A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

30 de julho de 2012

EVANGELHO PARA SEGUNDA E TERÇA-FEIRA

Ano B - Dia: 30/07/2012 Segunda-feira

As parábolas do Reino
Mt 13,31-35
Jesus contou outra parábola. Ele disse ao povo:
- O Reino do Céu é como uma semente de mostarda, que um homem pega e semeia na sua terra. Ela é a menor de todas as sementes; mas, quando cresce, torna-se a maior de todas as plantas. Ela até chega a ser uma árvore, de modo que os passarinhos vêm e fazem ninhos nos seus ramos.
Jesus contou mais esta parábola para o povo:
- O Reino do Céu é como o fermento que uma mulher pega e mistura em três medidas de farinha, até que ele se espalhe por toda a massa. Jesus usava parábolas para dizer tudo isso ao povo. Ele não dizia nada a eles sem ser por meio de parábolas. Isso aconteceu para se cumprir o que o profeta tinha dito:
"Usarei parábolas quando falar com esse povo e explicarei coisas desconhecidas desde a criação do mundo."

Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura, em companhia de todos os internautas,
agradecendo por este momento:

Agradeço-te, meu Deus,
porque me chamaste, tirando-me das minhas ocupações do dia-a-dia,
para aqui me encontrar contigo.
Dispõe o meu coração na paz e na humildade
para poder ser por ti encontrado
e ouvir a tua Palavra.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 13,31-35 - A linguagem das parábolas
Jesus usa dois símbolos simples e, ao mesmo tempo, ricos de conteúdo, nestas duas parábolas: a da semente de mostarda e a do fermento. Um homem planta a semente. Uma mulher prepara a massa com o fermento. Símbolos muito simples, do quotidiano. E assim, falando do quotidiano, fala do Reino. Simplesmente porque o Reino de Deus está no meio de nós, no nosso dia-a-dia. Basta ter sensibilidade para percebê-lo e acolhê-lo.
2. Meditação (Caminho O que o texto diz para mim?
Percebo no meu dia-a-dia a presença do Reino de Deus?
Por exemplo: num sorriso, numa palavra, num gesto, num acontecimento?
Poderíamos até dizer que em tudo está presente o Reino de Deus, de forma simples, e, em potencial, como está na semente que vira árvore e no fermento que faz crescer a massa. Jesus veio instaurar o Reino.
Os bispos, em Aparecida, refletiram assim sobre o Reino: "O Reino de vida que Cristo veio trazer é incompatível com essas situações desumanas. Se pretendemos fechar os olhos diante dessas realidades, não somos defensores da vida do Reino e nos situamos no caminho da morte: "Nós sabemos que passamos da morte para a vida porque amamos os irmãos. Aquele que não ama, permanece na morte" (1 Jo 3,14). É necessário sublinhar "a inseparável relação entre o amor a Deus e o amor ao próximo", que "convida todos a suprimir as graves desigualdades sociais e as enormes diferenças no acesso aos bens". Tanto a preocupação por desenvolver estruturas mais justas como por transmitir os valores sociais do Evangelho, situam-se neste contexto de serviço fraterno à vida digna." (DAp 358)
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo a Oração da Paz

Senhor,
Fazei-me um instrumento de vossa paz.
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvida, que eu leve a fé;
Onde houver erro, que eu leve a verdade;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz.
Ó Mestre,
Fazei que eu procure mais consolar, que ser consolado;
Compreender, que ser compreendido;
Amar, que ser amado,
Pois é dando que recebe,
É perdoando que se é perdoado,
E é morrendo que se vive para a vida eterna.
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Hoje, vou descobrir no meio em que vivo os sinais do Reino.

Bênção Bíblica

O Senhor o abençoe e guarde!
O Senhor lhe mostre seu rosto brilhante
e tenha piedade de você!
O Senhor lhe mostre seu rosto e lhe conceda a paz!' (Nm 6,24-27).


Ano B - Dia: 31/07/2012 Terça-feira

Jesus explica a parábola do joio
Mt 13,36-43
Então Jesus deixou a multidão e voltou para casa. Os discípulos chegaram perto dele e perguntaram:
- Conte para nós o que quer dizer a parábola do joio.
Jesus respondeu: - Quem semeia as sementes boas é o Filho do Homem. O terreno é o mundo. As sementes boas são as pessoas que pertencem ao Reino; e o joio, as que pertencem ao Maligno. O inimigo que semeia o joio é o próprio Diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os que fazem a colheita são os anjos. Assim como o joio é ajuntado e jogado no fogo, assim também será no fim dos tempos. O Filho do Homem mandará os seus anjos, e eles ajuntarão e tirarão do seu Reino todos os que fazem com que os outros pequem e também todos os que praticam o mal. Depois os anjos jogarão essas pessoas na fornalha de fogo, onde vão chorar e ranger os dentes de desespero. Então o povo de Deus brilhará como o sol no Reino do seu Pai. Se vocês têm ouvidos para ouvir, então ouçam.


Leitura orante
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos os internautas:

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua Palavra,
tua oração,à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente o texto: Mt 13,36-43
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje?
A vida é uma tensão contínua. E por que o joio, essa erva perturbadora não é removida logo? Não porque não está sugando o solo, e desafiando o trigo por nutrimento. Não porque não seja facilmente identificável, mas porque qualquer esforço para arrancar as ervas, crescidas, enraizadas e misturadas com o trigo, arranca também o trigo. É melhor esperar "até a colheita". O final desta tensão será conforme as opções de cada um em ser trigo ou joio.
Faço parte do campo de Deus. Onde reconheço no mundo de hoje, o trigo e a cizânia?
Quais cizânias e quais trigos convivem comigo?
Os bispos na V Conferência, afirmaram: "A nova escala mundial do fenômeno humano traz conseqüências em todos os campos de atividade da vida social, impactando a cultura, a economia, a política, as ciências, a educação, o esporte, as artes e também, naturalmente, a religião. Interessa-nos, como pastores da Igreja, saber como este fenômeno afeta a vida de nossos povos e o sentido religioso e ético de nossos irmãos que buscam infatigavelmente o rosto de Deus, e que, no entanto, devem fazê-lo, agora desafiados por novas linguagens do domínio técnico, que nem sempre revelam, mas que também ocultam o sentido divino da vida humana redimida em Cristo. Sem uma clara percepção do mistério do Deus, torna-se opaco também o desígnio amoroso e paternal de uma vida digna para todos os seres humanos." (DAp 35).
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com o bem-aventurado Tiago Alberione:
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é para identificar e cultivar o trigo na minha vida e na dos demais.Também para detectar o joio, o mal, o que me afasta de Deus.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Irmã Patricia Silva, fsp

VALE A PENA SE CASAR?



É verdade que as leis e os costumes sociais retiraram do matrimônio todo o seu sentido. Em primeiro lugar, a admissão do divórcio elimina a segurança na luta por manter o vínculo; em segundo lugar, a aceitação social de “devaneios” extramatrimoniais suprime a exigência da fidelidade; por último, a difusão dos anticoncepcionais despoja os filhos de relevância e valor.
O que resta, então, da grandeza da união conjugal? O que é feito da arriscada aventura que o matrimônio sempre foi? Para que passar pela Igreja ou pelo juiz de paz? Assim vistas as coisas, teríamos de começar por dar razão àqueles que sustentam a absoluta primazia do “amor” para depois lhes fazer ver uma coisa de capital importância: é impossível homem e mulher amarem-se, profundamente, sem estarem casados.

Ainda que possa causar um certo espanto, o que acabo de dizer não é nada estranho. Em todos os âmbitos da vida humana, é preciso aprender e adquirir competências. Por que teria de ser diferente no amor, que é simultaneamente a mais gratificante, a mais decisiva e a mais difícil das nossas atividades?

Jacinto Benavente afirmava que “o amor tem de ir à escola”, e é verdade. Para poder amar verdadeiramente é preciso exercitar-se, tal como é preciso temperar os músculos para ser um bom atleta.

Ora bem, o casamento nos capacita para amar de uma maneira real e efetiva. A nossa cultura não acaba de entender o matrimônio, mas o contempla como uma simples cerimônia, um contrato, um compromisso. Tudo isso é, sem chegar a ser falso, demasiado pobre. Na sua essência mais íntima, o ato de casar-se constitui uma expressão delicada de liberdade e de amor. O 'sim' é um ato profundíssimo, inigualável, mediante o qual duas pessoas se entregam plenamente e decidem amar-se mutuamente por toda a vida.

É amor de amores: amor sublime que me permite “amar bem”, como diziam os nossos clássicos: fortalece a minha vontade e habilita-a para amar em outro nível; situa o amor recíproco numa esfera mais elevada. Por isso, se não me casar, se excluir esse ato de amor total, ficarei impossibilitado de amar de verdade o meu cônjuge, tal como alguém que não treina ou não aprende uma língua se torna incapaz de falá-la.

À sua jovem esposa, que lhe tinha escrito: “Esquecer-te-ás de mim, que sou uma provinciana, entre as tuas princesas e embaixadoras?”, Bismark respondeu: “Esqueceste que me casei contigo para te amar?”. Estas palavras encerram uma intuição profunda: o “para te amar” não indica uma simples decisão para o futuro, inclusive inamovível, mas equivale, afinal de contas, a um “para te poder amar” com um amor autêntico, supremo, definitivo... impossível sem a mútua entrega do matrimônio.

