Como viver com os filhos a autenticidade do Natal?
Foto: iStock_000053455168_Full.jpg
Essa pergunta entrou na minha casa pela boca de um padre santo, que nos ajudou a descobrir o verdadeiro sentido do Natal. Na ânsia de demostrar amor e proporcionar alegria para nossos filhos, passávamos horas procurando os melhores presentes e preparando a ceia da família para depois da Missa. Não que isso seja errado, mas o que não percebíamos era que o Aniversariante e Sua mensagem ficavam esquecidos ou restritos à Missa do Galo.
A palavra ‘Natal’ significa nascimento; porém, não existe registro que Jesus tenha nascido exatamente no dia 25 de dezembro, ou que os discípulos comemoravam o nascimento do seu Mestre. Como não se sabia ao certo a data, a Igreja Ocidental, no século V, definiu que seria celebrada no dia da festividade romana em honra ao nascimento do Sol, e a data se enraizou no mundo Ocidental.
Apesar de não se afirmar a data correta, o nascimento e a missão de Jesus foi tão impactante, que dividiu a história em antes e depois d’Ele. Para buscarmos a autenticidade do Natal, o primeiro passo é entendermos o que ele significa.
O real motivo de celebrar o Natal
Nossa reflexão começa com uma afirmação: Ele é o nosso verdadeiro Sol que ilumina nossa vida. Para os cristãos, o nascimento de Jesus faz parte do plano de salvação de Deus para a humanidade. Esse é o motivo pelo qual celebramos o Natal; portanto, faz parte do papel dos pais, verdadeiramente cristãos, recordar e vivenciar o nascimento do Salvador no coração das famílias, mostrando quem é o verdadeiro aniversariante.
Outra reflexão: se a data surgiu de uma comemoração pagã e ainda hoje muitos pagãos celebram o Natal, qual a diferença de comportamento dos cristãos? Provavelmente, a ideia das lembranças surgiu com a leitura dos reis magos levando presentes. Como o mundo egoísta nos leva a olhar para o “eu”, natural que quem recebe presentes sejamos nós e os nossos. Nas escrituras, os magos levaram presentes para quem? Para Jesus.
Atualizar o Natal durante todo o ano
As respostas para as perguntas acima podem mudar a nossa forma de comemorar o Natal. Comemoramos como pagãos quando os nossos comportamentos são mundanos. Como cristãos, o nosso comportamento é voltado para o outro, de acordo com os ensinamentos de Jesus para os pobres e humildes. Como os reis magos levam presentes para Jesus, os pais ensinam os filhos a saírem de si para ajudar os que precisam. Isso atualiza no Natal a autenticidade da mensagem que deverá ser cumprida o ano todo.
Os símbolos de Natal, como o Papai Noel; os enfeites e a ceia, entre outros, desvirtuam o verdadeiro sentido, que é a manifestação da misericórdia de Deus. Precisamos ensinar nossos filhos a adorá-Lo verdadeiramente.
Para quem o Natal é a festa mais importante do ano
Muitos afirmam que a festa de Natal é a mais bonita e importante do ano. Para quem? Para os shoppings, que comercializam o espírito de Natal e enfatizam a figura do Papai Noel, mas não a de Jesus. Incentivam os pais a comprarem presentes para amenizar o sentimento de culpa, por não terem tempo para os filhos. Nas casas, o Natal deve lembrar a Gruta de Belém, a família adorando o Aniversariante que veio ao mundo para nos salvar. É uma noite de gratidão.
O essencial na noite de Natal
Nesta noite, podemos lembrar que José e Maria tinham muito pouco materialmente para oferecer a Jesus, mas deram o que tinham de melhor, o tempo e as experiências para educar; a convivência, para que Ele pudesse descobrir Sua verdadeira identidade; os seus conhecimentos da Escritura, para formá-Lo; e a sabedoria de brincar, seja em Belém, no Egito ou em Nazaré. Com nossos filhos não e diferente. Muito mais importante do que presentes que são abertos e descartados em pouco tempo, o que fica são os laços familiares que construímos ao logo da vida, que comemoramos no Natal.
Nosso artigo, hoje, alerta-nos para que, no meio de tantas luzes, presentes e comidas, famílias podem morrer na escuridão, com fome e com sede da vida eterna, por perder a autenticidade.
Feliz Natal!
Ângela Abdo - Ângela Abdo é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional.