A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

27 de junho de 2020

Por que tenho pressão alta?

Foto ilustrativa: Madrolly by Getty Images

        Na maioria das pessoas que sofrem de pressão alta, não se encontra uma causa definida, embora admita-se que fatores genéticos e ambientais estejam envolvidos na gênese dessa doença. Por conta de não se conhecer a sua etiologia, é chamada de hipertensão primária. Embora não causais, vários fatores de risco estão forte e independentemente associados à hipertensão primaria, como:
Alguns fatores que cooperam com a pressão alta

• Idade – idade avançada está associada ao aumento da pressão arterial, particularmente da sistólica; além disso, com o avançar da idade, aumenta a incidência de hipertensão arterial.

• Obesidade – aumento do peso e, consequentemente, da massa gordurosa do corpo é fator de risco importante para a hipertensão. O que vale a pena dizer é que, para muitos pacientes que chegam à nossa clínica com excesso de peso e hipertensos, após reeducação alimentar, conseguimos reduzir a quantidade de medicamentos que tomam e, em alguns casos, até suspender totalmente qualquer tipo de remédio para a pressão alta.

• História familiar – se sua mãe e/ou seu pai são hipertensos, você tem duas vezes mais chances de um dia ter pressão alta do que aqueles cujos pais são normotensos.

• Raça – em negros, a hipertensão tende a ser mais comum, ser mais grave, ocorrer mais cedo na vida e ser associada a maiores danos nos órgãos-alvo, como rins, por exemplo.

• Dieta com alto teor de sódio – excesso de ingestão de sódio (por exemplo: > 3000 mg/dia) aumenta o risco de hipertensão.

• Consumo excessivo de alcoól – associado à ocorrência de hipertensão arterial.

• Inatividade física – aumenta o risco de hipertensão, e o exercício é um meio efetivo de baixar a pressão arterial.

• Diabetes e dislipidemia – presença de outros fatores de risco cardiovasculares como diabetes e dislipidemias (aumento do colesterol e triglicérides no sangue) parece estar associada a maior risco de desenvolver hipertensão.

• Traços de personalidade e depressão – hipertensão pode ser mais comum entre aqueles indivíduos com atitudes hostis, impaciência quanto ao tempo, bem como entre aqueles com depressão e ansiedade.

Texto extraído do livro “Hipertensão Arterial - Uma Visão Integrativa“, de Dr. Roque e Dra. Gisela Savioli.

Dr. Roque Savioli
CRMESP 22.338
Formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Santos em 1974. Residência Médica em 1975 e 1976 no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, obtendo o título de especialista em Cardiologia, pela Segunda Clínica Médica, Serviço do Prof. Luis Vénere Décourt. Desde 1977 é integrante do Corpo Clínico do Instituto do Coração do HC-FMUSP , atualmente lotado como Médico Supervisor da Divisão Clínica – Unidade de Cardiogeriatria. Doutor em Medicina pela FMUSP e integrante da Sociedade Paulista e Brasileira de Cardiologia .
Apresentador do programa “ Mais Saúde “na Rede Canção Nova de Radio (AM).
Fixe sua alma em Deus

Foto Ilustrativa: Arquivo CN/cancaonova.com

“Deixo-vos a paz; a minha paz vos dou. Não vos-la dou como o mundo a dá. Não permitais que vosso coração se preocupe, nem vos deixeis amedrontar” (João 14,27).

        O grande perigo da agitação dos nossos dias está em perdermos nossa alma ou, em outras palavras, perdermos o sentido da nossa própria vida, perdermos o contato com o nosso centro, nosso verdadeiro chamado como pessoa, nossa essência, nossa missão, nossa tarefa neste mundo. Ao perdermos a nossa alma, tornamo-nos tão distraídos e preocupados com tudo o que está acontecendo em torno de nós que acabamos fragmentados, confusos e inseguros, sem sentido, sem reconhecermos, de fato, quem somos.