Não se trata de teorias. O que acabo de expor tem claras manifestações no âmbito psicológico. O ser humano só é feliz quando se empenha em qualquer coisa de grande que, efetivamente, compense o esforço. O mais impressionante que um homem e uma mulher podem fazer é amar. Vale a pena dedicar toda a vida a amar cada vez melhor e mais intensamente. É, na realidade, a única coisa que merece a nossa dedicação: tudo mais, tudo mesmo, deveria ser apenas um meio para o conseguir. “No entardecer da nossa existência – dizia um clássico castelhano – seremos examinados sobre o amor” (e sobre nada mais, acrescento eu).

Ora bem, quando me caso, estabeleço as condições para me dedicar sem reservas à tarefa de amar. Pelo contrário, se simplesmente vivermos juntos, e ainda que eu não tenha consciência disso, terei de dirigir todo o esforço à “defesa das posições alcançadas”, a “não perder o que foi ganho”.

Tudo, então, torna-se inseguro, a relação pode romper-se a qualquer momento. Se não tenho a certeza de que o outro se vai esforçar seriamente por amar-me e superar as fricções e conflitos do convívio cotidiano, por que terei de fazê-lo eu? Não posso “baixar a guarda”, mostrar-me de verdade como sou, pois vai que meu parceiro descubra defeitos “insuportáveis” em mim e decida acabar com tudo?

Perante as dificuldades que, forçosamente, têm de surgir, a tentação de abandonar a relação conjugal está sempre muito próxima, pois nada impede essa deserção.

Em resumo, a simples convivência sem entrega definitiva cria um clima em que a razão fundamental e entusiasmadora do matrimônio – fazer crescer e amadurecer o amor e, com ele, a felicidade – se vê muito comprometida.
Tomás Melendo Granados - Canção Nova

UM MENINO, CINCO PÃES E DOIS PEIXES


A Igreja reza pedindo que Deus redobre, “multiplique” Seu amor para conosco, a fim de que, conduzidos por Ele, usemos de tal modo os bens que passam, podendo abraçar os que não passam. A administração dos bens sempre foi um desafio para a humanidade, tanto que os sistemas econômicos, a partir de visões diferentes, alternam-se ou se complementam numa busca incansável das respostas adequadas às necessidades humanas. No Evangelho, Jesus se ocupa, em Seus ensinamentos, parábolas ou milagres, do tema dos bens a serem cuidados pela humanidade.

O fato da multiplicação de pães e peixes, milagre realizado por Jesus e narrado pelos quatro evangelistas, é carregado de ensinamentos, fonte inesgotável para a vida cristã em todos os tempos. São João no-lo descreve com grande riqueza de detalhes (Jo 6,1-15), reportando, no mesmo capítulo em que o descreve como um dos “sinais”, o discurso a respeito do Pão da Vida, no qual o Senhor confronta Seus próprios discípulos com a escolha decisiva que também orientará a vida de todos os homens e mulheres que viessem a acolher a Boa Notícia do Evangelho no correr dos séculos. De forma muito clara, abre ainda as mentes e os corações para o milagre cotidiano, com o qual o Senhor se faz presente na Eucaristia.Dentre tantas riquezas da multiplicação de pães, podemos voltar os olhos para aquele menino que ofereceu a “contrapartida” para que o Senhor realizasse o milagre. As crianças nem eram contadas, tanto que o número de cinco mil homens pode ser multiplicado, pelas mulheres e crianças certamente presentes ao episódio da multiplicação. Jesus acolhe quem nem mesmo vale para a sociedade de seu tempo, recolhe o pouco que pode ser oferecido e multiplica. Desde cedo, o Cristianismo aprendeu com o seu Senhor e Mestre a verdade da partilha, ponto de partida para a intervenção da graça que, efetivamente, multiplica o que se pode oferecer, do menor ao maior, para chegar a todos que podem entrar, cada dia numa igreja, ter os olhos voltados para o altar e ali aprenderem a lição perene da multiplicação.

Muitas vezes, cantamos “sabes, Senhor, o que temos é tão pouco para dar, mas este pouco nós queremos com os irmãos compartilhar”. As desculpas são muitas, pois um não possui nem mesmo moedas, outro não tem ideias, aquele não tem coragem e a muitos falta a criatividade ou a iniciativa. O apelo suscitado pelo Evangelho é a uma mudança que se pode chamar “cultural”. A cultura cristã tem a marca do “dar” e do “receber”, capacidade de oferecer o que se tem de melhor, mesmo que sejam os pães e os peixes do menino, as duas moedas da viúva pobre, o óleo perfumado da mulher pecadora ou a vida daqueles doze homens chamados por Jesus para começar tudo. Lições de Economia, Administração, Matemática! Voltemos à velha “tabuada”.

Tabuada de um! Para Deus vale o que você tem. Uma é a vida a ser oferecida. A chance que lhe é oferecida é irrepetível. Você pode gastá-la para ser feliz, olhando para o Senhor que só sabe amar e se oferecer neste amor infinito.

Houve um homem, bem conhecido meu, aliás - meu pai -, discreto e silencioso, tímido, mas do qual soubemos, após sua morte, ter dado bolsas de estudo a muitas pessoas pobres. O que fez com a mão direita, nem a esquerda soube, mas Deus fez aparecer os testemunhos quando já tinha sido chamado para junto d'Ele.

Tabuada de dois! Olhe ao seu redor, pois é sempre possível compartilhar e, ao mesmo tempo, receber muito dos outros. Pertinho de você existem pessoas amigas, há ouvidos abertos para escutar e gente que espera uma palavra que pode ser a sua. Comece o diálogo com a pessoa que se assenta ao seu lado num transporte coletivo, ou com quem está perto de você numa das muitas filas a serem enfrentadas. Oferta, escuta, gestos, atenção, bens materiais. Saiba receber com humildade e simplicidade. Vale a pena lembrar que bastam dois reunidos em nome de Jesus, que se amem mutuamente, para que Ele esteja presente.

Tabuada de cinco! Os dons de Deus são irrevogáveis e infinitamente desproporcionais às nossas capacidades e, eventualmente, pequenas ofertas. Basta verificar a quantidade de obras sociais nascidas do Evangelho no coração da Igreja para ver o quanto os meios pobres, mas bem administrados, são orvalhados pela graça. Quantos são os filhos sem nome ou sem genitores conhecidos que foram acolhidos! E a presença no campo da educação! Escute o que têm a dizer as muitas iniciativas de caridade. Conheça o que faz a Cáritas Arquidiocesana de Belém (PA), abra seus olhos para ver que nossa pobreza se faz riqueza, para que o que tem muito não tenha sobra e o que tem pouco não tenha falta. Onde houver um cristão de verdade, esteja presente o milagre da multiplicação! Um, dois, cinco, mil. Uma contabilidade nova! As contas de Deus serão sempre maiores, porque são do tamanho da eternidade. 
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém - PA

28 de julho de 2012

EVANGELHO DE SÁBADO E DOMINGO

Ano B - Dia: 28/07/2012 Sábado
O joio é o inimigo que se infiltra
Mt 13,24-30
Jesus contou outra parábola. Ele disse ao povo: 
- O Reino do Céu é como um homem que semeou sementes boas nas suas terras. Certa noite, quando todos estavam dormindo, veio um inimigo, semeou no meio do trigo uma erva ruim, chamada joio, e depois foi embora. Quando as plantas cresceram, e se formaram as espigas, o joio apareceu. Aí os empregados do dono das terras chegaram e disseram: "Patrão, o senhor semeou sementes boas nas suas terras. De onde será que veio este joio?" 
- "Foi algum inimigo que fez isso!", respondeu ele. 
- E eles perguntaram: "O senhor quer que a gente arranque o joio?" 
- "Não", respondeu ele, "porque, quando vocês forem tirar o joio, poderão arrancar também o trigo. Deixem o trigo e o joio crescerem juntos até o tempo da colheita. Então eu direi aos trabalhadores que vão fazer a colheita: 'Arranquem primeiro o joio e amarrem em feixes para ser queimado. Depois colham o trigo e ponham no meu depósito.' 

Leitura Orante 


Preparo-me para a Leitura rezando ao Espírito, com todos que se encontram neste ambiente: 
Espírito de verdade, 
a ti consagro a mente e meus pensamentos: 
ilumina-me. 
Que eu conheça Jesus Mestre 
e compreenda o seu Evangelho 

1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia? 
Leio atentamente, na Bíblia, o texto Mt 13,24-30. 

