A Palavra de Deus

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11 de abril de 2014

O DEMÔNIO EXISTE


Ele existe, não há dúvida sobre isso. A Igreja diz que sim, e esta realidade é atestada pela Bíblia, pela Tradição dos Apóstolos e pelo Magistério Sagrado da Igreja. Os santos confirmam a existência dele também. Não há um só santo que não tenha acreditado no demônio. Seria preciso destruir a Igreja e o Cristianismo, desde as suas raízes, para negar a existência do inimigo.

No entanto, inacreditavelmente, ainda encontramos pessoas – até mesmo sacerdotes e teólogos –, que, em oposição ao que a Igreja ensina, têm a coragem e a desonestidade de ensinar que satanás não existe. É uma grande e terrível heresia! Por isso mesmo, em 15 de novembro de 1972, em uma audiência, Papa Paulo VI fez a famosa alocução: "Livrai-nos do mal", na qual falou da existência do demônio e de sua ação perversa.

O saudoso Sumo Pontífice começou perguntando: “Atualmente, quais são as maiores necessidades da Igreja?”. Ele mesmo respondeu: “Não deveis considerar a nossa resposta simplista ou até supersticiosa e irreal, mas uma das maiores necessidades é a defesa daquele mal, a que chamamos demônio”. Paulo VI mostra que a realidade do pecado é uma ação perversa desse mal: “O efeito de uma intervenção, em nós e no nosso mundo, de um agente obscuro e inimigo é o demônio. O mal já não é apenas uma deficiência, mas uma eficiência, um ser vivo, espiritual, pervertido e perversor. Trata-se de uma realidade terrível, misteriosa e medonha”. O então Papa deixou claro que estão em desacordo com o ensinamento da Igreja todos aqueles que negam a existência do diabo.

“Sai do âmbito dos ensinamentos bíblicos e eclesiásticos quem se recusa a reconhecer a existência dessa realidade, ou melhor, quem faz dela um princípio em si mesmo, como se não tivesse, como todas as criaturas, origem em Deus, ou a explica como uma pseudorrealidade, como uma personi­ficação conceitual e fantástica das causas desconhecidas das nossas desgraças”.

O mesmo Papa afirma que o demônio é a origem de todo o pecado que entrou no mundo: “O demônio é a origem da primeira desgraça da humanidade, foi ele o tentador pérfido e fatal do primeiro pecado, o pecado original (cf. Gn 3; Sb 1,24). Com aquela falta de Adão, o demônio adquiriu certo poder sobre o homem, do qual só a redenção de Cristo nos pôde libertar”.

“Ele é o pérfido e astuto encantador, sabe insinuar-se a nós por meio dos sentidos, da fantasia, da concupiscência, da lógica utópica ou de desordenados contatos sociais na realização de nossa obra para introduzir neles desvios, tão nocivos quanto na aparência, conformes às nossas estruturas físicas ou psíquicas ou às nossas profundas aspirações instintivas”.

“Ele é o inimigo número um, o tentador por excelência. Sabemos, portanto, que este ser mesquinho, perturbador, existe realmente e ainda atua com astúcia traiçoeira; é o inimigo oculto que semeia erros e desgraças na história humana”.

Paulo VI ensina que nem todo pecado é obra direta do demônio, mas nos lembra que “aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do mysterium iniquita­tis, ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna problemática a alternativa da nossa salvação”.

O maior serviço que alguém pode prestar ao demônio é ensinar que ele não existe. Assim, os fiéis não se defendem contra ele e se tornam vítimas fáceis dele.
Felipe Aquino - Canção Nova

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