A Palavra de Deus

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DOPAS

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19 de dezembro de 2015

Como viver com os filhos a autenticidade do Natal?

Como viver com os filhos a autenticidade do Natal?

Foto: iStock_000053455168_Full.jpg
Os nossos filhos necessitam atualizar a autenticidade do Natal durante todo o ano

Essa pergunta entrou na minha casa pela boca de um padre santo, que nos ajudou a descobrir o verdadeiro sentido do Natal. Na ânsia de demostrar amor e proporcionar alegria para nossos filhos, passávamos horas procurando os melhores presentes e preparando a ceia da família para depois da Missa. Não que isso seja errado, mas o que não percebíamos era que o Aniversariante e Sua mensagem ficavam esquecidos ou restritos à Missa do Galo.

A palavra ‘Natal’ significa nascimento; porém, não existe registro que Jesus tenha nascido exatamente no dia 25 de dezembro, ou que os discípulos comemoravam o nascimento do seu Mestre. Como não se sabia ao certo a data, a Igreja Ocidental, no século V, definiu que seria celebrada no dia da festividade romana em honra ao nascimento do Sol, e a data se enraizou no mundo Ocidental.

Apesar de não se afirmar a data correta, o nascimento e a missão de Jesus foi tão impactante, que dividiu a história em antes e depois d’Ele. Para buscarmos a autenticidade do Natal, o primeiro passo é entendermos o que ele significa.

O real motivo de celebrar o Natal

Nossa reflexão começa com uma afirmação: Ele é o nosso verdadeiro Sol que ilumina nossa vida. Para os cristãos, o nascimento de Jesus faz parte do plano de salvação de Deus para a humanidade. Esse é o motivo pelo qual celebramos o Natal; portanto, faz parte do papel dos pais, verdadeiramente cristãos, recordar e vivenciar o nascimento do Salvador no coração das famílias, mostrando quem é o verdadeiro aniversariante.

Outra reflexão: se a data surgiu de uma comemoração pagã e ainda hoje muitos pagãos celebram o Natal, qual a diferença de comportamento dos cristãos? Provavelmente, a ideia das lembranças surgiu com a leitura dos reis magos levando presentes. Como o mundo egoísta nos leva a olhar para o “eu”, natural que quem recebe presentes sejamos nós e os nossos. Nas escrituras, os magos levaram presentes para quem? Para Jesus.

Atualizar o Natal durante todo o ano

As respostas para as perguntas acima podem mudar a nossa forma de comemorar o Natal. Comemoramos como pagãos quando os nossos comportamentos são mundanos. Como cristãos, o nosso comportamento é voltado para o outro, de acordo com os ensinamentos de Jesus para os pobres e humildes. Como os reis magos levam presentes para Jesus, os pais ensinam os filhos a saírem de si para ajudar os que precisam. Isso atualiza no Natal a autenticidade da mensagem que deverá ser cumprida o ano todo.

Os símbolos de Natal, como o Papai Noel; os enfeites e a ceia, entre outros, desvirtuam o verdadeiro sentido, que é a manifestação da misericórdia de Deus. Precisamos ensinar nossos filhos a adorá-Lo verdadeiramente.

Para quem o Natal é a festa mais importante do ano

Muitos afirmam que a festa de Natal é a mais bonita e importante do ano. Para quem? Para os shoppings, que comercializam o espírito de Natal e enfatizam a figura do Papai Noel, mas não a de Jesus. Incentivam os pais a comprarem presentes para amenizar o sentimento de culpa, por não terem tempo para os filhos. Nas casas, o Natal deve lembrar a Gruta de Belém, a família adorando o Aniversariante que veio ao mundo para nos salvar. É uma noite de gratidão.

O essencial na noite de Natal

Nesta noite, podemos lembrar que José e Maria tinham muito pouco materialmente para oferecer a Jesus, mas deram o que tinham de melhor, o tempo e as experiências para educar; a convivência, para que Ele pudesse descobrir Sua verdadeira identidade; os seus conhecimentos da Escritura, para formá-Lo; e a sabedoria de brincar, seja em Belém, no Egito ou em Nazaré. Com nossos filhos não e diferente. Muito mais importante do que presentes que são abertos e descartados em pouco tempo, o que fica são os laços familiares que construímos ao logo da vida, que comemoramos no Natal.

Nosso artigo, hoje, alerta-nos para que, no meio de tantas luzes, presentes e comidas, famílias podem morrer na escuridão, com fome e com sede da vida eterna, por perder a autenticidade.

Feliz Natal!
Ângela Abdo - Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. 

Se Deus existe, por que existe o sofrimento?

Se Deus existe, por que existe o sofrimento?


O sofrimento faz parte da vida do homem, contudo, este se debate diante dos problemas. E o que mais o faz sofrer é o sofrimento inútil, sem sentido.

Saber sofrer é saber viver. Os que sofrem fazem os outros sofrer também. Por outro lado, os que aprendem a sofrer podem ver um sentido tão grande no sofrimento que até o conseguem amar.

No entanto, só Jesus Cristo pode nos fazer compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele nem soube enfrentá-lo [sofrimento] e dar-lhe um sentido transcendente. Ninguém o enfrentou com tanta audácia e coragem como Cristo.

Há uma distância infinita entre o Calvário de Jesus Cristo e o nosso; ninguém sofreu tanto e tão injustamente como Ele. Por isso, Ele é o “Senhor do sofrimento”, como disse Isaías, “o Homem das Dores”.
Os materialistas e ateus não entendem o sofrimento

Só a fé cristã pode ajudar o homem a entender o padecimento e a se livrar do desespero diante dele.

Muitos filósofos sem fé fizeram muitos sofrer. Marcuse levou muitos jovens ao suicídio. Da mesma forma, Schopenhauer, recalcado e vítima trágica das decepções, levou o pessimismo e a tristeza a muitos. Zenão, pai dos estóicos, ensinava diante do sofrimento apenas uma atitude de resignação mórbida, que, na verdade, é muito mais um complexo de inferioridade. O mesmo fez Epícuro, que estimulava uma fantasia prejudicial e vazia, sem senso prático. Da mesma forma, o fazia Sêneca. E Jean Paul Sartre olhava a vida como uma agonia incoerente vivida de modo estúpido entre dois nadas: começo e fim; tragicomédia sem sentido à espera do nada definitivo.

Os materialistas e ateus não entendem o sofrimento e não sabem sofrer; pois, para eles o sofrer é uma tragédia sem sentido. Os seus livros levaram o desespero e o desânimo a muitos. ‘O “Werther”’, de Goethe, induziu dezenas de jovens ao suicídio. “’A Comédia Humana”’, de Balzac, levou muitos a trágicas condenações. Depois de ler ‘“A Nova Heloísa’”, de Rosseau, uma jovem estourou os miolos numa praça de Genebra. Vários jovens também se suicidaram, em Moscou, depois de ler ‘“Os sete que se enforcaram”’, de Leonid Andreiv.

Um dia Karl Wuysman, escritor francês, entre o revólver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. Para muitos, essa é a alternativa que resta.

Esses filósofos, sem fé, levaram muitos à intoxicação psicológica, ao desespero e à depressão, por não conseguirem entender o sofrimento à luz da fé.
Quem nos ensinará sobre o sofrimento?

Quem nos ensinará sobre o sofrimento? Somente Nosso Senhor Jesus Cristo e aqueles que viveram a Sua doutrina. Nenhum deles disse um dia: “O Senhor me enganou!” Não. Ao contrário, nos lábios e na vida de Cristo encontraram força, ânimo e alegria para enfrentar o sofrimento, a dor e a morte.

Alguns perguntam: “Se Deus existe, por que Ele permite tanta desgraça, especialmente com pessoas inocentes?”.