Deus quer que tenhamos uma vida de oração

        Jesus é muito consciente deste perigo e nos ensina: “Tome cuidado para não ser enganado porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o único e o tempo está próximo'” (Lucas 21,8). Somos chamados a seguir Jesus com fidelidade, sem nunca perdermos o contato com nossa essência. E isso é possível? Sim, por meio da oração.

        Santa Teresa de Jesus afirma que: uma das maiores vitórias do demônio é convencer alguém de que não é preciso rezar, ou seja, quando o assunto é vida de oração, é preciso termos a consciência de que se trata de um luta espiritual e que, para vencermos, o único caminho é rezar com ou sem vontade. Se eu escolho deixar-me guiar apenas pelo meu querer, corro o risco de perder o contato com minha essência e passar por este mundo levada pela insegurança, sem saber quem sou, de onde vim e para onde vou. Fixar nossa alma em Deus é o meio para a vitória contra todo mal.

Oração

Senhor, eu quero voltar ao primeiro amor e experimentar de novo a Tua graça a me tocar. Nesta hora, acalma meu coração e liberta-me de toda agitação, toda ansiedade. Dá-me a Tua paz e leva-me de volta à minha essência, pois é somente em Ti que eu confio e espero. Amém!

Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa “Florescer”, que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. 

3 de junho de 2020

Onde está meu coração?


    Diz a Palavra de Deus: “Onde está o teu tesouro, lá também está teu coração” (Mt 6, 21). É que o nosso coração está sempre onde está quem ou o que amamos. Basta pensar na pessoa querida e um sentimento já conhecido, mas sempre novo, nos invade. Seria amor, paixão, sentimentalismo. Seja o que for, o certo é que nos transporta de um lugar ao outro em fração de segundos.

    O Padre kentenich diz, em um de seus escritos, que o amor não é novo, porém, nova é a maneira como Cristo nos amou e nos ensina a amar: “Deveis amar-vos uns aos outros assim como eu vos amei”. E como foi mesmo que Cristo nos amou? Doando-se inteiramente por nós sem poupar nada, nem mesmo a própria vida. É assim que Cristo nos ensina a amar: doando-nos sem reservas!

Onde estiver o nosso coração também estará o nosso tesouro

    Ao falarmos de amor, pensamos naquela inclinação espontânea, na atração por um objeto ou uma pessoa que move o coração quando descobrimos algo de belo, bom ou agradável que, de alguma forma, nos completa. Neste caso, constatamos que, muitos têm se deixado completar por “quase nada” e, portanto, estão sempre vazios. Vemos, hoje, a palavra amor sendo utilizada de maneira tão errada e até mesmo agressiva, que ficamos inibidos na hora de usá-la da maneira correta. Porém, na essência ela não perdeu o seu significado e valor, nós, cristãos, não podemos abrir mão disso.

    O Mestre do amor está no nosso “time”, e não viemos aqui para perder. É a hora de amar! Como? Da maneira que o Mestre nos ensinou: doando-nos sem reservas. E uma vez que nosso coração esteja onde estiver, lá também estará o nosso tesouro. Façamos, hoje, a experiência de deixar o nosso coração repousar em Deus, nosso eterno tesouro. Ele nos conduzirá aos lugares e pessoas certas, onde deve estar o nosso coração.

Dijanira Silva
Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. 

Quarentena: oportunidade para um reajuste interior

Foto ilustrativa: lovelyday12 by Getty Images

    A vida é uma escola em que só com humildade, docilidade e mansidão se chega onde se deve. Muitos estacionam em períodos em que se sentem mais confortáveis e acabam por não ver o que está diante dos olhos, outros ainda passam a vida toda em cima de uma disciplina da vida e não consegue ver a grade curricular completa. Claro que é uma metáfora, não vamos conseguir olhar o todo, é impossível sermos oniscientes, isso cabe a Deus. O fato é que conseguimos olhar ao nosso redor e, por vezes, precisaremos reajustar o nosso olhar e mudarmos as nossas estruturas para nos adaptarmos ao mundo.

