A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

29 de dezembro de 2011

EVANGELHO DO DIA (Sexta, Sábado e Domingo)

Ano B - Dia: 30/12/2011- Sexta-feira

Um sinal de Deus
Lc 2,22-40
Chegou o dia de Maria e José cumprirem a cerimônia da purificação, conforme manda a Lei de Moisés. Então eles levaram a criança para Jerusalém a fim de apresentá-la ao Senhor. Pois está escrito na Lei do Senhor: "Todo primeiro filho será separado e dedicado ao Senhor." Eles foram lá também para oferecer em sacrifício duas rolinhas ou dois pombinhos, como a Lei do Senhor manda. 
Em Jerusalém morava um homem chamado Simeão. Ele era bom e piedoso e esperava a salvação do povo de Israel. O Espírito Santo estava com ele, e o próprio Espírito lhe tinha prometido que, antes de morrer, ele iria ver o Messias enviado pelo Senhor. Guiado pelo Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo para fazer o que a Lei manda, Simeão pegou o menino no colo e louvou a Deus. Ele disse: 
- Agora, Senhor, cumpriste a promessa que fizeste e já podes deixar este teu servo partir em paz. 
Pois eu já vi com os meus próprios olhos a tua salvação, que preparaste na presença de todos os povos: uma luz para mostrar o teu caminho a todos os que não são judeus e para dar glória ao teu povo de Israel. 
O pai e a mãe do menino ficaram admirados com o que Simeão disse a respeito dele. Simeão os abençoou e disse a Maria, a mãe de Jesus: 
- Este menino foi escolhido por Deus tanto para a destruição como para a salvação de muita gente em Israel. Ele vai ser um sinal de Deus; muitas pessoas falarão contra ele, e assim os pensamentos secretos delas serão conhecidos. E a tristeza, como uma espada afiada, cortará o seu coração, Maria. 
Havia ali também uma profetisa chamada Ana, que era viúva e muito idosa. Ela era filha de Fanuel, da tribo de Aser. Sete anos depois que ela havia casado, o seu marido morreu. Agora ela estava com oitenta e quatro anos de idade. Nunca saía do pátio do Templo e adorava a Deus dia e noite, jejuando e fazendo orações. Naquele momento ela chegou e começou a louvar a Deus e a falar a respeito do menino para todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. 
Quando terminaram de fazer tudo o que a Lei do Senhor manda, José e Maria voltaram para a Galiléia, para a casa deles na cidade de Nazaré. 
O menino crescia e ficava forte; tinha muita sabedoria e era abençoado por Deus. 
- Palavras da Salvação
Comentário
Presença do recém-nascido no Templo
Lucas salienta o cumprimento das disposições legais como o motivo da presença do recém-nascido no Templo de Jerusalém, levado por seus pais. Ele realça, assim, o sinal de contradição que se esboça, para a queda e o reerguimento de muitos. A cidade com seu Templo à qual acorre todo o povo para cumprir observâncias religiosas é a cidade que mata os profetas (Lc 13,34; Mt 23,37). Será este menino que em plena maturidade, cheio de sabedoria e da graça de Deus, proclamará a bem-aventurança dos pobres e denunciará a corrupção que assola o Templo, prenunciando a sua destruição e a de Jerusalém. 
José Raimundo Oliva 

Ano B - Dia: 31/12/2011 - Sábado
A Vida trouxe a luz
Jo 1,1-18
No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la. 
Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas. 
A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles. 
A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. 
João disse o seguinte a respeito de Jesus: 
- Este é aquele de quem eu disse: "Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia." 
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus. 
- Palavras da salvação.
Comentário
A luz da vida divina
No limiar do novo ano brilha a luz da aurora de um mundo novo. É a luz da vida divina que se comunica a homens e mulheres no amor e na misericórdia. É a luz que dissipa as trevas dos poderosos que com seus projetos ambiciosos e seu mercado macabro são executivos da fome e da guerra e fabricam a morte. 
A encarnação do Verbo, em Jesus, é a semente do mundo novo possível. Como a luz que inunda as trevas, as comunidades vivas da Igreja, solidárias com todos que têm fome e sede de justiça entre todos os povos do mundo, já se empenham em construir um projeto mundial de libertação, promoção da vida e conquista da paz verdadeira. 
José Raimundo Oliva 

Ano B - Dia: 01/01/2012 - Domingo
Maria - caminho seguro para o novo ano

Lc 2,16-21
Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto. 
E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado. 
Uma semana depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nele o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes de ele nascer. 
- Palavras da Salvação

Comentário
Maria Mãe de Deus
O ano litúrgico tem início com o tempo do Advento, a partir de fins de novembro, em preparação do Natal, antecipando-se ao ano civil. A comemoração de Maria, Mãe de Deus, hoje, 1o de janeiro, oitava do Natal, abre o ano civil. O filho de Maria é o Filho de Deus! Este menino, nascido no ventre de Maria, é participante da vida divina e eterna, comunicada aos homens e mulheres. Em uma única passagem em uma de suas cartas, Gálatas, Paulo faz alusão à mãe de Jesus, na qual se destaca a íntima relação entre a divindade e a nossa humanidade, representada por Maria: "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher..." (segunda leitura). E pelo Espírito de Jesus que nos é dado, já somos filhos de Deus, ao qual chamamos, com carinho, Pai! A novidade de Jesus é a revelação da dignidade da criação, assumida na vida divina. Deus nos criou para a eternidade. Maria, mãe de Deus! Esta desafiante definição solene do Concílio de Éfeso (ano 431), sob o Papa Clementino, põe em relevo a perfeita união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação. Com o título "mãe de Deus" a dimensão feminina de Maria fica associada à própria natureza divina e abre o espaço para a imagem de Deus Mãe. Podemos ver em Maria traços do rosto feminino e materno de Deus. O patriarcalismo tradicional das culturas antigas, particularmente e intensamente presente no Antigo Testamento, relega a figura da mulher e mãe à obscuridade. E isto se reflete na imagem de Deus, masculina, apenas Pai, revestido de poder. Nas devoções a Maria os fiéis buscam a dimensão materna, amorosa e carinhosa de Deus. O projeto de Deus, do qual Maria participa, tem como característica essencial a grande novidade: Deus comunica a vida plena e liberta de todas as ilusões e opressões promovidas pelos poderosos da terra. É o Deus que entra em comunhão com as mulheres e os homens não em uma relação de poder, mas em uma relação de amor, amor este manifestado na humildade da encarnação, como um de nós, no meio de nós. É significativo que o menino nasça no anonimato e que o anúncio de seu nascimento se faça, pelos anjos, a um grupo de pastores, humildes trabalhadores que estavam em vigília guardando os rebanhos de seu patrão. Os pobres e pequeninos merecem a atenção prioritária de Deus. Eles vão às pressas ao encontro do recém-nascido. É o início da revelação do Deus que eleva os humildes. Os pastores retiram-se louvando e glorificando a Deus. Certamente vão comunicando sua alegria a outros. Pela encarnação conhecemos a face de Deus: Deus é o amor que se faz presente entre os pobres, abrindo-lhes as portas para que sejam participantes de sua própria Vida divina. Maria e José deram a seu filho o nome de Jesus, um nome comum em sua época, de acordo com o projeto de Deus de nos comunicar a vida eterna através da humildade da encarnação. 
A presença de Jesus entre nós significa a presença da Paz no mundo. "O senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz" (primeira leitura). A Paz de Jesus é concedida a todos os povos e raças, sem exclusões, privilégios, ou eleições. É a paz interior que nos liberta da imagem de um deus opressor e acusador, animando-nos a tomar iniciativas na prática do amor e da justiça. É a paz exterior, a paz nos relacionamentos humanos, abolindo a ansiedade da riqueza e do poder e estabelecendo novos comportamentos de convívio, na misericórdia, na fraternidade, na solidariedade e na partilha. É a Paz da qual se excluem aqueles que, movidos pela ambição e pelo amor ao dinheiro, fazem a guerra, tornando-se loucos. Um ano novo é um convite a nos tornarmos homens e mulheres novos pela nossa adesão ao projeto de Deus de restaurar e santificar a vida, instaurando a paz na terra, a ser tecida no dia a dia, ao longo dos dias. 
José Raimundo Oliva





Feliz Natal e Feliz 2012!