Jesus conta mais uma parábola de cunho agrícola. Compara o reino do céu como um semeador que semeia boas sementes de trigo. Conta que apareceu também um inimigo, à noite, sem que ninguém o visse, e semeou no meio do trigo uma erva ruim chamada joio. E foi embora. Tanto o trigo como o joio cresceram. O que fazer? Arrancar o joio? Não, diz o homem. Se arrancar o joio, pode arrancar também o trigo. Manda que deixem crescer os dois até a colheita. Então, poderão arrancar primeiro o joio e queimá-lo. Depois colherão o trigo que será armazenado. O que Jesus quer dizer com esta parábola? 
Jesus lembra que é um desafio anunciar o Evangelho. Não devemos nos preocupar com aqueles que divulgam o erro. Deve-se ter o cuidado para não deturpar, distorcer a Palavra, transformando-a em erva daninha. 
O grande biblista Carlos Mesters, assim comenta: "O joio e trigo crescem juntos. A Palavra de Deus que faz nascer a comunidade é semente boa, mas dentro das comunidades sempre aparecem coisas que são contrárias à Palavra de Deus. De onde vêm?" 
O joio é o inimigo que se infiltra na comunidade. Quem é este inimigo? O inimigo, o adversário, Satanás ou diabo (Mt 13, 39), é aquele que divide, que desvia. A tendência de divisão existe dentro de cada um de nós. O desejo de dominar, de se aproveitar da comunidade para subir e tantos outros desejos interesseiros divisionistas, são do inimigo que dorme dentro de cada um de nós e dentro da comunidade, da família, da Igreja. 
Paciência e lucidez é o que se recomenda ao constatar a ambigüidade, essa mistura do bem e do mal. Pensavam: "Se deixarmos todo o mundo dentro da comunidade, perdemos nossa razão de ser! Perdemos a identidade!" Queriam expulsar os que pensavam de modo diferente. Mas esta não é a decisão do Dono do terreno. Ele diz: "Deixa crescer juntos até a colheita!" O que vai decidir não é o que cada um fala e diz, mas o que cada um vive e faz. É pelo fruto produzido que Deus nos julgará. A força e o dinamismo do Reino se manifestam na comunidade. Mesmo sendo pequena e cheia de contradições, ela é um sinal do Reino. Mas ela não é dona do Reino, nem pode considerar-se justa. A parábola do joio e do trigo explica a maneira como a força do Reino age na história. É preciso ter paciência e aprender a conviver com as contradições e as diferenças, mesmo tendo uma opção clara pela justiça do Reino. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Os bispos, em Aparecida, assim se expressaram "Desejamos que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)." (DAp 32.) 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Rezo, com toda a Igreja: 
Senhor, Deus da vida e do amor, 
enviastes o vosso Filho 
para nos libertar das forças da morte 
e conduzir-nos no caminho da esperança. 
Movei-nos pelo dom do vosso Espírito! 
Fazei-nos discípulos, 
comprometidos com o anúncio do Evangelho, 
caminhando ao encontro de nossos irmãos e irmãs, 
acolhendo a todos, sobretudo os jovens, 
os afastados, os pobres, os excluídos. 
Virgem Mãe Aparecida, 
Intercedei junto ao vosso Filho, 
para que sejamos fiéis ao nosso compromisso 
de discípulos missionários . Amém! 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar coincide com o olhar da Igreja que afirma: "Que a alegria da boa nova do Reino de Deus, de Jesus Cristo vencedor do pecado e da morte, chegue a todos quantos jazem à beira do caminho, pedindo esmola e compaixão (cf. Lc 10,29-37; 18,25-43)." (DAp 32.) 

Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Ano B - Dia: 29/07/2012 Domingo
Jesus alimenta uma multidão
Jo 6,1-15
Depois disso, Jesus atravessou o lago da Galiléia, que também é chamado de Tiberíades. Uma grande multidão o seguia porque eles tinham visto os milagres que Jesus tinha feito, curando os doentes. Ele subiu um monte e sentou-se ali com os seus discípulos. A Páscoa, a festa principal dos judeus, estava perto. Jesus olhou em volta de si e viu que uma grande multidão estava chegando perto dele. Então disse a Filipe: 
- Onde vamos comprar comida para toda esta gente? 
Ele sabia muito bem o que ia fazer, mas disse isso para ver qual seria a resposta de Filipe. Filipe respondeu assim: 
- Para cada pessoa poder receber um pouco de pão, nós precisaríamos gastar mais de duzentas moedas de prata. 
Então um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro, disse: - Está aqui um menino que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos. Mas o que é isso para tanta gente? Jesus disse: - Digam a todos que se sentem no chão. 
Então todos se sentaram. (Havia muita grama naquele lugar.) Estavam ali quase cinco mil homens. Em seguida Jesus pegou os pães, deu graças a Deus e os repartiu com todos; e fez o mesmo com os peixes. E todos comeram à vontade. Quando já estavam satisfeitos, ele disse aos discípulos: - Recolham os pedaços que sobraram a fim de que não se perca nada. Eles ajuntaram os pedaços e encheram doze cestos com o que sobrou dos cinco pães. 
Os que viram esse milagre de Jesus disseram: - De fato, este é o Profeta que devia vir ao mundo! 
Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte. 

Leitura Orante

Preparo-me para este momento mais importante do meu dia, invocando o Espírito Santo para mim e para todos e todas que fazem esta mesma oração, aqui na rede da internet.

Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria, para que possamos avaliar todas 
as coisas à luz do Evangelho e ler nos acontecimento da vida os projetos de amor do Pai. 
Dai-nos o dom do entendimento, uma compreensão mais profunda da verdade, 
a fim de anunciar a salvação com maior firmeza e convicção. 
Dai-nos o dom do conselho, que ilumina a nossa vida e 
orienta a nossa ação segundo vossa Divina Providência. 
Dai-nos o dom da fortaleza. sustentai-nos, no meio de tantas dificuldades, com vossa coragem, 
para que possamos anunciar o Evangelho. 
Dai-nos o dom da Ciência, para distinguir o único necessário das coisas meramente importantes. 
Dai-nos o dom da piedade, para reanimar sempre mais nossa íntima comunhão convosco. 
E, finalmente, dai-nos o dom do vosso santo temor, para que, conscientes de nossas fragilidades, 
reconheçamos a força de vossa graça. 
Vinde, Espírito Santo, e dai-nos um novo coração. Amém. 
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto? 
Faço a leitura lenta e atenta do texto da Palavra do dia na minha Bíblia: Jo 6,1-15 
Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte. 
A reflexão e os cálculos dos apóstolos são muito racionais e funcionalistas. 
Jesus faz o milagre, a partir de um menino que coloca em comum tudo o que tem - cinco pães e dois peixes. Com certeza, o gesto de desprendimento do menino, que nada segurou para si, permitiu a realização do milagre! O pão foi multiplicado, todos comeram e ainda sobrou! É a lógica da gratuidade, do amor, do olhar mais para o outro do que para si mesmo, o olhar da fé. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Seguro alguma coisa que não quero partilhar, dividir? Minha lógica e do acúmulo, da centralização, do cada um por si ou e a lógica de Jesus, da partilha, da mão que se abre? É a atitude da fé? 
Os bispos, em Aparecida, disseram: 
"Diante da exclusão, Jesus defende os direitos dos fracos e a vida digna de todo ser humano. De seu Mestre, o discípulo tem aprendido a lutar contra toda forma de desprezo da vida e de exploração da pessoa humana. Só o Senhor é autor e dono da vida. O ser humano, sua imagem vivente, é sempre sagrado, desde a sua concepção até a sua morte natural; em todas as circunstâncias e condições de sua vida. Diante das estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena. "Eu vim para dar vida aos homens e para que a tenham em abundância" (Jo 10,10). Por isso, cura os enfermos, expulsa os demônios e compromete os discípulos na promoção da dignidade humana e de relacionamentos sociais fundados na justiça." (DAp 112). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Meu coração já está em sintonia com o coração de Jesus. 
Vivo este momento em silêncio. Depois, concluo com a canção (que pode ser rezada): 
TEM GOSTO DE DEUS
Pe. Zezinho, scj 

Tem gosto de Deus 
O pão que a gente parte e reparte 
Tem gosto de céu 
O pão que se ganhou com suor 
Tem gosto de paz 
O pão que o povo não desperdiçou 

Tiveste pena do povo 
Mandaste dar de comer 
Alguém falou que era pouco 
Tu nem quiseste saber 
Mandaste o povo sentar 
Mandaste alguém começar 
Alguém te obedeceu 
Foi milagre, foi milagre, o milagre aconteceu! 

Tem gosto de amor 
P pão que a gente come lá em casa 
Tem gosto de fé 
O pão que a gente come no altar 
Tem gosto de luz 
O pão e o vinho que dão Jesus! 
Tem gosto de dor 
O pão que vale mais que o salário 
Tem gosto de mel 
O pão que o meu trabalho ganhou 
Tem gosto de fel 
O grão de trigo que o país perdeu! 
(CD Quando a gente encontra Deus, Paulinas COMEP) 

4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje. Minhas mãos vão estar abertas como as do menino do Evangelho.

Bênção 

- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Irmã Patricia Silva, fsp

A CRIANÇA E A MÍDIA

Falo enquanto ela ainda brilha! Depois, não sei se meu escrever será atual. Talvez sim porque haverá em alguma outra mídia alguma outra criança prodígio. De São José dos Campos, 7 anos de idade, ela é uma simpatia, criança prodígio, fenômeno de mídia, inteligência acima da média, pensamento infantil, mas lógico e articulado, atriz-mirim dos sonhos de qualquer cineasta ou diretor de televisão. Não é todo dia que aparece, na mídia, uma Shirley Temple ou uma pequena Maísa. 

Os pais a levaram, Raul Gil, um descobridor de talentos a valorizou e tratou-a como criança "na" mídia, mas não "de" mídia. Entendeu os limites da infância de Maísa. Silvio Santos assumiu-a no seu programa, mas tratou-a como criança "de" mídia. Era como se ela soubesse das implicações do novo papel. 

Para Maísa, enquanto estava na mídia, mas não era de mídia, a brincadeira foi boa. Mas aos poucos foi ficando séria. Uma coisa é ser "do" condomínio e outra é ir lá e estar "no" condomínio. As obrigações são menores. Maisa, aos 7 anos, não conseguiu brincar de ser atriz mirim e funcionária do SBT. Silvio Santos não conseguiu deixar de ser patrão. Imagino que ela era remunerada pelo ibope que dava à emissora. Imagino que os pais sabiam dos limites da sua filha. Quero imaginar também que compreendiam o alcance da brincadeira-trabalho de sua pequena Maísa. 