Será que o Todo-poderoso não pode ou não quer intervir em nossa vida ou será que não ama Seus filhos? Cada religião dá uma interpretação diferente para essa questão. A Igreja, com base na Revelação escrita e transmitida pela Sagrada Escritura, nos ensina com segurança. A resposta católica para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274): “A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem” (Enchiridion, c. 11; ver Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2).

Como entender isso?

Deus, sendo por definição o Ser Perfeitíssimo, não pode ser a causa do mal, logo, esta é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como o seu Criador. Deus não poderia ter feito uma criatura ser perfeita, infalível, senão seria outro deus.

Na verdade, o mal não existe, ensina a filosofia; ele é a carência do bem. Por exemplo, a doença é a carência do estado de saúde; a ignorância é a carência do saber, e assim por diante.
O mal pode ser também o uso errado de coisas boas

Por outro lado, o mal pode ser também o uso errado de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas na mão do assassino… Até mesmo a droga é boa, na mão do anestesista.

O Altíssimo permite que as criaturas vivam conforme a natureza de cada uma; permite, pois, as falhas respectivas. Toda criatura, então, pelo fato de ser criatura, é limitada, finita e, por isso, sujeita a erros e a falhas, os quais acabam gerando sofrimentos. Assim, o sofrimento é, de certa forma, inerente à criatura. O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre esse tema disse: ““O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem”” (Dor Salvífica, nº 2). “De uma forma ou de outra, o sofrimento parece ser, e de fato é, quase inseparável da existência terrestre do homem” (DS, nº 3).
Felipe Aquino - Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. 

Sinais de dependência afetiva nas mulheres

Sinais de dependência afetiva nas mulheres

O próprio relacionamento dá sinais de dependência afetiva nas mulheres

Um número muito grande de mulheres é, em menor ou maior grau e em determinados momentos de sua vida, depende afetivamente de seus parceiros, ou seja, são pessoas cujas vidas se orientam em função de relacionamentos afetivos, e não em função de uma vocação ou de um sentido na vida. São mulheres que não se conhecem verdadeiramente e que colocam os outros em primeiro lugar, sempre dispostas a abrir mão da própria identidade para não ficarem sozinhas.

Na base deste transtorno está uma profunda carência afetiva, uma falta de nutrição emocional que se originou em sua história de vida.

Diretamente ligada a afetos primários

Pais ausentes, negligentes ou aqueles excessivamente rígidos e incapazes de demonstrar afeto estão geralmente presentes na vida de quem sofre dependência afetiva.

As primeiras experiências afetivas de um dependente emocional, na maioria dos casos, foram frustrantes, insatisfatórias e frias. A mulher dependente não foi, em sua maioria, adequadamente querida e valorizada por pessoas significativas.

Tendo recebido pouca atenção quando criança, tenta diminuir sua carência tornando-se altruísta, dando aos outros mais do que lhe é pedido, esperando receber em troca o carinho de que necessita.

Medo de ser abandonada

A mulher dependente afetivamente não foi amada nem aprendeu a amar de forma saudável, por isso repete o mesmo comportamento com o parceiro. Com medo de ser abandonada, faz de tudo para evitar que o relacionamento acabe. Acostumada à falta de amor nas relações pessoais, está disposta a abrir mão do seu tempo, sonhos e metas para agradar ao parceiro e manter o relacionamento.

No fundo, não acredita que mereça ser feliz. É dependente do parceiro e da dor emocional que um relacionamento disfuncional lhe proporciona. Essa dor é, na verdade, a única forma de contato que tem com seus próprios sentimentos. A mulher dependente afetiva cresceu com essa dor e a confunde com amor.

Colocando-se como uma pessoa prestativa, sempre pronta a ajudar, idealiza os relacionamentos em vez de enxergar a situação real como ela é. Por esse motivo, acaba se envolvendo com pessoas cuja vida emocional é caótica, incerta e sofrida.
– Sua autonomia está prejudicada, precisa de algo ou alguém para sentir-me segura e tranquila, desde as situações mais simples como escolher a roupa que vai usar para sair até situações mais complexas como a carreira a seguir, se muda ou não de emprego.
– Sente necessidade excessiva de aprovação dos demais.
– Gosta de relações exclusivas e parasitárias.
– Seu desejo de ter um parceiro é exageradamente grande.
– Doa-se em excesso para receber afeto e usa isso para manter suas relações.
– Não consegue preencher o seu vazio interior com a relação, apenas o atenua.
– O fim da relação torna-se um verdadeiro trauma; logo, procura outro parceiro com o mesmo ímpeto.
– Os outros precisam tomar decisões importantes em seu lugar.
– Precisa concordar sempre com as pessoas para que possam gostar dela.
– Precisa de apoio e conselhos continuamente. Não consegue funcionar sem constante confirmação.
– Não consegue dizer “não”; e se alguém não se mostra alegre, já entende que não lhe tem apreço.
– Coloca o valor do que tem e do que é nas mãos dos outros.
– Tem medo de contrariar as expectativas das pessoas que admira.
– Se alguém lhe dirige um elogio, logo o esquece, mas se lhe fazem uma crítica, fica magoada por muito tempo.
– Está sempre esperando chegar alguém que vai lhe entender por completo, o parceiro ideal, a amiga perfeita.
– É como se sua vida estivesse sempre baseada em algo externo a ela, e isso resulta na falta de identidade pessoal. Quando lhe falta o apoio e o reconhecimento dos outros, sente-se perdida e deprimida.

Essa dependência pode ser de uma pessoa específica, de uma atitude de carinho, de uma palavra amiga ou mesmo de alguém que possa lhe dar a sensação de segurança que precisa para suportar os problemas, tensões e dificuldades pessoais.

Se nos identificarmos com muitos desses pontos citados acima, estamos sofrendo de dependência afetiva e precisamos buscar ajuda para sair deste movimento.

A questão é que a segurança afetiva não está nas relações que fazemos, não é algo que vem de fora, mas algo que existe ou não dentro de nós. Nossa segurança e nossa identidade são os reguladores da nossa maturidade emocional.
Não se pode esperar que os outros venham nos suprir

Todo ser humano nasce com a capacidade de cuidar de si, um potencial que precisa ser estimulado e incorporado todos os dias.

Todas nós temos nossas carências, nossos vazios, mas não podemos esperar que os outros venham suprir esses buracos em nossa vida!

Parece muito mais fácil e familiar continuar procurando por uma fonte de felicidade fora de si mesma do que praticar a disciplina que se requer para construir os próprios recursos internos, do que aprender a preencher o vazio de dentro, em vez do vazio de fora.

Exercitar o respeito e as características genuínas de cada pessoa, respeitar e valorizar sua natureza espontânea e sua criatividade. Pedir a Deus a virtude da fortaleza, tão importante para a vida da mulher! Quanto maior for nossa capacidade de viver bem sozinhas, mais preparadas estaremos para a convivência com o outro.

Tomar as rédeas da vida

Deus não nos criou para vivermos na sombra dos outros. Temos uma identidade, somos pessoas inteiras, responsáveis por nossa própria vida, por nossas escolhas, por nossos sentimentos e destinos. Tomemos, pois, as rédeas de nossas vidas nas mãos!

Somos livres para amar e não para aprisionar. O nosso amor pelos outros e o amor dos outros por nós sempre será imperfeito. Só Deus nos ama de forma perfeita e somente n’Ele nossos vazios são preenchidos.
Judith Dipp - Formada em Psicologia, Judith foi cofundadora da Comunidade de Aliança Mãe da Ternura e voluntária num Centro de Atendimento e Aconselhamento para Mulheres 

Sou fruto do acaso?

Sou fruto do acaso?

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com

Se achar um fruto do acaso é negar a maior e mais primitiva experiência do ser humano, a vida

“Foste tu que criaste minhas entranhas e me teceste no seio de minha mãe. Eu te louvo, porque me fizeste maravilhoso; são admiráveis as tuas obras; tu me conheces por inteiro” (Sl 139,13-14).