2012 É O FIM DO MUNDO? QUAL DEVE SER A NOSSA ATITUDE?

2012 e o 'fim do mundo'
Qual deve ser nossa atitude?





Iniciamos o ano de 2012. Ano frequentemente presente nos últimos meses na grande mídia (páginas web, redes sociais, e inclusive nas telas de cinema), especialmente por conta de supostas profecias que preveriam o fim do mundo para os seus dias. A esta data se chegou por intermédio de um complexo emaranhado de conjecturas que levariam a crer que o fim dos tempos coincidiria com o fim do calendário Maia, ou seja, em dezembro deste ano.

Afinal, há real motivo para nos preocuparmos?

Em primeiro lugar, há que se dizer que tais supostas profecias não constituem novidades na história da humanidade. Ao longo dos séculos foram muitos os pseudoprofetas que alardearam um fim do mundo iminente gerando grande inquietação entre os mais crédulos. Perderíamos a conta se fôssemos averiguar quantas vezes o “mundo já acabou”. Na própria época em que o Senhor estava em carne mortal em meio a nós, já existiam tais suposições. A resposta de Cristo? “Daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai” (Mc 13,32).

Um cristão não deve se preocupar com estas supostas previsões, pois o mesmo Senhor, que nos revelou todo o necessário para nossa salvação e felicidade, quis preservar no mistério de Deus o dia e a hora em que este mundo teria fim. Como afirma o Catecismo da Igreja Católica (cf. n. 65), em Cristo o Pai nos disse tudo. Não haverá outra revelação além dessa. E o grande doutor místico espanhol, São João da Cruz, afirmava em sua “Subida ao Monte Carmelo”: «Ao dar-nos, como nos deu, o seu Filho, que é a sua Palavra - e não tem outra – [Deus] disse-nos tudo ao mesmo tempo e de uma só vez nesta Palavra única e já nada mais tem para dizer. [...] Porque o que antes disse parcialmente pelos profetas, revelou-o totalmente, dando-nos o Todo que é o seu Filho. E por isso, quem agora quisesse consultar a Deus ou pedir-Lhe alguma visão ou revelação, não só cometeria um disparate, mas faria agravo a Deus, por não pôr os olhos totalmente em Cristo e buscar fora d'Ele outra realidade ou novidade».

O Magistério da Igreja, seguindo os passos de seu Fundador, decretou em 1516, no V Concílio de Latrão: “Mandamos a todos os que estão, ou futuramente estarão, incumbidos da pregação, que de modo nenhum presumam afirmar ou apregoar determinado juízo. Com efeito, a Verdade diz: 'Não toca a vós ter conhecimento dos tempos e momentos que o Pai fixou por Sua própria autoridade'. Consta que os que até hoje ousaram afirmar tais coisas mentiram e, por causa deles, não pouco sofreu a autoridade daqueles que pregam com retidão. Ninguém ouse predizer o futuro apelando para a Sagrada Escritura, nem afirmar o que quer que seja, como se o tivesse recebido do Espírito Santo ou de revelação particular, nem ouse apoiar-se sobre conjecturas vãs ou despropositadas. Cada qual deve, segundo o preceito divino, pregar o Evangelho a toda criatura, aprender a detestar o vício, recomendar e ensinar a prática das virtudes, a paz e a caridade mútua, tão recomendada por nosso Redentor.”

Sabemos, pela fé, que este mundo não é definitivo, e cremos, como rezamos frequentemente no Símbolo Apostólico, que o Senhor voltará glorioso para julgar vivos e mortos. E qual deve ser nossa atitude enquanto Ele não aparece em Sua glória? É o próprio Senhor quem nos responde: “Vigiai, pois, porque não sabeis a que hora há de vir o vosso Senhor” (Mt 24,42). Essa deve ser, portanto, a nossa atitude: a de espera. É justamente por isso que o fim do mundo jamais deverá surpreender a um fiel cristão, que não pode temer nem a vida, nem a morte. Para ele, o fim do mundo não será uma surpresa, pois ele o espera. Espera ansiosamente o encontro final com o Senhor de sua vida, a alegria sem fim, fruto da contemplação face a face do Amado de nossas almas. Os primeiros cristãos, nossos pais na fé, desejavam ardentemente essa vinda do Senhor ao suplicarem: "Vem, Senhor Jesus!" (cf. Ap 22,20).

A esperança cristã, no entanto, não nos faz desentendermos das coisas desta terra. Ao contrário, pelo fato de esperamos novos céus e nova terra, trabalhamos intensamente para estar preparados para este dia. Diante da consciência de que este mundo - tal qual conhecemos - não durará para sempre, somos interpelados a aproveitar ao máximo cada segundo que a paciência de Deus nos concede, para nos convertermos à Sua santa vontade. Na realização livre dos planos que o Todo-poderoso sonhou desde sempre para cada um de nós está a nossa felicidade, e, em definitiva, é só isso o que importa: querer o querer de Deus.

Certa vez os amigos de um jovem santo - dizem que foi São Luiz Gonzaga - perguntavam entre si o que fariam se soubessem que o mundo acabaria naquele exato momento. As respostas foram muitas: um buscaria confessar-se o quanto antes, o outro procuraria reconciliar-se com os seus familiares, etc. A resposta do santo? “Continuaria jogando, como estou fazendo agora”. Essa tranquilidade é consequência de saber-se em cada momento na vontade de Deus. Quem nela está não se preocupa se o mundo terminará hoje ou amanhã, pois em cada momento está preparado, esperando ansiosamente o encontro último com seu Senhor.
Padre Demétrio Gomes
Diretor do Instituto Filosófico e Teológico do 
Seminário Arquidiocesano São José de Niterói

SILENCIAR-SE É TÃO TERAPÊUTICO COMO O EXPRESSAR-SE

O silêncio das tardes parece ter se perdido no passado. As manhãs perderam o seu mistério no descortinar de um novo dia. O barulho ocupou todos os espaços que eram reservados ao silêncio. Em meio a um mundo agitado o silêncio foi, aos poucos, sendo esquecido.

Em pleno século XXI, o homem e a mulher contemporâneos redescobrem o valor do silêncio na confusa agitação da vida cotidiana. O que havia se perdido começa a ser redescoberto como fonte terapêutica. É grande o número de pessoas que procuram retiros e dias de pleno silêncio, nos quais podem estar desligadas das “redes sociais” e também da agitação da vida moderna.

Silenciar-se é tão terapêutico como o expressar-se. Desde a Antiguidade, principalmente entre os monges do deserto, conhecidos também como "Terapeutas do Deserto", o silêncio era uma riqueza terapêutica. Através dele homens e mulheres encontravam-se com Deus e consigo. Hoje o ser humano tem sede de silêncio e de paz. A agitação da vida moderna roubou este tesouro que pertence à alma.

Para os monges do deserto o silêncio era um remédio para a agitação que afligia o ser humano, pois nele [silêncio] a pessoa entra em contato com aquilo que ela possui de mais sagrado, ou seja, a sua própria alma.E nos recônditos da alma se encontram as respostas que tanto se busca para o cotidiano da vida. No silêncio da alma encontra-se a presença de Deus.

Acho complicado quem busca Deus na agitação dos megashows e encontros. Barulho, som em nível altíssimo, gritos... Fico me perguntando: Como será a experiência de alguém que faz um encontro consigo e com Deus em meio à tanta agitação? É possível esse encontro? Qual o nível de experiência espiritual que a pessoa leva para a sua vida cotidiana?

Parece-me tão lógico que o silêncio das tardes, das flores, da chuva, das paisagens, nos mostrem tão claramente que Deus se encontra lá, escondido no mistério... Como ouvir um amigo no meio de um show? Mesmo que ele grite ao nosso ouvido, vamos compreender, ainda que com muito esforço, absolutamente quase nada do que ele tentou nos dizer. Como pensar na vida participando de um show, mesmo que este seja cristão? O máximo que conseguiremos é voltar para casa com os tímpanos afetados pelos estragos dos altos decibéis.