    Por exemplo, nesta quarentena que iniciou-se quase que no mesmo tempo do período quaresmal, quantas vezes eu olhei para minha rotina e consegui enxergar novidades? Estou lhe dizendo para olhar sua vida e reajustar o foco. A novidade que está diante de nós é tão bonita e porta tanta beleza na simplicidade que acabamos nos acostumamos. Como é belo olhar a vida de alguém que não vê as situações difíceis como apenas uma dificuldade ou um obstáculo intransponível. A nossa adaptação, nosso reajuste nos faz crescer. E quando transformamos tudo em oração, aí sim podemos amadurecer ainda mais.

O reajuste proporciona sabedoria

    Lembra daquela frase: aproveite os limões que a vida te dá. Pois bem, é isso mesmo. Se não fosse pela necessidade, não teríamos inventado a luz, o telefone etc. O que, de fato, nos inquieta também suscita criatividade e flexibilidade. A idade da pedra passou; impérios imensos ruíram; passamos por diversas pestes, guerras, tudo passa… O que permanece dentro de você quando “tudo passa” é a sabedoria adquirida pelos “reajustes” que você fez.

    Vamos a algo ainda mais profundo: autotranscedência. A palavra é um pouco complicada para explicar, mas podemos discorrer que é a capacidade que o homem tem de estar voltado para algo que está além de si mesmo. É preciso reajustar para que você veja o que não está vendo. Mais uma vez e isso é – de certa forma inevitável – precisamos olhar para nós mesmos e fazer aquela revisão. Olhar como quem olha as peças de um relógio, pois, se uma peça precisa de mais óleo ou de uma troca, significa que o relógio não está funcionando bem ou, ainda, não está em pleno funcionamento. Observe o seu e coloque no papel seu ritmo semanal, seu itinerário; amplie sua visão e queira enxergar em você o que está fora do lugar.

    É hora de encerrar o que se começou, de dar mais um passo rumo aos sonhos, de enxergar o que não se vê ou o que não se quer ver. Olhar além do horizonte e para si mesmo, porque temos a oportunidade de inaugurar novos tempos, de viver tendo a ciência de que reajustes são possíveis graças à capacidade humana de se reinventar e de querer viver bem. A sabedoria está no ar.

Guilherme Razuk
é candidato às ordens sacras na Comunidade Canção Nova. Graduando do curso de Filosofia (licenciatura) pela Faculdade Canção Nova, Cachoeira Paulista (SP).
Qual a importância de perdoar?

Foto ilustrativa: Bruno Marques/cancaonova.com

    Paz e unção, caríssimo leitor! Você viu que o título deste artigo é uma pergunta: “Qual a importância de perdoar?”. Sendo assim, entendamos que se trata de algo propositivo, aliás, essa é uma das mais fortes marcas do nosso Deus: Ele propõe, não impõe. O que você vai ler, nas próximas linhas, evidentemente, está baseado na proposição inspirada pelo Espírito Santo. Você aceita? Então, prossigamos!

    Com certeza, certas perguntas, que já lhe fizeram ao longo da vida, foram desafiadoras, e não vou espantar-me se você me disser que algumas delas não conseguiu responder, pois, o silêncio foi imperante ou, quem sabe, um tímido “não sei” foi o máximo que conseguiram de você. Todavia, existem perguntas que são feitas não para o constranger, pelo contrário, são feitas para encorajá-lo. Qual a importância de perdoar?

É preciso perdoar

    Essa é, sem dúvida nenhuma, uma pergunta que se faz necessária para lhe dar coragem. Há pouco tempo, ouvi uma pregação do monsenhor Jonas Abib, e, num determinado momento, ladeado de muita autoridade espiritual, ele disse: “Precisamos perdoar porque é preciso perdoar”.

