A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

28 de julho de 2018


Conhecendo melhor a nossa fé



Um católico, que se preze, precisa conhecer bem a sua fé. Precisa saber no que acredita. Precisa saber no que pode e no que não pode viver. Isso é coerência. Se professamos uma religião, devemos conhecê-la.

Infelizmente vemos por aí, católicos, batizados, que não conhecem a sua fé. São batizados, mas não são evangelizados. São batizados, mas desconhecem a sua fé. Alguns acabam assumindo o Catolicismo como se assume um time de futebol ou uma comida preferida. Apenas para ter assunto. Para conversar nas rodinhas de amigos.

É triste ver pessoas se dizendo ser católicas mas…

… acreditarem na reencarnação;
… serem a favor do aborto;
… serem a favor do sexo livre;
… viverem o sincretismo religioso e tantas outras coisas.

Nós sempre partilhamos aquilo que nos é precioso, que nos é caro, valioso. Hoje, partilho a descoberta das riquezas contidas no Catecismo da Igreja Católica (CIC), e convido você – nesse tempo de Quaresma – a se dedicar ao conhecimento dessas riquezas que a Igreja tem, e que por causa de tantas coisas, nós não as conhecemos.

Ultimamente, tenho vivido a experiência de reler essa obra [Catecismo]. Tenho me debruçado sobre ele porque cheguei à conclusão de que ainda não conhecia suficientemente bem aquilo que professo. Lê-lo tem me feito entender e viver com mais entusiasmo o que a Igreja ensina. E como tem sido bom mergulhar na beleza da doutrina da santa Igreja. Precisamos abraçar com firmeza nossa fé. A doutrina católica é maravilhosa! E a leitura do catecismo me levou a redescobrir outras preciosidades: Os Santos Padres da Igreja, os santos doutores da Igreja, os documentos papais, entre tantas outras.

Tem sido um tempo precioso para mim. Rico. E quanto mais faço isso, tanto mas tenho desejo de fazê-lo. E sabe de uma coisa: quando descobrimos algo bom, o desejo do nosso coração é fazer com que as pessoas, – que amamos e queremos bem –, compartilhem dessa descoberta.

Embora eu não conheça você pessoalmente, quero compartilhar dessa minha descoberta. A cada vez que eu termino de ler um trecho desse livro, logo me vem à mente a seguinte indagação: Como seria bom se todos os católicos descobrissem essa maravilha! Como seria bom se os meus amigos católicos descobrissem a beleza do Catecismo… Como seria importante para a evangelização no Brasil, se cada pessoa, que serve nas paróquias, independentemente do que faça nelas, conhecesse os ensinamentos da Igreja…

O avanço no conhecimento da lei de Deus vai gerar em você um novo homem, uma nova mulher, conforme diz o Salmo primeiro:

“Feliz aquele que se compraz no serviço do Senhor e medita sua lei dia e noite. Ele é como a árvore plantada na margem das águas correntes: dá fruto na época própria, sua folhagem não murchará jamais. Tudo o que empreende, prospera” (Sl 1, 2-3)

Saia da superficialidade da sua fé. Mergulhe nos ensinamentos da santa Igreja. Seja você adolescente, jovem ou adulto, homem ou mulher… Não importa. Você só ganha fazendo isso!

Talvez você possa dizer (como muitos dizem) que esse tipo de leitura é difícil. De imediato, eu digo a você: Não, não é difícil. É apenas uma questão de prática. Andar de bicicleta era difícil quando você não sabia. Depois que aprendeu, ficou fácil. Comer com o garfo e a faca era difícil, mas depois que você aprendeu, também ficou fácil. É tudo uma questão de iniciar. Então inicie. Logo você verá a diferença.

A Comunidade Canção Nova, por intermédio do Departamento de Informática, me deu um blog. E me pediu que escolhesse um tema, que tivesse uma identidade. Uma cara. E não poderia falar de outra coisa senão dessa riqueza que estou mergulhando nesses tempos. E isso veio bem a calhar porque percebo nisso um meio de transmitir, aos irmãos que desejem, o fruto dessa descoberta.

O nome do blog é: Dominus Vobiscum. É uma expressão em latim que significa “Deus esteja convosco”. Nele, eu estou colocando – por meio de um arquivo de áudio – as descobertas que tenho feito com a referida leitura. E tenho inserido, com o uso de links, textos interessantes que tenho encontrado sobre o tema tratado, de outros sites sérios que abordam o assunto.

Aguardo sua visita e seu comentário
Dominus Vobiscum: http://blog.cancaonova.com/dominusvobiscum

Deus o abençoe!

O lado bom da angústia





Por que sinto esta angústia? O que ela significa? Deus está nisso?

A angústia geralmente é encarada de modo negativo porque se trata de uma experiência dolorosa. Quero partilhar com você um outro lado em que ela [angústia] pode levá-lo a ser mais próximo de Deus. Geralmente, este sentimento nos leva a sentir desânimo. Muitas vezes, ao vivê-la, nos sentimos sem forças nem mesmo para sorrir ou para estar com as pessoas. Nesses momentos, preferimos nos isolar. Até pensamos que seria melhor para os outros a nossa distância, pois não queremos que o nosso mal-estar os prejudique. Muitas vezes, quem está nesse estado se sente também esquecido pelos outros e inclusive por Deus. Enfim, muitos são os “fantasmas” que nos assustam.

Muitas podem ser as causas desse sentimento: cansaço físico ou mental, problemas de saúde, falta de perdão, ciúmes, um cultivo de um constante desejo de receber amor seguido pela preguiça de dá-lo aos demais.

Acho que lhe provoquei alguns questionamentos, que bom. Se você está sendo impelido a descobrir a causa de sua angústia, saiba que você atingiu o principal objetivo desse texto. Parabéns!

Os livros sapienciais das Sagradas Escrituras, de modo especial o “Eclesiastes”, nos ensinam que na dor, devemos refletir, pois nesses momentos difícieis Deus trabalha em nós. Se os analisarmos bem, podemos descobrir que o Espírito Santo está nos curando, nos amadurecendo e nos levando a superar a nós mesmos ou está nos ensinando a dar uma resposta ativa com relação a esse comportamento inativo que possamos ter.

Podemos ver um exemplo sobre isso em um lugar muito conhecido aqui na Terra Santa, o Getsêmani. Ali Jesus precisou superar a angústia profunda que o levou a suar gotas de sangue para fazer a vontade do Pai.

Enfim, de qualquer modo, ela pode ser bem aproveitada para nos conhecermos melhor, descobrir em que precisamos de tratamento e onde podemos crescer para servir melhor aos outros.

Jó, um grande santo do Antigo Testamento, disse o seguinte no extremo de sua dor: “Se recebemos de Deus os bens, não podemos receber também os males? O Senhor deu, o Senhor tirou, como foi do seu agrado assim aconteceu. Bendito seja o nome do Senhor”. Veja a atitude deste homem. Ele não murmurou em sua dor, mas a acolheu com paciência. E ainda mais: ele louvou a Deus.

Quem ama a Deus O louva mesmo na dor, pois no fundo sabe que Ele pode tirar o bem do maior mal. Louvemos ao Senhor, bendigamos o nome d’Ele, pois Ele está fazendo uma obra maior do que possamos compreender, por isso nessas horas não sabemos nem dar nome ao que está acontecendo em nós.

Procuremos, sim, ajuda, de médicos, psicólogos e de pessoas boas e capazes. Contudo, tenhamos certeza: Deus está nessas horas mais perto de nós do que quando pensamos que Ele está longe.

