidade e não têm oportunidades de progredir em seus estudos nem de entrar no mercado de trabalho para se desenvolver e constituir uma família; muitos pobres, desempregados, migrantes, deslocados, agricultores sem terra, aqueles que procuram sobreviver na economia informal; meninos e meninas submetidos à prostituição infantil ligada muitas vezes ao turismo sexual; também as crianças vítimas do aborto. Milhões de pessoas e famílias vivem na miséria e inclusive passam fome. Preocupam-nos também os dependentes das drogas, as pessoas com limitações físicas, os portadores e vítimas de enfermidades graves como a malária, a tuberculose e HIV - AIDS, que sofrem a solidão e se vêem excluídos da convivência familiar e social. Não nos esqueçamos também dos seqüestrados e aqueles que são vítimas da violência, do terrorismo, de conflitos armados e da insegurança na cidade. Também os anciãos que, além de se sentirem excluídos do sistema produtivo, vêem-se muitas vezes recusados por sua família como pessoas incômodas e inúteis. Sentimos as dores, enfim, da situação desumana em que vive a grande maioria dos presos, que também necessitam de nossa presença solidária e de nossa ajuda fraterna. Uma globalização sem solidariedade afeta negativamente os setores mais pobres. Já não se trata simplesmente do fenômeno da exploração e opressão, mas de algo novo: da exclusão social. Com ela o pertencimento à sociedade na qual se vive fica afetado, pois já não se está abaixo, na periferia ou sem poder, mas se está de fora. Os excluídos não são somente "explorados", mas "supérfluos" e "descartáveis"." (DAp 64-65). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Rezo com toda Igreja a Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4. Contemplação (Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou ter atenção mais viva hoje, para perceber os cuidados do Pai para conosco. Também procurar oferecer o melhor às pessoas com quem me relaciono. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp

ESTAMOS DE VOLTA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

PAZ E BEM!
                
                   SAÚDE E LUZ!




         Estamos retomando os encontros de 


Quinta-feira a noite!




                      Divulgue aos casais do seu 


         Círculo e aos amigos em geral.




Dia 1º de Março 2012 às 20h e 30min.



VOCE FOI CRIADO PARA AMAR E NÃO PARA ODIAR


Em todas as línguas, o verbo "amar" é lindo! É o próprio nome de Deus! Deus é amor em ação! Você é imagem e semelhança do Senhor; você é filho d'Ele. Por isso, você ama e foi criado para amar e não para odiar.

Quando estamos voltados para o Senhor, sentimos Seu amor e começamos a amar: voltamos à vida. Sabemos que passamos da morte para a vida, porque o amor de Deus está em nós. Por estarmos voltados para Ele, começamos a amar o próximo. 

Não é possível amar os outros se não amamos a Deus em primeiro lugar. Assim como não é possível amar a Deus se não sentimos o amor d'Ele por nós.

Precisamos gastar toda capacidade de amar que nos foi dada pelo Senhor. Gastar tudo o que nos foi entregue. Esta é nossa grande alegria: se gastarmos a mais, se ultrapassarmos nosso limite, quando tivermos de ter paciência, quando tivermos de carregar nossos irmãos ou perdoar-lhes será o Senhor quem nos pagará. Ele nos promete: “Sou Eu que te pagarei na minha volta”.

Viemos do amor e vamos para o amor. Por isso, durante este tempo de vida aqui na terra, precisamos ser aprendizes do amor. Assim como aprendemos a cantar, cantando; a nadar, nadando; a tocar violão, tocando; também se aprende a amar, amando. Carlos Drummond de Andrade, o grande poeta mineiro, fez dessa verdade o título de um de seus livros: "Amar se aprende amando".

Deus o abençoe!
Monsenhor Jonas Abib - Fundador da Comunidade Canção Nova

QUEM É JESUS CRISTO PARA MIM?


Essa é uma pergunta que o Papa Bento XVI respondeu no seu livro “Dogma e Anúncio”. O Santo Padre afirmou que: “A partir de Jesus Cristocreio vislumbrar o que é Deus e o que é o homem”. Deus Pai não é só abismo infinito e altura infinita, mas também distância infinita e proximidade infinita. Podemos nos confiar a Ele e falar com Ele, pois Ele nos ouve, vê e ama. “Embora não seja tempo, contudo, tem tempo: também para mim”. Deus se revela em Jesus Cristo quando Este o chama de Pai, e por este mesmo dizer se une intimamente a nós.

Por um lado, o ser humano não é capaz de suportar o homem inteiramente bom, justo, amante da verdade, que não faz mal a ninguém. Quem é assim é crucificado pelo próprio homem. “Assim sou eu também – diz o Santo Padre – esta é a verdade assustadora que vem a mim de Cristo crucificado”. Por outro lado, o homem possui uma natureza capaz de ser expressão de Deus. Além disso, por esta mesma natureza, Deus pode unir-se ao homem.

Tais afirmações têm como fundamento a experiência pessoal do Papa de como Jesus Cristo entrou em sua vida. Ele encontrou Cristo na fé da Igreja, não com um grande personagem do passado, mas com “Alguém que vive e age hoje, que se pode encontrar hoje”. Jesus e a Igreja são inseparáveis e também se identificam. Todavia, Cristo supera infinitamente a Igreja, é o que diz o Concílio de Calcedônia: Ele é o Senhor da Igreja e a sua norma. Isso é, ao mesmo tempo, uma consolação e um apelo. É uma consolação porque Cristo está muito acima das leis e das coisas exteriores, mas também um apelo, pois “Ele exige muito mais do que a Igreja ousa exigir e, ao radicalismo das Suas palavras, só corresponde propriamente o radicalismo de decisões como as que realizaram o patriarca do deserto Santo Antão ou São Francisco de Assis ao aceitarem o Evangelho em sentido completamente literal”.

O Jesus dos Evangelhos é o Jesus real, a quem posso me confiar com tranquilidade. A tradição dos Evangelhos nos dá informações sobre quem Jesus foi e é e, nela, Cristo se faz ouvir e ver sempre de novo. Desta forma, o Senhor continua a se manifestar a quem crê, com a Igreja, sobretudo na oração e nos sacramentos, tendo como destaque a Eucaristia.

Portanto, somente na experiência de fé com a pessoa de Jesus Cristo é possível compreender a radicalidade do chamado do Senhor aos homens. A parábola do jovem rico nos oferece um exemplo de quem não respondeu à voz do Pai e foi embora triste (cf. Mt 19, 22), pois não foi capaz de renunciar àquilo que era quase nada diante da grandeza e da riqueza dos bens celestes.

Para nós fica a pergunta que Cristo fez a Seus discípulos: “E vós”, retomou Jesus, “quem dizeis que eu sou?” (Mt 16, 15). Essa pergunta é fundamental no seguimento a Jesus, pois a resposta que dermos determinará todo o nosso intinerário de seguimento ao Senhor, que continua a chamar a cada um de nós à vivência radical de Seus ensinamentos; pois conforme chamou aquele jovem o Senhor hoje diz a nós: “vem e segue-me” (Mt 19, 21).
Natalino Ueda - Missionário da Comunidade Canção Nova

COMETER ERROS OU FAZER MILAGRES?


Tomar uma decisão nunca foi tarefa fácil, afinal, decidir implica escolher, e escolher uma coisa é inevitavelmente abrir mão de outra. Desta forma, perdas e ganhos se entrelaçam na arte de escolher e viver. A cada dia, a vida nos oferece novas descobertas, e a oportunidade de decidir nos acompanha do nascer ao pôr do sol, estejamos ou não conscientes disso. No entanto, nossas escolhas podem ser até inconscientes, mas não voluntárias. Elas trazem consequências e são impulsionadas por nossos sentimentos, objetivos e tantos outros fatores. Além disso, nossas escolhas trazem também consequências para a vida de outros, já que ninguém vive totalmente isolado neste mundo. 