A arte do silêncio consiste em ouvir a voz de Deus, que nos espera numa tarde serena, na chuva que irriga a terra para despertar a vida adormecida pela longa seca, nas flores que cumprem o seu papel de falar da beleza da vida, nas paisagens que revelam o mistério que não precisa de palavras...

Se no silêncio que cala toda agitação encontramos Deus, então também nos encontraremos com aquilo que sempre buscamos: nós mesmos. Onde tudo se cala o mistério da vida nos aponta a beleza do que não pode ser expresso verbalmente.
Padre Flávio Sobreiro

DIZER "SIM" E DIZER "NÃO"

Você já notou como lida com seus impulsos, com aquela vontade irresistível de fazer algo? Controlar nossos impulsos significa o quanto conseguimos ser capazes de adiar a gratificação por algo e, com isso, fazer escolhas mais inteligentes ou adaptáveis. Sabe o que é mais interessante: o controle dos impulsos se dá em nossa infância, quando lidamos com as primeiras frustrações e gratificações. 

Quando dizemos “não” a nós mesmos, aprendemos a autodisciplina, palavra tão conhecida entre nós e citada em revistas, artigos, programas de TV. Essa habilidade é capaz de gerar felicidade e sucesso. 

Nisso começa o desafio dos pais, cuidadores, professores, pois crianças nunca aprendem a autodisciplina sozinhas, mas também não aprendem na escola ou na sala de aula. Não há curso para isso [autodisciplina]. Aí entra a habilidade dos pais em dar limites aos filhos e ensiná-los que, para cada ato, há uma consequência, que as escolhas levam a determinados caminhos, positivos ou negativos. 

Ao deixar claro para uma criança quais as expectativas que se tem sobre algo ou os limites e o resultado sobre aquilo que não se cumpriu, tudo fica mais claro. Ou seja, a criança aprende, desde pequena, que, se optar por algo errado, receberá sua escolha em troca, experimentando o resultado negativo das escolhas feitas. 

O que é mais complicado quando é necessário dizer “não” para seu filho? Muitos pais podem dizer que a dificuldade está em ver que o filho ficou infeliz, ficou triste, desapontado. Claro que, como pais, o que se tenta fazer muitas vezes é, de fato, evitar o sofrimento, mas isso se torna uma forma enganosa de proteger. Será muito mais produtivo dar aos filhos formas de lidar com a perda e, com isso, criar formas de “amortecer” as situações e lindar com os obstáculos da vida. 

Dizer “não” é muito mais complicado do que dizer “sim”; porém, olhando para o futuro os resultados de um “sim” e um “não”, no tempo certo, fazem toda a diferença quando seu filho for adolescente ou adulto. Não diga “sim” para acalmar o choro ou a irritação do seu filho, mas diga “sim” quando é necessário e “não” sempre que preciso, para que não colha dificuldades em longo prazo. 

Na autenticidade e na democracia da relação pai e filho, nos dias atuais, cresce e liberdade em dizer o que se pensa e posicionar-se, porém, não podemos nos esquecer do papel de modelagem de comportamento que damos ao filhos. “Ninguém pode respeitar seus semelhantes se não aprender quais são os seus limites — e isso inclui compreender que nem sempre se pode fazer tudo que se deseja na vida. É necessário que a criança interiorize a ideia de que poderá fazer muitas, milhares, a maioria das coisas que deseja — mas nem tudo e nem sempre. Essa diferença pode parecer sutil, mas é fundamental.” (Zagury, T.) 

Esse é o desafio da persistência, do amor, do cuidado e da certeza que um “sim” e um “não” bem colocados, e ao seu tempo, farão toda a diferença na construção de adultos saudáveis e resistentes aos embates da vida.
Elaine Ribeiro - Psicologia - Cancão Nova.

24 de dezembro de 2011

EVANGELHO DO DIA - Sábado e Domingo

Ano B - Dia: 24/12/2011
O canto de Zacarias

Lc 1,67-79
Zacarias, o pai de João, cheio do Espírito Santo, começou a profetizar. Ele disse: 
- Louvemos o Senhor, o Deus de Israel, 
pois ele veio ajudar o seu povo 
e lhe dar a liberdade. 
Enviou para nós um poderoso Salvador, 
aquele que é descendente 
do seu servo Davi. 
Faz muito tempo que Deus disse isso 
por meio dos seus santos profetas. 
Ele prometeu nos salvar 
dos nossos inimigos 
e nos livrar do poder de todos 
os que nos odeiam. 
Disse que ia mostrar a sua bondade 
aos nossos antepassados 
e lembrar da sua santa aliança. 
Ele fez um juramento 
ao nosso antepassado Abraão; 
prometeu que nos livraria 
dos nossos inimigos 
e que ia nos deixar servi-lo sem medo, 
para que sejamos somente dele 
e façamos o que ele quer 
em todos os dias da nossa vida. 
E você, menino, será chamado de 
profeta do Deus Altíssimo 
e irá adiante do Senhor 
a fim de preparar o caminho para ele. 
Você anunciará ao povo de Deus 
a salvação 
que virá por meio do perdão 
dos pecados deles. 
Pois o nosso Deus é misericordioso 
e bondoso. 
Ele fará brilhar sobre nós a sua luz 
e do céu iluminará todos os que vivem 
na escuridão da sombra da morte, 
para guiar os nossos passos 
no caminho da paz. 
Leitura Orante 
Em união com todos que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante do Advento, com a Canção do Advento 

Ó vem, Senhor, não tardes mais! 
Vem saciar nossa sede de Paz! 

1. Ó vem, como chega a brisa do vento, 
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo! 
2. Ó vem, como chega a chuva no chão 
Trazendo fartura de vida e de pão! 
3. Ó vem, como chega a luz que faltou 
Só tua palavra nos salva Senhor! 
4. Ó vem, como chega a carta querida 
Bendito carteiro do Reino da Vida! 
5. Ó vem, como chega o filho esperado 
Caminha conosco Jesus Bem amado! 
6. Ó vem, como chega o Libertador 
Das mãos do inimigo nos salva Senhor 
Veja a melodia desta canção em: http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/ 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia ? 
Leio na minha Bíblia, Lc 1,67-79: 
Este cântico de Zacarias é louvor e profecia. Começa com uma aclamação litúrgica: "Louvemos o Senhor". O hino divide-se em duas partes: a primeira recorda a ação de Deus na história do povo. A segunda parte anuncia o destino do menino João que será profeta de Deus Altíssimo. Zacarias recorda as promessas de Deus por meio dos profetas, da aliança e do juramento feito com Abraão. Diz também que o objetivo disto tudo é "que sejamos somente dele e façamos o que ele quer. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Também eu devo reconhecer a grande graça de ser cristão e discípulo de Jesus Cristo. Nos ajudam neste reconhecimento os bispos em Aparecida: 
"Queremos expressar a alegria de sermos discípulos do Senhor e de termos sido enviados com o tesouro do Evangelho. Ser cristão não é uma carga, mas um dom: Deus Pai nos abençoou em Jesus Cristo seu Filho, Salvador do mundo" (DAp 23). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, com os bispos da América Latina que também fazem uma oração de louvor por Deus que nos amor por primeiro: 
" Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com toda sorte de bênçãos na pessoa de Cristo (cf. Ef 1,3). 
O Deus da Aliança, 
rico em misericórdia, 
nos amou primeiro; 
imerecidamente amou a cada um de nós; 
por isso o bendizemos, 
animados pelo Espírito Santo, Espírito vivificador, 
alma e vida da Igreja. 
Ele, que foi derramado em nossos corações, 
geme e intercede por nós e, 
com seus dons nos fortalece 
em nosso caminho de discípulos e missionários" 
(DAp 24). 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
"Somos chamados a encarnar o Evangelho no coração do mundo"(DGAE 2008-2009, no 21). Meu novo olhar é de ação de graças pela vinda de Deus em nosso meio. 
Bênção Natalina 
Jesus Menino coloque a sua mãozinha 
sobre tua cabeça 
e derrame sobre ti 
a sua luz, conforto e alegria. 
Amém! 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
(bem-aventurado Alberione) 