É impressionante pensar como acontece o desenvolvimento do ser humano. Uma única célula, formada por um óvulo materno e um espermatozoide paterno, contém todas as informações – por meio da carga genética – necessárias para desenvolver um pessoa completa. Daquela pequenina célula é formado todo o corpo: cabelo, olhos, ossos, cérebro, órgão genital… Naquele DNA estão contidos aptidões, traços de personalidade, limitações, características físicas específicas. Enfim, tudo o que somos estava armazenado, em potencial, no óvulo que nos gerou. Outros espermatozoides com características diferentes também poderiam ter dado origem a cada um de nós, e seríamos pessoas totalmente diferentes.
Um óvulo e um espermatozoide escolhido para gerar você

Se você tem irmãos, provavelmente percebe como é diferente deles em diversos aspectos, mesmo tendo nascido dos mesmos pais. Imagine poder ter outro cabelo, outro porte físico, outras capacidades pessoais, ter tendência a ser magro ou gordo, até mesmo ter outro sexo. Para isso, bastava que outro óvulo ou outro espermatozoide tivesse sido escolhido para gerar você. Mas não! Deus escolheu você. Ele escolheu exatamente qual célula queria para formar você. Ele poderia ter escolhido fazê-lo de outra forma, mas o quis assim, como você é. Em especial, quero dizer que Deus escolheu a sua genitalidade (os órgãos genitais e aparelho reprodutivo), o seu ser homem ou mulher.

A falta de aceitação faz desejar ser alguém diferente

O conceito de escolher é maravilhoso, e nos traz uma realidade que deveria nos fazer sentir muito amados, principalmente acolhidos pelo que realmente somos. Quantas vezes rejeitamos a nós mesmos! Tantas críticas ao nosso próprio corpo, e inveja das características de outros (principalmente se temos alguma parte do corpo “especial”, que foge do padrão de beleza comum, ou nos dias em que nosso cabelo resolve se rebelar e mostrar personalidade própria, justamente na hora de sair!). Quem nunca teve vontade de cantar, tocar instrumentos, atuar ou ser bom em algum esporte como alguém que admira? Alguns desejariam poder trocar de sexo, pois seria muito mais fácil lidar com os desejos e impulsos que sentem interiormente. A falta de aceitação pode chegar a tal ponto, que a pessoa passa até mesmo a desejar ser alguém totalmente diferente, sonhando que fosse possível entrar em uma máquina e simplesmente trocar de lugar com outra pessoa.

Deus escolheu você

No dicionário, o verbo escolher significa “selecionar, adotar, optar, preferir, eleger”. Preciso lhe dizer de novo, pois é uma coisa muito linda: Deus escolheu você! Como Criador, Ele poderia ter feito você como quisesse. Não foi ao acaso que você nasceu assim, não foi uma escolha aleatória. Cada detalhe que existe em você foi decidido, pensado e amado antes mesmo de você nascer. Na sua concepção (quando o óvulo encontra o espermatozoide) houve uma explosão de amor, a maior e mais primitiva experiência do ser humano. Aquela célula, que continha tudo que você é na versão mais real, mais verdadeira do seu eu, foi totalmente escolhida, exatamente como era no princípio. Você foi pensado, sonhado, amado por Deus como homem ou como mulher. Na história, no tempo, você passou a existir quando foi concebido. Para Deus, você sempre existiu como foi feito por Ele.

“O homem e a mulher são criados, isto é, são queridos pelo Senhor: por um lado, em perfeita igualdade como pessoas humanas; por outro, em seu ser respectivo de homem e de mulher. ‘Ser homem’, ‘ser mulher’ é uma realidade boa e querida por Deus: o homem e a mulher têm uma dignidade inamissível que lhes vem diretamente de Deus, seu Criador (239). O homem e a mulher são criados em idêntica dignidade, ‘à imagem de Deus’. Em seu ‘ser-homem’ e seu ‘ser-mulher’ refletem a sabedoria e a bondade do Criador” (CIC 369).
Roberta Castro - é Ginecologista e especialista em terapia familiar. Coordenadora do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica no Estado do Espírito Santo.


Como fazer um bom exame de consciência

Como fazer um bom exame de consciência

Para você fazer uma boa confissão é preciso examinar a sua consciência
É preciso avaliar a consciência com coragem, segundo a luz do Espírito Santo. E nada de esconder algo do sacerdote, pois ali ele representa o próprio Jesus.

1 – Amo Deus mais do que as coisas, as pessoas e os meus programas? Ou será que tenho adorado deuses falsos, como o prazer do sexo antes ou fora do casamento, o prazer da gula, o orgulho de aparecer, a vaidade de me exibir, de querer ser “o bom” etc.?

Cultivo de superstições
2 – Eu tenho, contra a lei de Deus, buscado poder, conhecimento, riquezas, soluções para meus problemas em coisas proibidas como horóscopos, mapa astral, leitura de cartas, búzios, tarôs, pirâmides, cristas, espiritismo, macumba, candomblé, magia negra, invocação dos mortos, leitura das mãos etc.? Tenho cultivado superstições? Figas, amuletos, duendes, gnomos e coisas parecidas? Ouço músicas que me influenciam e provocam alienação, violência, desejo de sexo, rebeldia e depravação?

3 – Rezo, confio em Deus, procuro a Igreja, participo da Santa Missa aos domingos? Eu me confesso? Comungo?

4 – Leio os Evangelhos, a Palavra viva de Jesus, ou será que o Senhor é um desconhecido para mim?

5 – Respeito, amo e defendo Deus, Nossa Senhora, os anjos e santos e as coisas sagradas? Ou será que sou um blasfemador que age como um inimigo de Jesus?

6 – Amo, honro, ajudo meus pais e irmãos, a minha família? Ou será que eu sou “um problema a mais” dentro da minha casa? Eu faço os meus pais chorarem? Eu sou um filho que só sabe exigir e exigir? Eu minto e sou fingido com eles? Vivo o mandamento: “Honrar pai e mãe”?

Viver a castidade

7 – Como vai o meu namoro? Faço da minha garota um objeto de prazer para mim, como um cigarro que eu fumo e jogo a “bita” fora? Ela é uma “pessoa” com a qual quero conviver ou é apenas uma “coisa” para me dar prazer?

8 – Vivo a vida sexual antes do casamento, fora do plano de Deus? Peco por pensamentos, palavras e atos com relação a assuntos como masturbação, revistas pornográficas, filmes, desfiles eróticos e roupas provocantes? Vivo o homossexualismo?

9 – Respeito meu corpo e minha saúde, que são dons de Deus? Ou será que eu destruo o meu corpo, que é o templo do Espírito Santo, com a prostituição, as drogas, as aventuras de alto risco, as brigas, violências, provocações etc.?

10 – Sou honesto ou será que tapeio os outros? Engano meus pais? Pego dinheiro escondido deles? Será que eu roubei algo de alguém, mesmo que seja algo sem muito valor? Já devolvi?
Sou uma pessoa vingativa

11 – Fiz mal para alguém? Feri alguém com palavras, pensamentos, atitudes, tapas e armas? Neguei o meu perdão a alguém? Desejei vingança? Tenho ódio de alguém?

12 – Eu falo mal dos outros? Vivo fofocando, destruindo a honra e o bom nome das pessoas? Sou caluniador e mexeriqueiro? Vivo julgando e condenando os outros? Sou compassivo, paciente e manso? Sei perdoar, como Jesus manda?

13 – Sou humilde, simples, prestativo e amigo de verdade?

14 – Vivo a caridade, sei sofrer para ajudar quem precisa de mim?
Partilho o que tenho com os irmãos ou sou egoísta?

15 – Sou desapegado das coisas materiais, do dinheiro?

Pecado da gula

16 – Sou guloso? Vivo só para comer ou como para viver?