Que Ele o ajude a encontrar o bem na dor.

Formação - Canção Nova

Em meio à tempestade, será que o Senhor está no barco?






Quando estamos em meio a uma tribulação, nossa tendência é perguntar: “Onde está Deus?”

É normal sermos surpreendidos por situações que nos tiram o foco, que nos pegam de surpresa e logo ganham espaço em nós. É uma visita de Deus? Posso afirmar que sim. Quem disse que Ele vem ao nosso encontro somente nos momentos felizes? A tribulação, a dor, o desespero podem se transformar num trampolim que nos impulsiona a ir ao encontro do Senhor. É Deus a nos visitar.

É saber que a tempestade se aproxima, que se formam os ventos e que o Senhor está na proa do barco, embalado pelo sono, mas pronto a atender nossas necessidades. Mesmo sabendo que Ele está lá, nossa humanidade tende a perder as esperanças, pois, em meio a tantas situações, nossa fé pode ser abalada e podemos entrar num processo de descrença ou até mesmo de dúvida: “Onde está Deus?”.

É necessário que em nós haja uma disposição interior para nos desvencilharmos dos sentimentos negativos que nos atacam nessas horas. São muitas as sensações que vêm; daí a importância de nos conhecermos para dar uma resposta diferente à situação. É dar um passo na fé, como diz monsenhor Jonas Abib; é andar numa corda bamba, sem segurança ou apoio, e, mesmo assim, ter a certeza de que Deus está no controle. Ele está na proa. Pode estar dormindo, mas está lá.

Hoje, tenho feito essa experiência de crer que Jesus está no barco. Isso não quer dizer que o medo, as incertezas ou os questionamentos não me venham ao coração; ao contrário, preciso, dia após dia, convencer-me disso, de que o Senhor está comigo. É viver na dependência de Deus.

Hoje, renunciar às minhas vontades e aos meus desejos diante de uma “visita de Deus” à minha casa não é uma atitude fácil, exige de mim disposição interior e decisão; decisão que perpassa o amor, pois só ele é capaz de dar sentido à missão. Ver os meus pais passarem por um tempo de tribulação no matrimônio e não poder fazer nada é viver uma entrega total nas mãos de Deus, pois Ele tem o melhor. Não é fácil ver a nossa casa “perecendo”, ver a nossa família entrar em toda uma desestrutura, ver que um alicerce de anos está desmoronando… Onde está Deus nessa situação?

Tenho vivido a frase do monsenhor: “O melhor que você pode fazer pela sua família é ser fiel à sua vocação”, esta é a palavra: FI-DE-LI-DA-DE! Interessante ver que Jesus, ao viver a Paixão, só foi capaz de concluir a Sua jornada, chegando ao Calvário para logo mais ser crucificado, por causa da Sua fidelidade ao projeto salvífico do Pai. Ele sofreu? Sim! E muito! Mas não desistiu e foi até o fim!

Hoje, o convite que Nosso Senhor faz ao nosso coração é o de vivermos essa total dependência d’Ele, nos abandonar em Seus braços como um filho que se deleita no colo do pai e fica, ali, quietinho, porque sabe que aquele colo é seguro. Fazer a experiência de escolher a melhor parte, como Maria que ficou aos pés do Senhor e O ouvia falar; ou, quem sabe, fazer a experiência de João, o discípulo amado, que reclinou a cabeça no peito de Jesus, sentia-O tão próximo que até podia ouvir o pulsar do Seu coração.

Viver assim torna a tempestade mais leve, deixamos de dar todo aquele peso que o fardo não tem e conseguimos ver o quanto nossa vida é simples. Sofrimento é ver que temos problemas, muitas vezes um monte, porém, abraçá-los como Jesus que abraçou a cruz, chegar ao cume e experimentar o gozo da ressurreição, porque em Cristo somos mais que vencedores!

Micaelly Medeiros : Comunidade Canção Nova

Aos que se foram!!





Pare, pense e escolha realizar gestos de amor todos os dias

Não deixe para depois os abraços, sorrisos e gestos de amor, porque pode ser tarde

Quando fazemos planos para o futuro e desejamos, para nós e para aqueles que amamos, muitas coisas boas para vivermos nos próximos dias, nem passa pela nossa mente que, em um daqueles dias, nós ou alguém próximo a nós poderá morrer. Isso porque a morte é um tabu para a sociedade moderna, e sempre diz respeito aos outros, é algo distante, não queremos pensar nela, muito menos falar sobre ela. Pensando nessa realidade da irmã morte, como dizia São Francisco de Assis, quero partilhar o ensino que tive com a morte, em 2016, de cinco pessoas que eu amava: minha alegre Tia Laura (julho); o humilde Zezinho da Canção Nova (agosto); uma das minhas mães espirituais, a Delizete (agosto); a Aline, uma mulher de valor com apenas 33 anos (outubro); a minha caridosa prima Bete (dezembro). Como foi bom ter podido expressar o meu amor por elas!

Amizades

Eram parentes e amigos antigos, exceto uma, a Aline, que conheci só há um ano e meio, mas foi o suficiente para sermos muito amigas, pois, como disse Santa Catarina de Sena, “a amizade, cuja fonte é Deus, nunca se esgota”. A minha amizade com a Aline foi por pouco tempo, mas com muita manifestação de amor.

“Quem encontrou um amigo encontrou um tesouro. Amigo fiel é bálsamo de vida; os que temem o Senhor vão encontrá-lo. Quem teme o Senhor, orienta bem sua amizade: como ele é, tal será o seu amigo” (Ecl 6,14-17).

Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de escrever o livro ‘Mulher de Valor’, e à Editora Canção Nova por tê-lo publicado, pois ele foi o motivo do nosso primeiro encontro. A partir daquele dia, cada encontro nosso era um marco, despedíamo-nos com o gosto de quero mais estar na sua presença. Falar de Deus, dos nossos sonhos e da nossa missão de resgatar os valores da “mulher de valor” era tão radiante e motivador, que nem víamos a hora passar.

“Uma mulher de valor, quem pode encontrá-la? Superior ao das pérolas é o seu valor. (Prov 31,10).” Obrigada, Senhor, por eu ter conhecido a Aline, uma mulher de valor! Encontrar uma amiga como ela é como encontrar um tesouro cheio de pérolas.

No nosso último Chá da Tarde, uma semana antes da sua morte, vivemos nossas últimas expressões de amor, última oração, último Terço da Misericórdia, e rezado juntas. No último abraço, mesmo sem saber, ficou mais uma vez a certeza de que o amor de Jesus Misericordioso havia unido duas apóstolas da Misericórdia, para uma mesma missão: resgatar almas para Deus, sobretudo, as almas femininas.

Não permitamos que a falta de tempo, a distância, o ressentimento ou o dinheiro sejam impedimentos para a manifestação do amor. Não deixemos de manifestar o amor! Vamos escolher amar todos os dias?

Marina Adamo:  Escritora

24 de julho de 2018


Estamos em guerra: casamentos descartáveis e famílias em segundo plano





Foto: stocknshares


Estamos em guerra

Parece meio lógico esse tema, não é? Mas de que guerra estamos falando aqui? Seria a da Síria? A guerra que não cessa na Terra Santa? As guerras urbanas que enfrentamos no nosso dia a dia? Não! De jeito nenhum! Essas guerras, todos já conhecemos. As que não conhecemos podemos assistir em um telejornal, pesquisar na internet ou até mesmo numa conversa informal com os amigos.