Quem viu os programas e o passar do tempo, percebeu a mudança. Eu mesmo gravei um dos programas e mostrei-o aos meus alunos de Prática e Crítica de Comunicação. Era um diálogo sobre religião, Adão e Eva, paraíso, castigo, Deus... Eram dois fenômenos de mídia: o velho e vivido apresentador, capaz de comunicar-se com qualquer pessoa e a criança que dominava as luzes e as câmeras. Ele, fazendo perguntas capciosas, um pouco adultas demais, para provocar a argúcia da menina, ela, respondendo do seu jeito brincalhão porque, para Maísa, falar e aparecer diante das câmeras ainda era um brinquedo. 

Mas algo deu errado. Maísa chegou ao seu limite. A brincadeira um dia doeu, como dói brincar de cordas, em cima de uma cadeira. Num dos pulos, a criança cai e esfola o rostinho e o joelho. Em cima do palco e sob os holofotes, Maísa chorou sentidamente, quando se viu super-exposta e chamada de palavra que não lhe agradou. Bateu a cabecinha contra a câmera e, assustada com algo inusitado, voltou a ser a criança normal que, diante de um triz, deixa de ser atriz. E o triz foi a humilhação a que se sentiu exposta. 

O apresentador de tantas décadas certamente não quis humilhá-la, até porque é pessoa gentil e de fino trato. Brincou, mas Maísa não estava mais na peça. Atrizes disfarçam e seguram o temperamento diante da multidão, mas crianças simplesmente param de brincar. Aqui entram os pais, a platéia, os telespectadores, os educadores, os psicólogos, os juízes e o ibope. Sabiam os pais até onde Maísa poderia ir? Entendia a platéia que Maísa estava trabalhando demais e, às vezes, em situação de adulta? Perceberam os telespectadores que a cordinha esticara ao máximo? E os juízes? Viram? Esperaram o momento de agir? E o ibope? E a mídia. Não foi mídia demais para aquela cabecinha? 

Fica a reflexão sem julgamentos. Crianças, por mais brilhantes que sejam, não estão prontas para tanta exposição na mídia, que não poucas vezes tritura as pessoas para saírem do outro lado do tubo no formato certo. Também não estão prontas para montar cavalos xucros na arena. Que montem, no máximo, um carneiro manso ou um mini-jegue. O tombo será mais engraçado e menor. Mas que para elas seja brincadeira. Se uma delas cair, não se humilhe a criança que caiu. 

Dizem que um juiz proibiu sua presença naquele formato e naquele programa. E o Sr. Abravanel, vulgo Silvio Santos, um dos mais experimentados apresentadores das últimas décadas sabia ou não sabia? Se não sabia, faltou-lhe a maior das percepções. Se sabia, arriscou, pelos pontos na audiência. Ele que domina a mídia, não teria desta vez escorregado pelos pontos da audiência? Ou era também uma brincadeira de vovô que não queria ter dito o que disse? Chamar uma criança de covarde ou medrosa na frente de milhões de amiguinhos e telespectadores é coisa altíssimo risco. Quem leva crianças à televisão precisa refletir sobre isso. "Na" mídia, ou "de" mídia? Que o "script" delas seja maleável. Crianças, quando sobem mais alto, correm mais risco de se machucarem. A televisão, como suas torres, é mais alta que montanha. 
Pe Zezinho scj

A CORAGEM DE SER DE DEUS

Somos fruto da ação de Deus em nossa vida. Mesmo sem merecermos, Deus nos ama com eterno amor, e nos chama: Vem e segue-me!

Aceitar o chamado de Deus, não consiste em apenas dizer sim, antes devo dar testemunho com a minha vida, minhas atitudes, minha vontade de ser melhor. Deixar que Deus sinta minha própria essência, sem máscaras ou até mesmo disfarces que tentamos colocar para cobrir os erros cometidos, as descrenças, a falta de fé.

Deus me ama do jeito que eu sou, ama a pessoa que sou e abomina meus pecados, minha vaidade, minha autossuficiência. Em um grande ensinamento do Monsenhor Jonas Abib através da música, ele nos diz o seguinte: "Eu não quero só dizer amém, preciso mostrar com a vida que eu creio. Eu não quero só dizer muito obrigado, minha vida vai ser um grande louvor. Deus é Deus, eu devo ser o adorador. Ele é o Rei e eu sou o servo, Ele é o Sol e eu sou o reflexo... Ele é o pão dos fortes, tenho fome Dele, Ele é o alimento dos Santos...".

Que nós tenhamos a coragem de dizer o SIM de Maria, o SIM de Jesus ao aceitar o plano salvífico do Pai, o SIM verdadeiro, SIM com a vida. Abandonar o que é mal, e fazer brotar o que é bom, revestir-nos do homem novo nascido pelo Sangue puro do Cristo libertador, Ele que faz novas todas as coisas.

“Todavia, ó Zorobabel, tem ânimo, diz o Senhor. Coragem, Josué, filho de Josedec, sumo sacerdote! Coragem todos vós, habitantes da terra, diz o Senhor. Mãos à obra! Eu estou convosco - oráculo do Senhor dos exércitos.” Ageu 2,4 "Espírito Santo de Deus destrói o que é mal, e dá vida ao que é bom”.
LUCAS ELIAS CARDOSO NAVES

27 de julho de 2012

EVANGELHO DE QUINTA E SEXTA-FEIRA

 
Ano B - Dia: 26/07/2012 Quinta-feira

Ver o Messias, o grande anseio
Mt 13,16-17
Jesus continuou, dizendo:
- Mas vocês, como são felizes! Pois os seus olhos vêem, e os seus ouvidos ouvem. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: muitos profetas e muitas outras pessoas do povo de Deus gostariam de ver o que vocês estão vendo, mas não puderam; e gostariam de ouvir o que vocês estão ouvindo, mas não ouviram.

Leitura Orante
Dia de São Joaquim e Santa Ana
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos que se encontram aqui, em torno da Palavra:
Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Espírito Santo
que procede do Pai e do Filho,
tu estás em mim, falas em mim,
rezas em mim, ages em mim.
Ensina-me a fazer espaço à tua palavra,
à tua oração,à tua ação em mim
para que eu possa conhecer
o mistério da vontade do Pai.
Amém.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 13,16-17.
Ver o Messias e ouvi-lo era o grande anseio do povo. Mas, já dizia o profeta Jeremias: "os sacerdotes não perguntaram: Onde está o Senhor? Os depositários da Lei não me conheceram, os pastores rebelaram-se contra mim, os profetas profetizaram por Baal e, assim correram atrás do que não vale nada" (Jr 2,8). O Salmista, por sua vez, afirma: "Meu rochedo e minha muralha és tu, Senhor" (Sl 70). Agora, Jesus, o Messias e Senhor, está presente. Os que o vêem e o escutam "são felizes". No entanto, devemos admitir que há ainda muitos que estão cegos e surdos.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje?
Onde vejo e escuto o Messias? Como aproximar e abrir os olhos e ouvidos de tantos que ainda não vêem, nem escutam? Os bispos, em Aparecida disseram: "Os cristãos precisam recomeçar a partir de Cristo, a partir da contemplação de quem nos revelou em seu mistério a plenitude do cumprimento da vocação humana e de seu sentido. Necessitamos nos fazer discípulos dóceis, para aprende d'Ele, em seu seguimento, a dignidade e a plenitude de vida. E necessitamos, ao mesmo tempo, que o zelo missionário nos consuma para levar ao coração da cultura de nosso tempo aquele sentido unitário e completo da vida humana que nem a ciência, nem a política, nem a economia nem os meios de comunicação poderão proporcionar. Em Cristo Palavra, Sabedoria de Deus (cf. 1Cor 1,30), a cultura pode voltar a encontrar seu centro e sua profundidade, a partir de onde é possível olhar a realidade no conjunto de todos seus fatores, discernindo-os à luz do Evangelho e dando a cada um seu lugar e sua dimensão adequada." (DAp 41).
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, com o bem-aventurado Tiago Alberione:
Jesus, Mestre,
que eu pense com a tua inteligência,
com a tua sabedoria.
Que eu ame com o teu coração.
Que eu veja com os teus olhos.
Que eu fale com a tua língua.
Que eu ouça com os teus ouvidos.
Que as minhas mãos sejam as tuas.
Que os meus pés estejam sobre as tuas pegadas.
Que eu reze com as tuas orações.
Que eu celebre como tu te imolaste.
Que eu esteja em ti e tu em mim. Amém.
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é para ver Jesus e escutá-lo, hoje.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
 
 
Ano B - Dia: 27/07/2012  Sexta-feira

A Palavra é como a semente
Mt 13,18-23
- Então escutem e aprendam o que a parábola do semeador quer dizer. As pessoas que ouvem a mensagem do Reino, mas não a entendem, são como as sementes que foram semeadas na beira do caminho. O Maligno vem e tira o que foi semeado no coração delas. As sementes que foram semeadas onde havia muitas pedras são as pessoas que ouvem a mensagem e a aceitam logo com alegria, mas duram pouco porque não têm raiz. E, quando por causa da mensagem chegam os sofrimentos e as perseguições, elas logo abandonam a sua fé. Outras pessoas são parecidas com as sementes que foram semeadas no meio dos espinhos. Elas ouvem a mensagem, mas as preocupações deste mundo e a ilusão das riquezas sufocam a mensagem, e essas pessoas não produzem frutos. E as sementes que foram semeadas em terra boa são aquelas pessoas que ouvem, e entendem a mensagem, e produzem uma grande colheita: umas, cem; outras, sessenta; e ainda outras, trinta vezes mais do que foi semeado.