Ano B - Dia: 25/12/2011 - Domingo
A Palavra se fez gente
Jo 1-18
No começo aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e era Deus. Desde o princípio, a Palavra estava com Deus. Por meio da Palavra, Deus fez todas as coisas, e nada do que existe foi feito sem ela. A Palavra era a fonte da vida, e essa vida trouxe a luz para todas as pessoas. A luz brilha na escuridão, e a escuridão não conseguiu apagá-la. 
Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz, a luz verdadeira que veio ao mundo e ilumina todas as pessoas. 
A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. Aquele que é a Palavra veio para o seu próprio país, mas o seu povo não o recebeu. Porém alguns creram nele e o receberam, e a estes ele deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram filhos de Deus pelos meios naturais, isto é, não nasceram como nascem os filhos de um pai humano; o próprio Deus é quem foi o Pai deles. 
A Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós, cheia de amor e de verdade. E nós vimos a revelação da sua natureza divina, natureza que ele recebeu como Filho único do Pai. 
João disse o seguinte a respeito de Jesus: 
- Este é aquele de quem eu disse: "Ele vem depois de mim, mas é mais importante do que eu, pois antes de eu nascer ele já existia." 
Porque todos nós temos sido abençoados com as riquezas do seu amor, com bênçãos e mais bênçãos. A lei foi dada por meio de Moisés, mas o amor e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus. 

Leitura Orante 
- A todos nós que nos encontramos neste ambiente virtual, paz de Deus, nosso Pai, a graça e a alegria de Nosso Senhor Jesus Cristo, no amor e na comunhão do Espírito Santo. 
- Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo! 
Preparo-me para a Leitura, cantando ou rezando: 
Cristãos, vinde todos 
Com alegres cantos. 
Ó, vinde, ó, vinde, 
Até Belém.Vede nascido 
Vosso Rei eterno 

Ó, vinde, adoremos 
Ó, vinde e adoremos 
Ó, vinde e adoremos o Salvador 

Humildes pastores deixam seu rebanho. 
E alegres acorrem ao Rei do Céu. 
Nós igualmente cheios de alegria. 

O Deus invisível, de eterna grandeza. 
Sob véus de humilhação, podemos ver. 
Deus pequenino, Deus envolto em faixas. 

Nasceu em pobreza, repousando em palhas. 
O nosso afeto lhe vamos dar. 
Tanto amou-nos! 
Quem não há de amá-lo? 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 1,1-18. 
O Evangelho de João lembra o Gênesis quando introduz: "no começo". Antes da criação, o Filho de Deus - a Palavra - já existia. E foi por meio da Palavra que tudo foi criado. João diz que a Palavra é a fonte da vida e essa Palavra trouxe luz para todas as pessoas. O evangelista diz ainda que "A Palavra estava no mundo, e por meio dela Deus fez o mundo, mas o mundo não a conheceu. " Os que nela creram se tornaram filhos de Deus. E, para se aproximar mais ainda de todas as pessoas "a Palavra se tornou um ser humano e morou entre nós", na pessoa de Jesus Cristo. Só esta verdade é suficiente para tornar nosso coração imensamente agradecido. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Pelo poder do Espírito, tenho muito a agradecer ao Pai. O que o texto me diz no momento? 
Os bispos, na Conferência de Aparecida, disseram os motivos da nossa alegria: "Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou. Com os olhos iluminados pela luz de Jesus Cristo ressuscitado podemos e queremos contemplar o mundo, a história, os nossos povos da América Latina e do Caribe e cada um de seus habitantes." (DAp, 18). 
Hoje, vou me retirar por uns bons momentos e recordar tudo que Deus realizou na minha vida, na minha família, no meu trabalho, estudo, no mundo, no ano que passou.
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? Cantemos o Glória de Natal: 
Vinde, cristãos, vinde a porfia 
1. Vinde, cristãos, vinde à porfia, cantar um hino de louvor,/ 
Hino de paz e de harmonia,/ Que os anjos cantam ao Senhor: 
Glória a Deus nas alturas! (2x) 
2. Foi nesta noite venturosa, em que nasceu o Salvador/
Que os anjos com voz amorosa,/ Deram no céu este clamor: 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou viver o clima de Natal, descobrindo a presença de Deus em toda parte. 
Bênção natalina (bem-aventurado Alberione) 
Jesus Menino coloque a sua mãozinha 
sobre tua cabeça 
e derrame sobre ti 
a sua luz, conforto e alegria. 
Amém! 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 

Mensagem de Natal - Abre o Coração

UM FELIZ NATAL - Ivan Lins e José Feliciano

COM QUAL ATITUDE DEVEMOS OLHAR PARA O ANO NOVO?


A chegada de um novo ano reacende esperanças, sonhos, alegrias, expectativas, mas, como tudo o que é novo, provoca medo e insegurança. Na mensagem para a Jornada Mundial da Paz do próximo ano, o Papa Bento XVI aconselha os cristãos a aguardarem 2012 com muita fé e confiança. Um desafio a ser encarado, principalmente pela juventude.
Na mensagem intitulada “Educar os jovens na justiça e na paz”, o Santo Padre reconhece que, em 2011, “houve um aumento no sentimento de frustração devido à crise que atingiu a economia e o trabalho”. O Pontífice destaca ainda que “uma escuridão parece ter coberto este tempo e não nos permite ver com clareza a luz do dia”. Diante de tais ameaças, é preciso mostrar ao jovem que a nossa esperança deve estar alicerçada em Deus.
Em meio a tanta falta de esperança, a força própria do jovem é que deve estar no centro das atenções. É preciso despertar nos jovens “o apreço pelo valor positivo da vida e suscitar neles o desejo de gastar-se pelo Bem”, afirma Bento XVI. E para isso é preciso escutar e valorizar a juventude. (Mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz)
Acreditando no potencial da juventude, o fundador da Comunidade Canção Nova, monsenhor Jonas Abib, iniciou, na década de 60, um intenso trabalho de formação dos jovens cristãos. Neste mês de dezembro, o sacerdote completa 75 anos de idade e sua missão alcançou todo o Brasil e se expandiu por outros países.
Na 45ª mensagem da Jornada Mundial da Paz, o Papa reitera que a Igreja “olha os jovens com esperança, tem confiança neles e os encoraja a buscar a verdade, a defender o bem comum, a ter perspectivas abertas para o mundo e olhos capazes de ver 'coisas novas'”.
Apesar dos grandes sonhos e força de vontade, o jovem se vê tentado a desanimar diante dos obstáculos que encontra. Para superá-los, o Santo Padre os orienta a não se deixarem iludir com ideologias e a estarem firmes em Deus. Ele, sim, é garantia da liberdade e de tudo o que é verdadeiramente bom, verdadeiro e justo e, ao mesmo tempo, amor eterno.
“Não tenham medo de se comprometer, enfrentar o cansaço e o sacrifício, de escolher os caminhos que exigem fidelidade e constância, humildade e dedicação. Vivam com confiança a juventude e os profundos desejos de felicidade, verdade, beleza e amor verdadeiro. Vivam intensamente esta estação da vida tão rica e plena de entusiasmo”. Essas palavras do Santo Padre são as mesmas personificadas por padre Jonas, como carinhosamente o chamamos. Por meio das pregações, do abraço e do olhar, o sacerdote sempre transmite e anima a todos com seu tão conhecido: “Aguenta firme, meu filho!”
Rodrigo Luiz - Missionário da Comunidade Canção Nova

QUAL O MELHOR PRESENTE DE NATAL PARA MIM?