Estou falando da guerra que as famílias estão enfrentando, dos casamentos descartáveis, onde qualquer obstáculo, por menor que seja, já é suficiente para desistir. E daí se fizemos votos? E daí se tivemos filhos? Hoje em dia, são tantos filhos de casais divorciados, que isso não surpreende ninguém nem faz diferença.

Adversário errado

Há algum tempo, assisti a um filme chamado ‘Quarto de Guerra’. Embora meu casamento não estivesse em crise, aquilo mexeu muito comigo, pois mostrava que, muitas vezes, lutamos contra o adversário errado. O demônio é o grande inimigo, é ele quem quer acabar com os casamentos, fazer você pensar que não vale a pena, que é só recomeçar e pronto.

Muitos dizem que o mundo está perdido, e, às vezes, eu também penso isso. Se for verdade mesmo, então, o que resta ao inimigo? Acabar com as famílias! E esta, quando se fere, machuca a base e todo o resto desmorona. Uma nação jamais poderá subsistir se a célula mater da sociedade estiver ferida.

Contra quem estou lutando?

Bom, voltando ao filme, fiz uma boa reflexão sobre meu matrimônio, sobre os passos que poderia dar para que as brechas fossem fechadas no meu relacionamento com meu esposo e com meus filhos, para que o inimigo não tivesse vez dentro da minha casa. Fiz até mesmo como no filme e criei meu “canto de guerra”, coloquei várias fotos da minha família, das várias etapas que vivemos, Palavras que o Senhor me deu em momentos de oração, cartinhas do meu filho mais velho. E assim toda manhã eu acordo e, ao me arrumar, vou vendo para que estou vivendo, para Quem estou vivendo e contra quem estou lutando. Se você não assistiu ao filme, vale a pena. Prepare o lencinho e abra seu coração.

Se você ainda é solteiro, já vai se entregando ao Senhor, para que a vontade d’Ele prevaleça em sua vida. Mais do que o seu desejo, que o sonho de Deus seja o seu sonho. Agora, se você já está casado, não ignore os sinais de destruição que o inimigo vai lançando sobre seu lar. Às vezes, ele atinge direto na relação do casal, seja o desgaste do tempo, a falta de diálogo, desemprego, traições, vícios, a falta de sintonia na hora de educar as crianças entre outros. Porém, quando ele não consegue atingir o casal, vai direto nos filhos, na maneira como os educamos ou deseducamos quando eles são pequenos; quando eles crescem, as crises e modinhas (autodestrutivas), próprias da adolescência. E quando ficam ainda mais velhos, com quem estão se relacionando, como estão vivendo… Enfim, uma preocupação sem fim!

Casamentos nulos

Quero fazer uma ressalva: é claro que existem casamentos que são nulos, ou seja, nunca deveriam ter acontecido, mas, por algum motivo, aconteceram e foram se tornando uma grande tragédia. Sendo assim, o divórcio e a nulidade são o caminho a ser tomado. Não podemos, no entanto, perder o foco, pois é o demônio nosso verdadeiro inimigo, é contra ele que lutamos e precisamos estar preparados.

Lute a sua guerra!

Lembro-me de uma música que ouvia na minha adolescência, durante as Missas de cura e libertação, quando ainda não era da Comunidade Canção Nova, mas já a frequentava assiduamente. Uma música extremamente forte, que, com certeza, tinha poder e unção, pois era impossível não sentir a força de Deus quando a cantávamos. Ela dizia assim: “Levanta-Te. Levanta-Te, Senhor. Que fujam diante de Ti Teus inimigos, se dispersem diante de Ti todos aqueles que aborrecem Tua presença. Tua presença reinará sobre todo império, Tua presença reinará e governará sobre todos os principados”.

Penso que esse já seja um bom começo para você juntar forças e começar a lutar a sua guerra. Pegue sua cruz, sua família e lute! Ore, ore sem cessar. Os tempos são difíceis, mas não impossíveis de vencer, pois temos o Cristo ao nosso lado e Ele já venceu a maior das batalhas. Sua família é responsabilidade sua, Deus a confiou a você. Então, você precisa estar preparado para a batalha. Ore, jejue e confie.

Deus é contigo.

Kelly Kruschewsky: é professora no Instituto Canção Nova. Consagrada permanente na Comunidade Canção Nova, ela é casada com João Paulo Kruschewsky e mãe de três filhos: Pedro, Rafael e Elisa.

Relacionamento por acaso


Acredito que não conhecemos as pessoas nem nos relacionamos com elas por acaso, e todas as relações (sejam elas quais forem) são, antes de mais nada, oportunidades que Deus nos dá para sermos canais de Seu amor neste mundo.

A esse respeito, Henri Nouwen afirma, no livro “Mosaicos do Presente”, que quando tomamos consciência de que a fonte que sustenta nossas relações não são os parceiros em si nem qualquer coisa que possam oferecer um ao outro, por mais gentis que sejam, mas Deus que, em Sua bondade, une as pessoas para, por meio de cada um, revelar-se a este mundo todas as nossas relações mudam e ganham um novo sentido.

A verdade é que começamos a perceber que as pessoas com quem convivemos em casa e no trabalho, e também aquelas que encontramos na rua ou no mercado, não são frutos do acaso. Percebemos que, em cada uma, Deus pode revelar Seu amor a nós e, por meio de cada uma delas, também podemos manifestar nosso amor ao Senhor.

Hoje, por exemplo, eu estava indo para o trabalho com um certa pressa, quando fui surpreendida por um rapaz que varria a calçada do prédio. Ele não só parou de varrer para dar-me passagem, como também disse-me: “Bom dia, moça!”. Fiquei meio desconcertada, pois não estava esperando esta atitude. Então, sorri para ele e agradeci, desejando-lhe também um bom dia.

Foi tudo bem rápido, mas continuei meu caminho pensando no fato. Em meio a milhares de pessoas que eu havia encontrado, o rapaz fez a diferença! Inspirada pelo bem que me proporcionou, decidi procurar viver o resto do dia fazendo a diferença também por onde eu for, decidi amar.

Estou revendo minhas atitudes e percebo o quanto estou distante da perfeição que almejo. A atitude do rapaz foi um pretexto de Deus para levar-me além. Fez-me pensar quantas oportunidades tenho perdido de promover o bem na vida das pessoas com gestos de delicadeza. Na verdade, todos nós sabemos o quanto são importantes as pequenas expressões de amor, pois elas fazem toda a diferença neste mundo, no nosso mundo.

Acontece que, mesmo sem tomarmos consciência, somos marcados por lições erradas que o mundo ensina a respeito do amor e acabamos assumindo-as como verdades.

Como que por “contágio” vamos nos tornando egoístas e nos fechamos em nós mesmos, dando como desculpas a pressa, a segurança, o jeito de ser, e seguimos indiferentes a quem está à nossa volta. Mas Deus, que é o puro amor, nos ensina que amar é também acolher o outro independente da condição em que ele se encontra ou do uniforme que está usando. Todo ser humano é criatura amada por Deus e merece, no mínimo, nosso respeito e atenção. Não é por acaso que pessoas entram e saem da nossa vida.

Aquele rapaz varreu não só a calçada do prédio em que trabalha, mas, com sua atitude, varreu também a poeira do meu coração que estava envolto pela pressa e pelas sombras do ativismo. Ele, certamente, nem imagina o bem que me fez! Não conheço seus sonhos, sua família e penso que, se reencontrá-lo, já não recordo-me de sua face. No entanto, seu gesto mudou o meu dia.