Madre Teresa de Calcutá, em um momento difícil na congregação por ela fundada, escreveu às filhas espirituais (irmãs da caridade): “Sejam amáveis umas com as outras. Prefiro que cometam erros com amabilidade, a que façam milagres com falta dela. Sejam amáveis sempre. Contemplem a amabilidade de Nossa Senhora, vejam como ela falava, como ela agia. Olhem para seu exemplo. Ela podia perfeitamente ter revelado a São José a mensagem do Anjo a respeito do nascimento de Cristo, mas escolheu o silêncio, não disse uma palavra. E a essa altura, vendo seu amor, Deus interveio diretamente em seu favor. Maria guardava todas estas coisas no seu coração, eis a grande lição! E quem nos dera podermos guardar todas as nossas palavras no coração dela.

Para que tanto sofrimento e tantas incompreensões? Basta uma simples palavra, um olhar, uma pequena ação sem amor e o coração da vossa Irmã mergulha na escuridão. Não deve ser assim. Peçam a Nossa Senhora que vos encha o coração de doçura”.

É como se Madre Teresa nos dissesse com a vida até mais do que com as palavras: decidam-se pelo amor, pois esta é a única força que pode mudar o mundo. E por saber do quanto precisamos de referências, ela nos mostra o melhor exemplo: a Virgem Maria. Aliás, acredito que na hora de tomar decisões é sempre muito importante a ajuda de quem nos conhece e nos ama, de preferência que esta pessoa não esteja envolvida no caso. Mesmo que a decisão seja só nossa, outra pessoa pode nos ajudar no sentido de avaliar bem “os dois lados da moeda”.

Tendo em vista que, quando nos sentimos pressionados, corremos o sério risco de agir guiados por nossos sentimentos, pela razão ou por impulsos, mas quase nunca pela verdade. Recordo-me das diversas vezes em que precisei fazer grandes escolhas na vida e acredito que não teria acertado sozinha.

A pressa também é uma grande inimiga neste hora; então, calma! Esperar um momento, deixar a poeira baixar pode ser muito proveitoso para uma boa escolha. Mas atenção! Também não é o caso de deixar a situação ir se prolongando de um dia para outro até nos acostumarmos com ela. A falta de decisão torna a vida pesada, rouba os sonhos e enfraquece a vontade. Já conheci muita gente que perdeu o sentido da vida por medo de fazer uma escolha. É preciso calma, mas não comodismo.

Talvez hoje, ao ler este texto, você se sinta encorajado a tomar uma decisão. Se é o caso, não tenha medo de dar os passos e aceitar o desafio de passar pelo processo necessário da mudança. Pode ser mais fácil do que você imagina, mas só o saberá ao tentar. A natureza nos ensina muito sobre isso. Quando observamos a mesma árvore nas diversas estações do ano, ficamos impressionados como a vida vai se entrelaçando entre perdas e ganhos. Conosco não é diferente e saber perder para ganhar é questão de sobrevivência. 

No entanto, que sirva de lição a “cartinha” da Madre Teresa: Entre fazer grande obras e até milagres ou sermos caridosos é preferível optar pela caridade, e o amor, na maioria das vezes, traduz-se no silêncio e na discrição. 

Olhemos para Nossa Senhora, ela é o exemplo perfeito de quem decidiu amar na simplicidade sem se preocupar em fazer coisas extraordinárias aos olhos humanos. Inspirados em seu exemplo, tenhamos hoje a coragem de levar luz aos corações em vez de trevas. Madre Teresa fez desta escolha a sua missão durante toda a vida. Em meio às grandes provas pelas quais essa grande mulher de Deus passou vivendo a “noite escura da alma”, escreveu ao seu diretor espiritual: “Um caloroso SIM a Deus e um grande SORRISO para todos são as únicas duas palavras que me mantêm seguindo em frente”, e esta escolha corajosa beneficiou e continua beneficiando a tantos ao longo dos anos que se seguiram.

Tomemos a decisão de seguir em frente com um sorriso nos lábios e um caloroso "sim" a Deus, que nos chama a optarmos pelo amor, mesmo que cometamos erros, pois este certamente é o maior milagre do qual o mundo carece.
Dijanira Silva - Apresentadora da Rádio CN FM 103.7 em Fátima Portugal.

25 de fevereiro de 2012

EVANGELHO DO DIA: Sexta, Sábado e Domingo

Ano B - Dia: 24/02/2012 - Sexta-feira
Clima de festa
Mt 9,14-15
Então os discípulos de João Batista chegaram perto de Jesus e perguntaram: 
- Por que é que nós e os fariseus jejuamos muitas vezes, mas os discípulos do senhor não jejuam? 
Jesus respondeu: 
- Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar tristes enquanto o noivo está com eles? Claro que não! Mas chegará o tempo em que o noivo será tirado do meio deles; então sim eles vão jejuar! 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante, em rede com todos os demais que, pela internet rezam, com a oração de Tagore: 
Dia após dia, Senhor de minha vida, 
ficarei diante de ti, 
face a face. 
De mãos juntas, ficarei diante de ti, Senhor, 
de todos os mundos, 
face a face! 
1. Leitura(Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio com calma o Evangelho de hoje, na Bíblia: Mt 9,14-15. 
O texto diz que Jesus vem trazer clima de festa, de alegria. O jejum que ele pede não é como o fazem os fariseus. O jejum que ele quer é um coração arrependido, é a atitude de perdão e de partilha do que se tem com os mais necessitados. Estar com Jesus é uma festa! 
2. Meditação (Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Procurarei vivenciar o jejum recomendado por Jesus com atitudes de perdão e de partilha. Como bem disseram os bispos em Aparecida: " Quando cresce no cristão a consciência de se pertencer a Cristo, em razão da gratuidade e alegria que produz, cresce também o ímpeto de comunicar a todos o dom desse encontro.Cria-se um clima de festa! A missão não se limita a um programa ou projeto, mas em compartilhar a experiência do acontecimento do encontro com Cristo, testemunhá-lo e anunciá-lo de pessoa a pessoa, de comunidade a comunidade e da Igreja a todos os confins do mundo (cf. At 1,8)." (DAp 145) 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Rezo com toda Igreja a Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4. Contemplação (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Procurarei viver diante de Deus, na alegria de ser seu filho, sua filha. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 

Ano B - Dia: 25/02/2012 - Sábado
Jesus vai à festa na casa de Levi
Lc 5,27-32
Depois disso Jesus saiu e viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado no lugar onde os impostos eram pagos. Jesus lhe disse: 
- Venha comigo. 
Levi se levantou, deixou tudo e seguiu Jesus. Então Levi fez para Jesus uma grande festa na sua casa. Havia ali muitos cobradores de impostos, e outras pessoas estavam sentadas com eles. Os fariseus e os mestres da Lei, que eram do partido dos fariseus, ficaram zangados com os discípulos de Jesus e perguntaram: 
- Por que vocês comem e bebem com os cobradores de impostos e com outras pessoas de má fama? 
Jesus respondeu: 
- Os que têm saúde não precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim para chamar os bons, mas para chamar os pecadores, a fim de que se arrependam dos seus pecados. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante e, com todos que navegam na internet, sigo a sugestão do Peregrino Russo: 
Senta-te em silêncio e na solidão. 
Inclina a cabeça. Fecha os olhos. 
Respira suavemente, e olha 
através da imaginação, 
para dentro do teu coração. 
Repete, respirando: 
"Senhor Jesus Cristo, tem piedade de mim". 
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Tomo o texto do dia, na Bíblia, e leio com atenção: Lc 5,27-32. 
Jesus chama um cobrador de impostos para segui-lo: Levi. E vai tomar refeição em sua casa. Isto não foi bem visto pelos fariseus que se escandalizavam de Jesus comer com os pecadores. Jesus então, lhe diz que veio para salvar os pecadores. 
2. Meditação (Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Posso me colocar no lugar de Levi e ouvir o convite de Jesus, como também convidá-lo para vir tomar refeição comigo. Posso ainda colocar-me no meio dos fariseus e escribas que ficam observando e julgando as atitudes pensando que sempre são os melhores. 
Posso também colocar-me entre os "doentes" que precisam do "médico", dos pecadores que precisam de conversão. 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 
Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 
Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4. Contemplação/ Missão (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Viverei hoje como Levi, aceitando o convite de Jesus e convidando-o a vir à minha casa, ao meu coração. 
Bênção irlandesa 
Que a estrada se abra à sua frente, 
Que o vento sopre levemente às suas costas 
Que o sol brilhe morno e suave em sua face, 
Que a chuva caia de mansinho em 
seus campos... 
E, até que nos 
encontremos de novo, 
Que Deus lhe guarde na 
palma de suas mãos. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 

Ano B - Dia: 26/02/2012 - Domingo
Arrependimento e fé
Mc 1,12-15
Logo depois o Espírito Santo fez com que Jesus fosse para o deserto. Jesus ficou lá durante quarenta dias, sendo tentado por Satanás. Ali havia animais selvagens, e os anjos cuidavam de Jesus. 
Depois que João foi preso, Jesus seguiu para a região da Galiléia e ali anunciava a boa notícia que vem de Deus. Ele dizia: 
- Chegou a hora, e o Reino de Deus está perto. Arrependam-se dos seus pecados e creiam no evangelho. 

