A Palavra de Deus

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14 de setembro de 2012

PAZ FRUTO DA RECONCILIAÇÃO



O que é a paz? Muitas opiniões se multiplicam, muitos pontos de vista se antagonizam; uns dizem que a paz é a ausência da guerra, principalmente neste momento delicado, quando, a cada dia, surge mais uma guerra ou um conflito interno em países do mundo inteiro. Outros dizem que a paz é algo interno de cada pessoa, que cada um deve ter sua paz interior e isto basta. Tenho, hoje, uma reflexão sobre ela: a paz é fruto da reconciliação.

A palavra reconciliação é derivada direta da palavra concilio, do verbo conciliar, concordar, estar de acordo. Então, reconciliar é conciliar de novo. Alguma opinião ou alguma atitude que desgastou esta “concordância”, alguma briga, discussão entre as pessoas, entre os povos, entre o homem e Deus precisa, de novo, ser conciliada pela aceitação da posição antagônica, mesmo que, com divergência em algum ponto. É um reatar as relações.

É preciso que cada homem tenha consciência de que a paz só acontece de verdade se ele estiver plenamente reconciliado com ele mesmo, com as pessoas que o cercam e com Deus. Isto significa viver reconciliado.

Primeiro, com nós mesmos, aceitando nossa limitação, nossa incapacidade de atingir algumas coisas. Somos de carne e osso, fracassamos, damos certo em algumas coisas e noutras somos um desastre, por isso precisamos de ajuda. Isto não significa se acomodar às nossas limitações humanas, mas ter como meta o "ser melhor" e progredir a cada dia nesta busca, sem nunca esquecer nossa natureza fraca, frágil. Saiba que Deus nos ama e, por causa disso, precisamos nos valorizar, nos amar e cuidar de nós. Somos importantes neste mundo.

Reconcilie-se consigo mesmo. Comece a se olhar sem acusações, com misericórdia, uma pessoa que luta para ser mais santo ou santa. Depois, é preciso estar bem com as outras pessoas.

Procuremos ser tolerantes quando as pessoas são imperfeitas e incoerentes: aceitemo-las. Elas podem estar passando pelo mesmo processo que nós, ou seja, necessitado de ajuda em algumas situações pessoais. Nós podemos ser esta ajuda. Ajudemos! Se magoou alguém, desculpe-se; procure-o, faça as pazes. Isto é divino. E se alguém o magoou, perdoe-o do fundo do coração. Tenha as mesmas atitudes de antes: acolha, dê um sorriso, trate-a como se nada tivesse acontecido. Isto significa esquecer e perdoar definitivamente.

Para isto é primordial estar de bem com Deus. Se pecamos e fazemos algo que feriu o coração do Senhor (nós sabemos quando fazemos este tipo de coisa), não podemos conviver com esta discordância e dar os passos para nos reconciliarmos com Ele. São necessários três passos para alcançarmos a reconciliação com o Pai:

1 – Reconhecer os próprios erros, pecados e falhas, não dissimular, não jogar a culpa nos outros ou nas situações, admitir que errou, mas quer se levantar;
2 – Arrepender-se profundamente. Ter ódio do pecado cometido. Fugir dele. Comprometer-se com Deus e evitar cair, de novo, na mesma fraqueza;
3 – Confessar-se regularmente com um padre.

Escutei uma explicação magnífica sobre a necessidade de confessar-se com o padre e não direto com Deus. Quando pecamos, este pecado atinge outras pessoas, por isso teríamos de nos confessar com todos aqueles que foram prejudicados pelos nossos pecados, para nos redimir de verdade. O sacerdote é o representante que saiu do meio do povo, foi consagrado para aceitar, em nome destas pessoas, a nossa confissão e nos absolver, perdoar-nos em nome de Deus, que é o Pai de todos nós. É sacramento estabelecido pelo próprio Jesus: “Tudo que ligares na terra, será ligado nos céus” (Mt 16,19a).

Então, reconciliar-se com Deus, com as pessoas e consigo é "fonte de paz". As guerras acontecem, porque os homens querem permanecer na divergência, no desacordo. Hoje, Deus nos pede uma atitude diferente: viver reconciliado, viver em Paz com todos. Esta atitude é o maior grito de indignação que podemos dar contra a guerra.

A Paz de Jesus o ilumine a a viver reconciliado.
Diácono Paulo Lourenço

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