Natal é um tempo maravilhoso, nunca vi ninguém dizendo que não gosta dessa festa. As razões podem ser diferentes, podem até não acreditar no Natal, porém, todos gostam deste tempo devido aos presentes, às festas, às comidas gostosas que saboreamos nessa época, aos encontros, reencontros e reconciliações, àquela folga merecida, à viagem com a família para rever os parentes ou às tão sonhadas e esperadas promoções natalinas.
Muitos chegam a dizer: “Quem dera se o ano todo fosse Natal...” Enfim, muitos são os motivos que nos fazem crer que o Natal é um tempo de expectativa, indica algo novo que vai acontecer, algo que vamos receber e que virá ao nosso encontro.
Mas qual é a novidade pela qual esperamos? Qual é o presente que queremos ter? Ganhar um tablet, um smartphone, um carro, um aumento salarial, uma viagem para o exterior; tudo isso não seria nada mau.
Mal começo a sonhar no presente que gostaria de ganhar e a imaginação já me leva a me recordar dos presentes que ganhei quando criança.
Recordo-me das noites mal dormidas na véspera do Natal, quando perdia o sono na ansiedade de ganhar um presente, acordava correndo para ver se o “Papai Noel” tinha passado, e quando via o presente, logo o desembrulhava. Algumas vezes, frustrei-me; outras, a “alegria” logo tomou conta de mim.
Sentia-me imensamente “feliz” quando o objeto escondido sob aquele papel colorido era o mesmo pelo qual tanto havia esperado. Parecia que aquele simples embrulho trazia o meu tudo, o sentido da minha vida... Lembro-me da primeira bicicleta, da bola de couro, do videogame do Mario Bros, da camisa da seleção...
Logo que comecei a me recordar disso tudo, pensei: Onde está tudo isso? Onde está aquela bicicleta que era como minhas asas, sentia-me livre em cima dela. Onde estão a bola, a chuteira e a camisa da seleção, que faziam com que eu me sentisse o melhor jogador do mundo? Onde está aquilo que era o meu tudo? Certamente todos os meus presentes de criança, como a bicicleta, a bola e a chuteira já foram reciclados.
Parei e pensei: Onde estão os meus sonhos? Onde tenho procurado e esperado minha felicidade? Onde está o meu Natal?
Já não sou uma criança, minha felicidade não está escondida sob um embrulho colorido. Todos aqueles presentes já se foram, e sinceramente eles não eram tudo isso que eu esperava; não foram capazes de me deixar eternamente “feliz”. Neles não estava escondido o sentido da minha vida. Eram apenas presentes.
Na maturidade de homem, lembro-me do verdadeiro Presente, que sempre esteve comigo, este tão antigo e tão novo, tão vivo e real, não escondido sob qualquer papel, mas sim sob o Véu do Sacramento.
Santo Presente que nos foi dado por amor do Pai, que O enviou para ser o centro de tudo em nossa vida.
Sublime Presente, nascido humilde e pequeno na manjedoura em Belém, porém, tão nobre e santo, presenteado pelos Reis Magos com ouro, incenso e mirra. Ele mesmo se faz o maior Presente, o verdadeiro Presente dado a todos nós.
Eterno Presente, centro de tudo, alegria verdadeira, razão única da expectativa e das maravilhas do Natal. Ora, este é o melhor Presente de Natal para mim! Jamais envelhece, jamais estraga, nunca passa.
De que valem todos os outros presentes se eu posso ter e tenho o Santo Presente, o Verbo que se fez carne e habitou entre nós (cf. Jo 1,14).
Parei e rezei cheio de gratidão. Obrigado, Senhor, Presente Verdadeiro, sublime amor que vem a nós! Recebê-Lo em minha vida é o melhor Presente para mim. 
Ricardo Gaiotti - Missionário da Canção Nova

10 de dezembro de 2011

HEVANGELHO DO DIA (Sábado e Domingo)

Ano B - Dia: 10/12/2011 - Sábado
Os discípulos ouviam e compreendiam o Mestre
Mt 17,10-13
Os discípulos perguntaram a Jesus: "Por que os escribas dizem que primeiro deve vir Elias?" Ele respondeu: "Sim, Elias vem; e porá tudo em ordem. E eu vos digo mais: Elias já veio, e não o reconheceram. Pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles." Então os discípulos compreenderam que ele lhes havia falado de João Batista. 
Leitura Orante 
Em união com todos que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante, com a 
Canção do Advento 
Ó vem, Senhor, não tardes mais! 
Vem saciar nossa sede de Paz! 
1. Ó vem, como chega a brisa do vento, 
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo! 

2. Ó vem, como chega a chuva no chão 
Trazendo fartura de vida e de pão! 

3. Ó vem, como chega a luz que faltou 
Só tua palavra nos salva Senhor! 

4. Ó vem, como chega a carta querida 
Bendito carteiro do Reino da Vida! 

5. Ó vem, como chega o filho esperado 
Caminha conosco Jesus Bem amado! 

6. Ó vem, como chega o Libertador 
Das mãos do inimigo nos salva Senhor 
Veja a melodia desta canção em: http://leituraorantedapalavra.blogspot.com/ 
1.Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 17,10-13. 
O Mestre fazia com que os discípulos compreendessem a missão de João Batista. 
2. Meditação (Caminho) O que a Palavra diz para mim? 
Os discípulos compreenderam depois que ouviram o Mestre. A fé e o amor me levam a ver de forma diferente as pessoas, imagem de Deus.Preciso me aproximar mais e escutar a Palavra. Esta é condição para aprender do Mestre, para converter-me e viver como filho de Deus, transformar minha vida e ser discípulo/a e missionário/a do Mestre Jesus Cristo. Como nos lembram os bispos, em Aparecida: "Não temos outra felicidade nem outra prioridade que não seja sermos instrumentos do Espírito de Deus na Igreja, para que Jesus Cristo seja encontrado, seguido, amado, adorado, anunciado e comunicado a todos, não obstante todas as dificuldades e resistências. Este é o melhor serviço - seu serviço! - que a Igreja tem que oferecer às pessoas e nações" (DAp 14). 
3. Oração (Vida) O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Rezo a Maria, que tão bem soube ouvir e compreender a Palavra de Deus A Nossa Senhora da Anunciação 
Todas as gerações vos proclamem bem-aventurada, 
ó Maria! 
Crestes na mensagem celeste, 
e em vós se cumpriram grandes coisas, 
como vos fora anunciado. 
Maria, eu vos louvo! 
Crestes na encarnação do Filho de Deus 
no vosso seio virginal 
e vos tornastes Mãe de Deus. 
Raiou então o dia mais feliz da história da humanidade! 
Os homens tiveram o Mestre divino, 
o Sacerdote único e eterno, 
a Hóstia de reparação, 
o Rei universal! 
A fé é dom de Deus e fonte de todo bem. 
Maria, alcançai-me a graça de uma fé viva, 
forte, atuante; uma fé que salva e santifica! 
Fé no Evangelho, na Igreja, na vida eterna. 
4.Contemplação (Vida) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Levo comigo a luz de Jesus Cristo. Quanto mais esta luz levar em meus olhos, minhas mãos, minhas palavras, mais iluminado estará o mundo em que vivo. 
Bênção natalina 
Jesus Menino coloque a sua mãozinha 
sobre tua cabeça 
e derrame sobre ti 
a sua luz, conforto e alegria. 
Amém! 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, 
Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
(bem-aventurado Alberione) 
Ir. Patrícia Silva, fsp 



Ano B - Dia: 11/12/2011 - Domingo
João Batista: a voz de quem grita no deserto
Jo 1,6-8.19-28
Houve um homem chamado João, que foi enviado por Deus para falar a respeito da luz. Ele veio para que por meio dele todos pudessem ouvir a mensagem e crer nela. João não era a luz, mas veio para falar a respeito da luz. 
Os líderes judeus enviaram de Jerusalém alguns sacerdotes e levitas para perguntarem a João quem ele era. João afirmou claramente: 
- Eu não sou o Messias. 
Eles tornaram a perguntar: 
- Então, quem é você? Você é Elias? 
- Não, eu não sou! - respondeu João. 
- Você é o Profeta que estamos esperando? 
- Não! - respondeu ele. 
Aí eles disseram a João: 
- Diga quem é você para podermos levar uma resposta aos que nos enviaram. O que é que você diz a respeito de você mesmo? 
João respondeu, citando o profeta Isaías: 
- "Eu sou aquele que grita assim no deserto: preparem o caminho para o Senhor passar." 
Os que foram enviados eram do grupo dos fariseus; eles perguntaram a João: 
- Se você não é o Messias, nem Elias, nem o Profeta que estamos esperando, por que é que você batiza? 
João respondeu: 
- Eu batizo com água, mas no meio de vocês está alguém que vocês não conhecem. Ele vem depois de mim, mas eu não mereço a honra de desamarrar as correias das sandálias dele. 
Isso aconteceu no povoado de Betânia, no lado leste do rio Jordão, onde João estava batizando. 

