A Palavra de Deus

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8 de novembro de 2011

OS RISCOS A VIDA ALHEIA

A atual sociedade global fez uma evidente opção pela utilização prioritária de motos e carros como meios de transporte. Nos últimos anos tem crescido vertiginosamente os números relacionados à produção da indústria automobilística e à adesão das pessoas a este modelo de locomoção.
Ocorre que essa postura mundial, tão bem acolhida pela sociedade brasileira, tem trazido importantes consequências. Dentre elas, possivelmente, a mais grave diz respeito ao elevado número de mortes que têm sido causadas no trânsito. O Brasil, infelizmente, é um dos líderes mundiais nestas estatísticas. Estudos do Ministério da Justiça, publicados no início deste ano noticiam que mais de 8 mil pessoas morreram no trânsito brasileiro no ano de 2008. E pior: O número de acidentes vem sofrendo uma curva ascendente e as vítimas são majoritariamente jovens entre 15 e 29 anos.
Uma vez mais, a solução para o problema vai além da edição de normas ou da exigência da população por providências políticas que venham a minorar os eventos danosos. É evidente que ações governamentais são essenciais e precisam ser implementadas. Contudo, uma postura mais engajada e menos complacente da sociedade, certamente, trará efeitos mais rápidos e efetivos quando o assunto for trânsito.
Por exemplo, quão grande não é a tolerância com relação ao álcool e à direção. É muito comum entender-se como natural que uma pessoa que tenha tomado “apenas uma cervejinha” assuma o volante. Ou porque está “bem e sóbria” ou então porque vai dirigir por “apenas alguns poucos quilômetros”. Chega a ser intrigante a organização, hoje, de uma sociedade tão intolerante com determinadas condutas e, ao mesmo tempo, em relação a determinados temas, ser ela tão condescendente.
Não se pode esquecer que sobre o assunto já foi editada a chamada Lei Seca, que reduziu, é bem verdade, os casos de acidentes carros e motos ligados à ingestão de bebidas alcoólicas, mas que se mostrou insuficiente para colocar em patamares razoáveis o descalabro que ainda existe no Brasil.
Solução definitiva para a questão talvez não haja, é fato. Mas que é possível avançar, também não há dúvidas. 
É preciso, portanto, um profundo processo de reflexão e conscientização das pessoas. Sob o ponto de vista individual, é preciso que cada um rejeite qualquer possibilidade de aliar álcool à direção. Já coletivamente, compete à população passar a não tolerar e condenar, de modo veemente, os irresponsáveis condutores que colocam em risco a saúde alheia. 
Só assim, com gestos efetivos de cada um e de toda a sociedade, o quadro de banalização da vida no trânsito será alterado.
Paulo André Pires Simões

Um comentário:

  1. O tema é oportuno e sua reflexão é imperativa. Se é preciso um profundo processo de conscientização das pessoas em geral, individualmente, é necessário que cada um, além de rejeitar a combinação álcool e direção, devem rejeitar, também, a bebida alcoólica como prevenção à violência doméstica e à dependência alcoólica que tanto sofrimento tem trazido às famílias.
    Coletivamente, o que dizer da Igreja Católica que continua a vender bebida alcoólica em suas festas? A incoerência é grande, pois, pregamos o evangelho e, ao mesmo tempo, incentivamos a venda da bebida alcoólica, visando mais lucro para o sustento paroquial. Onde foi parar o Espírito Santo? Foi extinto de nossa Comunidades de Fé(1Ts 5,19)?
    No contexto atual, é imperioso que se afaste das promoções e festas de Igreja a bebida alcoólica que traz, em seu rastro, muita violência, dependência alcoólica e sofrimento; além do que, não promove a vida, a fé e nem a vivência cristã.
    A renovação paroquial passa pela conversão pastoral de nossas ações e promoções, abandonando-se a lógica do mercado que visa ao lucro, e, assumindo a lógica da fé, através dos instrumentos bíblicos de sustentação comunitária, como o dízimo cristão e a oferta que visam a promoção da vida, na gratuidade evangélica, na solidariedade fraterna e na generosidade cristã. Paz e Bem!
    Rinaldo Alberton

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