Amanhã é o dia em que os preguiçosos trabalham, os perversos reformam suas vidas e os pecadores se arrependem.” (Edward Young)
Um mau trabalhador é um mau cristão; um mau trabalhador é também um marido e pai que deixa a desejar. Por causa da preguiça a necessidade pode bater à porta dos casais.
Após o pecado ter entrado na nossa história, Deus impôs ao homem “a lei severa e redentora do trabalho”, como disse o Papa Paulo VI.
“Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado” (Gn 3,19).
Isso faz parte da vida do casal e da família. Se o casal não levar a sério o trabalho, dentro e fora de casa, a vida conjugal não irá bem. Além de faltar o necessário para a família, ainda o mau hábito poderá se instalar em casa, pois, como sabemos, “mente vazia é oficina do diabo”.
Muitas discussões acontecem no lar, porque algo que deveria ser feito é deixado para depois, por preguiça, e acaba não sendo feito. Alguém disse que “as tarefas adiadas com alegria são depois feitas com lágrimas.”
Todo trabalho é uma continuação da atividade criadora que Deus incumbiu o casal humano de cumprir. A glória do homem consiste em concluir o que o Senhor propositadamente apenas começou. Ele entregou este mundo nas mãos do primeiro casal para que eles o construissem com o trabalho.
Deus derrama Sua graça sobre aquele que trabalha com diligência, e o trabalho é a sentinela da virtude. Já o preguiçoso trabalha dobrado. Se com humildade oferecemos ao Altíssimo o nosso trabalho, este adquire um valor eterno. Assim, o temporal se transforma em eterno.
A preguiça joga por terra toda essa riqueza. Querer viver sem trabalhar é como desejar a própria maldição nesta vida. São Paulo disse aos tessalonicenses: “Procurai viver com serenidade, trabalhando com vossas mãos, como vo-lo temos recomendado. É assim que vivereis honrosamente em presença dos de fora e não sereis pesados a ninguém”(1 Ts 4,11-12).
O Talmud dos judeus diz: “Não ensinar o filho a trabalhar é como ensiná-lo a roubar”. Trabalhando, como homem, Jesus tornou sagrado o trabalho humano e fonte de santificação.
Por isso, o lema de vida de São Bento de Nurcia, nos mosteiros, era: “Ora et Labora!” (Reza e Trabalha!). Um operário displicente é um mau cristão. Da mesma forma, um professor cristão e relapso é um contra testemunho cristão.
O pecado da omissão é fruto da preguiça.
É por preguiça que os pais, muitas vezes, não educam bem os filhos. É por preguiça de algumas mulheres que o trabalho doméstico é, às vezes, malfeito, prejudicando os seus filhos, o esposo e a alegria do lar. É por preguiça de muitos maridos que a casa fica com as lâmpadas queimadas, o chuveiro estragado, a torneira vazando e a esposa reclamando. É por preguiça que o trabalhador faz o seu serviço de maneira desleixada, prejudicando os outros que dependem dele.
Há um provérbio chinês que afirma: “Não é a erva daninha que mata a planta, mas a preguiça do agricultor”.
Como é triste ver a mulher se queixar do marido que não arruma o que está estragado em casa! Como é triste ver o marido reclamar da esposa que não cuida direito do lar, das crianças, da roupa…
O trabalho é uma grande terapia que Deus nos deu depois do pecado entrar no mundo. O Senhor determinou que o homem ganhasse o pão de cada dia “com o suor do seu rosto”; não como castigo, mas como correção.
Qualquer que seja o trabalho, sendo honesto, ele é belo aos olhos de Deus, porque com ele você está “cooperando com Ele na obra da criação”.
Felipe Aquino
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