Leitura Orante 
Em união com todos que se encontram neste ambiente virtual, iniciamos nossa Leitura Orante do Advento, com a Canção do Advento 
Ó vem, Senhor, não tardes mais! 
Vem Saciar nossa Sede de Paz! 
1. Ó vem, como chega a brisa do vento, 
Trazendo aos pobres justiça e bom tempo! 

2. Ó vem, como chega a chuva no chão 
Trazendo fartura de vida e de pão! 

3. Ó vem, como chega a luz que faltou 
Só tua palavra nos salva Senhor! 

4. Ó vem, como chega a carta querida 
Bendito carteiro do Reino da Vida! 

5. Ó vem, como chega o filho esperado 
Caminha conosco Jesus Bem amado! 

6. Ó vem, como chega o Libertador 
Das mãos do inimigo nos salva Senhor 
Melodia no blog http://leituraorantedapalavra.blogspot.com 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Jo 1,6-8.19-28. 
João é o "homem enviado por Deus", o profeta, o mensageiro, o porta-voz de Deus. É aquele que testemunha e anuncia a chegada do Messias. Ele é como uma sentinela que aguarda o sol despontar para gritar que o dia chegou. O interrogatório dos judeus, em Betânia, busca reconhecer a identidade de João que está se tornando bastante popular. A este interrogatório João responde que não é Elias, nem o Messias, nem o Profeta. Diz ser a "voz que clama no deserto". Mas, não deixa de ser um enigma a sua resposta, porque João fala que depois dele vem alguém de quem ele não é digno de desatar as correias da sandália. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Qual palavra mais me toca o coração? . O que o texto me diz no momento? 
Todos nós podemos ser como João Batista: testemunhas, discípulos e missionários de Jesus Cristo. Em Aparecida, os Bispos afirmaram: "Se não conhecemos a Deus em Cristo e com Cristo, toda a realidade se torna um enigma indecifrável; não há caminho e, ao não haver caminho, não há vida nem verdade"(DAp 22). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Hoje, acendemos a terceira vela da Coroa do Advento - cor de rosa - e cantamos: 
A terceira vela hoje acendemos 
E cantamos: "Alegrai-vos no Senhor!" 
No deserto, uma voz escutemos: 
Praticai a justiça e o amor! 
Melodia no blog http://leituraorantedapalavra.blogspot.com 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Vou olhar o mundo e a vida com os olhos de Deus. Como João Batista quero ser testemunha daquelçe de quem "não sou digno de desatar as correias das sandálias". 
Bênção 
Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp 











DIA DOS DIREITOS HUMANOS

10 de dezembro
Dia dos Direitos Humanos

A elite de intelectuais que promoveu a Revolução Francesa, no século XVIII, defendeu a igualdade, a liberdade e a fraternidade como princípios fundamentais da vida humana. 

Em 1948, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, cujos preceitos deveriam ser seguidos por todos os povos e nações. A Declaração é o maior documento concebido a favor da humanidade, abrangendo direitos e deveres no âmbito individual, social, cultural e político. O texto possui trinta artigos, que foram resumidos por Frei Betto* em uma linguagem popular: 

Todos nascemos livres e somos iguais em dignidade e direitos. 
Todos temos direitos à vida, à liberdade e à segurança pessoal e social. 
Todos temos direito de resguardar a casa, a família e a honra. 
Todos temos direito ao trabalho digno e bem remunerado. 
Todos temos direito ao descanso, ao lazer e às férias. 
Todos temos direito à saúde e assistência medica e hospitalar. 
Todos temos direito à instrução, à escola, à arte e à cultura. 
Todos temos direito ao amparo social na infância e na velhice. 
Todos temos direito à organização popular, sindical e política. 
Todos temos direito de eleger e ser eleito às funções de governo. 
Todos temos direito à informação verdadeira e correta. 
Todos temos direito de ir e vir, mudar de cidade, de Estado ou país. 
Todos temos direito de não sofrer nenhum tipo de discriminação. 
Ninguém pode ser torturado ou linchado. Todos somos iguais perante a lei. 
Ninguém pode ser arbitrariamente preso ou privado do direito de defesa. 
Toda pessoa é inocente ate que a justiça, baseada na lei, prove o contrário. 
Todos temos liberdade de pensar, de nos manifestar, de nos reunir e de crer. 
Todos temos direito ao amor e aos frutos do amor. 
Todos temos o dever de respeitar e proteger os direitos da comunidade. 
Todos temos o dever de lutar pela conquista e ampliação destes direitos. 

A história da humanidade, contudo, revela que essa ideologia nunca foi aplicada na prática, haja vista a violação dos direitos humanos que ocorre em vários cantos do mundo: 
- África - Há violação dos direitos humanos por parte das forcas militares do governo, como também por parte dos grupos de oposição armada, que matam, ilegalmente, milhares de civis, como já ocorreu em Burundi, no Congo etc. 
- Américas - Os esforços para evitar as violações já ocorridas são infrutíferos; a impunidade continua a ocorrer em todo o continente. Há até ataques físicos contra os defensores dos direitos humanos na Bolívia, no Chile, na Colômbia e no México. 
- Ásia - Milhares de civis foram mortos em conflitos armados ocorridos entre as várias etnias. Há abusos dos direitos humanos, como: tortura, "desaparecimentos" e prisões abusivas. 
- Europa - Em vários países há casos de tortura e de maus-tratos praticados pela polícia contra os imigrantes, bem como guerras em que há violação dos direitos humanos, como a guerra da Chechênia e de Kosovo. 
- Oriente Médio - Há graves violações dos direitos humanos, execuções em , massa, tortura e julgamentos injustos. 

A ONU possui informações oficiais de casos de execuções extrajudiciais em 38 países; execuções judiciais em 31 países; prisioneiros por motivos políticos em pelo menos 63 países; casos de tortura e de maus-tratos em 132 países e "desaparecimentos" em 37 países. Oficiosamente, esses números são mais altos.

Referência: Datas Comemorativas Históricas e Cívicas

O NAMORO CHEGOU AO FIM

E o namoro acabou... E com ele se foram sonhos, planos, certezas. Parece que a melhor coisa que havia na sua vida foi perdida: Ou a pessoa com quem você namorou; ou o próprio namoro. Você já pensou nisso - Do que você sente mais falta: Da pessoa com quem você se relacionou, ou da relação? O que você acha de si mesmo hoje? Aquela pessoa que partiu, o que ela representava para você? Aquela pessoa pode ter sido alguém que te mostrou o teu valor (e você passa a achar que só vale alguma coisa aos olhos dela). Quanta coisa você aprendeu com aquela pessoa? Quanto você sofreu com essa relação, acreditando, buscando, se dedicando?

Quanta coisa boa você descobriu em si mesmo, das quais nem mesmo se dava conta? São tantas as coisas que precisamos avaliar ao fim de um namoro! O namoro acabou... Você já tentou de tudo, mas o vaso quebrou. Alguns ficam ainda tentando remendar... Não dá! É então necessário um tempo... Mas quem aceita? Busca-se desesperadamente alguma coisa que ocupe o lugar daquele relacionamento que terminou. Alguns caem na bebedeira, outros ficam desesperados por uma festa, e a maioria sai desesperado em busca de novos relacionamentos. E aí está um problema: Como se pode pensar em começar algo novo, se não foi assimilado aquilo que foi vivido?