Leitura Orante 
Preparo-me, com todos os que se encontram na rede da internet, para a Leitura orante, invocando a Santíssima Trindade: 
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. 
Creio, Senhor Jesus, que sou parte de seu Corpo. 
Trindade Santíssima 
- Pai, Filho, Espírito Santo - 
presente e atuante na Igreja e na profundidade do meu ser. 
Eu vos adoro, amo e agradeço. 
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Tomo contato com o texto de hoje, lendo-o, na Bíblia, em Mc 1,12-15. 
O texto apresenta duas partes: as tentações de Jesus e o início de sua evangelização. Inicia dizendo que o Espírito fez com que Jesus fosse para o deserto. Todos os três evangelistas (Mateus, Lucas e Marcos) têm como principal autor desse retiro no deserto, o Espírito. 
Jesus vai para o deserto. Deserto significa lugar desabitado, solitário, desamparado, abandonado. No sentido bíblico, deserto era terra da aridez, símbolo da privação de chuva e de fertilidade. É o lugar da purificação e da pobreza. 
No deserto Jesus ficou quarenta dias. Este número recorda os quarenta anos do Povo de Deus no deserto, rumo à libertação. Foram quarenta dias em que Moisés permaneceu no alto do Horeb diante de Deus. para receber as tábuas da lei (Dt 9,9). 
Sendo tentado por Satanás, diz o Evangelho. As tentações de Jesus eram para desviá-lo de sua missão messiânica. 
Convivia com as feras. A frase indica que durante esse tempo Jesus não viu nenhuma pessoa humana. 
E os anjos o serviam. O evangelho apresenta prova segura da existência dos anjos, não como mensageiros, mas como seres que servem. 
Depois que João foi preso, Jesus veio para a Galileia, proclamando a Boa-Nova de Deus. 
O texto faz entender que Jesus estava na Judéia e retornou à Galiléia onde faz a proclamação do Reino, resumida na conversão e fé no Evangelho. 
"Convertei-vos. Arrependam-se". O Evangelho, além da fé, exige de cada pessoa o desejo de modificar sua conduta segundo a Boa-Nova. 
2. Meditação(Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Conversão e fé . Eis o ponto central da Boa-Nova de Jesus. Devo renovar minhas idéias sobre o Reino. O anúncio de Jesus me chama à conversão. O bem-aventurado Alberione sentiu um apelo que transmitiu a toda a Família Paulina: "Vivam em contínua conversão". Agora, num instante de silêncio, verifico em que devo me converter. 
Em Aparecida, os Bispos, afirmaram: "No exercício de nossa liberdade, às vezes recusamos essa vida nova (cf. Jo 5,40) ou não perseveramos no caminho (cf. Hb 3,12-14). Com o pecado, optamos por um caminho de morte. Por isso, o anúncio de Jesus sempre convoca à conversão, que nos faz participar do triunfo do Ressuscitado e inicia um caminho de transformação." (DAp 351). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Faço a Oração da Campanha da Fraternidade 2012
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4. Contemplação(Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
O lema da Campanha da Fraternidade diz que "Que a saúde se difunda sobre a terra". Meu novo olhar será de vida, rejeitando em mim e em volta de mim toda forma de doença. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 

O QUE BEBER DA ÁGUA QUE EU LHE DER JAMAIS TERÁ SEDE


De qual água estamos bebendo? Temos buscado a fonte que não cessa ou a fonte que cessa e está contaminada? No mundo hoje encontramos diversas águas, a água chamada pecado é como a água do mar, você sabe que é ruim, mas experimenta. Algo mais engraçado é a pessoa que vai ao mar pela primeira vez, ela está cansada de saber que a água é salgada, mas tem que experimentar e dizer: "é salgada mesmo". Sabemos que não podemos beber a água do mar, caso contrário o problema da falta de água no mundo estaria resolvido, então, assim é com o pecado, uma água que nos faz mal, nem o melhor tratamento é capaz de purificá-la, porque não vem de Deus. A água do mar apesar de ser transparente e fresquinha, quanto mais você bebe, mais sede você vai sentir. Essa água nos lembra os prazeres do mundo. Todos nós sabemos que o pecado é gostoso, ou pelo menos, ele parece ser gostoso. Muitas vezes, quando pecamos, sentimos bem na hora. O problema é que os prazeres desta vida duram pouco tempo. Eles jamais nos deixam satisfeitos, na verdade, eles nos deixam com mais sede ainda. É como beber água salgada, nada que o mundo oferece pode matar a nossa sede. São Paulo escrevendo a Timóteo disse que: "a que vive para os prazeres, ainda que esteja viva, está morta". O pecado sempre tem consequências trágicas, sempre leva a morte. Que tenhamos então uma verdadeira decisão de afastar essa água chamada pecado da nossa vida, pois ela somente trás pedras para os rins, e consequentemente destrói a nossa vida. E que essa decisão de afastar essa água contaminada da nossa vida se traduza em atos, não adianta de nada eu ter a decisão mas na primeira situação de pecado eu já esteja pecando.

Uma outra água que está destruindo a juventude, que está matando, que está fazendo com que a juventude de fato passe vexame, é uma água amarelinha chamada cerveja, entenda que beber não é pecado, o pecado é a bebedeira, e essa bebedeira tem gerado brigas, mortes, doenças, destruição de famílias. Algo que me revolta são os acidentes ocasionados pela embriaguez, tantos inocentes que perdem a vida. As propagandas de cerveja iludem mostrando mulherada, chamando a pessoa de guerreiro (que guerreiro que nada, guerreiro é quem luta contra o pecado), eu não vejo nenhuma empresa de cerveja prestando auxílio a quem eles estão matando, só querem o lucro em meio a um capitalismo desordenado e não estão nem aí que você morra. Eu decidi não beber desde pequeno porque meus pais que bebem me disseram que não era bom pra saúde, então eu cresci sem beber não por causa de religião, ou outra coisa, precisei somente saber que não fazia bem. Conheço casos de pessoas que não se saciam mais com essa água impura e começam a beber álcool puro, e assim vão se destruindo, mas se tivessem buscado a água que Jesus oferece jamais teriam sede, porque a água que Jesus oferece não é como a água potável que bebemos; nos sacia, mas depois temos sede novamente, quem beber da água que Jesus oferece jamais terá sede!
Fabiano Ferreira Silva

O SACRAMENTO DA EUCARISTIA


Continuando a reflexão sobre os sacramentos, ensinados pelo Catecismo da Igreja Católica, chegamos à Sagrada Eucaristia, esta que, juntamente com o Batismo e a Confirmação, faz parte do sacramento de iniciação cristã. Ela que é o misterioso centro de todos estes sacramentos. Portanto, ela é a fonte e o centro de toda a vida cristã.

Esse sacramento é conhecido por diversos nomes, como: Eucaristia, Santa Missa, Ceia do Senhor, Fracção do pão, Celebração Eucarística, Memorial da Paixão, da Morte e da Ressurreição do Senhor, Santo Sacrifício, Santa e Divina Liturgia, Santos Mistérios, Santíssimo Sacramento do altar, Santa Comunhão.

