A Palavra de Deus

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DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

10 de maio de 2010

O MARKETING DE PAULO DE TARSO (IV)
Pe Zezinho scj
           Os verbos aparecer, expor-se, manifestar-se precisam ser reestudados nesse tempo de marketing da fé. Essa linguagem, nesses dias de intenso marketing religioso é de difícil assimilação por parte de pregadores que, nas mais diversas igrejas, correm em busca dos holofotes e das luzes da ribalta cantando à frente dos outros, ocupando espaço, indo a todas as câmeras e microfones com, a justificativa de que Jesus precisa ser conhecido. Acontece que quando vão lá não têm nem sequer três minutos para falar de Jesus e na maioria das vezes respondem a perguntas sobre a própria vida e não sobre o Cristo.
         Argumentam que, tornando-se conhecidos podem, depois, em outros programas falar do Cristo e evangelizar. Afirmam que Paulo foi ao areópago. É verdade! Foi, mas falou de Cristo e não de si mesmo. De si mesmo falou onde já era conhecido, mas não desperdiçou nenhuma chance de anunciar Jesus. Isso de tornar-se conhecido não é o que Paulo propunha quando dizia que os apóstolos são dados em espetáculo ao mundo. Basta ler o trecho todo: Não queriam ser, nem eram os primeiros. Eram vítimas e não atores. Eram dados em espetáculo, mas não davam espetáculo!

          Porque tenho para mim, que Deus a nós, apóstolos, nos pôs por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo, aos anjos, e aos homens. (I Coríntios 4, 9)
. E Paulo ia mais longe no seu marketing da fé:
Mas nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos. (1Cor 1, 23) Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. (Fl 1, 21) Todavia para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele. (1Cor 8, 6) Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho. (Fl 1,21) E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. (2Tm 3,12)

         Quanto ao marketing que nos faz seguidores mais deste do que daquele pregador, onde há promoção intensa deste ou daquele pastor ou padre é inevitável que haja grupos de fãs. Mais responsável do que quem o divulga é o pregador que aceita ser divulgado. Se ele quisesse poderia por um freio na promoção que o exalta demais. Quando não quer, dá uma de João-Sem-Braço, balança os ombros e diz que não tem controle sobre o que dizem dele. Pode não ter com os de fora, mas, se quisesse, teria com os do seu grupo! As palavras de Paulo sobre pregadores com claque são duras:

Está Cristo dividido? foi Paulo crucificado por vós? ou fostes vós batizados em nome de Paulo? (1Cor 1,13)

          Lembremos que é o mesmo Paulo que, com Barnabé, rasgou as vestes quando quiseram endeusá-los. O marketing da fé e do pregador segundo Paulo mereceria ser estudado por uma equipe de especialistas. Nos dias de hoje os limites que Paulo impôs e propôs foram, de longe, ultrapassados. Tivesse ele palcos, sons ampliados, televisão e Internet, diria outra coisa? Ou diria o que disse? O que ensinou naqueles dias serviu para os cristãos daquele tempo ou ainda serve para nós? Proponho um debate aberto sobre o tema. Como está, virou palcos repletos de holofotes. Nós que subimos neles poderemos mudar as coisas. Isto,s e quisermos fazê-lo!

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