O grande sinal de que é necessário um tempo de solidão é exatamente a dificuldade que há em encarar o vazio deixado. Esse tempo de solidão é necessário para avaliar aquilo que foi fecundado durante aquele relacionamento anterior. É necessário também, pois com certeza quando se sai de um relacionamento assim, se sai muito machucado... é necessário um tempo para que as feridas cicatrizem. Quantas pessoas, a fim de sair da ‘fossa’ acabam se agarrando à primeira ilusão que surge? E quantos sofrem por isso? Quantos estragam a nova relação, comparando com a anterior (e isso só aumenta a saudade do que se foi), ou levando para a nova relação todos os vícios que foram adquiridos? É preciso encarar. O namoro acabou; o vaso quebrou. É hora de transferir o líquido para um odre novo. Só Deus pode fazer um odre novo, e é Ele também quem te resgata, quem impede que o líquido (seus sonhos, esperanças, planos) escoe e se perca. E nesse odre novo é que você vai se derramar. Mas assim que a água é despejada, o que você vê? Turbulência. É essa a turbulência que você experimenta naquele primeiro momento. Mas se você espera um pouco, deixando aquela água aquietar-se, o que acontece quando você for olhá-la novamente?

Você pode contemplar o seu reflexo! E somente quando esperamos nossas inquietações acalmarem, temos condições de realmente entender o que foi trocado naquela relação; o que foi fecundado; o que foi doado... E se ficar sem aquela pessoa dói tanto, pare para pensar: O que você não consegue fazer sozinho? Qual o pensamento mais frequente agora que está sozinho outra vez?

O que você vale? Veja bem: Deus disse que não é bom que o homem fique só (cf. Gen 2,18). Mas a pior solidão talvez seja aquela que se experimenta nas relações em que falta o amor. O amor a Deus sobre todas as coisas, o amor a si mesmo, e o amor um ao outro. Muitas pessoas se engajam nesses namoros para disfarçarem suas dificuldades sociais, familiares ou afetivas. É hora de deixar o amor de Deus falar mais alto, e confiar na palavra Dele, que criou, para o homem, uma ajuda que lhe seja adequada (cf. Gen 2,18). Você, homem, mulher, que hoje vive a espera, confie na ação de Deus na sua vida, acredite que há uma pessoa adequada para você. Basta você viver de acordo com aquilo em que acredita, e não em função das feridas acumuladas. Hoje já é tempo de você honrar, respeitar e dignificar a esposa, o esposo, os filhos que Deus tem para você. Confiar em Deus é viver essa esperança a cada dia. 

Sugestão de leitura: "Homens e mulheres restaurados" do padre Léo.
Cláudia May Philippi

8 de dezembro de 2011

EVANGELHO DO DIA

Evangelho (Lucas 1,26-38)
Quinta-Feira, 8 de Dezembro de 2011 
Imaculada Conceição de Maria

— O Senhor esteja convosco. 
— Ele está no meio de nós. 
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 
28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!”
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação.
30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”
35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”.
38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!”
E o anjo retirou-se. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

Homilia Diária
Nenhum personagem causou tanto impacto na história humana quanto Jesus de Nazaré. A vida, as palavras, os ensinamentos e e as obras d’Ele mudaram dramaticamente os rumos da humanidade. Nenhum outro Homem na história tem ecoado Suas palavras e ensinamentos e permanecido no coração de tantos em tantas gerações como as palavras e doutrinas do Senhor Jesus. Ele é Deus. Ele é Homem. Esta espantosa unidade faz da vida e obra de Nosso Senhor Jesus Cristo o mais fascinante ser que entre nós viveu.

Entremos nas páginas da Bíblia a fim de não somente conhecer o que a respeito d’Ele está registrado, mas especialmente a fim de ter um maravilhoso relacionamento de paz, amor e fé com o Filho de Deus.

O nascimento de Jesus Cristo e Sua obra se distinguem pelo fato de que haviam sido amplamente anunciado nas profecias bíblicas do Antigo Testamento. O povo de Israel, o povo de Deus, vinha recebendo inúmeras mensagens proféticas detalhadas dos profetas acerca da esperança messiânica. “O Messias virá!” Esta é a voz que ecoa em todo o Velho Testamento.

A vinda de Cristo havia sido amplamente anunciada pelos profetas de Deus. Nas palavras inspiradas pelo Espírito Santo ao apóstolo Paulo, temos: “vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de Mulher,…” (Gálatas 4,4). Assim, conforme as promessas, o Messias vem ao mundo para a salvação de todo o que n’Ele crer.

Encontramos no Evangelho de hoje que o anjo Gabriel anunciou a Virgem Maria que ela conceberia por obra sobrenatural do Espírito Santo (cf. Lucas 1,26-38) e, exatamente como foi anunciado, cumpriu-se com o nascimento de Cristo Jesus.

A Sua obra diante dos homens tem como aspecto principal a restauração. Esta restauração pode ser vista em várias áreas das necessidades humanas, conforme lemos em Lucas 4,17-19: Ele veio para curar. Ele veio para libertar. Ele veio para reconciliar. Ele veio paraperdoar. Ele veio para salvar eternamente.

Com o “sim” de Nossa Senhora, em Jesus, Deus assume a humanidade conferindo-lhe a filiação divina e a eternidade. Diga também o seu “sim”, para que Cristo nasça no coração dos seus e todos verão a salvação vinda de Deus.
Padre Bantu Mendonça

A FORÇA DO PERDÃO

Ao tratarmos o tema do perdão dentro do dinamismo da vida cristã, precisamos reconhecer que não é fácil perdoar, porém, não é impossível, mas, extremamente necessário. Quando tomamos consciência da força destrutiva do ressentimento, das mágoas, dos rancores, enfim, de todos os maus sentimentos que norteiam os relacionamentos feridos e mal resolvidos, passamos a entender que tal resolução [perdão], tendo por referência essencial o amor de Deus e não a ferida, não é opcional para os que anseiam o céu, mas uma condição primordial de salvação.

A Sagrada Escritura é composto de vários textos que tratam sobre a importância do perdão: “Pois, se perdoardes aos homens os seus delitos, também o vosso Pai celeste vos perdoará; más se não perdoardes aos homens, o vosso Pai também não perdoará os vossos delitos” (Mt. 6, 14). Segundo o expressar desse texto bíblico, não perdoar significa perder o perdão de Deus, ou seja, apartar-se da Misericórdia Divina. 

Tendo em vista que perdoar significa não guardar mais o mal, quem não perdoa faz comunhão com as trevas, com o mal. E como somos chamados a viver em comunhão com a bondade, e o valor da nossa eleição está na contínua abertura ao amor, tocar nesses sentimentos mal resolvidos é uma necessidade da alma! Pois, a história da humanidade demostra claramente que a resposta da vida é fruto do que reina no coração. Diante de tal questionamento, respondamos: O que tem reinado no meu íntimo?

O ressentido é refém dos acontecimentos, da história ferida, dos seus “vitimalismos” e razões altamente justificadas. O segredo da liberdade e da vida na graça de Deus é ver e rever a ferida no amor, no Amado de nossas almas, pois somente nessa perspectiva a cura do coração será total. 

Agir contrariamente a essa verdade significa pôr em jogo a própria salvação, porque o Reino dos céus é para os misericordiosos. É a ordem do amor que coloca a vida na dinâmica das bem-aventuranças: “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5, 7). Ou seja, uma operação concreta de perdão nos relacionamentos rompe definitivamente com as trevas dos maus sentimentos.

No livro do Eclesiástico encontramos um forte exemplo de como devemos nos comprometer com a verdade salvífica do perdão: “Perdoa ao teu próximo o mal que te fez, e teus pecados serão perdoados quando o pedires. Um homem guarda rancor contra outro homem, e pede a Deus a sua cura! Não tem misericórdia para com o seu semelhante, e roga o perdão dos seus pecados! Ele, que é apenas carne, guarda rancor, e pede a Deus que lhe seja propício! Quem, então, lhe conseguirá o perdão de seus pecados? Lembra-te do teu fim, e põe termo às tuas inimizades...” (Eclo 28, 2-6). 

É muito cruel pensarmos que as inimizades não resolvidas nesta vida terrena nos levarão à eterna inimizade com Deus, isto é, ao inferno. Sofrer com tais sentimentos nesta vida e ainda por cima sofrer eternamente pela falta de decisão no amor e no perdão é muito entristecedor!