Fico pensando nas minhas atitudes e me pergunto: “Será que estou conseguindo transmitir o amor de Deus àqueles que cruzam meu caminho?”. Jesus disse: “O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles” (Lc 6,31).

Portanto, fiquemos atentos e sejamos criativos e empenhados na prática desta palavra. Que hoje ninguém passe em vão ao seu lado, pois os relacionamentos não são frutos do acaso. São acenos de Deus.

Estamos juntos!

Dijanira Silva: Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN.  É colunista desde 2000. Recentemente, a missionária lançou o livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.

O que revela o comportamento das pessoas se a observamos?





Foto Ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com


Mude seu comportamento e decida-se pelo amor

Basta pararmos alguns minutos em uma rua movimentada, rodoviária ou qualquer ponto por onde circulam muitas pessoas e observamos rapidamente o comportamento de algumas dessas pessoas. São diversos tipos de comportamentos: uns mais agitados, outros mais serenos, poucos com semblante alegre e muitos sérios e tensos. O que será que se passa com cada um, o que se esconde por trás daqueles rostos?

Sempre fico com essa pergunta no ar e acredito que, cada vez mais, estou distante da resposta. Não sou pessimista, mas preciso ser realista diante do que percebo. Nós, seres humanos, nos encontramos tão envolvidos na atmosfera tecnológica e científica; somos tão condicionados a acionar botões e ver as “coisas resolvidas”e, desse modo, somos tomados pelo individualismo e nos distanciamos dos outros. Criamos ao nosso redor uma redoma invisível que impede de nos relacionarmos e vivermos em liberdade, como anseia a nossa alma. Surge, então, o isolamento, as relações superficiais e interesseiras que em nada edificam. A pessoa isolada de seus semelhantes e presa a seu próprio eu, perde o sentido de existir, o encanto pelo outros e pelas coisas belas da vida. E, assim, sufoca sua capacidade de servir e amar, razão de nossa existência.

Não se isole

Como fruto do isolamento de si mesmo ou relações superficiais chega o famoso estresse, a depressão e outros males que nem preciso citar.

Mas, o que fazer diante dessa situação, principalmente se a vítima for você? Você sente-se isolado, não consegue recomeçar os relacionamentos e volta-se sempre para si, acha que ninguém lhe entende e, por isso, sofre angústia interior? Saiba que existem saídas! Tomo a liberdade de apontar-lhe duas: a primeira é o cultivo de relações afetivas intensas e profundas, que possam lhe ajudar a encontrar forças e sentido para viver.

“Amar é uma decisão”, dizemos sempre isso na Canção Nova e mais do que dizemos, vivemos isso! Eu mesma posso testemunhar que, a cada dia que passa, decido-me a amar, se não faço isso, paro em mim mesma e não amo! E, o amar nos cura, nos liberta, nos faz novas criaturas.

A segunda saída, não menos importante, é o reencontro com Deus e consigo mesmo por meio da espiritualidade, das práticas de piedade, da participação dos sacramentos e, é claro, tudo isso unido a firme decisão de mudar. Têm coisas que só você pode fazer por você mesmo. Deus está disposto a te ajudar se você der os passos.

Dijanira Silva: Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN.  É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.






Deus está atento às nossas palavras e atitudes



Crédito: beerphotographer / by Getty Images

Deus está atento às nossas palavras, atitudes e, muito mais, ao nosso desejo sincero de buscá-Lo

Esses dias fiquei imaginando que milhares de milhões de súplicas sobem a Deus a cada segundo ou a cada minuto. Ao menos uma frase como “Ai meu Deus!” sai de nossa boca diariamente. Basta um simples olhar ao Céu, um pedido silencioso, um pensamento com significado de “Ajude-me, por favor!”; “Dai-me uma chance!” ou ainda, ” Oriente-me”. E, Deus, está atendo às nossas atitudes.

Além das atitudes, Deus está ainda mais atento ao desejo sincero do nosso interior de buscá-Lo em todos os momentos. Ele sabe exatamente o que faz. A Ele tudo é possível. Tudo o que Deus faz e tudo o que Ele permite acontecer em sua vida tem um porquê e um para quê. Faça essa reflexão:

O elefante é o único animal cujas pernas dianteiras se dobram à frente. Por quê? Porque de outra forma seria difícil para ele levantar-se, por causa do seu peso. Por que os cavalos, para se erguerem, usam as patas dianteiras; e as vacas, as traseiras? Quem orienta esses animais para que ajam dessa maneira? Deus.
Vislumbres de um Deus sábio e amoroso

Esse mesmo Deus que coloca certa quantidade de carvão nas entranhas do solo e, mediante a combinação do fogo e a pressão dos montes e das rochas, transforma esse carvão em resplandecente diamante, que vai fulgurar na coroa dos reis ou no diadema dos poderosos!

Por que o canário nasce aos 14 dias, a galinha aos 21, os patos e gansos aos 28, o ganso silvestre aos 35 e os papagaios e avestruzes aos 42 dias? Por que a diferença entre um período e outro é sempre de sete dias? Porque, o Criador sabe como deve regular a natureza e jamais comete engano.

Ele determinou que as ondas do mar se quebrem na praia à razão de 26 por minuto, tanto na calma como na tormenta. A sabedoria divina revela-se, ainda, nas coisas que poucos notam: a laranja possui número par de gomos; a espiga de milho tem número par de fileiras de grãos; a cacho de bananas tem, na última fila, número par de bananas, e cada fila de bananas tem uma a menos que a anterior. Desse modo, se uma fileira tem número par, a seguinte terá número ímpar. A ciência moderna descobriu que todos os grãos das espigas são em número par.

Deus ouve o seu clamor

Outro mistério que a ciência ainda não descobriu: enormes árvores, pesando milhares de quilos, apoiadas em apenas poucos centímetros de raízes. Ninguém até agora conseguiu descobrir esse princípio de sustentação, a fim de, aplicá-lo em edifícios e pontes. Não é maravilhoso?

Mas há maravilha ainda maior! O Criador toma o oxigênio e o hidrogênio, ambos sem cheiro, sem sabor e sem cor, e os combina com o carvão, que é insolúvel, negro e sem gosto. O resultado, porém, é o alvo e doce açúcar.

Esses são apenas alguns vislumbres de um Deus sábio e amoroso. Esse mesmo Deus que realiza tais maravilhas no mundo que Ele criou, pode também efetuar, em nós, um milagre muito maior. Ele pode dar-nos uma nova vida, pode fazer novas todas as coisas. Ele pode tomar nossa vida triste, inútil e transformá- la em alegre, útil e plena de significado. Portanto, não se desespere. Não importa quão grave seja a sua condição física, moral ou espiritual. Deus ouve o seu clamor, a sua oração. Ele sabe o seu desejo mais íntimo, como nos fala a passagem do Salmo 38. Você pode experimentar um milagre! Basta acreditar e colocar a sua vida nas mãos d’Ele.

Paulo Victor e Letícia Dias: Cirurgião-dentista de formação, Paulo Victor foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentador, locutor e radialista. Atualmente, ele mora em Campo Grande (MS). É empresário e casado com Letícia Dias, que  é Gerente de Conteúdo e estudante de Letras/Libras com foco na Educação Especial. Foi membro da Comunidade Canção Nova como apresentadora de programas. Hoje, ela mantém uma agitada rotina familiar. Letícia tem um filho caçula que nasceu com Síndrome de Down, e isso a refaz todos os dias.

