Com a renúncia do Papa Bento XVI, no próximo dia 28 de fevereiro, o trono de Pedro, no Vaticano, estará novamente vazio, à espera do 266º Pontífice. As pessoas se assustaram com a notícia da renúncia, pois o último Papa a renunciar foi Gregório XII, em 1415. Quase seiscentos anos se passaram! Outros dois "Bentos" também renunciaram: Bento V, em 964; e Bento IX, em 1045.
As renúncias e o desligamento de quem ocupa funções na Igreja já estão previstos no Código de Direito Canônico, da Igreja Católica, aprovado em 1983: a renúncia de párocos (Cânon 538 § 3); de bispos (Cânon 401 § 1); e do Romano Pontífice, bispo de Roma, o Papa (Cânon 332 § 2). Padres e bispos são chamados à aposentadoria ao completar 75 anos de idade, talvez lembrando o salmo que diz: "setenta anos é a duração de nossa vida; oitenta se ela for vigorosa" (90 [89], 10).
Sei de um bispo diocesano que se desligou do pastoreio de sua diocese ainda em pleno vigor apostólico, e disse que saía ainda enquanto estava "ajudando", pois tinha medo de não querer sair quando já estivesse "atrapalhando" a caminhada eclesial. E aquele bispo de 62 anos de idade, depois de exercer o episcopado por vinte anos, foi realizar outro sonho: ser pároco em sua cidade natal, o que na verdade fora seu grande e primeiro sonho.
O "abençoado" Papa Bento XVI, após o seu Getsêmani na última quinta-feira de fevereiro irá se recolher para o estudo e a oração, o que sempre gostou de fazer.
O nome de Bento XVI estará registrado na história por vários motivos, mas penso que sua atitude de coragem e de humildade será a ilustração mais forte. Dizer que deixa um posto tão importante porque se sente em idade avançada e sem forças suficientes para exercer adequadamente o ministério... isso é para poucos!
Que Deus continue abençoando o seu servo Joseph Ratzinger, grande servidor da Igreja de Cristo. Que a lição ora ministrada seja aprendida por todos(as) que estão a serviço da Igreja e de qualquer outra entidade que presta um serviço ao povo.
Padre Ismar Dias de Matos
Colunista do Portal Ecclesia.
Sacerdote da diocese de Guanhães e professor de filosofia e cultura religiosa na PUC Minas.
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