Reagir é viver. Quem não reage certo, morre.
Quem se relaciona bem tem chance maior de reagir bem. Sendo relacionais e reacionais, somos frutos de relações e reações. E são as boas relações junto às boas reações que nos torna pessoas felizes.
As más relações e as más reações, ou demonstram que não somos ou que ao estamos felizes. Quem não aprende uma e outra não aprendeu sabedoria.
A verdade é que nossas reações acabam revelando quem somos. Se reagimos mal tardiamente explosiva, intempestivas, falsa ou violentamente, é bom rever-nos.
Se isto é freqüente, então convém repensar nossas relações e reações. Estamos doentes na alma.
Ninguém consegue ser ator a vida toda. Nossas reações revelam como anda nosso id, nosso ego e nosso superego.
Alguns indivíduos não percebem e relutam em admitir, mas fama, dinheiro, poder, religião, política, arte não poucas vezes invadem de tal forma a pessoa que ela se torna ridícula, prepotente e pequena de alma. Reage errado quando questionada.
Nossa relações também revelam se queremos ser apenas humanos ou se já caímos na tentação de nos vermos como semi deuses só porque somos aplaudidos, elogiados, idolatrados e incensados pelo grupo, pela política, pela mídia, pela igreja ou só porque vendemos milhões de exemplares de alguma coisa...
A vaidade já derrubou Salomão e seu excesso de marketing, a ira derrubou Gedeão e Sansão e a luxúria Davi e a ganância derrubou Simão e o prestiditador e mago. Ele achou que podia misturar dinheiro com religião. Faltou pouco para ser amaldiçoado.
Os filhos de Ceva brincaram de exorcismo e se deram mal. Saíram arranhados de sua brincadeira de expulsar demônios.
Não dá para fingir bondade ou fé a vida inteira. Nem fingir amor e casamento.
Ou nossas relações são honestas ou perderemos a pose. Salomão que ergueu um magnífico Templo para Javé, fez para si um palácio ainda maior e mais rico. Disse que vira Deus duas vezes, mas acabou adorador de Quemós e Astarte.
O marketing do reino e da fé trouxe muita fama e dinheiro a Salomão, mas foi também a sua derrota. Ele usou Deus para ser o cara mais do seu tempo!
O mundo está repleto de pessoas que não transversalizam nem essencializam. Adoram a tangente e o acidental. O mundo ao redor está pegando fogo e eles estão discutindo moda, vinho, wiskey, roupas e sapatos, o último gol do Neymar, a última canção do padre X ou do pastor Y. O resto não é com eles.
Vivem de amenidades. De tão amenas acabam obscenas e fora de cena. Não peçamos para falarem de políticos que ferem o povo. Não falarão. Se tiverem nas mãos dois álbuns de canções um deles abordando temas sócio-políticos, desemprego, violência, corrupção, droga e o outro com 12 canções de louvor tocarão o segundo na sua emissora. Para eles religião é só louvor. O mundo será salvo pelos que louvam.
Não é o que diz a bíblia. Ela vai ao essencial. Jesus disse que se salvará e quem salvará: os que cuidam dos outros e elevam os caídos; os samaritanos, os que dão de comer e beber e pensam na libertação do outro. A esses ele chama de benditos do Pai.
E diz que apenas gritar: Senhor, Senhor, não resolve os problemas do mundo. Ele nem vai reconhecer tais pessoas como discípulos dEle.
Vai mais longe e radicaliza ainda mais quando em Matheus 7, 15 - 22, diz que expulsadores de demônios, operadores de cura e convertedores de gente não terão vez com Ele porque isso não é essencial.
Chega a dizer em Matheus 5, 23 que se alguém está para louvar e se lembra do irmão sem paz, mande o louvor esperar e vá primeiro criar paz ao seu redor. Só depois venha louvar!
Se é verdade que o louvor a Deus é a atitude mais importante de uma vida, também é verdade que a busca da paz entre as pessoas é mais urgente.
O louvor pode esperar, mas a reconciliação é para hoje, agora, já.
A Bíblia que eu li e leio me diz que se há um tsunami em algum lugar do mundo com milhares de mortes e milhares com fome e se houver uma gôndola no supermercado recolhendo agasalhos e roupas, não basta eu orar por aqueles pobrezinhos da Índia e da Indonésia ou de Alagoas. Tenho que ir ao meu armário e ajuntar o que puder para eles e passar naquela gôndola deixando lá a minha oferta.
Dar dinheiro para uma torre de rádio e de televisão lá longe e nas duas creches e a casa do ancião no meu bairro, é escolher errado.
Mais importante do que anunciar Jesus, é cuidar dos que Jesus quer vivos, com comida, remédio e agasalho.
Muita gente não entende isso porque escolheu o acidental e não o essencial; optou pelo tangencial e não pelo transversal; deu mais importância ao gosto do tempero do que a substancialidade da sopa.
Não admira que centenas de pregadores andam servindo a sopa rala da fé, com tempero forte de cantos de louvor e fervores, a um povo que precisa de mais conteúdo e mais doutrina e mais fraternidade.
É como se alguém fosse ao médico católico e este, piedoso, ao invés de receitar boa alimentação, cirurgia ou remédios, dissesse ao paciente, vá em paz, cante estes cantos deste CD e louve a Deus que Ele o curará!...
Nem ele, o médico, nem o padre, nem o pastor podem dar esta solução para as cruzes do povo.
Pe. Zezinho, scj
Nenhum comentário:
Postar um comentário