Leitura Orante
Preparo-me para a Leitura Orante, rezando:
Espírito de verdade,
a ti consagro a mente e meus pensamentos:
ilumina-me.
Que eu conheça Jesus Mestre e compreenda o seu Evangelho.
Ó Jesus Mestre, Verdade, Caminho e Vida, tem piedade de nós.
1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?  
Leio atentamente o texto: Mt 13,18-23
Jesus fala de tipos diferentes de terreno: a margem do caminho, pedregoso, espinheiro e terra boa. A Palavra de Deus é como a semente que é jogada nestes mais diferentes terrenos. Jesus explica: a margem do caminho é símbolo da exposição ao maligno, ou seja, ao que opõe bem. O terreno pedregoso é aquele que não permite raízes, é superficial. Os espinhos simbolizam as preocupações e a busca de riquezas que distraem e não dão espaço para a Palavra de Deus. A terra boa simboliza as pessoas que têm coração aberto e livre para acolher a Palavra.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje?
Que tipo de terreno sou? À margem do caminho? Pedras?
Espinhos ou terra boa?
Disseram os bispos, em Aparecida: "Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo. Daí o convite de Bento XVI: "Ao iniciar a nova etapa que a Igreja missionária da América Latina e do Caribe se dispõe a empreender, a partir desta V Conferência em Aparecida, é condição indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus." (DAp 247).
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
Rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo:
Senhor,
ilumina a minha inteligência
e fortifica a minha vontade,
de modo que a minha vida seja, aos poucos,
transformada pelo encontro contigo.
Liberta-me de tantas coisas que me oprimem,
ensina-me a evitar a dispersão
em muitos interesses superficiais;
ajuda-me na busca contínua da tua vontade.
Espírito Santo,
cria em mim um coração novo,
capaz de amar todas as pessoas.
Que a minha oração seja sustentada
pela intercessão de Maria,
Mãe da Igreja e
modelo de disponibilidade à voz de Deus.
Amém.
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu novo olhar é iluminado pelas palavras dos bispos em Aparecida: "É condição indispensável o conhecimento profundo e vivencial da Palavra de Deus, Por isto, é necessário educar o povo na leitura e na meditação da palavra: que ela se converta em seu alimento para que, por experiência própria, vejam que as palavras de Jesus são espírito e vida (cf. Jo 6,63). Do contrário, como vão anunciar uma mensagem cujo conteúdo e espírito não conhecem profundamente? É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda nossa vida na rocha da Palavra de Deus" (DAp 247).

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Irmã Patrícia Silva, fsp
 

O QUE É A SANTIDADE?


Mais do que mirabolantes façanhas místicas ou heroísmos de faquir, a santidade consiste numa correspondência de amor. Trata-se de descobrir a presença de Deus em tudo, dando-lhe glória por meio das mais corriqueiras realidades do dia a dia.

O que é que os santos fazem para chegar à santidade? Duas coisas. Por um lado, ficam longe de tudo o que os impede de entrar pelos caminhos da graça e, por outro, dirigem-se diretamente a Deus. Mas fazem tudo isso pela glória do Senhor, não por algum proveito que possam obter. Eles são os que “buscam, antes, o Reino de Deus” – mais pelo Rei do que por eles próprios – e estão dispostos a esperar o tempo que Ele quiser até o dia em que “todo o resto lhes será dado por acréscimo” (cf. Mt 6,33).

Os santos, portanto, não tratam de fazer coisas especialmente santas (como ferozes penitências, passar noites inteiras ajoelhados, milagres, profecias, êxtases na oração); tratam de fazer tudo de um modo especialmente santo, exatamente do modo como Deus quer que o façam. Para eles, a única coisa do mundo que importa é a vontade do Pai. Sabem que a cumprindo estarão imitando Nosso Senhor, manifestando a caridade e sendo fiéis ao que há de melhor em si mesmos.

Tudo isso pode ser um grande estímulo para nós, pois mostra que o nosso serviço a Deus não depende de como nos sentimos, mas de como o Senhor olha para o que fazemos. Não depende de que os nossos atos pareçam heroicos, mas da nossa disposição em deixar que Ele tire heroísmo de nós; não depende de que conquistemos, à nossa maneira, uma meta que nos faça merecedores do título de “santo”, mas de que sigamos, com total confiança, o rumo marcado pela vontade do Senhor. A santidade - como tudo na vida -

deve ser encarada do ponto de vista de Deus; não do ponto de vista do homem. Viemos do Senhor, existimos por Ele. A nossa santidade também deve vir d'Ele e existir para Ele. Cremos que a finalidade do homem, da vida, da criação é a glória do Senhor. Mas o que isso significa para nós? O que é “glória” afinal?

Santo Agostinho diz que a glória é um “claro conhecimento unido ao louvor”. Mais do que, simplesmente, explicar o que ela é, essa expressão nos diz o que temos de fazer em relação a ela, ou seja, a maneira que devemos glorificar a Deus. Louvar o Senhor na oração é glorificá-Lo; servir ao próximo na caridade, também o é. Querer seguir a Cristo e cumprir Sua vontade é dar-Lhe glória.

Cristo Nosso Senhor, que é a Santidade em Pessoa, mostrou-nos como deu glória ao Pai durante a Sua vida terrena: "Eu glorifiquei-Te na Terra, consumando a obra que me deste a fazer (Jo 17,4). Que obra era essa? Muito simples: a vontade do Pai. É claro que isso implicou fazer muitas coisas específicas – como pregar, fazer milagres, fundar a Igreja, sofrer a Paixão –, mas todas se resumem no cumprimento fiel da vontade do Pai.

Quando, próximo do fim, Jesus disse na cruz: "Tudo está consumado" (Jo 19,30), não estava querendo dizer que Sua vida chegava ao fim, mas que a obra encomendada pelo Pai, a tarefa de cumprir em tudo a divina vontade, estava, agora, perfeitamente concluída e já não restava mais nada a fazer.
Hubert von Zeller - Quadrante.com.br

O HOMEM TEM MEDO DA VERDADE



“A humanidade não aguenta muita realidade”. T. S. Eliot (1888-1965)

Dom Quixote é um personagem bem conhecido na ficção, criado no século XVI pelo escritor espanhol Miguel de Cervantes. Seu clássico romance leva o nome desse personagem. Nessa história, Dom Quixote enche sua mente com lendas e fábulas sobre corajosos cavaleiros vestidos com armaduras reluzentes, salvando donzelas em perigo. Logo, começa a imaginar que ele mesmo é um nobre cavaleiro.

Em um famoso episódio, Dom Quixote ataca um grupo de moinhos de vento, acreditando que são um bando de gigantes perigosos. Achando que está servindo aos interesses de Deus por matar esses gigantes, ele acaba sofrendo completa humilhação.

Por que Dom Quixote de la Mancha é um dos romances mais lidos do mundo? Possivelmente, porque o herói só se deixa governar pela fantasia. Nós nos identificamos com o personagem, porque ele não quer saber da realidade, desconhece inteiramente o limite entre o imaginário e o real.

Escreve a psicanalista e escritora Betty Milan: “Os personagens de romance encontram soluções mágicas para os seus dramas. Já nós somos obrigados a aceitar a realidade”. A ilusão, a fantasia, a sedução da luxúria, o engodo pelo capital e a imaginação gananciosa, tudo isso está no contexto da arte do engano. Teologia da prosperidade, astrologia, reencarnação, cartomantes, bruxarias, amuletos, simpatias, paranormalidades, objetos voadores não identificados, pseudociência e rezas supersticiosas. Tudo isso desvia a pessoa para a idolatria e para o falso sistema religioso. Os profissionais líderes da arte do engano sabem que estão servindo seus interesses e os enganados são roubados e humilhados.

Os novos movimentos religiosos têm se constituído em uma indústria sectária financeira. As atuais seitas são empreendimentos capitalistas assustadores! Elas controlam seus fiéis por meio da alienação doutrinária herética. Nenhum ator no mundo desempenha um papel tão excelente como os líderes religiosos sectários no teatro da hipocrisia. Esses tais líderes sofrerão humilhação e condenação. Não é fácil viver a realidade com a verdade, principalmente na atual babel religiosa.

A internet legitima a vida virtual, parcial, superficial e infernal. A pós-modernidade agrega muito bem a face oculta da personalidade doentia e criminosa. Engabela-se com erros refinados na era da globalização. Dizia Santo Agostinho: “os que não se deixam vencer pela verdade serão vencidos pelo erro”.

O mundo é tremendamente ilusório e fantasioso, porque a realidade é dura demais. No entanto, a verdade tem seu espaço garantido e seu destino certo.
Padre Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja

CREIO EM JESUS CRISTO


O nome de Jesus significa "Deus que salva". O Arcanjo Gabriel disse esse nome à Mãe do Senhor, "pois Ele salvará seu povo de seus pecados" (cf. Mt 1,21). Ele é o Salvador. São Pedro disse: "Não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens pelo qual devamos ser salvos" (At 4,12).

Cristo significa "Ungido", "Messias". "Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder" (At 10,38). Ele é "aquele que há de vir" (Lc 7,19)". Ele é o Filho Único do Pai e o próprio Deus. Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinamento: Seus silêncios, Seus milagres, gestos, oração e Seu amor aos pequenos e pobres, Sua aceitação do sacrifício na Cruz pela redenção do mundo e Sua Ressurreição.

Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus. Ele é igual a nós em tudo, exceto no pecado. Cristo é uma Pessoa divina, mas que possui duas naturezas e duas vontades (humanas e divinas), inseparáveis e inconfundíveis. A Igreja teve de lutar contra muitas heresias que desvirtuavam a Pessoa de Jesus (arianismo, monofisismo, monoteletismo, apolinarismo, modalismos, etc.)

