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2 de março de 2015

Até que ponto é comum a rebeldia na adolescência?


Até que ponto é comum a rebeldia na adolescência?


Não sei se o adolescente é rebelde ou se está rebelde

Fico em dúvida se o adolescente tem sido criado para ser rebelde ou se tudo isso é só conversa, se a verdade é que eles são rebeldes por conta das mudanças hormonais. Será? Antigamente, até que acontecia isso mesmo, bastava chegarem à adolescência que a rebeldia se manifestava. Mas hoje é comum ouvir expressões como: “Que criança rebelde!”,”Mas essa juventude é uma rebeldia!”, “Olha para isso, um velho desse rebelde!”. Portanto, já não sei mais se a rebeldia é uma característica comum da adolescência.

A realidade do mundo moderno me faz pensar sobre até que ponto é comum esta mudança de comportamento tão irreverente estar apenas na adolescência, pois temos ouvido e visto, pelos veículos de comunicação, que a rebeldia está presente em todas as fases ou posições que o ser humano se coloca.

A quebra dos limites, o desrespeito no trânsito, as brigas nos estádios, o abandono familiar, os desvios das funções da escola e do Estado foram situações que promoveram um ambiente completamente rebelde. O dicionário on-line de português traduz esse conceito como “ato de rebelar-se; não conformidade; reação. Figura de oposição, resistência”. A Bíblia alerta sobre a rebeldia quando diz: “Ai dos filhos rebeldes ,diz o Senhor, que executam planos que não procedem de mim e fazem aliança sem a minha aprovação para acrescentarem pecado sobre pecado!” (Isaías 30,1). Então, precisaremos dispensar atenção, cuidado, critérios para educar os nossos pequeninos que se tornarão não só adolescentes, mas pais de família e profissionais. Considerando que a nossa vontade de pais cristãos é formá-los dentro dos princípios bíblicos e todas as coisas lhes serão acrescentadas.

O adolescente por si só teria alguns argumentos que os deixam de fato mais imponentes e donos de si, mas não necessariamente precisariam entrar na frequência da rebeldia ou tornar-se rebelde. O ambiente é um fator, muitas vezes, determinante para tal comportamento. Os pais tendem a dar muita assistência, afeto positivo, carinho, escuta enquanto os filhos ainda se encontram na primeira e segunda infância. Com o passar do tempo, vive-se uma ilusão que esses filhos estão crescendo e se tornando autônomos. Quem não foi ensinado para se tornar autônomo pode ser com tanta facilidade e rapidez. E aí está a brecha para rebeldia.

Os pais, a escola e a sociedade iniciam um processo de cobrança muito grande, a ponto de levar o adolescente a não suportar tantas desqualificações. Ora, ele nunca arrumou a cama nem levou sua toalha para o varal. Só porque fez 12 anos ou entrou no curso Fundamental II precisará fazer. Ele nunca cedeu sua cadeira para os mais velhos, muito menos os ajudou, quando pequeno, a tirar a feira de supermercado do carro; nunca foi treinado, estimulado positivamente a realizar tais procedimentos. Como ele, o adolescente, não ficará rebelde? Claro. É preciso entender que a adolescência faz parte de um processo de desenvolvimento humano; ela não cai do céu. “Agora tornou-se adolescente.” Abriu-se a porta da sala e o “aborrecente” entrou em casa. Esse adolescente esteve sempre em nossa casa, foi o filhinho de que trocamos as fraldas, que levamos para passear, tomar sorvete, visitar os parentes aos domingos e brincar de bicicleta na pracinha. O que se perdeu com o passar do tempo? Onde nós nos perdemos? Continuamos beijando-o quando voltamos do trabalho ou apenas lhe fazemos perguntas básicas como “estudou?, fez o dever?, tomou banho?, comeu o quê?…”

Defendo o princípio que a fase da adolescência não precisaria ser marcada pela rebeldia, mas respeitada por suas mudanças orgânicas e psicossociais, assim como todo ritual de passagem que precisa ser atualizados na forma de pensar e agir da família, escola e sociedade. As pessoas que compõem o ambiente familiar do indivíduo precisam estar bem informadas sobre cada fase que nos constituem como seres humanos. Vejamos: que tal nos lembrarmos da nossa adolescência? O que nossos pais diriam?

Nós precisamos enxergar essa fase como fruto da nossa educação. Os adolescentes não devem ser uma ameaça para a família. Eles são ricas bênçãos para quem tão bem os educou. Os pais deverão livrá-los da rebeldia, desta aparente liberdade que só os faz sofrer. Portanto, vamos fazer o caminho de volta? Vamos atrás de quem é nosso. Vamos deixar as regras claras em casa, dar bons exemplos, oportunizar bons modelos aos nossos filhos, aos nossos alunos, a fim de que eles possam chegar à fase dos 12 aos 18 anos produzindo autoestima, seguros de si mesmos. Filhos pequenos superprotegidos ou abandonados de orientações e de convivência familiar se tornarão filhos (adolescentes) rebeldes, amargos e grosseiros. Esse tipo de criação não ensina o caminho da gratidão e do respeito. Às vezes, não damos o melhor e queremos “tirar o tapete” dos filhos quando chegam nesta fase da vida.

Existem várias passagens bíblicas que apresentam as consequências de pessoas que foram rebeldes. Um grande exemplo foi o que aconteceu com o povo de Israel: Deus havia libertado os israelitas da terra do Egito, onde estes eram escravos. Mesmo com tantos milagres, eles se rebelaram contra o Senhor, fizeram um bezerro de ouro para adorar, e, como castigo, peregrinaram quarenta anos pelo deserto e somente alguns conquistaram a terra prometida.

O comportamento de rebeldia não agrada Deus, não nos faz pessoas felizes. Nascemos para ser aceitos, aprovados. O bom convívio social é cura para nossa alma, alegria para o nosso viver. Qualquer tipo de rebeldia está diretamente ligada ao pecado, pois envolve a desobediência deliberada e infringe os padrões de autoridade que foram estabelecidos por Deus. Não importa se é rebeldia contra os pais, contra os líderes da Igreja, contra a lei; seja qual for, está totalmente contra aos princípios bíblicos. Não estou aqui autorizando a subserviência, a alienação ou a cegueira espiritual. O filho precisa ter seu espaço, sua voz escutada e compreendida. Logo, muito bem orientada e disciplinada. Assim, os pais precisam se impor como pais de alguém a quem lhe foi atribuída a função de educar na graça e na sabedoria. Não desistir do ‘sim’ quando deverá ser ‘sim’, e do ‘não’ quando deverá ser ‘não’. Filhos precisam respeitar, admirar e amar os pais como autoridades. Os pais precisam ser respeitados, admirados e amados por seus filhos como autoridades. Portanto, os pais deverão trazer consigo o desejo e a determinação de ter filhos adolescentes amigos, disciplinados, estudiosos e em paz com si mesmos e com os outros.

Vamos lá, família! Não vamos nos render aos modelos tão seculares ou efêmeros.

Esses modelos querem nos seduzir. Não vamos desistir nem terceirizar a nossa função, mesmo quando nos sentirmos perdidos, sem saída para enfrentar todas as fases que nossos filhos estejam vivendo.
Judinara Braz

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