    Confesso a você que, até agora, não encontrei definição melhor para esse tema, uma frase óbvia, mas carregada de verdade, sem rodeios, direto ao ponto, porque Deus é explícito, caro irmão leitor, e não deixa dúvidas em Seu modo de ensinar. Lembra do que Jesus respondeu sobre quantas vezes devemos perdoar? Ele foi incisivo: “setenta vezes sete”, ou seja, sempre.

    Ninguém habita no Céu com manchas; lá, só habita a pureza. Com isso, Ele não estava dizendo que a necessidade de perdoar sempre encontraria em nós acesso fácil e rápido. O Senhor compreende nossa lentidão, mas, do mesmo modo, está observando se há em nós esforço em progredir nessa virtude ou se estamos aguardando uma espécie de “sucção instantânea” das nossas mágoas e ressentimos acumulados. Se é essa sua expectativa, esqueça, pois, isso não vai acontecer, perdoar é uma via que contempla busca e empenho pessoal com a marca da graça divina.

Propósito de eternidade

    O sucesso em conseguir perdoar não está, em primeiro grau, na sua relação com a pessoa a ser perdoada, mas na sua relação com o Senhor. É isso que define o seu propósito de eternidade, pois, se é o Céu o seu grande fim, o perdão precisa ser liberado antes de chegar lá, porque ninguém habita no céu com manchas. Que manchas? Ressentimento, mágoa, vida dupla, intrigas, orgulho, discórdias. Lá, só habita a pureza, e é esse o tempo que o Bom Deus lhe deu para vivenciar a pureza.

    Quando você compreende a beleza em recomeçar, o poder de perdoar ganha força e sentido dentro de você. “Quando, ao Senhor, agrada a conduta de alguém, Ele o reconcilia até mesmo com seus inimigos” (Provérbios 16,7).

    Viu só? A sua relação com Ele é o “carro-chefe” nesse processo! Ou melhor, em tudo que nos acontece a premissa é o seu relacionamento com Deus. No fundo, o que muda nossa vida não é o que sentimos, o que ouvimos nem o que fizeram conosco, mas o que decidimos em Deus.

    A importância em perdoar está entrelaçada muito mais no que você quer que aconteça daqui para frente do que sobre o que aconteceu lá atrás. Com isso, não estou dizendo que você prosseguirá sem as marcas e lembranças do que o atingiu, talvez até de forma inesperada, não posso mentir, as marcas ficam, mas com o perdão doado, a dor é dissolvida, você prossegue desacompanhado do que não santifica, apto para novos tempos e novas histórias.

O que ensinam os santos?

    Sempre aprendemos com quem já está lá no Céu, pois, a vida dos santos é uma fonte inspiradora para os que almejam plenitude em Deus. Veja o que ensina São Gregório de Nissa, bispo e Doutor da Igreja:

“Se o coração de um homem foi purificado de toda propensão carnal e de toda insubordinação, tal homem verá em sua própria beleza a natureza divina. Isto está por certo ao nosso alcance: tendes dentro de vós mesmos o paradigma pelo qual aprendeis o Divino, pois o que vos criou, ao mesmo tempo, vos dotou com esta qualidade maravilhosa. Aí imprimiu Deus a semelhança das glórias de sua própria natureza, assim como quem molda da cera a escultura. Todavia, o mal que foi derramado na natureza, esta natureza que traz a imagem divina, tornou inútil para vós este feito maravilhoso que sob máscaras vis se oculta. Se, portanto, purificais vossa vida da imundície, que tal qual emplastro se vos apega ao corpo, a beleza divina em vós outra vez fulgirá.”

Vai por mim, perdoar sai mais barato!

Fogo na alma!

Evandro Nunes
Membro da Renovação Carismática Católica na Diocese de Santo Amaro (SP), Evandro Nunes tem se dedicado à vida missionária desde 2010, exercendo o Ministério da Pregação em todo o Brasil e no exterior.