Você liga o rádio em cinco, dez, vinte estações, liga seu televisor nas duas, três emissoras de sua cidade, compra o jornal, a revista. Apresentadores, artistas, filósofos, sociólogos, cantores, jornalistas, políticos, líderes, comunitários, educadores, psicólogos, psiquiatras, médicos, strip-teaser, banqueiros, industriais e comerciantes, estão todos lá, democraticamente dizendo suas verdades.
O que acham da vida, do país, do sexo, do amor, dos outros. A nossa época, é uma época voltada para a palavra. Se tais programas têm audiência, se tais livros são lidos, é porque, há quem deseja ouvir e há quem deseje falar. Se você prestar atenção verá que um dos assuntos mais incômodos e que mais paixões suscita é o assunto religião.
No Brasil, ainda mais. Há pregadores entusiasmados que gritam, berram, gesticulam sua fé, salvando fiéis, orando por eles, chorando por eles, intercedendo lacrimosos a Deus em nome do povo sofrido, há os intelectuais solenes e catedráticos que falam bonito, mas não chegam ao povo, pois não acharam a linguagem.
E há os que criticam. Não perdem uma chance de atacar os religiosos. No Brasil de maioria católica, onde a Igreja por séculos tutelou o povo, enquanto políticos e militares tutelavam a nação, nada mais natural que a busca da cidadania de agora se volte agressiva contra as três instituições que mandavam no país.
O mundo está gritando suas verdades. Às vezes com raiva. No mundo dominado pelos grandes meios de comunicação, alguns religiosos estão tímidos, assustados, sem saber o que fazer. Alguns grupos que acharam a verdade verdadeira estão agressivos, fanatizados. Querem impor a sua fé nos outros.
Todos os dias os católicos ouvem rádio, lêem jornais e revistas onde sua Igreja não está e não fala. Alguém está fazendo a cabeça do povo neste início de século. Como crer serenamente no meio de tantas crenças, credos e opiniões? Apesar de tudo o que entra na sua casa vale à pena continuar crendo como crê? Onde você busca suas convicções? A palavra de Deus que lhe chega através da sua Igreja ainda é mais forte que a palavra do mundo? Em outras palavras; Deus ainda é importante na sua vida?
Pe. Zezinho, scj
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