Escolhi o caminho da mídia católica, o que não significa que seja contra todos os caminhos da mídia profana. Na mídia não religiosa há excelentes caminhos e excelentes profissionais. Alguns deles se comunicam conosco todos os dias. São confiáveis, creiam ou não creiam como nós.
Respeito também os sacerdotes que mergulharam de cabeça na mídia profana, conhecida como "grande mídia", embora a Igreja seja também uma grande mídia; basta ver os veículos que possui. O fato de ir mais devagar e de cada unidade atingir menos gente do que as grandes emissoras não faz a mídia católica pequena. Por conta das suas liturgias e de seus templos a mensagem católica abrange muito mais do que outras. Temos comunidades organizadas que a mídia profana não tem.
Optei pela mídia católica e, ao fazer a minha opção, não estava rejeitando os caminhos da mídia profana; estava, sim, me reservando para novos caminhos da mídia católica, que eu esperava que crescesse como de fato cresceu. Sei que não foi por minha causa, mas certamente dei a minha colaboração e tenho dado. Já, os meus colegas sacerdotes, alguns deles alunos meus, que optaram por freqüentar as inúmeras emissoras de rádio e de televisão da mídia profana, entendendo que com isso chegariam a um público ao qual não se chega pela mídia religiosa, também eles fizeram a sua opção. Foram pregar no púlpito não católico. Já fiz isso e sei que não é fácil nem é simples. Merecem respeito.
Acredito que Deus, a cada qual dá uma bússola; e que todas as bússolas apontam o rumo norte, mas os caminhos não precisam ser iguais e cada um terá que descobrir a sua trilha e o seu caminho para chegar ao seu norte. Não posso impor os meus, nem dizer que estou mais certo ou mais errado. Só posso dizer que estou há 45 anos nele e que para mim fez sentido dedicar todas as minhas energias, talentos e formação à mídia religiosa e católica. Perdi com isso, ganhei com isso.
Quanto aos meus irmãos de sacerdócio que optaram falar e cantar para milhões que não sintonizam mídias religiosas, o tempo dirá se fizeram melhor escolha. Isto de lançar as sementes, só se vê depois da semente cultivada e árvore feita; sementes espirituais não costumam medrar no dia seguinte, levam anos. Quem trocou a mídia religiosa pela mídia profana sabe o que fez e porque fez. Eu não troquei e também sei o que fiz e porque fiz. Estou falando de semeaduras e de cultivos; no dia da colheita saberemos.
Jesus mandou anunciar sua Palavra de cima dos telhados (Mt 10,27) e não disse se o telhado tinha que ser religioso ou se podia ser profano. Estou certo eu, estão certos eles. O problema semear parece resolvido. Agora vem a outra questão: o conteúdo da semente; aí a discussão vai longe! Já sabemos quem está semeando, onde e como está semeando. Agora precisamos saber o que está sendo semeado. Entra aí o delicadíssimo assunto da Doutrina dos Católicos.
Padre Zezinho scj
Nenhum comentário:
Postar um comentário