A importância do bom humor nos relacionamentos






O bom humor é um dos ingredientes que não podem faltar nos relacionamentos

Sorrir é uma das melhores coisas da vida, e não há dúvidas em relação a isso. Mas a verdade é que nem sempre lembramos de sorrir! Envolvidos pelos problemas e pelas exigências que nos cercam, muitas vezes, passamos o dia tensos, com rugas na testa, sem dar um sorriso sequer, perdendo assim, a oportunidade de proporcionar benefícios à nossa saúde e melhorar a qualidade de nossos relacionamentos. Aliás, quando o assunto é relacionamento, o bom humor é um dos ingredientes que não podem faltar.

Pode ser que o casal não tenha dinheiro, casa própria, carro nem tantas outras coisas que muitos defendem como condição para a felicidade, mas se esse casal tem amor e bom humor, ele aprende a aproveitar bem o tempo e é feliz aqui e agora.

Até porque, segundo o cardiologista Dr. Antônio Carlos Lopes, da Universidade Federal de São Paulo, “um indivíduo bem-humorado sofre menos e é mais feliz, porque produz mais endorfina, um hormônio que relaxa”. E não para por aí. O médico explica também que a endorfina aumenta a tendência de ter bom humor. Ou seja, quanto mais bem-humorado você está, maior é sua disposição e, consequentemente, mais bem-humorado você fica. Bom para você, melhor ainda para quem está ao seu lado, porque o bom humor é contagiante.

Já percebeu que, quando alguém tem a coragem de romper os paradigmas e dar uma boa gargalhada, queremos logo saber qual o motivo e ficamos ansiosos para sorrir juntos? É que sorrir torna a vida mais leve e as relações também. Aliás, a leveza é um dos primeiros impactos positivos que o bom humor proporciona numa relação. Por isso, apresento aqui algumas das inúmeras atitudes práticas que podem colaborar para que o bom humor triunfe entre você e seu amor:

Aproveite as oportunidades

Ninguém tem uma vida “cor-de-rosa” o tempo inteiro, é claro! E isso não seria nem mesmo normal. Risos e lágrimas sempre se entrelaçam enquanto vivemos. Então, quando perceber que o bom humor está lhe estendendo a mão, segure-o com todas as forças e aproveite para curtir a oportunidade com quem você ama.

Deem rizadas juntos, brinquem, contem casos, cantem, dancem e sorriam sem economizar. Tenho certeza que esses momentos serão sempre guardados como os mais importantes da vida a dois. E mais, cada vez que lembrar do que viveram juntos, sentirá vontade de rir novamente, mesmo que esteja sozinho andado pela rua. Às vezes, acontece isso comigo, e é muito bom! Quem nos vê sorrindo, às vezes, ri também e lucramos com isso. Então, fique atento e não perca as oportunidades de sorrir!

Quebre o gelo

Quando o clima está pesado e alguém faz um comentário engraçado, geralmente, consegue tirar o foco do problema e alcançar o grande prêmio, que é melhorar o ambiente e a disposição das pessoas. No relacionamento, isso é muito importante, principalmente quando os dois estão cansados e resolvem ficar tensos e calados. Um imagina o que o outro está vivendo, mas, por uma razão qualquer, acabam silenciando também; então, o silêncio reina, e, neste caso, isso não é bom. Seja você o primeiro a descontrair, pois assim, os dois sairão ganhando e o amor agradecerá. Fazer “tempestade em um copo de água” não é sábio nem resolve o problema. Então, quebre o gelo e torne seu relacionamento muito melhor.

Não brinque com coisas sérias

Ter bom humor não significa ser inconveniente e buscar graça onde não existe. Uma piada ou um comentário, “mesmo que seja engraçado”, fora de hora, pode ferir profundamente a outra pessoa. Para evitar isso, procure compreender como o outro se sente e o que realmente precisa no momento. Às vezes, mais do que sorrir, a pessoa está precisando é de um ombro amigo para chorar, e você ganhará muito se descobrir isso antes de usar, em primeira mão, o bom humor.

Viva cada coisa ao seu tempo

Partilhar os acontecimentos do dia com quem amamos é bom e edifica o relacionamento. Porém, é preciso atenção para não ficar falando o tempo inteiro a respeito de trabalho quando se encontram. A Palavra de Deus ensina que “há um tempo para cada coisa” (Ecle 3); então, é preciso deixar no trabalho os problemas que ele causa e levar para casa a disposição para viver algo bom com o outro que está a sua espera. Essa disposição interior já é o primeiro passo para viverem ótimos momentos juntos.

E são muitas as alternativas que você pode desenvolver para preservar o bom humor no seu relacionamento, e assim encontrar o equilíbrio necessário para viver bem os seus dias. Até porque, segundo pesquisadores, o bom humor reforça também o sentimento de liberdade, e sentir-se livre é o maior desejo do ser humano. Agora, consegui-lo em meio à alegria é um presente que está ao seu alcance. Então, não perca tempo, sorria sempre que possível. Sua saúde e seu amor agradecem!

Dijanira Silva: Missionária da Comunidade Canção Nova, desde 1997, Djanira reside na missão de São Paulo, onde atua nos meios de comunicação. Diariamente, apresenta programas na Rádio América CN. Às sextas-feiras, está à frente do programa “Florescer”, que apresenta às 18h30 na TV Canção Nova. É colunista desde 2000 do portal cancaonova.com. Também é autora do livro “Por onde andam seus sonhos? Descubra e volte a sonhar” pela Editora Canção Nova.

20 de julho de 2018


Pessoas infernais e pessoas celestiais




Foto: Copyright: AntonioGuillem


É possível identificar as pessoas que são infernais ou celestiais

Depende de nós construirmos um mundo que edifica ou destrói quem está ao nosso redor. A vida de cada um de nós pode se assemelhar às alegorias de céu ou inferno. E a nossa língua é uma grande contribuinte na construção desse nosso modo de vida. A simples fala pode destruir ou elevar uma pessoa, uma carreira, uma família, uma amizade.

A partir das conversas no dia a dia, podemos distinguir entre as pessoas infernais e pessoas celestiais.

Pessoas infernais

As infernais, adoram ver o circo pegar fogo. Repassam novidades truncadas que não lhe dizem respeito, aumentam o drama de fatos que viram ou ouviram sobre alguém, e até atualizam o antigo “leva e traz”, por exemplo copiando conversas que tiveram por e-mail ou telefone com alguém, para, agindo de má fé, “partilhar” algo que foi dito só a elas, de forma privada. Elas incitam discussões vazias nas redes sociais, comentam com riqueza de detalhes fatos ruins, complicados e difíceis da vida alheia (e geralmente, a vida alheia não está perto, nem pode se defender).

Pessoas infernais têm a vida conturbada demais, e querem espalhar essa confusão para quem está perto. Elas tem uma existência vazia de significado, não conseguem colocar emoção no seu cotidiano simples e, portanto, precisa fazer da confusão sobre a vida das outras pessoas o centro de sua própria vida. A boca fala do que o coração está cheio, vidas infernais estão com o coração magoado, frustrado, e usam as palavras para transmitir isso para outras vidas.

