Não há luz que não espante a treva
Não há sorriso que não ilumine um semblante
Não há riso que não sane o mau humor
Não há amor que não desfaça o ódio
Não há perdão que não traga a cura
Não há humildade que não rebaixe o orgulho
Não há simplicidade que não enrugue a vaidade
Não há beleza interior que não nuble a beleza externa
Não há tolerância que não vença a ignorância
Não há persistência que não atinja um objetivo
Não há calma que não inferiorize a ira
Não há paciência que não dissolva a ansiedade
Não há coragem que não dissolva o medo
Não há serenidade que não desarme a agressão
Não há desprendimento que não ridicularize a avareza
Não há ambição bem dosada que não humilhe a ganância
Não há fé que não vença a rebeldia
Não há rendição que não cesse a guerra
Não há silêncio que não quebre a exaltação
Não há compreensão que não incomode o erro
Não há verdade que não derrube a mentira.
Há olhos que observam os meus atos e também os teus: não há atos que não sejam vistos
nem há pensamentos que não cheguem a Deus.
Canção Nova
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