Pela Sua submissão a Nossa Senhora e a São José, assim como por Seu humilde trabalho em Nazaré, Jesus nos deixou o exemplo de santidade na vida da família e do trabalho. Ele entrou em nossa história pela família, quis ter um pai adotivo e um lar. Desde o início de Sua vida pública, em Seu Batismo, o Senhor se fez o "Servo de Javé", anunciado pelos profetas, inteiramente consagrado à obra redentora da humanidade que o Pai lhe confiou. Na tentação no deserto, Ele venceu Satanás – que vencera Adão - seguindo o desígnio de salvação querido por Deus.
Cristo inaugurou, na Terra, o Reino dos céus e instituiu a Igreja, que é o Seu Corpo, “sacramento universal da salvação”, “o germe e o começo desde Reino”. Suas chaves foram confiadas a Pedro, o Papa, e aos apóstolos.

O Papa Paulo VI disse em sua “Profissão de Fé”: “Cremos em Nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus. Ele é o Verbo eterno, nascido do Pai antes de todos os séculos e consubstancial a Ele. Por Jesus tudo foi feito. Encarnou por obra do Espírito Santo, de Maria Virgem e se fez homem. Portanto, é igual ao Pai, segundo a divindade, mas inferior ao Pai, segundo a humanidade, absolutamente uno não por uma confusão de naturezas (que é impossível), mas pela unidade da Pessoa”.

“Ele habitou entre nós, cheio de graça e de verdade. Anunciou e fundou o Reino de Deus, manifestando-nos em Si mesmo o Pai. Deu-nos o Seu mandamento novo de nos amarmos uns aos outros como Ele nos amou. Ensinou-nos o caminho das bem-aventuranças evangélicas, isto é: a sermos pobres de espírito e mansos, a tolerar os sofrimentos com paciência, a ter sede de justiça, a ser misericordiosos, puros de coração e pacíficos, a suportar perseguição por causa da virtude” (n.11).

Os milagres de Jesus provam a Sua divindade. Ele é o Senhor de tudo, onipotente, onisciente, onipresente. Mostrou Seu poder sobre a matéria, sobre a natureza, a morte, a doença, os demônios, etc. Eis alguns dos seus fantásticos milagres:

Andando sobre as águas do mar da Galileia, Ele foi ao encontro dos apóstolos que remavam com dificuldade contra o vento (cf. Mateus 14,26); nas Bodas de Caná, transformou 600 litros de água em vinho (cf. João 2); por duas vezes, ao menos, multiplicou os pães e saciou a fome da multidão que O seguia no deserto (cf. Mateus 15,36); curou dez leprosos que vieram ao Seu encontro (cf. Mt 8,3); curou os cegos de nascença em Jericó; curou o paralítico na piscina de Betesda (cf. João 5,5); acalmou a tempestade sobre o mar da Galiléia, que ameaçava fazer virar o barco onde estava com os apóstolos (Mt 8,26); expulsou os demônios de muitos (Mt. 8,32); curou muitos paralíticos (Mt 8,6); ressuscitou a filha de Jairo, chefe da sinagoga de Cafarnaum (Mt 9,25); ressuscitou o jovem de Naim, filho único de uma viúva; ressuscitou Lázaro, irmão de Marta e de Maria, de Betânia (Jo11, 43-44); transfigurou-se no Monte Tabor (Mt 17,2); ressuscitou triunfante dos mortos e apareceu aos discípulos e para muitas pessoas (Mt 28,6; 1Cor 15,1s).

Os inimigos da fé católica, os racionalistas inimigos da Igreja comprovaram a autenticidade dos Evangelhos; são eles que provam a divindade de Jesus Cristo. É por isso que São Paulo disse: “Nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Col 2,9). “Ele é a imagem do Deus invisível” (Col 1,15). São Pedro diz, como testemunha: “Vimos a sua majestade com nossos próprios olhos” (2 Pe 1,16). Que nos resta concluir?

Um dia Jesus curou um ceguinho de nascença que esmolava à Porta do Templo. Depois lhe perguntou: “Crês no Filho de Deus”? Ao que o ceguinho Lhe responde: “Senhor, e quem é esse para que eu creia n'Ele”? E Jesus lhe respondeu: “É o que está falando contigo”. “Creio, Senhor, confessou o ceguinho curado, caindo de joelhos em adoração”. (Jo 9,35). É o que nos resta fazer.

Este é o segundo artigo de uma série de outros doze, explicando, resumidamente, cada um dos artigos do 'Credo'.
1 - O que é o credo?
Felipe Aquino - Canção Nova

DESCUBRA O VALOR DOS HOMENS


"Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados; dai, e dar-se-vos-á" (Lc 6,36-38).

Com uma frase muito breve, São Josemaria Escrivá explica estas palavras de Cristo: "Mais do que em 'dar' - diz -, a caridade está em 'compreender'" (Caminho, n.463). É impossível existir caridade sem compreensão; e é impossível existir verdadeira compreensão sem a disposição para desculpar e também, sempre que possível, para ajudar.

Todas as vezes que julgamos uma pessoa e concluímos, como quem dita uma sentença, “é assim”, “é insuportável”, “é maçante”, “é preguiçosa”, “é arrogante”, estamos condenando-a. Ao fazer tais juízos, colocamos nos outros uma etiqueta, como se faz num frasco ou num inseto colecionado, e os fechamos nessa definição.

Dizer de uma pessoa: "Ela é assim" equivale a perder a esperança de que ela venha mudar. Como se partíssemos da base de que vai ser sempre assim, e de que o máximo de caridade que lhe podemos dedicar é apenas sermos pacientes, suportando-a tal como é. Mas essa apreciação é falsa, está viciada pela raiz, porque todo ser humano tem, na alma, “sementes de bondade”, latentes, mas reais, que podem ser desenvolvidas.

Nenhuma pessoa consiste apenas nos defeitos que manifesta exteriormente. Todas têm infinitas possibilidades de fazer o bem e - com a graça de Deus, seu esforço e a nossa ajuda -, um dia, podem vir a ser belas realidades. Por isso, Cristo nos manda não condenar ninguém como se já estivesse “acabado”. O contrário de condenar é desculpar e esperar. O coração bom está sempre inclinado a desculpar. Ao julgar os outros, evita usar o verbo “ser” e prefere empregar o verbo “ter”. Essa pessoa, que - como todos os filhos de Deus - é potencialmente santa, agora, por uma série de circunstâncias, tem tal ou qual defeito; mas isso não quer dizer que sempre deva tê-lo.
É muito provável que uma série de dificuldades as levem a comportarem-se assim. É justo tê-las em conta. Talvez seja grosseira, porque não recebeu uma educação esmerada; ou arrogante, porque foi humilhada e sente necessidade de se afirmar; impaciente, porque lhe dói o fígado. Sempre há uma desculpa, afetuosa, que os “bons olhos” do cristão detectam como uma desculpa com fundamento objetivo, real, que nos impede de julgar esta ou aquela pessoa com dureza e, ainda mais, desclassificá-la.

Certamente, os outros têm defeitos como nós os temos, mas, felizmente, não estão acorrentados por eles como um sentenciado à prisão perpétua. Está nas nossas mãos - nas mãos da nossa caridade - desamarrar-lhes esses grilhões. Esta é uma das mais delicadas tarefas do amor benigno (cf. 1 Cor 13,4): não deixar ninguém de lado, mas, antes, dar-lhe a mão, ajudá-lo incansavelmente - com infinita compreensão e paciência - a soltar um a um os elos dos defeitos que compõem essas suas correntes.

Naturalmente, isto pressupõe que saibamos confiar - como víamos - na capacidade de bondade das pessoas; portanto, na sua possibilidade de mudar. Já foi dito alguma vez que perder a confiança em alguém é matá-lo. Também é verdadeira a afirmação contrária: confiar em alguém é dar-lhe a vida. É claro que essa confiança não se confunde com a credulidade ingênua, que fecha os olhos e julga que, afinal, todo o mundo é bom. A verdadeira confiança é outra coisa. O homem bom não é cego nem insensível aos valores. Não deixa de ver o mal em toda a sua dimensão perniciosa.

Mas, ao mesmo tempo, acredita, com todas as suas forças, que aquelas “sementes de bondade”, as quais dormem em cada coração humano, podem ser ativadas, podem ser cultivadas. Por isso, arregaça as mangas e, sem reclamar dos espinhos dos outros, trabalha para que neles desabrochem as rosas. São Josemaria, um sacerdote que irradiou compreensão e confiança, despertando milhares de corações para o bem, costumava dizer que cada pessoa deve ser tratada como uma pedra preciosa.

Não há duas pedras preciosas idênticas que possam ser lapidadas da mesma maneira. O bom lapidador estuda-as uma a uma e, daí, tira conclusões sobre o modo de extrair o máximo de perfeição e beleza de cada uma delas. Assim deve ser com as almas. O estudo atento do lapidador é, neste caso, a afetuosa atenção que prestamos a cada pessoa, esforçando-nos por compreender o seu modo de ser, o porquê das suas arestas e pontos frágeis, as linhas em que melhor podem ser “trabalhadas”. Dessa prévia compreensão, decorrerá o modo de tratá-la, de ajudá-la.

Para tanto, não é necessário possuir conhecimentos muito especializados de psicologia. Basta a psicologia do afeto, a qual proporciona uma profunda percepção aos olhos. O amor de uma mãe não precisa de manuais de psicologia para intuir, de modo certeiro, o que está acontecendo com o filho. Basta o carinho, o interesse e a vontade de se dar.