Pessoas celestiais

Pessoas celestiais também comentam da vida alheia, mas destacando aquilo de bom que cada pessoa tem. A sua personalidade e presença inibe comentários que destroem o outro, pois conseguem trazer um discurso de paz e fraternidade. Em uma discussão, o foco das pessoas celestiais, não é falar das pessoas, mas compartilhar pensamentos e ideias inteligentes sobre qualquer tema, não sobre indivíduos específicos. Pessoas celestiais sabem, com elegância, cortar aquela conversa que não será frutífera, nem chegará a lugar algum sobre alguma tristeza da vida de alguém. Com sabedoria, conseguem perceber que a lenha jogada na fogueira pode ser apagada com educação e afeto, e talvez até a discussão contornada com uma proposta de ação para auxiliar aquela pessoa, naquele problema que está vivendo.

A vida das pessoas celestiais não é fácil, nem vazia, ao contrário, elas tem tanto com o que preencher seu dia a dia, que lhes parece estranho gastar tempo e discurso comentando outras vidas, sem poder auxiliar concretamente.

Seja celestial

Sabe aquela pessoa que sai de perto toda vez que alguém está fazendo fofoca, ou que interrompe a fala maliciosa com um assunto completamente diferente, quebrando a corrente infrutífera daquele papo? Isso é nobre demais, é celestial! Afinal, de fato, as pessoas são livres para falar o que quiserem, mas ninguém é obrigado a presenciar e testemunhar calado a destruição da honra e reputação de alguém, por meio de palavras, nem sempre recheadas de verdade, mas sim de muita maldade.

Pessoas celestiais até convivem com as infernais, mas não fomentam seu destaque ou crescimento, e minimizam a possível influência que essa falas infernais desejariam ter.

Conforme a gente vai deixando esses diferentes perfis se instalarem na nossa vida, nosso cotidiano pode se resumir em céu ou inferno. Depende de nós construirmos um mundo com mais ou menos gente assim.
Para, pense e mude

Você tem sido infernal? Apenas pare.

Você tem sido celestial? Multiplica, Senhor.

Mariella Silva de Oliveira Costa: Mineira , esposa, católica, feliz e amante de uma boa prosa. Jornalista, pesquisadora e professora universitária, é doutora em Saúde Coletiva (UnB), mestre em tocoginecologia (Unicamp), especialista em jornalismo científico (Unicamp) e graduada em comunicação social (UFV). Participa da RCC desde 1998 tendo atuado no Ministério Universidades Renovadas e no Ministério de Comunicação Social. Cofundadora do projeto Muitas Marias.com

18 de julho de 2018


Confira os sete passos para lidar com a preocupação




As preocupações fazem parte do dia a dia das pessoas. Como evitá-las?

Você sabia que, quando perguntam às pessoas como elas estão, cerca de 40% diz que está preocupada com algo ou alguém? Portanto, quase metade da população têm pesos que carrega consigo, e a maioria tem tais preocupações quase todos os dias. O mais complicado é quando tudo isso se torna crônico, ou seja, preocupo-me o tempo todo e isso acaba por limitar a nossa capacidade de sentir satisfação pelas coisas e admirar o que é bom em nossa vida.

Uma coisa é certa: a preocupação é um dos elementos capazes de alimentar os transtornos mentais de ansiedade e depressão. Pesquisas mostram que a tal preocupação é uma das precursoras da depressão, ansiedade ou abuso de drogas.

Dicas para vencer as preocupações

Vamos pensar, então, em sete passos possíveis para lidarmos com as preocupações?

1. Identificar as preocupações produtivas e improdutivas: geralmente, temos a sensação de que nossas preocupações vão nos enlouquecer ou que teremos dificuldade para abandoná-las. Estar preocupado não contribui para que possamos resolver um problema e, ainda por cima, nos deixa infelizes. Os sentimentos ficam confusos e, muitas vezes, vamos relutar e desistir da crença de que se preocupar é importante. Frear as preocupações não é ser irresponsável ou desleixado. Muito pelo contrário: ao alimentarmos os imaginários “e se”, “como será”, “será, será…?” não conseguimos ter o foco necessário para resolver os problemas que são reais.

2. Acatar a realidade e ter um compromisso com a mudança: quando aceitamos um fato, deixamos de ter aquela batalha contra a realidade. Ou seja, a situação está ali e não adianta brigar o tempo todo com ela. Você não quer aceitar determinados fatos ou possibilidades dos quais possa não gostar e sua preocupação é como um protesto contra a realidade. A aceitação de algo não significa que você goste ou o considere justo. A aceitação não significa que não possa fazer nada para modificar certas coisas, mas, antes que possa modificar algo, terá de aprender a aceitar que problemas reais existem. Você vai aprender também a aceitar suas limitações e que as preocupações não devem ser o centro do universo.

3. Contestar a preocupação: muitos de nós somos mestres em “prever o futuro” e nestas situações a maioria das previsões são catastróficas. Ao questionar uma preocupação, vamos pensar no que realmente a situação é, o que ela realmente representa e vamos retirando fantasmas e monstros do tipo “vou fracassar”, “não vou dar conta”, “o que vão pensar de mim”. Isso, certamente, reduzirá seunível de ansiedade.

4. Focalizar a ameaça mais profunda: ao identificarmos as ameaças e aquilo que é real ou o que não é real, é possível que tenhamos melhor percepção sobre as situações e sobre as nossas emoções. Isso porque aquilo que vem sempre à mente quando estamos em dificuldade, aquele pensamento que insiste em perturbar você e que ativa as crenças ao nosso respeito (ser imperfeito, ter sido abandonado ou desamparado, parecer tolo etc) precisa ser desafiado, para que deixe de existir, e como consequência, reduza seu estresse.

5. Transformar “fracasso” em oportunidade: o que posso aprender quando passo por fracassos em minha vida? Tentamos estar preparados, prevenindo e até mesmo antecipando o fracasso, mas ele nem sempre é o fim de tudo: tire lições e experiências com ele, tenha outros comportamentos, pense de forma diferente, enfim, são muitas as chances de fazer algo diferente a partir daquilo que chamamos de fracasso.

6. Usar as emoções em vez de se preocupar com elas: muitas vezes, temos medo das emoções, pois nem sempre sabemos lidar com elas. Nem tudo é terrível, nem tudo é tão complicado assim e nem sempre há razão para ter medo de vivenciar as emoções. Use-as ao seu favor, em vez de afugentá-las. Até mesmo compreender sentimentos contraditórios devem ser reconhecidos e percebidos, e não há mal nenhum nisso.

7. Assumir o controle do tempo: quando a urgência toma conta da nossa vida, perdemos facilmente o controle das coisas. Nem sempre conseguimos avaliar o que, de fato, é urgente e nos contaminamos com aquele desespero típico da falta de controle do tempo. Pense no seguinte: “desligar a urgência, aceitar que nem tudo ficará como está, apreciar cada momento, melhorar o momento, planejar e, com isso, procurar expandir seu tempo.

Que essas reflexões possam ajudá-lo a pensar sobre como encarar suas preocupações e como ter uma nova percepção sobre as situações, retirando aquilo que possa ser improdutivo ou mesmo esteja levando você ao adoecimento desnecessário.

Elaine Ribeiro dos Santos: Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.


As crianças nos ensinam a levar a vida com simplicidade



Foto ilustrativa: Wesley Almeida/cancaonova.com


Na vida, as crianças quase sempre encontram soluções fáceis e bem humoradas para cada tensão que encontram

Vivemos em um mundo de intensas dores e ansiedades. Porém, não significa que devemos deixar tudo isso ditar as regras sobre nossa existência. Pelo contrário, precisamos reagir submetendo nossa vida a uma outra lógica, que não nos permitirá ser totalmente engolidos por essa enorme onda de agitação e ansiedade.