17 – Eu bebo sem controle? Deixo que o álcool destrua minha vida e desgrace a minha família?

18 – Sou preguiçoso? Não trabalho direito? Deixo todas as minhas coisas jogadas e mal-arrumadas, estragando-se?

19 – Sinto raiva de alguém e não perdoo o mal que ele me fez? Desejo vingança contra alguém? Sou maldoso?

20 – Sou invejoso? Ciumento? Vivo desejando o mal para os outros?
Felipe Aquino - Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”.

10 de dezembro de 2015

Como escolher padrinhos de batismo para os meus filhos?

Como escolher padrinhos de batismo para os meus filhos?

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
A escolha dos padrinhos vão além do fato de ser amigo, parente ou rico

“O santo batismo é o fundamento de toda a vida cristã, o pórtico da vida no Espírito e a porta que abre o acesso aos demais sacramentos. Pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como filhos de Deus, tornamos-nos membros de Cristo, e somos incorporados à Igreja e feitos participantes da sua missão: o batismo é o sacramento da regeneração pela água na Palavra” (CIC § 1213).

Veja o quanto é importante esse sacramento! O batismo torna a pessoa filha de Deus e ela passa a fazer parte da família de Jesus, que é a Igreja. O batizado se torna um membro ativo, uma testemunha que vive a missão de anunciar Cristo aos povos. Por isso, aqueles que serão escolhidos para acompanhar os batizados precisam ter algumas características importantes. Não basta ser alguém conhecido, amigo, parente, rico ou “uma pessoa boa que faz parte da minha história”, pode até trazer as caraterísticas citadas, mas vejamos o que o Código de Direito Canônico diz:

Cân. 872 – Ao batizando, enquanto possível, seja dado um padrinho, a quem cabe acompanhar o batizando adulto na iniciação cristã e, junto com os pais, apresentar ao batismo o batizando criança. Cabe também a ele ajudar que o batizado leve uma vida de acordo com o batismo e cumpra com fidelidade as obrigações inerentes.

Cân. 873 – Admite-se apenas um padrinho ou uma madrinha, ou também um padrinho e uma madrinha.

Cân. 874 – Para que alguém seja admitido para assumir o encargo de padrinho, é necessário que:
1º seja designado pelo próprio batizando, por seus pais ou por quem lhes faz as vezes, ou, na falta deles, pelo próprio pároco ou ministro, e tenha aptidão e intenção de cumprir esse encargo;
2º tenha completado dezesseis anos de idade, a não ser que outra idade tenha sido determinada pelo bispo diocesano ou pareça ao pároco ou ministro que se deva admitir uma exceção por justa causa;
3º seja católico, confirmado (seja crismado), já tenha recebido o sacramento da Eucaristia e leve uma vida de acordo com a fé e o encargo que vai assumir;
4º não se encontre atingido por nenhuma pena canônica legitimamente irrogada ou declarada;
5º não seja pai nem mãe do batizando;
6º quem é batizado e pertence a uma comunidade eclesial não-católica só seja admitido junto com o padrinho católico, e apenas como testemunha do batismo;

O sacramento do batismo é tão importante, por isso o cuidado com aquele que vai apadrinhar o batizando. Costuma-se dizer que o padrinho ou a madrinha faz as vezes do pai ou da mãe. O que o pai e a mãe fazem ou deveriam fazer? Educar o filho na fé católica, no bons costumes, nos bons valores, deve educar para a responsabilidade e para a vida. O padrinho deve acompanhar o seu afilhado com a presença, com o bom testemunho de cristão, fazer as vezes dos pais ou auxiliar os pais em suas faltas.

Como é sério ser padrinho ou madrinha, não é verdade? Conforme o ensinamento da Igreja, a pessoa precisa viver o batismo, ou seja, ser católica, ser crismada e ter uma vida de comunhão eucarística. Uma pessoa assim está, provavelmente, inserida na vida da igreja paroquial, vai à Missa aos domingos, busca confissão periódica, é uma pessoa que busca, a todo custo, a santidade. Essa pessoa é santa? Não! Mas se percebe nela a sede de ser santa.
Padre Marcio - é sacerdote na Comunidade Canção Nova. Ordenado em 20 de dezembro de 2009, cujo lema sacerdotal é “Fazei-o vós a eles” (Mt 7,12), 

É normal os pais brigarem na frente dos filhos?

É normal os pais brigarem na frente dos filhos?

Foto: gerenme, 15037002, iStock by getty image
Conflitos conjugais são comuns, mas é normal os pais brigarem na frente dos filhos?

Os conflitos conjugais são normais, porque as pessoas possuem valores diferentes. Quando convivem juntas nem sempre enxergam uma situação da mesma forma. Outro fato, são casais que nunca se entendem e transformam as brigas familiares em verdadeiros campos de guerra.


A percepção positiva ou negativa da criança vai depender da forma como a situação é conduzida pelos pais. Uma pesquisa na Universidade de Rochester, nos Estados Unidos, conclui que é benéfico para as crianças presenciarem os debates, desde que o bom senso predomine.

Não perder o respeito pelo outro na hora do desentendimento

Numa briga cada um deve colocar os seus sentimentos e pontos de vista de uma forma tranquila, sem agressões físicas ou verbais, buscando a solução do problema. O que limita a situação é a forma respeitosa no tratamento.

Quando não conseguem consenso, mas depois fazem as pazes, ensinam aos filhos que os conflitos existem, mas que a maturidade emocional é obtida com aceitação das frustrações e busca da aceitação das diferenças individuais.

A principal percepção que deve ficar para a criança é que os pais não se odeiam, pois isso causa ansiedade e medo nelas. No entanto, naquela situação, eles estão tendo divergências, o que é comum no relacionamento humano. Nesse caso, no lugar de ser ruim, passa a ser educativo para a criança, pois o comportamento dos pais modela o dos filhos para se relacionarem com o mundo exterior.

A culpa que os filhos sentem pelas brigas

A briga na frente das crianças é maléfica, principalmente quando elas assistem, sem entender, ao que está acontecendo, e os pais não lhes explicam os motivos. Assim, elas podem pensar que são culpadas pelo desentendimento conjugal.

Outra questão são as discussões quando os ânimos estão acirrados e as palavras ditas são motivadas pela raiva e o desrespeito. Nesse caso, a criança, por não entender direito o que está acontecendo, interpreta o fato da sua forma, provocando marcas profundas, que se traduzem em sintomas físicos e emocionais, os quais impactam a vida presente e futura delas.

A criança até os cinco anos não consegue se expressar, mas percebe o que está acontecendo; a partir dos oito anos, consegue perceber e pedir para não brigarem; acima disso, dependendo da frequência e da agressividade, ela preferem que o casal se separe.

O impacto das brigas no futuro dos filhos

Independente da idade, as consequências impactam a vida escolar, a forma de se relacionar com as pessoas e também o desejo de se casarem. Pesquisas norte-americanas mostram que crianças submetidas a esse tipo de estresse, principalmente quando existem agressões físicas, tendem a ser inseguros na adolescência e apresentam depressão e ansiedade.

A criança, independente dos conflitos, precisa demostrar respeito, manter-se neutra e deixar que os pais busquem o acordo, dizer para eles os seus sentimentos de tristeza, irritação e medo diante das brigas, não jogar um contra o outro e, principalmente, dentro do possível, não deixar que o comportamento errado dos pais modele o seu de forma distorcida.

Não entrar em brigas acirradas na frente dos filhos, independente da idade destes, precisa ser uma regra geral para que pais e filhos não se culpem de algo que não é da responsabilidade deles.
Ângela Abdo - coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. 