Originalmente a Sagrada Eucaristia era a oração de ação de graças da Igreja primitiva, precedia a consagração do pão e do vinho, posteriormente a palavra foi conferida a toda a celebração da Santa Missa. A Sagrada Eucaristia é o sacramento em que Jesus entrega o Seu Corpo e o Seu Sangue – Ele próprio, por nós, para que também nos entreguemos a Ele em amor e nos unamos a Ele na Sagrada Comunhão. É o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até o Seu regresso, confiando assim à Sua Igreja o memorial da Sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna.

Sendo, portanto, a Eucaristia um memorial no sentido que torna presente e atual o sacrifício que Cristo ofereceu ao Pai, uma vez por todas, na cruz, em favor da humanidade. O carácter sacrificial da Eucaristia manifesta-se nas próprias palavras da instituição dela: “Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós” e “este cálice é a nova aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós” (Lc 22,19-20). O sacrifício da cruz e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício. Idênticos são a vítima e Aquele que oferece, diverso é só o modo de oferecer-se: cruento na cruz, incruento na Eucaristia.

A Igreja participa do Sacrifício Eucarístico de forma direta, pois, na Eucaristia, o sacrifício de Cristo torna-se também o sacrifício dos membros do Seu Corpo. A vida dos fiéis, o seu louvor, o seu sofrimento, a sua oração, o seu trabalho são unidos aos de Cristo. Enquanto sacrifício, a Eucaristia é também oferecida por todos os fiéis vivos e defuntos em reparação dos pecados de todos os homens e para obter de Deus benefícios espirituais e temporais. A Igreja do céu está unida também à oferta de Cristo.

Jesus Cristo está presente na Eucaristia de um modo único e incomparável. De fato, está presente de modo verdadeiro, real, substancial: com o Seu Corpo e o Seu Sangue, com a Sua Alma e a Sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as Espécies Eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e homem.

O cristão é chamado, desta forma, a adorar a Eucaristia, por isso a Igreja conserva com a maior diligência as Hóstias Consagradas, leva-as aos enfermos e às pessoas impossibilitadas de participar da Santa Missa, apresenta-as à solene adoração dos fiéis, leva-as em procissão e convida à visita frequente e à adoração do Santíssimo Sacramento conservado no tabernáculo. A Igreja obriga os fiéis a participar da Santa Missa aos domingos e nas festas de preceito, e recomenda a participação dela também nos outros dias. Da mesma forma, a Igreja recomenda aos fiéis que participam da Santa Missa que também recebam, com as devidas disposições, a Sagrada Comunhão, prescrevendo a obrigação de a receber ao menos na Páscoa.

Porém, para receber a Sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo.

Os frutos da sagrada Comunhão são diversos; ela aumenta a nossa união com Cristo e com a Sua Igreja, conserva e renova a vida da graça recebida no batismo e no crisma, e faz-nos crescer no amor para com o próximo. Fortalecendo-nos na caridade, perdoa os pecados veniais e preserva-nos dos pecados mortais, no futuro. 

Por fim, a Eucaristia nos enche das graças e bênçãos do céu, fortalece-nos para a peregrinação desta vida, faz-nos desejar a vida eterna, unindo-nos desde já a Cristo, sentado à direita do Pai, à Igreja do Céu, a Santíssima Virgem e a todos os santos. A Sagrada Eucaristia é de tal forma a vida dos cristãos que Santo Tomás de Aquino afirmou que ela possui, no fundo, o efeito da transformação do ser humano em Deus, e Santo Inácio de Antioquia ensinou que, nela [Eucaristia], partimos o mesmo pão, que é remédio de imortalidade, antídoto para não morrermos e, dessa forma, vivermos eternamente em Jesus Cristo. Portanto, o sacrifício de Jesus na cruz torna-se presente durante a consagração do pão e do vinho, ou seja, na Eucaristia, desta forma, os mistérios da Eucaristia são os mistérios do próprio Cristo. Este é um grande dom da nossa fé: crer que, na Eucaristia, Jesus se faz presente em Corpo, Sangue, Alma e Divindade.
Canção Nova

ENSINAMENTOS SOBRE O QUARESMA


Dois jovens se encontram no corredor do colégio e um comenta com o outro: - 'Rapaz, neste feriadão eu vou curtir todas, vou chegar na quarta só o pó'; e o outro acrescenta: - 'Afinal é por isso que ela se chama Quarta-feira de Cinzas!'

Será que realmente é este o sentido da Quarta-feira de Cinzas? Será que é para depois de ter “aproveitado todas” no feriadão, chegarmos ao dia depois da terça-feira, a ponto de não termos mais força? Esgotados por termos buscado a qualquer custo um prazer egoísta? Penso que nem preciso dar a resposta a essas perguntas.

A Quarta-feira de Cinzas, dia de preceito (aqui recorro ao meu amigo dicionário para traduzir o significado deste termo – aquilo que se recomenda praticar, regra ou norma), é um dia em que todo cristão católico, batizado, deve participar da solene Liturgia da Cinzas. Esta celebração marca a abertura da Quaresma, tempo privilegiado de conversão e preparação para a Páscoa do Senhor. 

A liturgia da Santa Missa desse dia possui algumas particularidades próprias como: a omissão do ato penitencial, que é substituído pela imposição das cinzas; o "Glória" e o "Aleluia" não são cantados. Porém, o fator marcante e que remonta à tradição da Igreja é a bênção e a distribuição das cinzas, acompanhadas das seguintes palavras: “Convertei-vos e crede no Evangelho” ou então: “Lembra-te que és pó, e ao pó hás de voltar”.

As cinzas, desde o Antigo Testamento, possuem um sinal de penitência. Podemos perceber esta realidade na famosa passagem de Jonas, na qual, ao percorrer Nínive, e profetizar aquilo que o Senhor faria com a cidade num prazo de quarenta dias, a cidade então se converte a Deus, proclama um grande jejum a ponto de o próprio rei se vestir de saco e sentar-se sobre as cinzas (cf. Jn 3, 4-6). Já na Antiguidade, quando as penitências deveriam ser feitas no período quaresmal e duravam vários dias, os penitentes eram admitidos à penitência pública oficial, celebrava-se no início desse tempo [Quaresma], na Quarta-feira de Cinzas, a imposição das cinzas e do cilício.

Ainda hoje o sentido de recebermos as cinzas é o mesmo, refletirmos aquilo que somos diante de Deus, reconhecer n'Ele o nosso único Senhor, perceber que necessitados de conversão, nos arrependemos de nossos pecados. Atitudes que devem percorrer um longo período.

Mas antes de falar deste período gostaria de dizer que, no mesmo colégio dos jovens acima, outras duas jovens conversam sobre a festa que uma delas vai realizar daqui a um mês e meio, seu aniversário de 15 anos.
A que vai aniversariar é questionada pela amiga:
- E como estão os preparativos para sua grande festa, já que ela está tão próxima?
A jovem quem vai fazer os quinze anos responde:
- Está uma loucura, mas os convites estão prontos, o salão e o vestido estão alugados, bem como as outras coisas da festa preparadas. Agora é só ir contando os dias para a festa chegar. Não vejo a hora!

A Quaresma (entenda a minha metáfora) é um tempo de preparação para a grande festa que o cristão celebra todos os anos. A festa da Páscoa, festa da libertação, libertação da morte e a festa da vida nova em Cristo.

Como já disse, a Quarta-feira de Cinzas é o início do tempo quaresmal, um período que se estende até a Quinta-feira Santa, antes da Missa do Senhor (também conhecida como Missa dos lava-pés ou da Instituição da Eucaristia). Quaresma, que deriva da palavra "Quadragesimae", é um período privilegiado de preparação de quarenta dias [para a Páscoa]. Na Igreja Antiga, este era o tempo no qual os catecúmenos (pessoas que se preparavam para receber o Batismo) participavam da primeira “parte da Santa Missa” (liturgia da Palavra) e se retiravam durante a liturgia Eucarística para receberem as últimas formações a respeito da vida cristã. Os catecúmenos deveriam entregar-se a uma catequese mais intensa e aos exercícios de oração e penitência. Pouco a pouco, todos os cristãos começaram a participar também deste clima, tanto para unir-se aos catecúmenos, como para renovar em si a graça de seu próprio batismo, preparando-se para a santa Páscoa, na qual, na Santa Missa da Páscoa, faziam esta renovação.