Não esqueçamos, por outro lado, que todo bom lapidador é paciente. Isso significa ter a consciência de que, para transformar um diamante bruto num esplêndido brilhante, vai precisar de tempo, de trabalho minucioso, pois só pouco a pouco irá progredindo no seu lavor. Este é o modo de agir da verdadeira caridade. Assim como o carinho superficial, mole, contenta-se com dar umas pinceladas superficiais de amabilidade, a verdadeira caridade traduz-se numa dedicação infatigável. Dá-se sem pausa, espera sem cansaço e não desiste jamais.

Persiste incansavelmente, sem abrandar a generosidade da entrega, até ver despontar, finalmente, os frutos; e aguarda confiante - permita-se-nos repeti-lo - que as “sementes de bondade” dos outros acabem por germinar. A doação de um cristão que ama assim, com coração generoso e bom (cf. Lc 8,15), nunca será estéril.
Padre Francisco Faus

24 de julho de 2012

EVANGELHO DE TERÇA E QUARTA-FEIRA

Ano B - Dia: 24/07/2012 Terça-feira

A família de Jesus
Mt 12,46-50
Quando Jesus ainda estava falando ao povo, a mãe e os irmãos dele chegaram. Ficaram do lado de fora e pediram para falar com ele. Então alguém disse a Jesus:
- Escute! A sua mãe e os seus irmãos estão lá fora e querem falar com o senhor.
Jesus perguntou:
- Quem é a minha mãe? E quem são os meus irmãos?
Então apontou para os seus discípulos e disse:
- Vejam! Aqui estão a minha mãe e os meus irmãos. 50Pois quem faz a vontade do meu Pai, que está no céu, é meu irmão, minha irmã e minha mãe.


Leitura Orante
Graça e Paz a todos os que se reúnem aqui, na web, em torno da Palavra. Juntos rezamos:
Agradeço-te, meu Deus,
porque me chamaste,
tirando-me das minhas ocupações do dia-a-dia,
muitas vezes difíceis e pesadas,
para aqui me encontrar contigo.
Dispõe o meu coração na paz e na humildade
para poder ser por ti encontrado/a e ouvir a tua Palavra.

1. Leitura (Verdade) O que diz o texto do dia?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto: Mt 12,46-50, e observo pessoas, relações e as palavras de Jesus.
Este texto que medito hoje, traz a pessoa de Maria, Mãe de Jesus. Ela e seus parentes queriam falar com ele. E ele diz que são de sua família os que fazem a vontade do Pai. Numa primeira leitura pode parecer que Jesus é deselegante com sua mãe, mas, num momento de melhor compreensão, pode-se perceber que aconteceu o contrário. Ao dizer que são de sua família os que fazem a vontade do Pai, ele incluiu sua Mãe. Ela foi a primeira , no anúncio do anjo, que disse "sim" ao projeto e à vontade do Pai.
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje?
Os bispos, na Conferência de Aparecida, falaram de forma magnífica sobre a presença de Maria na família de Deus, como discípula e mestra. Vejamos um destes textos do Documento de Aparecida: "A máxima realização da existência cristã como um viver trinitário de "filhos no Filho" nos é dada na Virgem Maria que, através de sua fé (cf. Lc 1,450 e obediência à vontade de Deus (cf. Lc 1,38), assim como por sua constante meditação da Palavra e das ações de Jesus (cf. Lc 2,19.51), é a discípula mais perfeita do Senhor. Interlocutora do Pai em seu projeto de enviar seu verbo ao mundo para a salvação humana, com sua fé, Maria chega a ser o primeiro membro da comunidade dos crentes em Cristo, e também se faz colaboradora no renascimento espiritual dos discípulos. Sua figura de mulher livre e forte, emerge do Evangelho conscientemente orientada para o verdadeiro seguimento de Cristo. Ela viveu completamente toda a peregrinação da fé como mãe de Cristo e depois dos discípulos, sem que fosse livrada da incompreensão e da busca constante do projeto do Pai. Alcançou, dessa forma, o fato de estar ao pé da cruz em uma comunhão profunda, para entrar plenamente no mistério da Aliança." (DAp 266).

Sou, assim como Maria, da família de Jesus? Ou seja, digo "sim" à vontade de Deus, mesmo que seja contrária aos meus projetos? Busco descobrir e concretizar, a cada dia, qual é a vontade de Deus para mim, para minha família, para o mundo de hoje?
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus?
"A oração mais perfeita é aquela em que houver mais amor. Neste segundo sentido mais amplo, pode-se definir a oração como a postura da alma que se põe aos pés de Deus para em silêncio olhar para ele ou o fitar enquanto fala com ele»,disse um grande santo. Assim, rezo, espontaneamente, com salmos ou outras orações e concluo com a
Oração do Abandono
Meu Pai, a vós me abandono:
fazei de mim o que quiserdes!
O que de mim fizerdes,
eu vos agradeço.
Estou pronto para tudo, aceito tudo,
contanto que a vossa vontade
se faça em mim
em todas as vossas criaturas.
Não quero outra coisa, meu Deus.
Entrego minha vida em vossas mãos,
eu vo-la dou, meu Deus.
Com todo o amor do meu coração,
porque eu vos amo.
E porque é para mim
uma necessidade de amor dar-me,
entregar-me em vossas mãos
sem medida, com infinita confiança
porque sois meu Pai.
(Carlos de Foucauld)
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra?
 Hoje, com Maria, irei ao encontro de Jesus, na certeza de que sou da sua família, porque faço a vontade de Deus.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém.


Ano B - Dia: 25/07/2012 Quarta-feira

Seguir Jesus sem ambições
Mt 20,20-28
Então a mãe dos filhos de Zebedeu chegou com os seus filhos perto de Jesus, curvou-se e pediu a ele um favor.
- O que é que você quer? - perguntou Jesus. Ela respondeu:
- Prometa que, quando o senhor se tornar Rei, estes meus dois filhos sentarão à sua direita e à sua esquerda.
Jesus disse aos dois filhos dela: - Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber? - Podemos! - responderam eles.
Então Jesus disse: - De fato, vocês beberão o cálice que eu vou beber, mas eu não tenho o direito de escolher quem vai sentar à minha direita e à minha esquerda. Pois foi o meu Pai quem preparou esses lugares e ele os dará a quem quiser.
Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram zangados com os dois irmãos. Então Jesus chamou todos para perto de si e disse: - Como vocês sabem, os governadores dos povos pagãos têm autoridade sobre eles, e os poderosos mandam neles. Mas entre vocês não pode ser assim. Pelo contrário, quem quiser ser importante, que sirva os outros, e quem quiser ser o primeiro, que seja o escravo de vocês. Porque até o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida para salvar muita gente.


Leitura Orante
Inicio este momento orando com todos os que estão neste ambiente virtual, a oração de Bento XVI:
Senhor, dai-nos sempre o fogo de vosso Santo Espírito,
que ilumine as nossas mentes
e desperte entre nós o desejo de contemplar-vos,
o amor aos irmãos, especialmente aos aflitos,
e o ardor por anunciar-vos no início deste século.
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz?
Leio atentamente, na Bíblia, o texto de hoje: Mt 20,20-28.
No caminho para Jerusalém Jesus anuncia a sua morte como consequência de toda a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. O "cálice" de que fala Jesus é o da sua paixão e morte. João e Tiago dizem que podem beber deste cálice também. Tiago realmente passará pelo martírio. Em Atos 12,2 é narrado que o rei Herodes "mandou degolar Tiago, o irmão de João". Não se concretizou porém, em João. Sabe-se que existe paixão, sofrimento sem chegar ao martírio. Jesus, ao chamar os dez discípulos para perto, fala-lhes que a única coisa importante para o discípulo é segui-lo: servir e não ser servido. Na nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.
2. Meditação(Caminho) - O que a Palavra diz para mim?
O meu ser discípulo é conforme o Evangelho? Sou aquela pessoa que serve porque segue Jesus? Sou capaz de viver a radicalidade do Evangelho?
Os bispos, em Aparecida, lembraram o serviço de muitos que, inclusive, dão a própria vida serviço dos demais, como Jesus: "Apesar das deficiências e ambigüidades de alguns de seus membros, a Igreja tem dado testemunho de Cristo, anunciado seu Evangelho e oferecido seu serviço de caridade principalmente aos mais pobres, no esforço por promover sua dignidade e também no empenho de promoção humana nos campos da saúde, da economia solidária, da educação, do trabalho, do acesso à terra, da cultura, da habitação e assistência, entre outros. Com sua voz, unida à de outras instituições nacionais e mundiais, tem ajudado a dar orientações prudentes e a promover a justiça, os direitos humanos e a reconciliação dos povos. Isto tem permitido que a Igreja seja reconhecida socialmente em muitas ocasiões como uma instância de confiança e credibilidade. Seu empenho a favor dos mais pobres e sua luta pela dignidade de cada ser humano tem ocasionado, em muitos casos, a perseguição e, inclusive, a morte de alguns de seus membros, os quais consideramos testemunhas da fé. Queremos recordar o testemunho valente de nossos santos e santas, e aqueles que, inclusive sem haver sido canonizados, tem vivido com radicalidade o evangelho e oferecido sua vida por Cristo, pela Igreja e por seu povo." (DAp 98).
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus?
Rezo (ou canto) com o Pe. Zezinho, scj:
Põe teu coração no meu
Põe teu coração no meu
e o meu coração no teu
Não tenhas medo de abraçar a cruz
Tens também meu ombro e minha força, eu sou Jesus.
Vem comigo, vem que eu sei, a jornada é longa
E eu direi quais os perigos de me acompanhar
É um caminho estreito,
mas é o feito pra chegar
Segue os passos que eu darei.
Prende a tua cruz na minha
Vai servir meu povo, faça como eu.
Ele sofre menos quando encontra um Cireneu
Vai ao povo como irmão,
se preciso estende a mão
Não tenhas medo do meu verbo amar
Tem seus contratempos mas o tempo é de ajudar
Teu projeto eu já tracei,
vai ao povo que eu te ensinarei
O jeito certo de me anunciar,
basta que me peças que eu te ajudo a não errar
Usa a fé com mais razão,
busca mais sabedoria
Pra chegar ao povo sê um aprendiz
Do que o povo fala e do que a minha Igreja diz.
Do CD Quando me chamaste - Paulinas COMEP
4. Contemplação(Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Nas relações onde devo exercer alguma autoridade vou fazer aquele exercício de serviço, como Jesus.