A superação do sentimento de inferioridade

A superação do sentimento de inferioridade

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Uma pessoa refém do complexo de inferioridade terá dificuldade na vivência de seus relacionamentos

Com alguma certeza, podemos afirmar que todo ser humano já experienciou algum sentimento de inferioridade, seja em sua infância ou na fase adulta. Esses sentimentos, geralmente, são oriundos de frustrações, incompreensões, rejeições, traumas ou dificuldades de relacionamento; enfim, de origens vastas e complexas, presentes nos enredos de nossa história.

As primeiras pesquisas que, de fato, desenvolveram uma expressão mais científica acerca do que seja o sentimento (e o complexo) de inferioridade foram realizadas pelo psicólogo austríaco Alfred Adler. Em sua concepção, existem duas espécies de sentimentos de inferioridade: os primários e os secundários.

Sentimento de inferioridade primário

O sentimento de inferioridade primário é aquele que está enraizado em uma experiência de fraqueza, desamparo ou dependência vivenciada por uma criança, intensificada por comparações com outros irmãos, amigos, vizinhos, adultos etc. Trata-se do sentimento de inferioridade iniciado por feridas e experiências provenientes da infância, sendo que este é um estágio de profunda sensibilidade afetiva e emocional.

Sentimento de inferioridade secundário

Já o sentimento de inferioridade secundário relaciona-se com as experiências vividas na fase adulta. Um adulto que, por exemplo, não conseguiu atingir objetivos estabelecidos em sua vida, ainda que fossem inconscientes; que não foi escolhido em uma promoção profissional, não conseguiu um bom desempenho diante dos demais ou ainda foi “trocado” por outra pessoa em um relacionamento, é o concreto estereótipo desse tipo de sentimento.

Sentir-se inferior e desajustado em algumas ocasiões é natural. Contudo, essa situação se torna um problema quando as feridas de inferioridade começam a interferir diretamente na vida e nas escolhas da pessoa em questão, gerando sistemas de compensação e algumas neuroses inconscientes.

Desistir por medo de tentar

Uma pessoa refém do complexo de inferioridade terá dificuldade na vivência de seus relacionamentos, não conseguindo, muitas vezes, neles se aprofundar em virtude de sentir-se incapaz e sem atrativos. Tal pessoa acabará se tornando o exemplo típico daqueles que desistem por medo de tentar, pois se verá incapaz de arriscar e vencer suas fraquezas, não encontrando, assim, forças para bem viver suas interações.

Tendência em procurar defeitos nos outros

O pior é que muitas dessas pessoas são seres humanos fantásticos e repletos de dons, os quais, por sua vez, acabam perenemente soterrados debaixo do sentimento de inferioridade. Uma pessoa que se sente inferior terá a tendência de sempre procurar defeitos nos outros, já que isso se manifestará como um psicológico mecanismo encontrado por seu coração para justificar sua inferioridade, assim se sentindo melhor (“menos inferior”) diante dos demais.

Tal coração encontrará dificuldade de se sentir amado, pois, constantemente, se perceberá indigno do amor de qualquer pessoa, além de acreditar que todos ao seu redor o estão desaprovando em tudo por causa de seus limites e fraquezas .
Trecho retirado do Livro "Curar-se para ser feliz

Como alcançar indulgências plenárias no Ano da Misericórdia

Como alcançar indulgências plenárias no Ano da Misericórdia

Saiba como alcançar indulgências plenárias no Ano da Misericórdia

Conforme o ensinamento da Igreja Católica, “Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida pelos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Constituição Apostólica Indulgentiarum Doctrina, 1967, Papa Paulo VI, Sobre a doutrina das indulgências, n.1).

Embora, no Sacramento da Penitência, a culpa do pecado seja perdoada, tirada e com ele o castigo eterno por motivo dos pecados mortais, ainda permanece a pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou depois da morte, isto é, no Purgatório. Uma indulgência oferece ao pecador penitente meios para cumprir essa dívida durante sua vida na terra ou oferecer pelas almas do Purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (CIC, 1498).

A misericórdia é mais forte que os pecados

“No sacramento da reconciliação, Deus perdoa os pecados, que são verdadeiramente apagados; mas o cunho negativo que os pecados deixaram nos nossos comportamentos e pensamentos permanece. A misericórdia de Deus, porém, é mais forte também do que isso. Ela torna-se indulgência do Pai que, por meio da Esposa de Cristo, alcança o pecador perdoado e o liberta de qualquer resíduo das consequências do pecado, habilitando-o a agir com caridade, a crescer no amor em vez de recair no pecado” (Misericordiae Vultus, Papa Francisco).

O Papa Paulo VI, na Constituição Apostólica Doutrina das Indulgências (DI), ensina toda a verdade sobre essa matéria. Começa dizendo: “A doutrina e o uso das indulgências vigentes na Igreja Católica, há vários séculos, encontram sólido apoio na Revelação divina, a qual, vindo dos Apóstolos ‘se desenvolve na Igreja sob a assistência do Espírito Santo”, enquanto “a Igreja no decorrer dos séculos, tende para a plenitude da verdade divina, até que se cumpram nela as palavras de Deus (Dei Verbum, 8)’” (DI, 1). Assim, fica claro que as indulgências têm base sólida na doutrina católica (Revelação e Tradição) e, como disse Paulo VI, “desenvolve-se na Igreja sob a inspiração do Espírito Santo”.

Como obter indulgências no Jubileu da Misericórdia?

“Para lucrar a indulgência plenária, além da repulsa de todo afeto a qualquer pecado, até venial, requerem-se a execução da obra enriquecida da indulgência e o cumprimento das três condições seguintes: confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice” (Normas,7-10).

Sendo o Ano Santo um período em que se enfatiza o perdão, a libertação e a misericórdia, a Igreja propõe, de modo especial, nessas ocasiões, as indulgências.

O Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia, um Ano Santo Extraordinário, instituído por ele e que terá como centro a misericórdia de Deus. O Jubileu da Misericórdia é extraordinário, e seu início foi no dia oito de dezembro, dia da Imaculada Conceição. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016: “Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da misericórdia”.

O que significa viver a indulgência no Ano Santo

“Viver a indulgência no Ano Santo significa aproximar-se da misericórdia do Pai, com a certeza de que o seu perdão cobre toda a vida do crente. A indulgência é experimentar a santidade da Igreja, que participa em todos os benefícios da redenção de Cristo, para que o perdão se estenda até às últimas consequências aonde chega o amor de Deus. Vivamos intensamente o Jubileu, pedindo ao Pai o perdão dos pecados e a indulgência misericordiosa em toda a sua extensão”.

Será, portanto, um Ano Santo extraordinário para viver, na existência de cada dia, a misericórdia que o Pai, desde sempre, estende sobre nós. Neste Jubileu, deixemo-nos surpreender por Deus. Ele nunca se cansa de escancarar a porta do Seu coração, para repetir que nos ama e deseja partilhar conosco a Sua vida. A Igreja sente, fortemente, a urgência de anunciar a misericórdia de Deus. A sua vida é autêntica e credível, quando faz da misericórdia seu convicto anúncio.
O que um católico deve fazer para receber indulgências?

Segue o que o Papa Francisco diz:

“Para viver e obter a indulgência, os fiéis são chamados a realizar uma breve peregrinação rumo à Porta da Santa, aberta em cada catedral ou nas igrejas estabelecidas pelo bispo diocesano, e nas quatro Basílicas Papais, em Roma, como sinal do profundo desejo de verdadeira conversão. Estabeleço igualmente que se possa obter a indulgência nos santuários onde se abrir a Porta da Misericórdia e nas igrejas que, tradicionalmente, são identificadas como jubilares. É importante que esse momento esteja unido, em primeiro lugar, ao sacramento da reconciliação e à celebração da Santa Eucaristia, com uma reflexão sobre a misericórdia. Será necessário acompanhar essas celebrações com a profissão de fé e com a oração por mim e pelas intenções que trago no coração para o bem da Igreja e do mundo inteiro”.

E as pessoas enfermas?