Este tempo de preparação exige recolhimento, mas também um sentimento de alegria, uma alegria que vamos ter que conter até a grande festa. É marcado por alguns sinais: 
- A Liturgia se veste de roxo – sinal de sobriedade e conversão;
- Não se canta o "Glória" e o "Aleluia" na celebração das Santas Missas – ficam guardados em nossos corações para ser entoados com grande alegria no Sábado Santo;
- O uso dos instrumentos musicais deve ser moderado, mais comedido – sinal de interioridade.

Portanto, o período quaresmal é um tempo especial de preparação, tempo em que devemos nos abrir aos irmãos na prática do amor, tempo em que devemos nos aproximar mais de Deus, tempo em que devemos jejuar mais ou nos abster de algumas coisas em sinal de despojamento. 

Convido você a se preparar para esta grande festa, a maior de todas as festas cristãs buscando a conversão de maneira mais concreta, com a ajuda das práticas quaresmais: oração, penitência e esmola.
Diácono Eder Pires de Brito
Missionário da Comunidade Canção Nova

REDESCOBRIR A ORAÇÃO


A oração é um exercício fundamental na busca pela qualidade de vida. Nas indicações que não podem faltar, especialmente para a vida cristã, estão a prática e o cultivo disciplinado da oração. É um exercício que tem força incomparável em relação às diversas abordagens de autoajuda, como livros e DVDs, muito comuns na atualidade.

A crise existencial contemporânea, em particular na cultura ocidental, precisa redescobrir o caminho da oração para uma vida de qualidade. Equivocado é o entendimento que pensa a oração como prática exclusiva de devotos. A oração guarda uma dimensão essencial da vida cristã. Cultivar essa prática é um segredo fundamental para reconquistar a inteireza da própria vida e fecundar o sentido que a sustenta.

É muito oportuno incluir entre as diversificadas opiniões, junto aos variados assuntos discutidos cotidianamente, o que significa e o que se pode alcançar pelo caminho da oração. Perdê-la como força e não adotá-la como prática diária é abrir mão de uma alavanca com força para mover mundos. A fé cristã, por meio da teologia, tem por tradição abordar a importância da oração ao analisar a sua estrutura fundamental, seus elementos constitutivos, suas formas e os modos de sua experiência. Trata-se de uma importante ciência e de uma prática rica para fecundar a fé.

A oração tem propriedades para qualificar a vida pessoal, familiar, social e comunitária. Muitos podem desconhecer, mas ela [oração] pode ser um laço irrenunciável com o compromisso ético. É prática dos devotos, mas também um estímulo à cidadania. Ao contrário de ser fuga das dificuldades, é clarividência e sabedoria, tão necessários no enfrentamento dos problemas. Na verdade, a prece faz brotar uma fonte interior de decisões, baseadas em valores com força qualitativa.

A oração, como prática e como inquestionável demanda, no entanto, passa por uma crise por razões socioculturais. Aliás, uma crise numa cultura ocidental que nunca foi radicalmente orante. O secularismo e a mentalidade racionalista se confrontam com aspectos importantes da vida oracional, como a intercessão e a contemplação. Diante desse cenário, é importante sublinhar: paga-se um preço muito alto quando se configura o caminho existencial distante da dimensão transcendente. O distanciamento, o desconhecimento e a tendência de banir o divino como referencial produzem vazios que atingem frontalmente a existência.

É longo o caminho para acertar a compreensão e fazer com que todos percebam o horizonte rico e indispensável da oração. Faz falta a clareza de que existem situações e problemas que a política, a ciência e a técnica não podem oferecer soluções, como o sentido da vida e a experiência de uma felicidade duradoura. A oração é caminho singular. É, pois, indispensável aprender a orar e cultivar a disciplina diária da oração. Trata-se de um caminhar em direção às raízes e ao essencial. Nesse caminho está um remédio indispensável para o mundo atual, que proporciona mais fraternidade e experiências de solidariedade.

A lógica dominante da sociedade contemporânea está na contramão dessa busca. Os mecanismos que regem o consumismo e a autossuficiência humana provocam mortes. Sozinho, o progresso tecnológico, tão necessário e admirável, produz ambiguidades fatais e inúmeras contradições. Orar desperta uma consciência própria de autenticidade. Impulsiona à experiência humilde do próprio limite e inspira a conversão. É recomendação cristã determinante dos rumos da vida e de sua qualidade. A Igreja Católica tem verdadeiros tesouros, na forma de tratados, de estudos, de reflexões, e de indicações para o cultivo da oração, que remetem à origem do Cristianismo, quando os próprios discípulos pediram a Jesus: “Ensina-nos a orar”. É uma tarefa missionária essencial na fé, uma aprendizagem necessária, um cultivo para novas respostas na qualificação pessoal e do tecido cultural sustentador da vida em sociedade.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

22 de fevereiro de 2012

EVANGELHO DO DIA - Quarta e Quinta-feira

Ano B - Dia: 22/02/2012 Quarta-feira
Jejum e oração sem hipocrisia
Mt 6,1-6.16-18
- Tenham o cuidado de não praticarem os seus deveres religiosos em público a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem assim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu. 
- Quando você der alguma coisa a uma pessoa necessitada, não fique contando o que fez, como os hipócritas fazem nas sinagogas e nas ruas. Eles fazem isso para serem elogiados pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando ajudar alguma pessoa necessitada, faça isso de tal modo que nem mesmo o seu amigo mais íntimo fique sabendo do que você fez. Isso deve ficar em segredo; e o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. 
- Quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos outros. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. 6Mas você, quando orar, vá para o seu quarto, feche a porta e ore ao seu Pai, que não pode ser visto. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. 
- Quando vocês jejuarem, não façam uma cara triste como fazem os hipócritas, pois eles fazem isso para todos saberem que eles estão jejuando. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: eles já receberam a sua recompensa. Mas você, quando jejuar, lave o rosto e penteie o cabelo para os outros não saberem que você está jejuando. E somente o seu Pai, que não pode ser visto, saberá que você está jejuando. E o seu Pai, que vê o que você faz em segredo, lhe dará a recompensa. 

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura, rezando com todos que navegam na internet: 
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. 
Creio, meu Deus, que estou diante de Ti. 
Que me vês e escutas as minhas orações. 
Tu és tão grande e tão santo: eu te adoro. 
Tu me deste tudo: eu te agradeço. 
Foste tão ofendido por mim: 
eu te peço perdão de todo o coração. 
Tu és tão misericordioso: eu te peço todas as graças 
que sabes serem necessárias para mim. 
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 6,1-6.16-18, e observo as comparações que Jesus faz. 
Jesus deixa entrever em várias expressões deste texto, a necessidade de discrição. A falta de discrição pode deturpar a piedade. Mostrar-se religioso, piedoso só para ser visto e louvado pelas pessoas, é valorizar a aparência, é voltar-se para si mesmo, é hipocrisia. 
Queria dizer que a verdadeira piedade tem em vista apenas o voltar-se e o encontro com o Pai. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? Qual palavra mais me toca o coração? 
Quando rezo, em quem penso mais? Em mim mesmo? Ou busco unicamente a Deus? Fico observando as outras pessoas? Busco aparentar que sou uma pessoa piedosa? 
Os bispos, em Aparecida nos deram orientações para nosso modo de ser como cristãos: "No seguimento de Jesus Cristo, aprendemos e praticamos as bem-aventuranças do Reino, o estilo de vida do próprio Jesus: seu amor e obediência filial ao Pai, sua compaixão entranhável frente à dor humana, sua proximidade aos pobres e aos pequenos, sua fidelidade à missão encomendada, seu amor serviçal até a doação de sua vida. Hoje, contemplamos a Jesus Cristo tal como os Evangelhos nos transmitiram para conhecer o que Ele fez e para discernir o que nós devemos fazer nas atuais circunstâncias." (DAp 139) 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Canto ou ouço a canção 
Verdades 
Das verdades que Jesus nos ensinou 
Uma delas não consigo esquecer 
Que se um homem não tem nada pra comer 
E um outro tem demais em sua mesa, 
Um dos dois vai pro inferno ao morrer. 
Uma outra que em meu coração ficou muitas vezes eu me 
Recordo ao meditar, quem quiser seguir os passos de 
Jesus não se apegue a mais ninguém senão ao reino e 
Por ele agarre firme a sua cruz. 
Verdades que acredito verdades de Jesus verdades que 
Eu medito e que me trazem tanta luz. verdades que você 
Procura sem saber, 
verdades que nós dois custamos tanto a entender. (bis) 
Das verdades que ao partir Jesus deixou eu recordo a 
Do contexto social que se alguém quiser subir de 
Posição lave os pés dos seus irmãos com quem convive e 
Lidere sem pisar no seu irmão. 
(CD Verdades, Pe. Zezinho,scj) 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Os bispos, na Conferência de Aparecida reconheceram e eu concordo com eles: 
"A pessoa sempre procura a verdade de seu ser, visto que é esta verdade que ilumina a realidade de tal modo que possa se desenvolver nela com liberdade e alegria, com gozo e esperança." (DAp 42). 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 