Bênção
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém.
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém.
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém.
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Irmã Patricia Silva,fsp

TENHA UM CORAÇÃO MISSIONÁRIO




A missão nasce no coração da Santíssima Trindade, de onde recebemos o chamado para sermos testemunhas do amor no mundo. Em Cristo somos enviados a anunciar a Boa Nova do Reino de Deus entre nossos irmãos e irmãos. O coração da missão está fundamentado no coração missionário de Jesus Cristo. O documento Ad Gentes (Aos Povos) irá nos dizer que: “A Igreja peregrina é, por sua natureza, missionária, visto que tem a sua origem, segundo o desígnio de Deus Pai, na «missão» do Filho e do Espírito Santo” (AG, 2). O coração de Cristo na Igreja, a faz missionária por excelência.

Dentre as inúmeras características de um missionário, algumas são fundamentais para quem deseja fazer de sua vida uma Missão de amor e anuncio da Boa Nova:

Missão é sempre uma ponte de amor entre os seres humanos. Não há missão se não ousamos sair de nós mesmos e partir ao encontro do outro. E este encontro acontece a partir da realidade em que nossos irmãos e irmãs vivem. Deus é quem conduz nossos passos e caminhos. Somos peregrinos acompanhados por Deus em terras de Missão. Muitas vezes, o missionário terá de sair de suas certezas e seguranças, confiando na providência divina. "Deus disse a Abrão: ‘Saia de sua terra, do meio de seus parentes e da casa de seu pai, e vá para a terra que eu lhe mostrarei. Eu farei de você um grande povo, e o abençoarei; tornarei famoso o seu nome, de modo que se torne uma bênção'" (Gn 12,1-2).

Semear o amor: A vida missionária faz do mundo um território sem fronteiras, onde a segurança está apenas em Deus. Conduzidos pelo Espírito Santo, Protagonista da Missão, o missionário sabe que é apenas um semeador. Seu trabalho consiste em apenas lançar as sementes do amor nos corações que encontrar ao longo do caminho. Deus é quem irá cuidar. Certeza? Apenas uma: o Senhor é quem faz crescer as sementes do amor plantadas em cada vida e em cada história: “Eu plantei, Apolo regou, mas era Deus quem fazia crescer. Assim, aquele que planta não é nada, e aquele que rega também não é nada: só Deus é que conta, pois é ele quem faz crescer” (1 Cor 3,6-7).
Partilhar seus dons em favor de todos: Missionário é aquele que partilha seus dons em favor da humanidade sofredora. Ele sabe que os dons que possui não são seus, mas sim presentes de Deus a serem ofertados a cada irmão e irmã que encontrar pelos caminhos da vida. Em uma sociedade que oferece, muitas vezes, presentes ilusórios, o missionário é chamado a ofertar generosa e pacientemente os dons nascidos do amor de Deus por cada filho e filha seus e que conduzem cada um ao caminho da amor, da paz e da esperança.

Buscar Deus nos homens: Missão é sempre partir em busca de Deus em cada ser humano. O missionário não busca certezas, mas, nas incertezas e medos do caminho, busca a presença do Senhor, muitas vezes, escondida e silenciosa no coração de cada pessoa. Esta busca não acontece por acaso; uma vez tendo encontrado Deus escondido em cada coração, o missionário tem a tarefa de despertar cada irmão e irmã do sono espiritual no qual muitos se encontram.

Fazer da missão uma oração: A vida espiritual de todo missionário é alimentada pela oração. Quando a vida espiritual missionária deixa de ser oração, a vocação se torna apenas um ativismo que termina no desânimo, abandonando pelo caminho as sementes que trazia guardadas no coração. Na oração, o missionário faz de sua vida uma entrega total de si mesmo aos planos divinos na sua vida e na vida de todos aqueles que lhe são confiados ao seu cuidado e amor.

Missão é sempre um chamado para a evangelização, na qual o amor anunciado seja fonte de vida em plenitude no coração da humanidade, que busca, a cada dia, a Fonte verdadeira da Água Viva.
Padre Flávio Sobreiro

QUEM QUER IR PARA O CÉU?


O título faz parte de uma história que se conta por aí. Durante um encontro de ensino religioso, a catequista pergunta aos pequerruchos que estão em sua frente: “Quem quer ir para o céu?” Todas as crianças levantam a mão e respondem em coro: “Eu vou!”. Umas delas, porém, fica em silêncio. “Você não quer?”, indaga curiosa a mestra. E ela: “Não, porque mamãe me disse para voltar logo para casa após a catequese!”.

Passando da brincadeira para a realidade, se conhecêssemos, verdadeiramente, quem é Deus e o que significa “Paraíso”, seríamos atraídos, irresistivelmente para eles, infinitamente mais do que acontece com a lei da gravidade. Infelizmente, ao longo da vida, tantos e tão fortes "falsos brilhos" aparecem, que, lentamente, dia após dia, nos tornamos cada vez mais cegos às “coisas do céu” e atraídos pelas “coisas da terra”.

Mas, o que é o céu? Para começo de conversa, poderíamos lembrar que sua existência era aceita até mesmo fora do judaísmo, famoso é o exemplo apresentado por Platão. Para ele, o mundo se assemelha a uma caverna escura, habitada por pessoas acorrentadas, de costas para a entrada. Do lado de fora – ou seja, envolvidas pela luz e pela beleza do sol – caminham e trabalham outras pessoas, cheias de vida. É a sombra delas que se reflete no fundo da caverna – sombra que, para os aprisionados, é a única realidade percebida e, portanto, existente.

Para Platão, o frenético corre-corre que atordoa e inferniza os habitantes deste mundo é uma aparência enganosa. A realidade que sustenta e dá sentido a tudo é Deus. Com o filósofo concorda um salmista judeu, que escrevia, mais ou menos, na mesma época: "Setenta anos é a duração de nossa vida. Oitenta, para os mais robustos. A maior parte deles é sofrimento e vaidade. Passam depressa e nós voamos. Ensina-nos, Senhor, a contar os nossos dias, para que tenhamos a sabedoria do coração!" (Sl 90,10.12).

Na “Escola de Atenas”, uma obra estupenda do pintor renascentista italiano Rafael Sanzio, Platão aparece com o dedo apontado para o alto, e Aristóteles, para o chão. É a síntese perfeita da missão do cristão. Quanto mais ele olha para o céu, mais aprende a olhar para a terra. Quanto mais Deus estiver presente em sua vida, mais perfeito e concreto será seu amor pelos irmãos que caminham ao seu lado. Foi provavelmente isso que os anjos quiseram ensinar aos apóstolos no dia da Ascensão de Jesus: "Homens da Galileia, por que ficais aí, parados, olhando para o céu? Esse Jesus que foi elevado ao céu, virá novamente para vós!" (At 1,11).

Se Jesus “virá novamente no meio de nós”, o céu deixa de ser uma casa que se constrói na terra e se ocupa somente após a morte. Pelo contrário, se alguém, já aqui na terra, conseguir transformar a sua vida numa morte ininterrupta ao egoísmo, cada ato seu corresponderá uma nova experiência de paraíso, até a última, quando ele mesmo se identificará com o céu: "Desde agora já somos filhos de Deus, embora ainda não se tenha tornado claro o que vamos ser. Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos como ele é" (1Jo 3,2).

Ao tentar descrever o céu, o Catecismo da Igreja Católica faz esta reflexão: "O céu é o fim último e a realização das aspirações mais profundas do homem, o estado de felicidade suprema e definitiva. Viver no céu é viver com Cristo. Os eleitos vivem nele, mas lá conservam, ou melhor, lá encontram sua verdadeira identidade, seu próprio nome". Este mistério de comunhão bem-aventurada com Deus e com todos os que estão em Cristo supera toda compreensão e toda imaginação. A Escritura nos fala dele em imagens: "O que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e o coração humano não percebeu, isso Deus preparou para aqueles que o amam” (1Cor 2,9)».

Por tudo isso – e por mil outras razões –, Santa Teresa de Ávila repetia para si mesma: "Espera, ó minha alma, espera! Ignoras o dia e a hora. Vigia cuidadosamente, tudo passa com rapidez, ainda que tua impaciência torne duvidoso o que é certo e longo um tempo que é curto. Considera que, quanto mais lutares, mais provarás o amor que tens a teu Deus e mais te alegrarás um dia com Teu Bem-Amado numa felicidade e num êxtase que não poderão jamais terminar".
Dom Redovino Rizzardo, cs
Bispo de Dourados (MS)