“Penso também em quantos, por diversos motivos, estiverem impossibilitados de ir até a Porta Santa, sobretudo os doentes e as pessoas idosas e sós, as quais, muitas vezes, se encontram em condições de não poder sair de casa. Para eles será de grande ajuda viver a enfermidade e o sofrimento como experiência de proximidade ao Senhor, que, no mistério da Sua Paixão, Morte e Ressurreição, indica a via mestra para dar sentido à dor e à solidão. Viver com fé e esperança jubilosa esse momento de provação, recebendo a comunhão ou participando da Santa Missa e da oração comunitária, inclusive nos vários meios de comunicação, será para eles o modo de obter a indulgência jubilar”.

E os encarcerados?

“O meu pensamento se dirige também aos encarcerados, que experimentam a limitação da sua liberdade. O jubileu constituiu sempre a oportunidade de uma grande anistia, destinada a envolver muitas pessoas que, mesmo merecedoras de punição, todavia tomaram consciência da injustiça perpetrada e desejam sinceramente inserir-se de novo na sociedade, oferecendo o seu contributo honesto. A todos eles chegue concretamente a misericórdia do Pai que quer estar próximo de quem mais necessita do seu perdão. Nas capelas dos cárceres, poderão obter a indulgência, e todas as vezes que passarem pela porta da sua cela, dirigindo o pensamento e a oração ao Pai, que esse gesto signifique para eles a passagem pela Porta Santa, porque a misericórdia de Deus, capaz de mudar os corações, consegue também transformar as grades em experiência de liberdade”.
Padre Mário Marcelo Coelho - Mestre em zootecnia pela Universidade Federal de Lavras (MG), padre Mário é também licenciado em Filosofia pela Fundação Educacional de Brusque (SC) e bacharel em Teologia pela PUC-RJ. Mestre em Teologia Prática pelo Centro Universitário Assunção ( SP)

3 de dezembro de 2015

A quem iremos Senhor

A quem iremos Senhor

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com 
Diante das adversidades do tempo presente questionamos a quem iremos

Palavra do Senhor! Palavra da Salvação! Palavra de Vida Eterna! São expressões que ressoam continuamente em nossos ouvidos! No entanto, estamos mais acostumados com palavras que nos chegam através dos muitos meios de comunicação de nosso tempo.

Ficamos até acostumados com as notícias da última alta do dólar, as chacinas do dia a dia, a crise política e econômica, as muitas “operações” efetuadas pelos órgãos de segurança. Nada nos assusta nem causa reação ou escândalo, quase vacinados diante das imagens e sons que entram em nossas casas e corações. As pessoas são capazes de permanecer impávidas diante de noticiários sanguinários e sanguinolentos, às vezes continuando suas refeições ou tratando de amenidades.

Entretanto, quando a Igreja fala da verdade o Evangelho, ou prega as consequências morais e éticas do seguimento de Jesus, alguns consideram intervenção indevida, agressão à laicidade do Estado, que sabemos não ter necessidade de ser ateu para ser laico! Num mundo paganizado, falar dos Sacramentos, ou da prática de Missa dominical, ou ter convicções claras e correspondentes à Verdade revelada, tudo pode parecer anacrônico e fantasioso. Falar de família monogâmica, formada a partir da união de homem e mulher, fiel e fecunda, como a Igreja insistirá fortemente neste período que antecede o Sínodo dos Bispos, soa retrocesso, diante do que se pensa “progresso”, outro nome da destruição da família e da desagregação de laços consistentes, que sabemos ser essenciais para a garantia da dignidade humana pessoal e a sustentação da vida, como foi pensada por Deus, tudo isso receberá ataques de toda ordem.

Não é de hoje! Quando o Povo de Deus, tendo atravessado o Rio Jordão e vencido as primeiras etapas de ocupação da Terra Prometida, foi convocado a uma grande Assembleia, no lugar chamado Siquém, Josué (Cf. Js 1, 1-9), cuja liderança se consolidava, falou a todas as tribos de Israel com palavras provocantes: “Se vos desagrada servir ao Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se aos deuses a quem vossos pais serviram no outro lado do rio ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra habitais. Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor” (Js 24, 15). Mesmo escolhido por Deus para uma grande missão, aquele povo sempre esteve sujeito à tentação e à queda, pelas suas próprias limitações e pelo contato com o paganismo. Com frequência, através de seus enviados, o Senhor lhe pedia a renovação dos compromissos. A resposta à palavra de Josué corresponde a um verdadeiro refrão, que ocorre em variações em outros textos da Escritura Sagrada: “Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses alheios.
Pois o Senhor, nosso Deus, foi quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão. Foi ele quem realizou esses grandes sinais diante de nossos olhos e nos guardou por todos os caminhos por onde peregrinamos, e no meio de todos os povos pelos quais passamos… Portanto, nós também serviremos ao Senhor, porque ele é nosso Deus” (Js 24, 16-18).

Quando veio Jesus, sua pregação e seus milagres arrebanharam multidões, como mostram os textos evangélicos. No entanto, muitos ficaram escandalizados com suas palavras e seus gestos. Sua presença se tornou verdadeira provocação a pessoas acomodadas, que se tinham ajeitado numa prática religiosa superficial, o que lhe granjeou significativo grupo de inimigos, inclusive no meio das autoridades civis e religiosas do tempo. Aquele que é a Verdade (Cf. Jo 14,4-5; Jo 18, 33-38) foi rejeitado por muitas pessoas, mesmo sendo estas tocadas por seu amor (Mc 10, 17-23). Tendo chamado discípulos do meio da multidão, esta marcada por expectativas messiânicas alguns vezes confusas, ou limitada formação religiosa, o Senhor Jesus sabia que seria necessária uma grande paciência para formá-los, trabalhando para a maturidade apostólica, que só viria com a Paixão, Morte, Ressurreição e Ascensão de Jesus e a vinda do Espírito Santo no Pentecostes.

Uma das crises dos discípulos ocorreu após a Multiplicação dos Pães e o Discurso a respeito do Pão da Vida, quando Jesus pronuncia palavras cuja consequência desfrutamos e a Igreja o fará até a volta do Senhor: “Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo” (Jo 6, 50-51). Trata-se do anúncio da Eucaristia! Justamente os discípulos entraram em pânico, junto com outras pessoas: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” (Jo 6, 60). Como fez Moisés com o Povo de Deus no Sinai, ou Josué em Siquém, é hora da decisão: “Jesus disse aos Doze: ‘Vós também quereis ir embora?’ Simão Pedro respondeu: ‘A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus'” (Jo 6, 67-69).

Diante das provocações do tempo em que vivemos, é possível alinhavar algumas atitudes ao mesmo tempo respeitosas e corajosas. Não nos escandalizemos com a diversidade existente em nosso mundo. Antes, na pessoa que é diferente ou pensa de modo diverso de nós, identificar os canais de diálogo fecundo, cooperando, o que quer dizer trabalhando juntos, pelo bem comum. Não deixar de manifestar nossas próprias convicções, ainda que soem diferentes, como nos ambientes de trabalho, tantas vezes eivados de conceitos espúrios ou meias verdades tiradas da última mensagem recebida em redes sociais, consideradas a última palavra. Respeitar o diferente, mas dizer com simplicidade e força que a própria consciência mostra outra visão da vida e do mundo. Ora, para tanto, buscar a necessária formação, nas várias possibilidades oferecidas pelas Paróquias ou Pastorais e Movimentos Eclesiais. E é na vida em Comunidade, especialmente na Paróquia, que se fortalecem as convicções.

A todos os irmãos e irmãs chegue o convite a dizer com São Pedro, que, com suas fragilidades parecidas com as nossas, não foi propriamente um herói da primeira hora, pronunciou palavras tão fortes, que repetiremos no coração todas as vezes em que ressoar, em nossas missas “Palavra do Senhor” ou “Palavra da Salvação”: “Só tu tens palavras de Vida Eterna!”
Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.