Ano B - Dia: 23/02/2012 Quinta-feira
Se alguém quer seguir Jesus...
Lc 9,22-25
E continuou: 
- O Filho do Homem terá de sofrer muito. Ele será rejeitado pelos líderes judeus, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da Lei. Será morto e, no terceiro dia, será ressuscitado. 
Depois disse a todos: 
- Se alguém quer ser meu seguidor, que esqueça os seus próprios interesses, esteja pronto cada dia para morrer como eu vou morrer e me acompanhe. Pois quem põe os seus próprios interesses em primeiro lugar nunca terá a vida verdadeira; mas quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. O que adianta alguém ganhar o mundo inteiro, mas perder a vida verdadeira e ser destruído? 
Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, com todos os internautas, com a oração: 
Mestre: 
a tua vida me traça o caminho, 
a tua doutrina confirma 
e ilumina os meus passos; 
a tua graça me sustenta 
e me conduz no caminho do céu. 
Tu és perfeito Mestre: 
dás o exemplo, 
me ensinas 
e me animas a seguir-te. 
1.Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio, atentamente, na Bíblia, o Evangelho do Dia: Lc 9,22-25. 
Aquele que quiser seguir a Jesus, participar de sua vida e de sua missão, deverá percorrer o mesmo caminho dele. E ainda, renunciar ao poder, ao reino de um messias glorioso e vencedor. A causa é dele, que afirma: quem esquece a si mesmo por minha causa terá a vida verdadeira. 
2. Meditação (Caminho - O que a Palavra diz para mim? 
Também eu posso seguir Jesus. Assumir a sua causa. Nos momentos de maiores dificuldades vou me lembrar que esta causa é primordial. O seguimento de Jesus requer renúncia, busca de justiça e doação da vida por uma boa causa.Podemos afirmar, a melhor causa. Os bispos, em Aparecida, lembraram muito bem: "Como discípulos de Jesus reconhecemos que Ele é o primeiro e maior evangelizador enviado por Deus (cf. Lc 4,44) e ao mesmo tempo o Evangelho de Deus (cf. Rm 1,3). Cremos e anunciamos "a boa nova de Jesus, Messias, Filho de Deus" (Mc 1,1). Como filhos obedientes à voz do Pai, queremos escutar a Jesus (cf. Lc 9,35) porque Ele é o único Mestre (cf. Mt 23,8). Como seus discípulos, sabemos que suas palavras são Espírito e Vida (cf. Jo 6,63.68). Com a alegria da fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, nEle, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação."(DAp 103). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Oração da Campanha da Fraternidade 2012 
Senhor Deus de amor, 
Pai de bondade, 
nós vos louvamos e agradecemos 
pelo dom da vida, 
pelo amor com que cuidais de toda a criação. 

Vosso Filho Jesus Cristo, 
em sua misericórdia, assumiu a cruz dos enfermos 
e de todos os sofredores, 
sobre eles derramou a esperança de vida em plenitude. 

Enviai-nos, Senhor, o Vosso Espírito. 
Guiai a vossa Igreja, para que ela, pela conversão 
se faça sempre mais, solidária às dores e enfermidades do povo, 
e que a saúde se difunda sobre a terra. 
Amém. 
4. Contemplação/ Missão (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou deixar de lado toda vaidade e reconhecimento humano e ajudar alguém que sofre a carregar a sua cruz. 
Esta causa é de Jesus e minha também. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 

QUARTA-FEIRA DE CINZAS

22 de fevereiro

Quarta-feira de Cinzas

Nos primeiros séculos da era cristã, perto do século IV a Quaresma era um período de penitência e renovação interior para toda a Igreja, com a prática do jejum e da abstinência. O jejum é canonicamente imposto ainda hoje aos fiéis capacitados, na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa; a abstinência, em todas as sextas-feiras da Quaresma. 

Na liturgia, o tempo quaresmal é marcado por paramentos e vestes roxas e pela omissão do "Glória" e do "Aleluia" na celebração da missa, cujos acompanhamentos musicais são bem discretos nessa época. A Quaresma católica se inicia na Quarta-Feira de Cinzas também no início ou no final da missa, quando o sacerdote põe sobre a cabeça dos fiéis, que se aproximam em procissão, um pouco de cinza, dizendo: "Porque tu és pó e ao pó hás de voltar" (Gn 3,19), ou, como atualmente alguns preferem: "Convertei-vos e crede na Boa Nova" (Mc 1,15). 

Antigamente, o ato de salpicar cinzas era reservado apenas para os que desejassem assumir o arrependimento publicamente. Depois, a partir do século XI, o papa Urbano II, inspirado, estendeu a prática a todos os cristãos, porque todos nós somos pecadores. A partir do recebimento das cinzas, ocorre a conscientização pelo arrependimento que, associado à penitência do período quaresmal, possibilita a conversão cristã total, quando sincera. As cinzas simbolizam o nada da criatura em relação a seu Criador; são obtidas por meio da queima dos ramos de palmeira e de oliveira bentos no Domingo de Ramos do ano anterior. 

O lecionário dominical divide-se em três leituras extraídas dos textos do Antigo Testamento sobre a história da salvação: ciclo A: uma quaresma batismal, segundo o livro do Êxodo; ciclo B: uma quaresma cristocêntrica, segundo o profeta Ezequiel; ciclo C: uma quaresma penitencial, segundo os profetas Oséias e Amós. 

A Quaresma não é apenas um ritual de tradição; é o período de fortalecimento da Igreja, de retiro espiritual para toda a Igreja, no qual a liturgia chama à conversão, ao retorno a Deus, pois, embora a Páscoa de Cristo isso já tenha acontecido, o cristão está ainda a caminho do Reino. Isso quer dizer que Jesus cumpriu sua missão na Terra, foi crucificado para nos salvar e retornou aos braços de Deus-Pai. Mas nós - toda a humanidade -, para merecermos o Reino do Pai, devemos aceitar Cristo como seu Filho, que nos enviou o Espírito Santo; só assim faremos parte do rebanho escolhido. Por isso, a quaresma é um tempo nosso, de pessoal sinceridade e penitência, em que ocorre a libertação interior do que nos afasta da obediência à Santíssima Trindade e da caridade para nossos irmãos. 