O ser humano é, no reino da vida, o único ser dotado de pensamento (razão). Ele é o único capaz de não se permitir determinar pelo meio em que vive e pelos seus instintos. Assim, pode construir uma realidade nova e melhor, que mais eficazmente corresponda à sua autêntica realização.

O homem não é uma massa de manobra que será sempre escrava do tempo e de suas frágeis tendências. Não. Ele é muito mais e foi criado para ir mais longe, pois possui a “dinâmica força da vida” dentro de si. Não será possível uma vida sem tensões e sofrimentos, e sobre isso já falamos. Mas como gerir esses sofrimentos e tensões tão comuns em nossa vida? Aqui, não me sinto autorizado a despejar sobre você receitas (ou frases) prontas. Ao contrário, desejo apenas propor caminhos que o possibilitem pensar e, posteriormente, encontrar ferramentas que o auxiliem neste processo.

A felicidade está em pequenos gestos

Gosto de contemplar o jeito como as crianças percebem a vida e as dificuldades nela presentes. Para elas, as coisas são simples e descomplicadas, e quase sempre elas acabam encontrando soluções fáceis e bem humoradas para cada tensão que encontram. Elas não possuem a pretensão de querer reter, instantaneamente, a felicidade debaixo dos braços, mas a buscam experimentar em pequenas porções, a partir de cada pequena coisa que a existência lhes proporciona.

No universo delas, a felicidade está em pequenos gestos: em uma partida de futebol com os amigos, em uma brincadeira na rua ou em uma refeição cheia de comidas gostosas etc. Enfim, elas conseguem viver bem cada momento, sendo inteiras (e felizes) em cada fragmento.

Com elas podemos aprender algo? Acredito que aprender a viver com simplicidade sem complicar os fatos, lutando para separar cada coisa e as experienciando uma de cada vez é um concreto caminho para uma boa gerência de tensões (um caminho para a maturidade).

Percebo que uma boa e diária dose de paciência revestida de otimismo, diante de nossa vida e de seus muitos desafios, também nos possibilita bem lidar com nossas frustrações, ensinando-nos a não nos desesperarmos diante das momentâneas derrotas que o dia a dia nos apresentará.

(Extraído do livro “Construindo a felicidade”)

Padre Adriano Zandoná: é missionário da Comunidade Canção Nova. Formado em Filosofia e Teologia, tem quatro livros publicados pela Editora Canção Nova e participação em dois CDs de oração e apresenta o programa “Pra ser Feliz”na TV Canção Nova.

Eliminar os maus vícios da vida purifica a nossa alma



Foto ilustrativa: stevanovicigor / by Getty Images

Os vícios destroem nossa vida

Nossa vida nem sempre está preparada para acolher novidades, projetos novos etc. A vida pode ser comparada a um campo virgem; no momento em que se deseja plantar nele, é preciso prepará-lo bem. O agricultor, que somos nós, prepara o terreno, busca fertilizar a terra e só depois planta os grãos. Enquanto não era fértil, nada nele crescia, mas agora que o terreno é bom, nele também podem crescer sementes de outras plantas que não foram semeadas, que estavam ali antes de o solo ser adubado e que colocam em risco a boa semente. Assim também acontece com um ideal. Ao lado de um ideal, surgem também vícios e hábitos adquiridos antes dele, os quais, se não forem combatidos, acabam por ferir ou mesmo destruir todo o objetivo, todo projeto e, por fim, toda a vida. Não é possível cultivar costumes de naturezas diversas no mesmo campo.

No Evangelho de Mateus (Mt 13), encontramos a parábola do semeador e vemos os riscos que a semente corre para seu desenvolvimento, porque o terreno está cheio de hostilidades. Se os espinhos crescem ao lado da boa semente, podem vir a sufocá-la. O ideal, que é a semente, era boa; a terra era de boa qualidade e fertilizada, mas as pragas do campo terminaram por sufocar a semente. O bom trigo não cresce onde os espinhos não são arrancados. Por isso, se não arrancarmos de nós os hábitos contrários aos nossos projetos, eles acabarão sufocando aquilo que de bom estávamos cultivando.

É persistência

Ao lado de um ideal sempre crescem seus opostos; se algo é exigente, a preguiça e a distração logo se achegam como uma força contrária que impulsiona a abandonar tudo. Podemos ter os melhores projetos e propósitos, mas se não estivermos atentos às vozes contrárias que se insinuam, desorganizam nossa vida e enfraquecem nossas determinações, teremos nosso terreno, onde foi semeado o bom trigo, transformado em um grande matagal de espinhos; pior ainda quando se termina por apenas justificar a infidelidade e abandonar o terreno.
É sempre muito forte em nós um hábito antigo, um vício etc. Se não ficarmos atentos, podemos, depois de ter trabalhado tanto, ter nosso terreno transformado em selva. Imagine tanto tempo e esforço investido em algo que, depois, termina em nada, porque faltou o último esforço. Parecendo com alguém que prepara um bolo e, depois, o deixa queimar no forno, perdendo, assim, os ingredientes e o esforço, ainda sobrando a fôrma para ser lavada.

Ideal de vida


Um exemplo disso nos dá São Paulo (1Cor 9,24-25): “Correi de tal maneira que conquisteis o prêmio. Todo atleta se impõe todo tipo de disciplina. Eles assim procedem para conseguir uma coroa corruptível. Quanto a nós, buscamos uma coroa incorruptível”.

Não se compreende alguém que, desejando um casamento feliz, não procura crescer nas qualidades necessárias para um bom matrimônio e termina por destruí-lo apenas por não ter lutado contra os hábitos incompatíveis a ele. Ou alguém que, num momento de dificuldade, não busca adequar seu jeito de ser ou comportamento, de tal forma que possa superar o problema. A boa disposição deve comportar a capacidade de privar-se daquilo que é menor que o ideal, de tal forma a poder conquistá-lo. Não é possível ficar com a melhor parte de tudo.

Para manter-se fiel e perseverante é preciso ser coerente. Quando se propõe uma meta, um ideal de vida e um crescimento é preciso limpar a alma do vício que lhe é contrário. Interessante que uma gota de veneno em um copo de água limpa torna toda a água um veneno; mesmo a proporção do mal sendo pequena, ele é sempre nocivo. É preciso escolher. Não pode haver incompatibilidade entre os ideais e os meios para atingi-los. Devemos rejeitar tudo que é incompatível com nosso ideal de vida para conseguirmos realizá-lo um dia. Uma vez que se deseja algo também é preciso desejar os meios corretos que conduzem a ele, mesmo que existam incômodos que, se rejeitados, conduziriam o ideal ao fracasso.

Deus os abençoe!

Padre Xavier: Antônio Xavier Batista, sacerdote na Comunidade Canção Nova ordenado em 16 de dezembro de 2007, é formado em Filosofia, Teologia e Mestre em Ciências Bíblicas e Arqueologia pela Pontifícia Universidade Antoniana (Studium Biblicum Franciscanum de Jerusalém). 