Qual o sentido das festas de fim de ano?

Qual o sentido das festas de fim de ano?

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Entenda o sentido das festas de fim de ano

No fim de ano, as festas se multiplicam. São confraternizações com colegas de trabalho, estudos, grupos de casais e de jovens, formaturas e por aí vai! Sem contar os momentos em família como a ceia de Natal e o Réveillon. Nesses momentos tão gostosos, damos boas risadas, trocamos presentes e recordamos momentos de superação. Porém, para algumas pessoas, o fim de ano pode gerar tristeza.

Com o objetivo de resgatar o verdadeiro sentido da festa, apresento aqui reflexões em meu livro “Papa Francisco às Famílias – os segredos para a conquista de um lar feliz”, publicado pela Editora Canção Nova. Para nos ajudar na afinação dos instrumentos que dão ritmo à família, o Santo Padre oferece um pequeno percurso de reflexão sobre a dimensão da festa.

Festa é uma invenção de Deus

“A festa é uma invenção de Deus”, afirma o Papa. Após concluir a obra da criação, no sétimo dia Deus descansou. Com essa ação divina, aprendemos “a importância de dedicar um tempo para contemplar e desfrutar daquilo que no trabalho foi bem feito”.

Festa em meio à dor

Quantas vezes nossas mães, sentindo dores, prepararam um belo almoço para nós, não é mesmo? Ou quantos pais foram ao supermercado com o “dinheiro suado” comprar algo especial para o almoço de domingo? São sacrifícios de pais e mães que vivem e celebram a festa em meio às dificuldades. Francisco recorda que uma festa pode acontecer “em circunstâncias difíceis ou dolorosas, e se celebra talvez com ‘nó na garganta’”.

A força que encontramos nesses casos, nós a encontramos em Deus. Pais e mães são especialistas nesse assunto. “Quantas vezes, por amor aos filhos, são capazes de sugar o sofrimento para deixar que eles vivam bem a festa, saboreiem o sentido bom da vida! Há tanto amor nisso!”, recorda o Santo Padre.

Festa no ambiente de trabalho

Francisco destaca como é saudável a festa no ambiente de trabalho, sem omitir os deveres. É muito importante celebrar “um aniversário, um matrimônio, um novo nascimento, bem como uma despedida ou uma chegada… é importante”. Esses momentos de familiaridade fazem bem à engrenagem da máquina produtiva.

O verdadeiro tempo de festa

A verdadeira festa suspende o trabalho profissional, porque é sagrada. Essa parada nos recorda que fomos feitos à imagem e semelhança de Deus, portanto, não escravos do trabalho. Assim como o Senhor, nunca devemos ser escravos do trabalho, mas “senhores”. Inclusive, há um mandamento que diz respeito a todos, ninguém é excluído: “Guardar domingos e festas”.

O tempo é sagrado, porque habitado por Deus; de maneira especial, a Missa aos domingos, que é marcada pela graça de Jesus, por Sua presença, por Seu amor e sacrifício, o Seu fazer-se comunidade e estar conosco. “Trabalho, família, alegrias e cansaços de cada dia, também o sofrimento e a morte; tudo é transfigurado pela graça de Cristo”, que confere a cada realidade sentido pleno.

Se comparássemos o ritmo familiar com uma orquestra, perceberíamos que a harmonia do lar é tão importante com a afinação dos instrumentos. Assim como nos espetáculos em que músicos executam lindas obras, as famílias devem estar atentas para seguir a partitura divina.
Rodrigo Luiz dos Santos - Missionário na Canção Nova, estou Filosofia 

2 de dezembro de 2015

O que é a Crisma?

O que é a Crisma?

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Crismar significa fazer um acordo com Deus

O Catecismo da Igreja Católica ensina que a Confirmação – Crisma, pertence, juntamente com o batismo e a Eucaristia, aos três sacramentos da iniciação cristã da Igreja Católica. Nesse sacramento, tal como ocorreu no Pentecostes, o Paráclito desceu sobre a comunidade dos discípulos, então reunida. Assim como neles, o Espírito Santo também desce em cada batizado que pede à Igreja esse dom [Espírito Santo]. Dessa forma, o sacramento encoraja o fiel e o fortalece para uma vida de testemunho de amor a Cristo.

A Confirmação é o sacramento que completa o batismo e pelo qual recebemos o dom do Espírito Santo. Quem se decide livremente por uma vida como filho de Deus e pede o Paráclito, sob o sinal da imposição das mãos e da unção do óleo do Crisma, obtém a força para testemunhar o amor e o poder do Senhor com palavras e atos. Essa pessoa agora é membro legítimo e responsável da Igreja Católica.

O significado da palavra Crisma

Chama-se Crisma (nas Igrejas Orientais: Crismação com o Santo Myron) por causa do rito essencial que é a unção. Chama-se Confirmação, porque confirma e reforça a graça batismal. O óleo do Crisma é composto de óleo de oliveira (azeite) perfumado com resina balsâmica. Na manhã da Quinta-feira Santa, o bispo o consagra para ser utilizado no batismo, na confirmação, na ordenação dos sacerdotes e dos bispos e na consagração dos altares e dos sinos. O óleo representa a alegria, a força e a saúde. Quem é ungido com o Crisma deve difundir o bom perfume de Cristo (cf. II Cor 2,15).

O efeito da Confirmação é a efusão especial do Espírito Santo, como no Pentecostes. Tal efusão imprime na alma um carácter indelével e traz consigo um crescimento da graça batismal: enraíza mais profundamente na filiação divina, une mais firmemente a Cristo e a Sua Igreja, revigora na alma os dons do Espírito Santo e dá uma força especial para testemunhar a fé cristã.

Acordo com Deus

O YOUCAT – Catecismo Jovem da Igreja Católica – afirma que ser Confirmado-Crismado significa fazer um acordo com Deus. O confirmado diz: “Sim, eu creio em Ti, meu Deus! Dá-me o Teu Espírito para que eu te pertença totalmente, nunca me separe de Ti e te testemunhe com o corpo e com a alma, durante toda a minha vida, em obras e palavras, em bons e maus dias!”. E Deus diz: “Sim, Eu também creio em ti, Meu filho, e te darei o Meu Espírito e até a mim mesmo, pertencer-te-ei totalmente, nunca me separarei de ti, nesta e na vida eterna, estarei no teu corpo e na tua alma, nas tuas obras e nas tuas palavras mesmo que me esqueças, estarei sempre aqui, em bons e maus dias”.

Quem pode receber o sacramento do Crisma?

Pode e deve receber esse sacramento qualquer cristão católico que tenha recebido o sacramento do batismo e esteja em estado de graça, isto é, não ter cometido nenhum pecado mortal (pecado grave). Mediante um pecado grave, separamo-nos de Deus e só podemos nos reconciliar com Ele por meio do sacramento da Penitência-Confissão.

O sacramento da Confirmação normalmente é presidido pelo bispo. Por razões pastorais, ele [bispo] pode incumbir determinado sacerdote de celebrá-lo. No rito litúrgico da Santa Missa do Crisma, o bispo dá ao crismando um suave sopro para que se lembre de que está se tornando um soldado de Cristo, a fim de perseverar com bravura na fidelidade ao Senhor.