Na Quaresma, a Igreja peregrina é convidada a seguir o exemplo bíblico de Jesus, que viveu no deserto por quarenta dias, durante os quais ele que rejeitou a tentação de Satanás e afirmou ser o Filho de Deus.
Datas Comemorativas - Paulinas

FILHO, OS TEUS PECADOS ESTÃO PERDOADOS


Jesus está em Cafarnaum e a multidão acorre ao local em busca de atenção e de cura. Quatro homens trazem um paralítico (Mcf. c 2, 1-12), que é apresentado diante de Jesus de forma inusitada, descido do telhão numa maca. Dá para imaginar os olhares circunstantes, surpresa pela magnífica manifestação de fé, que se faz solidariedade por parte daqueles homens. Não é menor a expectativa dos adversários de Jesus, sempre vigilantes para analisar e condenar suas atitudes. De sua boca tomamos o ponto de partida de nossa reflexão: “Ninguém pode perdoar pecados, a não ser Deus” (Mc 2,7).

Os seres humanos são capazes de cometer pecados, mas não de perdoá-los. O drama de nosso tempo é pretender absolver-se a si mesmo, no dizer de um personagem de Jean Paul Sartre: “Eu mesmo hoje me acuso e só eu posso também absolver-me”. Ou então a outra pretensão: negar que exista um problema chamado pecado. São sinais da perda do sentido moral! Por experiência própria, sabemos que existe o mistério do pecado e da iniquidade e sabemos que o perdão só pode vir do Alto!

Quando Jesus encontra o paralítico, sendo Ele mesmo Deus verdadeiro, sem que manifestem externamente, sabe o que pensam Seus opositores ali presentes, tanto que vai à raiz do mal que movia os pensamentos desses homens. A cura física que se segue foi a demonstração da restauração verdadeira do interior daquele homem. O mesmo Jesus, “Cordeiro que tira o pecado do mundo”, quer vir e efetivamente vem ao encontro de todos os que se descobrem pecadores e carentes de perdão.

"Tu, Jacó deixaste de me invocar, tu, Israel, ficaste cansado de mim. Não mais me ofereceste cordeiros em holocausto, deixaste de me glorificar com teus sacrifícios. Nunca te afadiguei por oferendas nem te incomodei por causa de incenso. Tu não me compraste com aromas como se fosse dinheiro, nem me saciaste com as carnes gordas dos sacrifícios. Tu, sim, me afadigaste com teus pecados, e me incomodaste com tuas culpas. Eu, eu sou aquele que apaga tuas maldades, por causa de mim mesmo, de teus pecados nunca mais me lembrarei" (Is 43,22-25).

Não é de hoje o relaxamento da consciência e a perda do sentido do pecado. Desde sempre, quem toma a iniciativa é o próprio Deus! Ele perdoa não tanto porque sejamos “bonzinhos”, mas nos provoca positivamente, oferecendo gratuitamente Seu perdão. Ele mesmo vai ao encontro das paralisias mais profundas, que nos impedem viver de verdade. Sua aproximação acontece com entranhas de misericórdia. Deus é apaixonado pelos pecadores, ainda que abomine o pecado. É que não fomos feitos para amassar barro na iniquidade, mas feitos para o Alto e para caminhar para frente, rumo à plenitude de vida. Seu plano é a comunhão entre as pessoas humanas e com Ele.

O pecado, reconhecido e posto diante de Seus olhos, pode ser e é queimado pela graça. “Se caminhamos na luz, como ele está na luz, então estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado. Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto do Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a oferenda de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos pecados do mundo inteiro” (I Jo 1,7;2,1-2).

Quando a Igreja celebra a Eucaristia, torna-se presente o único sacrifício de Cristo, cujo Sangue foi derramado para o perdão dos pecados. Quando os cristãos se aproximam do Sacramento da Penitência ou Reconciliação, o ministro é instrumento d'Qquele que efetivamente perdoa. É um serviço oferecido às pessoas e à angústia profunda gerada pelo pecado! Além disso, viver na Igreja é sempre entrar numa estrada de pacificação e reconciliação. Somos um povo chamado à paz, cuja fonte é Cristo Ressuscitado. Os cristãos têm a grande responsabilidade de serem sinais da possibilidade e da efetiva realização da reconciliação.

Estamos prestes a iniciar a Quaresma. Voltando nossos olhos para o Alto e para frente, mirando a Páscoa, vida nova no Cristo ressuscitado. Os cristãos querem oferecer ao mundo um anúncio! A maldade não tem a última palavra, a corrupção e o egoísmo não são o destino último da humanidade. Fomos todos feitos para a vida e a liberdade! Ressoe a palavra de Deus no profeta Isaías, chegando aos corações de todos: “Não deveis ficar lembrando as coisas de outrora, nem é preciso ter saudades das coisas do passado. Eis que estou fazendo coisas novas, estão surgindo agora e vós não percebeis? Sim, no deserto eu abro um caminho, rasgo rios na terra seca” (Is 43,18-19).
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

COMO OS SANTOS VIVIAM O CARNAVAL?


Como será que os santos viviam esses dias de Carnaval? Essa pergunta desperta uma certa curiosidade. A maior festa popular do país está se aproximando, fiquei muito surpreso ao ler na obra: Meditações para todos os dias do ano, tiradas das obras ascéticas de Santo Afonso Maria de Ligório, do padre Thiago Maria Cristini, reflexões sobre este doutor da Igreja a respeito dessa festividade. Apresento essa reflexão para nos ajudar a santificar este tempo, que, infelizmente, tem sido de incentivo ao pecado por parte da mídia em geral.

“Guarde a fé ao teu amigo na sua pobreza, para que também te alegres com ele nas suas riquezas” (Eclo 22,28).

A partir deste versículo, Santo Afonso nos ensina que, por este amigo, a quem o Espírito Santo nos exorta a sermos fiéis no tempo da sua pobreza, podemos entender Jesus Cristo, que especialmente nestes dias de folia é deixado sozinho pelos homens ingratos e como que reduzido à extrema penúria.

Se um só pecado, como dizem as Sagradas Escrituras, já desonra a Deus, causando-Lhe injúria e desprezo, imagine quanto o Divino Redentor deve ficar aflito neste tempo em que são cometidos milhares de pecados de todas as espécies, por pessoas de todas as condições, e quiçá por pessoas que são consagradas a Ele. Jesus Cristo não é mais susceptível de dor; mas, se ainda pudesse sofrer, haveria de morrer nestes dias desgraçados e haveria de morrer tantas vezes quantas são as ofensas que Lhe são feitas. Da mesma forma, é por isso que os santos, a fim de fazerem um ato de desagravo ao Senhor pelos tantos ultrajes, aplicavam-se no tempo de Carnaval, de modo especial, ao recolhimento, à penitência, à oração, e multiplicavam os atos de amor, de adoração e de louvor para com o seu Bem-Amado.

Santa Maria Madalena de Pazzi passava as noites inteiras diante do Santíssimo Sacramento, oferecendo a Deus o Sangue de Jesus Cristo pelos pobres pecadores. O bem-aventurado Henrique Suso guardava um jejum rigoroso a fim de expiar as intemperanças cometidas. São Carlos Borromeu castigava o seu corpo com disciplinas e penitências extraordinárias. São Filipe Neri convocava o povo para visitar com ele os santuários e praticar exercícios de devoção. O mesmo praticava São Francisco de Sales, que, não contente com a vida mais recolhida que então levava, pregava ainda na igreja diante de um auditório numerosíssimo. Tendo conhecimento que algumas pessoas por ele dirigidas ficavam um pouco mais relaxadas nos dias de folia, repreendia-as com brandura e exortava-as à comunhão frequente. 

Numa palavra, todos os santos, porque amaram a Jesus Cristo, esforçaram-se por santificar o tempo de Carnaval da melhor forma possível. Meu irmão, se você ama também este Redentor amabilíssimo, imite os santos. Se não pode fazer mais, procure ao menos ficar, mais do que em outros tempos, na presença de Jesus Sacramentado, ou bem recolhido em sua casa, aos pés Jesus crucificado, para chorar as muitas ofensas que são feitas a Ele.

Continuando a reflexão, Santo Afonso afirma que para nos alegrarmos com ele nas suas riquezas, o meio para adquirirmos um tesouro imenso de méritos e obtermos do céu as graças mais assinaladas é sendo fiéis a Jesus Cristo em Sua pobreza e fazermos companhia a Ele neste tempo em que é mais abandonado pelo mundo. Oh, como Jesus agradece e retribui as orações e os obséquios que nestes dias carnavalescos são oferecidos a Ele pelas almas prediletas d'Ele!

