A Palavra de Deus

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DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

12 de setembro de 2013

QUANDO A DIFICULDADE FALA MAIS ALTO: UMA EXPERIÊNCIA DE VIDA

A dificuldade me chama a cumprir o horário da responsabilidade. Toda a pessoa apurado em sua maturidade, alinhado e calibrado em seu caráter, nunca fica alheio ou longe de um obstáculo, estorvo, impedimento na complexidade de coisas que o dia a dia lhe oferece. Neste emaranhado de situações visíveis, a coragem pede para avançar. A isto podemos chamar de dificuldade. Esta é tudo aquilo que se apresenta como obstáculo, objeção, relutância, repugnância, entre outros. Todavia, é aqui que a dificuldade nos convida a ser fortes. Já nos diz Goethe: “As dificuldades crescem à medida que nos aproximamos do nosso objetivo”. Madre Tereza de Calcutá nos assevera: “Deus não nos exige que tenhamos sucesso; ele só quer que você tente”. Quando oferecemos nossos esforços, a coragem se habilita a nos ajudar. O que importa é dar o primeiro passo. Não te preocupes com a distância e o tempo, o que importa é que você fez a sua parte.

Já pensou nas dificuldades de Maria Madalena (Lc 8, 2; Mc 16, 9), Zaqueu (Lc 19, 1-10); Madre Tereza de Calcutá (26/08/1910); Beato Papa João Paulo II (18/05/1920), Martin Luther King (15/01/1929), entre outros, o quanto somaram de árduo, obscuro, exigente em sua trajetória de vida. Contudo, nunca olharam para trás (Lc 9, 51ss). Seu objetivo era mais forte e sua meta precisava ser cumprida. Cícero nos diz: “Quanto maiores são as dificuldades a vencer, maior será a satisfação”. Não conheço ninguém que fez história na vida ou carreira sem passar pela dificuldade. Albert Einstein completa: “No meio de toda dificuldade encontra-se a oportunidade”. Pela dificuldade sabemos o que é somar esforços, multiplicar oportunidades, dividir responsabilidades, e subtrair mal entendidos. Mostramos que somos capazes, não obstante a desconfiança que o mundo nos oferece.

A dificuldade, igual a um professor experiente, nos alerta dizendo que nem todos os caminhos são retos. Nas curvas e contracurvas da vida, nos aclives e declives, somos chamados, não obstante as turbulências, a cumprir o horário que a responsabilidade nos confiou. Émile Zola nos assegura: “As dificuldades, como as montanhas, aplainam-se quando avançamos por elas”. Quantas vezes uma simples cena de um filme ou novela é repetida até que fique no jeito de ir para o ar. Na vida real é a mesma coisa. A perseverança, que precisa ser renovada todos os dias, é que nos dá a vitória para enfrentarmos as dificuldades quotidianas. A dificuldade é como um instrutor, mesmo querendo o nosso bem, muitas vezes tem que nos aconselhar, repreender, dizer segue em frente ou pára para pensar melhor. Ajuda-nos as palavras de Michel de Montaigne: “Os homens só consideram útil o que oferece dificuldade. A facilidade enche-os de suspeitas”. Quem quer tudo fácil, nas mãos, nunca aprende a ser gente de verdade e se torna um mimado na vida.

A dignidade da personalidade, o valor do caráter e a autenticidade dos sentimentos também passam pelo crivo das dificuldades. Até o amor passa por esse arame. Lembremos a parábola do filho pródigo (Lc 15, 11-32). Foi na maior dificuldade que o filho voltou. Esquenta-nos as palavras Orison Marden: “Com amor inquebrantável e propósito definido toda dificuldade se vence e todo obstáculo se transpõe”. Nunca te avalies como um sobrevivente da dificuldade, mas um vitorioso. Mesmo que as dificuldades te surpreendem, leve-as na vida como um teste e verás que o aproveitamento te será útil. Nunca vires as costas às dificuldades. Diz para elas que você existe e que te comprazes em passar por elas. Pense nisso.
Cônego Manuel Quitério de Azevedo
Arquidiocese de Diamantina (MG).

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