Deus criou o homem livre, para que fosse responsável por seus atos




O homem foi criado livre e senhor de seus atos

Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de uma pessoa agraciada com a iniciativa e o domínio de seus atos. “Deus deixou o homem nas mãos de sua própria decisão” (Eclo 15,14), para que pudesse, ele mesmo, procurar seu Criador e, aderindo livremente a Ele, chegar à plena e feliz perfeição.(1) O homem é dotado de razão e, por isso, é semelhante a Deus: foi criado livre e senhor de seus atos. (2)

I – Liberdade e responsabilidade

A liberdade é o poder, baseado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer isso ou aquilo, portanto, de praticar atos deliberados. Pelo livre-arbítrio, cada qual dispõe sobre si mesmo. A liberdade é, no homem, uma força de crescimento e amadurecimento na verdade e na bondade. A liberdade alcança sua perfeição quando está ordenada para Deus, nossa bem-aventurança.

Enquanto não estiver fixado definitivamente em seu bem último, que é Deus, a liberdade comporta a possibilidade de escolher entre o bem e o mal, de crescer em perfeição ou definhar e pecar. Ela caracteriza os atos propriamente humanos. Torna-se fonte de louvor ou repreensão, de mérito ou demérito.

Quanto mais pratica o bem, mais a pessoa se torna livre. Não há verdadeira liberdade a não ser a serviço do bem e da justiça. A escolha da desobediência e do mal é um abuso de liberdade e conduz à “escravidão do pecado”. (3)

A liberdade torna o homem responsável por seus atos à medida que forem voluntários. O progresso na virtude, o conhecimento do bem e a ascese aumentam o domínio da vontade sobre seus atos.

A imputabilidade e a responsabilidade de uma ação podem ficar diminuídas ou suprimidas pela ignorância, inadvertência, violência, medo, hábitos, afeições imoderadas e outros fatores psíquicos ou sociais.

Todo ato diretamente querido é imputável a seu autor: “Assim, o senhor pergunta a Adão após o pecado no jardim: ‘O que fizeste?’ (Gn,3,13). O mesmo pergunta a Caim. (4) A mesma mulher de Urias e o assassinato deste”. (5)

Uma ação pode ser indiretamente voluntária quando resulta de uma negligência relacionada a alguma coisa que deveríamos saber ou fazer. Um exemplo: um acidente ocorrido por ignorância do Código de Trânsito.

Um efeito pode ser tolerado sem ser querido pelo agente, por exemplo, o esgotamento da mãe à cabeceira de seu filho doente. O efeito ruim não é imputável se não foi querido nem como fim nem como meio de ação, como poderia ser o caso de morte sofrida por alguém quando tentava socorrer uma pessoa em perigo. Para que o efeito ruim seja imputável, é preciso que seja previsível e que o agente tenha a possibilidade de evitá-lo, como, por exemplo, no caso de um homicídio cometido por motorista embriagado.

A liberdade se exerce no relacionamento entre os seres humanos. Toda pessoa humana, criada à imagem de Deus, tem o direito natural de ser reconhecida como ser livre e responsável. Todos devem, a cada um, essa obrigação de respeito. O direito ao exercício da liberdade é uma exigência inseparável da dignidade da pessoa humana, sobretudo em matéria moral e religiosa. (6) Esse direito dever ser reconhecido civilmente e protegido nos limites do bem comum e da ordem pública. (7)

(1) Gaudium et Spes
(2) Santo Irineu
(3) Rm 6,17
(4) Gn 4,10
(5) 2Sm 12,7-15
(6) Dignitatis Humanae 2
(7) Dignitatis Humanae 7


Padre Anderson Marçal: é padre da Igreja Católica Apostólica Romana. Natural da cidade de São Paulo (SP), padre Anderson é membro da comunidade Canção Nova desde o ano 2000. No dia 16 de dezembro de 2007, foi ordenado sacerdote. Estudou Teologia Pastoral Bíblica-Litúrgica na Universidade Salesiana de Roma.

14 de julho de 2018


A diferença entre gestos de amor e carência afetiva





Saiba identificar a diferença entre gestos de amor e carência afetiva

Quem de nós nunca se viu perdido frente a um sentimento? Essa é uma das grandes lutas do ser humano: aprender a amar de verdade. Até que ponto meu sentimento é equilibrado nesse relacionamento? Estou amando ou estou só preenchendo minha carência?

Quando amo, minhas ações e atitudes surgem impulsionadas pelo desejo de doar-me, de construir o outro, mesmo que isso exija muito de mim. A felicidade do amar está em dar-se e perceber que, ao me dar, sou mais completo. No amor verdadeiro, não há posse nem ciúme, pois, o outro não é meu domínio, não há isolamento.

O amor não exige resposta, não é determinado pelo que se recebe em troca. O amor é gratuito, não precisa ser pago, por isso posso amar, mesmo quando o outro não merece, e posso perdoar quando o outro não consegue responder com amor. O amor me faz fiel, confiável, solícito, paciente e bondoso; ele inclui o outro na minha verdade, na minha intimidade, sem exigir exclusividade ou permanência eterna. Só o amor verdadeiro nasce da liberdade.

Carência afetiva

A carência afetiva é uma tentativa de autopreenchimento. Por me sentir necessitado, sou impulsionado a buscar no outro o que me falta. Meus gestos bons, meu esforço para acertar, são uma forma de conquista e troca, para que receba em retorno carinho, simpatia, reconhecimento, elogios e intimidade. Quando consigo fazer com que alguém se torne próximo, quero garantir essa relação para que sempre tenha essa fonte de contato para mim.

A carência é ciumenta, tenta exclusividade por meio do isolamento; ela é uma forma de usar o outro, roubando a liberdade de todos os envolvidos. Num relacionamento carente, acontece o vício do outro, a dependência. Minha felicidade fica condicionada a outra pessoa.

Sei que, parece muito infantil essa descrição da carência, mas quero lhe dizer que todas as pessoas precisam equilibrar, todos os dias, seus sentimentos. A tendência (concupiscência), por eu ser marcada pelo pecado, é agir de acordo com as carências que carrego. Ninguém está totalmente estável em seus afetos. Todas as pessoas têm cicatrizes de desamor, de abandono e decepção, todas são carentes. Isso me lembra que sou humana, que não sou completa, por isso preciso saciar constantemente minha carência na Fonte verdadeira de amor. Mesmo com a experiência verdadeira do Amor de Deus, essas cicatrizes ficam em mim.

Reconhecer que minha necessidade é contínua faz-me ver que não estou livre de errar em meus afetos. Todos os dias, posso errar ou acertar, posso usar do outro ou me doar. O que vai determinar isso é o quanto estou saciado em Deus.

A importância do perdão

Relacionamentos bons, podem se tornar desequilibrados ao longo do tempo. Após um momento de me deixar guiar por minhas carências, posso me redimir por meio do perdão, posso retomar o caminho de doação sem cobrança. A graça de Deus tem força e capacidade para superar e suprir todas as minhas carências, e assim, me tornar livre para amar de verdade. Mas, a graça é para o hoje. A graça de Deus não altera o ontem, não me dá carga extra para o amanhã. Ela é para o agora! É como um copo furado, que é totalmente preenchido, mas, como tem um ponto de esvaziamento, é necessário encher frequentemente.

A cada atitude minha, preciso perguntar: faço isso por que quero uma recompensa ou por que quero me doar? Se não recebesse algo bom em troca, ainda agiria assim?

Reconhecendo que sou necessitada, vejo-me dependente de ter a experiência verdadeira de amor com Aquele que é sua origem e fonte inesgotável. Só quem se sacia frequentemente em Deus pode amar de verdade. Ele me recompensa!

Roberta Castro:  é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo. Escritora pela editora Canção Nova