Portanto, esse belíssimo sacramento da Confirmação completa o batismo. Por meio dele, o fiel recebe o dom do Espírito Santo, faz um acordo com Deus e, cheio dos dons do Espírito, é chamado a testemunhar o amor ao Senhor. Se preciso for, a dar a vida, uma vez que recebeu uma força especial para seguir Cristo até o fim de sua vida.
Felipe Aquino - Canção Nova

A incredulidade paralisa os milagres


Não podemos deixar que a incredulidade do nosso coração paralise a ação de Deus…

“E não conseguiu fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles.” (Mc 6,5)

É importante notar nesta passagem que a incredulidade do coração daquele povo paralisou a ação de milagres de Jesus. Jesus vinha passando por algumas cidades curando e libertando o povo. Em algumas regiões as pessoas se aglomeravam para vê-Lô, para toca-Lô, pois queriam receber dos Seus Milagres.
Muitos não sabiam realmente que Jesus era o Filho de Deus, mas tinham ouvido falar Dele, que Ele realizava verdadeiros milagres; e porque traziam consigo tantas situações dolorosas, eles queriam receber deste Jesus a ajuda necessária.

Mas Jesus decide ir a Nazaré, sua própria terra. E como nas outras cidades Ele ensinou na sinagoga, e muitos ao ouvi-Lo, se admiravam com tamanha sabedoria; mas uma questionamento sempre sondava aquele povo: “Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Joset, Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui conosco? E mostravam – se chocados com ele.” (Mc 6,3)
Bastou que a dúvida fosse levantada, bastou que a interrogação sobre a pessoa fosse posta a prova, e ali Jesus não realizou milagres…

A Palavra ainda é clara em destacar: “Ele se admirava da incredulidade deles.” (Mc 6,6)

Com isso aprendemos que é necessário um “solo” adequado para que o Milagre também aconteça. Não basta somente a necessidade de um Milagre, e não basta somente a presença de Jesus;é necessário que entre um e outro aja um coração que creia! É necessário que haja um coração que tenha fé, ainda que mínima, como um grão de mostarda, mas é necessário fé.

Não é que Jesus se mostrou impotente, claro que não! Jesus continuava a ser Deus e poderia realizar ali muitos milagres, curar e libertar todo aquele povo; mas Jesus preferiu ensinar a mim e a você que é necessário que tenhamos um coração que creia e que esteja ao menos aberto para que Ele aja.
Perdemos muitas vezes de receber os Milagres de Deus em nossas vidas porque fazemos exatamente como aquele povo fez, duvidando e questionando a ação de Deus que pode acontecer por meio de quem Ele quiser.
Escolhemos a missa que queremos participar, pois “a missa com aquele padre é do poder“…E a do meu pároco, nem tanto…
Escolhemos o grupo de Oração que vamos, pois o de perto de casa “nem tem palavras de ciência“…
Escolhemos onde queremos receber os milagres de Deus, quando na verdade só deveríamos crer que é Deus quem realiza o que Ele quer, onde Ele quer, e como Ele quer!!

Quantas pessoas foram a vida inteira em grupos de Oração, em missas, em encontros de finais de semana, mas não se encontraram realmente com Deus; mas bastou ler um livro, ouvir uma música e tiveram suas vidas transformadas, porque naquele momento o coração delas deseja uma mudança mais que tudo!
Com isso não estou dizendo que você não deva ir onde te faz bem, muito pelo contrário, há lugares que me fazem aproveitar melhor o meu momento de oração que outros; mas o que eu quero dizer que o elemento principal do Milagre esta no coração, na fé!
É necessário desterrar a incredulidade…

A incredulidade é a forma de fecharmos o nosso coração para a ação de Deus! Quando deixamos que a incredulidade tome conta de nosso coração, é como se fossemos revestidos por uma capa, na qual Deus pode até mandar chuvas de graças sobre nós, mas não seremos atingidos. A incredulidade nasce em nosso coração na medida em que vamos duvidando e questionando o modo de Deus agir em nós e ao nosso redor. Vamos levantando suspeitas de Deus quando Ele não age a nosso favor da maneira que queremos, e ai questionamos: “Será que Deus esta realmente me ouvindo? Será que Deus esta preocupado com os meus problemas? Não vejo solução para os problemas que hoje carrego, nem Deus pode solucionar isso…”
Vamos duvidando do poder de Deus, da ação de Deus, e nos tornamos incrédulos…

A forma mais eficaz de desterrar a incredulidade é mantermos uma vida em Deus por meio da Oração! É um caminho lógico!
A Fé é Dom de Deus, e por ser dom é necessário pedir à Deus este Dom. E como se pede algo à Deus? Por meio da Oração…
E o que é a Oração se não um dialogo onde você e Deus se relacionam?! E será na constância da busca deste dialogo, na constância da Oração que você perceberá que a Fé irá crescendo em seu coração; não conheço outro caminho…

Por isso podemos começar agora a rezarmos pedindo que Deus nos tire toda a incredulidade de nosso coração e nos dê um coração que creia, que nos dê o Dom da Fé.
Oremos:

“Senhor Jesus, hoje eu percebi que o que pode estar barrando os Teus Milagres sobre a minha vida é o meu coração endurecido. Endurecido porque tantas vezes duvidei, tantas vezes eu questionei e achei que o Senhor não mais me ouvia.
Mas hoje Senhor Jesus eu quero renovar a minha profissão de Fé e te pedir que o Senhor me conceda o Dom da Fé. Pois apesar de por vezes eu não sentir, eu creio que o Senhor me olha, eu creio que o Senhor tem cuidado de mim, da minha família…Sim Jesus eu creio que nada é impossível para Ti, por isso dê ao meu coração a capacidade de acreditar, a capacidade de crer…Aumenta a minha Fé Jesus.
Que caia por terra agora toda e qualquer forma de incredulidade que possa ter me atingido, atingido a minha familia, e por conseqüência disso nos afastado da Oração. Que o Senhor renove em mim o dom da Oração, para que por meio dela o meu coração se encha de Fé e Esperança.
Senhor Jesus, eu creio, mas aumenta a minha Fé! E faz do meu coração um “solo” propicio para os Teus Milagres…Amém!”

Deus abençoe voce!
Danilo Geraldo - Canção Nova


O pai também corrige seus filhos.

O pai também corrigeO pai também corrige seus filhos. E ainda bem, pois a correção serve justamente para proteger e não para castigar, ainda que para o filho nem tudo esteja claro.
Que preferis? Que eu vá até vós com vara, ou com espírito de mansidão?”
Muitas vezes é necessário que o pai mostre sua autoridade a fim de que os filhos o respeitem e o obedeçam. E não é por causa de seu ego paterno, mas por causa do bem dos filhos, que vão permanecer no caminho da retidão. Em outras palavras Paulo afirma que gente pra dar conselhos tem aos montes e cada um dá seu conselho conforme acha conveniente, mas gente pra assumir vocês não é encontrada com facilidade, e Paulo é essa pessoa que age como pai e que tem por eles um amor de pai, uma ternura de pai e uma autoridade de pai que também corrige. E se preciso com varas! Só quem ama verdadeiramente faz isso, se preocupa assim. Quem não ama, não assume a responsabilidade, não se dá por inteiro, não fica junto na hora do sofrimento e da perseguição.
O problema de muitas pastorais e grupos na igreja é a falta de pais e a sobra de estrelas. Muita gente querendo brilhar, aparecer, fazer sucesso com sua meia dúzia de fãs e pouca gente assumindo de fato o papel duro, difícil de ser um pai, uma mãe, que dê a vida por seus irmãos de comunidade, de grupo, de pastoral.
Assim, O Pai também nos corrige sempre que necessário. E quem dirá que ele não nos ama? Ora, ele entregou seu próprio Filho para nossa salvação… então não se admire se ele usar a vara para nos corrigir e nos colocar de volta no caminho certo.
Leia o trecho em I Cor 4, 14-21
Título: Pai e modelo a ser imitado
Ordens
I Cor 4, 16
Portanto, eu vos peço, sede meus imitadores.”
Qual a mensagem de Deus para mim hoje?
Eu preciso de um Pai que me corrija para que eu não me desvie para o mal.
Como posso pôr isso em prática?
A docilidade a Deus favorece a abertura de coração e a ação livre de Deus sem a necessidade da vara…
Fonte: Canção Nova