A conversão pelas vias do perdão é o caminho da alegria, da vida de Deus, de um trilhar santificante, libertador e salvífico! Um interior saudável e revelador de eternidade é o resultado desse processo íntimo de conversão e reconciliação, na força do amor e do perdão. Contrariamente a esse processo, constatamos facilmente o fruto colhido na vida daqueles que não decidiram pela misericórdia, permitindo então o reinado dos maus sentimentos: desânimo, tristeza, amargura, frustração, angústia, negativismo, murmuração, revolta, raiva, ira, impulso autodestrutivo, vingança, egoísmo, autopiedade, entre outros. Por isso, olhemos para o nosso íntimo e tomemos a decisão que nos reconcilia com Deus e os irmãos, decidamo-nos pelo céu, pelo amor e pelo perdão! Sigamos o conselho do livro do Eclesiástico: “[...] Lembra-te do teu fim, e põe fim às tuas inimizades...” (Eclo 28, 6a). 
Padre Eliano Luiz Gonçalves, sjs. (Fraternidade Jesus Salvador).

NATAL: TEMPO DE PRESÉPIOS...


Certos sinais são importantes para fecundar o sentido que sustenta a vida. Vivemos um tempo especial. O Natal é rico em sinais, com uma força que vem da beleza, dos gestos de fraternidade e dos convites para compromissos de solidariedade. De novo, neste tempo, as praças atrairão multidões pela singularidade de sua ornamentação, com iluminações criativas, muita gente, novidades, festa. 
As casas também são enfeitadas. Lojas e shopping centers recebem especial tratamento de beleza. Papai Noel ganha um destaque fora do comum, um realce que merece preocupação. O que acontece quando crianças entendem o Natal apenas como tempo de Papai Noel? O perigo se manifesta quando o sentido dessa figura [Papai Noel] se reduz ao interesse de ganhar um presente. 
O sonho de ser presenteado pelo velhinho encantado é também um sinal que possui força de evocações. Mas esse sinal terno do Papai Noel não remete, pelo menos de forma mais direta, às raízes do sentido do Natal. Mais importante que entender que é tempo de ganhar presente, até com riscos de alimentar alguma mesquinhez, o que vale é aprender a lição de que o bom velhinho nasceu da tradição narrada a respeito de São Nicolau, bispo de Mira, na Lícia, hoje parte da Turquia. 
O destinatário mais importante dos presentes era o mais pobre, aquele que também tinha o direito de experimentar alegrias, nascidas de gestos de solidariedade. Pode-se imaginar a revolução de valores que viveríamos caso fosse resgatado esse entendimento de Papai Noel. O Natal não seria tempo de se receber presentes, mas de oferecer e repartir mais. Nesta direção está o horizonte largo e de inesgotável riqueza presente no sinal mais importante deste tempo: o presépio. 
As lições do presépio, entendidas e praticadas, ajudam a livrar, homens e mulheres, dos caminhos que estão desfigurando a sociedade. São ensinamentos que precisam ser resgatados nas praças, nas igrejas, nas casas e em todo lugar. A tradição dos presépios nasce em 1223, quando, depois da aprovação da Regra dos Frades Menores, São Francisco de Assis foi para o eremitério de Greccio (Itália), com o propósito de ali celebrar o Natal do Senhor. O santo italiano disse a alguém que queria ver, com os olhos do corpo, como o Menino Jesus, escolhendo a humilhação, foi deitado numa manjedoura. Assim, entre o boi e o jumento, foi celebrada a Santa Missa de Natal, ainda sem estátuas e pinturas. Esse acontecimento foi a inspiração para, mais tarde, o Natal ser representado por meio do presépio, que simboliza a Encarnação de Jesus Cristo, o Verbo de Deus. A retratação do amor misericordioso de Deus na Encarnação do Filho Amado, o Redentor, no presépio, faz desta arte, nas mais diversas modalidades e com a inteligência de criatividades interpelantes, um ensinamento da mais alta importância. O presépio se torna assim um patrimônio da cultura e da fé popular. Esta retratação remete, pois, ao núcleo mais genuíno do sentido autêntico do Natal. O presépio, pela arte e pela beleza, mesmo pela simplicidade e pobreza, tem força para propagar o Evangelho com um entusiasmo singular, capaz de atrair toda atenção para Jesus, a Pessoa que é a razão insubstituível das festas natalinas. 
A arte do presépio, de miniaturas a imagens em tamanho normal, com a riqueza dos personagens, da singeleza nobre das figuras de José e Maria venerando o Menino Deus, pode e deve tocar os corações. A celebração do Natal se torna consequentemente uma festa da interioridade sem eliminar, absolutamente, o que luzes, sons e enfeites significam na beleza amorosa deste tempo. Não se pode abrir mão do presépio, sinal que remete a Cristo. 
Jesus deve ser e estar no centro do Natal, sem prescindir de tantas outras coisas que compõem e dão graça especial a este tempo. Vale recuperar e investir na armação de presépios, nas casas, nas igrejas e nos lugares públicos. Uma oportunidade para os pais exercerem a catequese dos filhos, reavivando no próprio coração as lições insubstituíveis aprendidas com Cristo. Assim, o tempo do Natal, respeitando seu genuíno sentido, torna-se época especial de aproximação. Passa-se a viver um encontro que transforma corações e superam-se descompassos como a corrupção e a mesquinhez de ter só para si. O presépio ajuda a dar estatura a quem só tem tamanho, fazendo brotar a sabedoria emoldurada por serenidade, um presente para quem contempla esse sinal e aprende o sentido de sua lição.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo 
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

HOJE É O DIA DA JUSTIÇA

Dia da Justiça

Os povos antigos simbolizavam a justiça mediante deuses e semideuses de seu imaginário. 

Para os gregos, a deusa Têmis representava a justiça, a lei e a ordem e protegia os oprimidos. Sentava-se ao lado de Zeus e era sempre invocada pelas pessoas que juravam dizer a verdade. Têmis era representada sem venda, com olhar severo, tendo nas mãos uma balança e uma cornucópia. Na mitologia romana, era chamada Justitia (Justiça). 

Na mitologia egípcia, a deusa Maat era a expressão da justiça divina. O símbolo de Maat era uma pena de avestruz. Durante o Tribunal de Osíris, uma pena dessa ave era colocada em um dos pratos da balança; no outro, era colocado o coração dos mortos, para que o julgamento fosse justo. 

No século XVI, os artistas alemães colocaram uma venda nas representações da deusa da Justiça, para simbolizar a imparcialidade que deveria ocorrer nos julgamentos. Contudo, é preciso que a Justiça tenha os olhos austeros de Têmis, para que possa enxergar as injustiças e agir com imparcialidade e firmeza. 

Para que haja justiça entre os povos, a Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esse documento discorre sobre direitos e deveres individuais, sociais, culturais e políticos. 

No Brasil, os direitos e deveres dos cidadãos estão preceituados na Constituição, promulgada em 5/10/1988, sobretudo no artigo 5o No Capítulo III, que discorre sobre o Poder Judiciário, são citados os órgãos responsáveis pela justiça no país: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal de Justiça (STJ), Tribunais Regionais Federais e juízes federais, Tribunais e juizes do Trabalho, Tribunais e juizes Eleitorais, Tribunais e juízes Militares e Tribunais e juizes dos Estados e do Distrito Federal, e suas respectivas competências. O artigo 127 dispõe sobre o Ministério Público, "incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis". 

Leis específicas, como o Código Civil, o Código de Processo Civil, o Código Penal, o Código de Processo Penal, o Código Tributário Nacional e o Código Comercial estabelecem normas para que se cumpram os quatro objetivos da Constituição, expressos no artigo 3o ("construir uma sociedade livre; garantir o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação) e os dez princípios elencados no artigo 4o (independência nacional; prevalência dos direitos humanos; autodeterminação dos povos; não-intervenção; igualdade entre os estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos; repúdio ao terrorismo e ao racismo; cooperação entre os povos para o progresso da humanidade; concessão de asilo político).
Referência:

Para que haja justiça entre os povos, a Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou, em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Esse documento discorre sobre direitos e deveres individuais, sociais, culturais e políticos.