Conta-se que, na vida de Santa Gertrudes, certa vez ela viu num êxtase o Divino Redentor que ordenava ao Apóstolo São João escrevesse com letras de ouro os atos de virtude feitos por ela nesse período [Carnaval], a fim de a recompensar com graças especialíssimas. Foi exatamente neste mesmo tempo, enquanto Santa Catarina de Sena estava orando e chorando os pecados que se cometiam na "quinta-feira gorda", que o Senhor a declarou sua esposa, em recompensa (como disse) dos obséquios praticados por ela nesse tempo de tantas ofensas.

Por fim, Santo Afonso nos convida a rezar da seguinte forma: Amabilíssimo Jesus, não é tanto para receber os vossos favores como para fazer coisa agradável ao vosso divino Coração, que quero nestes dias unir-me às almas que Vos amam, para Vos desagravar da ingratidão dos homens para convosco, ingratidão essa que foi também a minha, cada vez que pequei. Em compensação de cada ofensa que recebeis, quero oferecer-Vos todos os atos de virtude, todas as boas obras, que fizeram ou ainda farão todos os justos, que fez Maria Santíssima, que fizestes Vós mesmo, quando estáveis nesta terra. Entendo renovar esta minha intenção todas as vezes que nestes dias disser: Meu Jesus, misericórdia. – Ó grande Mãe de Deus e minha Mãe Maria, apresentai vós este humilde ato de desagravo a vosso Divino Filho, e por amor de seu sacratíssimo Coração obtende para a Igreja sacerdotes zelosos, que convertam grande número de pecadores.
Padre Clóvis Melo - Comunidade Canção Nova 

QUARESMA, TEMPO DE DESCOBRIR QUE O AMOR É POSSÍVEL


Em poucos dias, na Quarta-feira de Cinzas, começaremos um período litúrgico importante da nossa fé católica: a Quaresma. O tempo quaresmal, eminentemente penitencial, em preparação para a Páscoa, é o propício momento em que todos nós, fiéis batizados, somos convidados a intensificar a vida de oração, penitência e caridade, com realce especial ao jejum e à abstinência. Contudo, só se compreende a Quaresma por intermédio do olhar de um Deus, que se encarna, morre e ressuscita por amor a cada um de nós. Isso mesmo, Deus mergulha na epopeia e tragédia da vida humana para nos resgatar das correntes do pecado e dar-nos a vida eterna.

A Quaresma está intimamente conectada com o desejo de felicidade e infinito, latentes em cada coração humano. Sem ela não se entende o ser cristão, sem ela não se entendem os mistérios da indigência e da grandeza humana. Constata-se por muitos espaços da vida humana um mar de tristezas e frustrações. A depressão, segundo dizem, é o mal de nosso século. Nunca sentimos tanta falta de infinito, e nunca estivemos tão presos ao efêmero, ao passageiro, ao transitório, àquilo que não gera relações humanas, valorizando demasiadamente o virtual e nos esquecendo do real, da dor, das misérias, da pobreza, da violência e das misérias morais que relativizam o belo e o sagrado e geram a cultura do descartável.

O que impede o coração humano de encontrar a felicidade? Muitas são as respostas, muitos estudos são apresentados diariamente nos meios de comunicação. Buscam-se explicações psicológicas, sociais, econômicas, políticas, entre outras. Mas são poucos os que chegam ao fundo do problema. A verdadeira e plena felicidade só será alcançada quando passarmos pela via quaresmal, caminho de purificação e penitência, que nos liberta, por meio da graça, dos grilhões do pecado.

O pecado é o maior obstáculo. Infelizmente, estamos imersos numa cultura que o comercializa. O mais triste é que, ao buscar a felicidade, a humanidade parece afundar-se cada vez mais no lodo e morre sufocada pelo veneno do pecado, que destrói almas e sonhos. E é a própria sociedade que promove esse tipo de vida, se questiona dos porquês dessas realidades que contaminam o orbe sem se importar com as condições econômicas ou sociais das pessoas.

A maior alienação é a incapacidade de perceber o quanto o ser humano se quebra quando se entrega ao pecado. Existe uma desintegração espiritual que se manifesta na sociedade e prolifera em estruturas. Ele nasce pessoal e, em proporção com a matéria, gravidade e circunstâncias, gera o mal social.

O reconhecimento de nossas misérias e fraquezas diárias é o primeiro passo para o encontro profundo consigo mesmo e com Deus. O pecado é a desintegração da nossa natureza e aliena nossa vida da realidade eterna a qual todos nós somos chamados. A penitência não é masoquismo, mas reconhecer de modo concreto e visível a nossa indigência e necessidade. Ela nos coloca no caminho do perdão, que é o resgate da unidade perdida pelo mal. O salmo penitencial 51(50) exclama, com beleza poética, o drama do pecado e a recuperação do Rei Davi. A primeira coisa que o pecado ataca é nossa consciência, ou seja, a capacidade de perceber e distinguir o mal e o bem. O Rei Davi possui a graça de ter um grande amigo, o profeta Natã. Este, sem medo das consequências e guiado pela força do Espirito Santo, o [Davi] acusa do seu pecado. A paz e a felicidade voltam ao rosto do rei de Israel apenas quando ele reconhece e deseja reparar o mal cometido.

O pecado nos coloca no sono mais profundo e nos impede de encontrar a paz que deve reinar em nossas vidas. Só por intermédio da paz, que nasce do encontro com Cristo misericordioso, ao nos arrependermos, poderemos encontrar a felicidade. Os verdadeiros amigos são aqueles que nos ajudam a despertar e a ver a realidade em toda sua complexidade, como fez Natã com Davi. Eles são capazes disso não porque sabem mais ou são mais capacitados, mas, sim, porque nos amam. Como está escrito em Eclesiástico: “O amigo fiel é poderoso refúgio, quem o descobriu, descobriu um tesouro” (Eclo 6,14).

A crise de felicidade está proporcionalmente relacionada com uma crise de amizade. Poucos encontram verdadeiros amigos. Muitas vezes, não sabemos ser bons amigos. Neste clima de preparação para a Jornada Mundial da Juventude, que será sediada na cidade do Rio de Janeiro, conclamo ao jovem: desperte com o encontro com Cristo, o dom da amizade. Não se pode ser cristão sozinho. Jovem evangeliza jovem. Com razão impacta, positivamente, milhões de pessoas a participação nas Jornadas Mundiais da Juventude, no encontro com Cristo juntamente com o Santo Padre o Papa. Nessas jornadas, os jovens descobrem que a amizade já existe entre eles, pois todos possuem em comum o grande Amigo Jesus Cristo, Aquele que nunca nos abandona.

Dizem que hoje as pessoas não querem se relacionar, desejam apenas se “conectar”, pois é mais fácil colocar o outro em “off”. O medo de criar laços sólidos brota, em muitos casos, da incerteza do amor. O pecado apaga de nossas vidas a certeza de que é possível amar. A fragmentação de nosso ser, oriunda do pecado, nos impede de confiar no outro.

Assim, neste importante tempo de Quaresma despertemos novamente o nosso desejo de felicidade. Purifiquemos nossas almas do pecado, que obstaculiza o encontro com Cristo, Amigo capaz de nos guiar com passos seguros. Como o Rei Davi, peçamos a Deus piedade por nossos pecados. Não tenhamos medo de reconhecer nossas transgressões.

Deus conhece nosso ser, ama a verdade e nos ensina a sabedoria. Ele nos dá a felicidade, o júbilo e nos purifica de todas as iniquidades, fazendo-nos “mais brancos do que a neve”. Sobretudo, Deus cria em cada um de nós um coração novo com a ajuda da penitência e do perdão sacramental. A via quaresmal, bem vivida, despertará em nós um espírito firme e devolverá o júbilo da salvação (cf. Sal 51).

Que nesta Quaresma tenhamos a coragem de fazer uma passagem profunda de purificação do pecado para a graça, no caminho bonito do itinerário do seguimento e discipulado do Redentor!
Dom Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro