A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

7 de julho de 2015

Consagre-se ao Preciosíssimo Sangue de Jesus


Consagre-se ao Preciosíssimo Sangue de Jesus

Consagração ao Preciosíssimo Sangue de Jesus

Foto: Wesley Ameida/cancaonova.com

Senhor Jesus Cristo, em Vosso nome e com o poder de Vosso Sangue Precioso, selamos cada pessoa, fato ou acontecimento por meio dos quais o inimigo nos queira prejudicar.

Com o poder do Sangue de Jesus, selamos toda potência destruidora no ar, na terra, na água, no fogo, abaixo da terra, nos abismos do inferno e no mundo do qual hoje nos moveremos.

Com o poder do Sangue de Jesus, rompemos toda interferência e ação do maligno. Nós Vos pedimos, Senhor, que envieis ao nosso lar e local de trabalho a Santíssima Virgem Maria acompanhada de São Miguel, São Gabriel, São Rafael e toda sua corte de santos anjos.

Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos nossa casa, todos os que nela habitam (nomear cada um), as pessoas que o Senhor a ela enviará, assim como todos os alimentos e os bens que generosamente nos concede para nosso sustento.

Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos terras, portas, janelas, objetos, paredes e pisos, o ar que respiramos, e na fé colocamos um círculo de Seu Sangue ao redor de toda nossa família.

Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos os lugares onde vamos estar, neste dia, e as pessoas, empresas e instituições com quem vamos tratar.

Com o poder do Sangue de Jesus, lacramos nosso trabalho material e espiritual, os negócios de nossa família, os veículos, estradas, ares, ruas e qualquer meio de transporte que haveremos de utilizar.

Com Vosso Preciosíssimo Sangue, lacramos atos, mentes e corações de nossa Pátria, a fim de que Vossa paz e Vosso Coração nela reinem.

Nós Vos agradecemos, Senhor, pelo Vosso Preciosíssimo Sangue, pelo qual nós fomos salvos e preservados de todo mal. Amém.


2 de julho de 2015

Cinco passos para descobrir o sentido da vida


Cinco passos para descobrir o sentido da vida

Descobrir o sentido da vida é um caminho a ser percorrido com esforço diário

Muitos se perguntam: “Como descobrir o sentido da vida?”. Essa pergunta questiona o ser humano há milênios, independente de sua crença ou condição social. Encontrar o verdadeiro sentido de nossa existência terrena é um caminho que exige um esforço contínuo de crescimento interior e amadurecimento humano.


Em muitas situações dolorosas é comum ouvirmos: “Onde está Deus que não vê o meu sofrimento?”. Nas Sagradas Escrituras, encontramos Jó, que perdeu tudo o que possuía: bens, família e saúde. Sem absolutamente nada, ele, muitas vezes, questionou o Senhor. No entanto, algo nele permanecia inabalável: a fé. E este é o primeiro passo para que você descubra o sentido da vida: cultivar a fé em Deus. Sem ela, a esperança se desfalece e as manhãs sempre são nubladas e sem vida. As trevas do desânimo ofuscam a beleza da luz divina, que é fonte de amor e paz. Cultive a fé e permaneça fiel a Deus na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, e encontrará o sentido maior de viver.

Quem caminha pela vida sem direção segura facilmente se perde de si mesmo, dos outros e de Deus. Precisamos de uma orientação que nos guie e dê confiança todos os dias de nossa existência. Onde encontrar tal orientação que dá sentido à vida? A Palavra de Deus é luz para nossos passos. Ler, meditar e ouvir o que o Senhor nos fala por meio de Sua Palavra é um método seguro para retomar o caminho da paz, antes roubado por tantas preocupações.

Muitos possuem uma grande quantidade de bens materiais, mas tem uma vida triste e sem sentido. O dinheiro não trouxe a felicidade sonhada; os bens adquiridos preencheram momentaneamente o coração, que ainda se encontra em um grande vazio existencial. Mas há um tesouro que nunca se acaba e é fonte de felicidade eterna: a prática do bem. Jesus é o mestre da solidariedade, e Ele nos ensina que o maior tesouro se encontra no bem que praticamos. O terceiro passo para descobrir o sentido da vida é este: fazer o bem. Quando ajudamos alguém, nossa alma repousa em uma paz tão profunda, que nem mesmo a maior fortuna em dinheiro poderá comprá-la. Não tenha medo de ser solidário, pois os frutos são sementes de uma vida nova. Ame e deixe-se amar.

O quarto passo para descobrir o sentido da vida consiste em cultivar a paz no coração. A paz que sonhamos para nossa vida começa a ser construída dentro do próprio coração. Não conseguiremos mudar o mundo enquanto não modificarmos o nosso interior. Pequenos gestos fazem grande diferença. A semente da paz germina em atos de solidariedade e misericórdia. Cultive a paz concretamente e você a verá florescer em sua alma como uma linda manhã de eterna primavera.

O cultivo da fé, a orientação espiritual buscada na Palavra de Deus, a prática concreta do bem e a busca da paz só darão um sentido completo à nossa vida se estiverem alicerçados sob uma profunda e constante vida de oração. E este é o quinto passo para descobrir o sentido da vida: cultivar uma vida de oração.

A oração é alimento para nossa vida espiritual e humana. Quando oramos, preenchemos os espaços vazios de nossa alma com um amor que transcende toda a nossa existência. Deus habita nosso coração, mas precisamos sempre ir ao seu encontro. A intimidade de uma vida de oração cultivada diariamente nos aproxima sempre mais de Deus e dos irmãos.

Não desanime em meio às tempestades da vida, mas busque, nestes cinco passos, um caminho seguro para que a sua vida tenha um sentido pleno de transcendência.
Padre Flávio Sobreiro - Vigário Paroquial da Paróquia Nossa Senhora do Carmo (Cambuí-MG). Padre da Arquidiocese de Pouso Alegre – MG.

O sono de Deus


O sono de Deus

Só Deus é capaz de conduzir os acontecimentos do mundo, como Senhor da história, respeitando a liberdade humana

Os discípulos de Jesus percorreram etapas exigentes em seu amadurecimento como seguidores daquele Mestre tantas vezes enigmático em seus gestos e palavras. Junto com Jesus, muitas vezes o Lago de Genesaré, também chamado Mar da Galileia ou de Tiberíades, tornou-se cenário privilegiado para o chamado, milagres, repouso, crises, pregações e o duro aprendizado, que frutificará depois, quando a barca da Igreja singrar os mares da história. Após a Ressurreição, foi ainda à beira do lago que descobriram que “o mar não está para peixe”, quando falta o reconhecimento da presença do Senhor (Cf. Jo 21, 1-14). Só quando alguém diz “É o Senhor” é que as coisas mudam.

Dura e frutuosa lição experimentaram os discípulos numa das muitas travessias do mar (Cf. Mc 4, 35-41). O cenário é perfeito para o medo! Ventania, ondas que se lançam dentro da barca, e Jesus dormindo! “Mestre, estamos perecendo e tu não te importas?” e Jesus se levantou, ordenou silêncio ao vento e ao mar. À calmaria, seguiu-se o ensinamento precioso: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé? Eles sentiram grande temor e comentavam uns com os outros: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mc 4, 40-41). Ao apavoramento se seguiu o temor, que podemos chamar de sagrado! É que estavam descobrindo naquele que os chamara nada menos do que o mesmo Deus que fecha o mar com portas, marca seus limites e controla a “arrogância” de suas ondas (Cf. Jó 38, 1-11). E temor de Deus é um dos dons do Espírito Santo.

As sucessivas gerações de cristãos, até chegar aos nossos dias, e assim será até a volta do Senhor, devem confrontar-se com o dilema do silêncio ou do sono de Deus. Quem de nós, diante da decadência dos costumes, ou frente à onda de violência que se assoma às nossas famílias, a criminalidade impune, ou o indiferentismo e o relativismo que se espalham, não desejou, mesmo secretamente, que venha um fogo do céu para balançar as consciências? (Cf. Lc 9,54-58). Até hoje Jesus repreende os discípulos que desejam usar tais armas!

Quer dizer que Deus não age, ou que continua dormindo comodamente sobre um travesseiro? Basta verificar o curso de nossa vida pessoal, no ponto em que nos encontrarmos, para constatar a presença misteriosa, mas efetiva, de Jesus Salvador em nossa existência. As orações são ouvidas? Sim, mas não como se o Senhor estivesse a nosso serviço, para operar obras prodigiosas, quem sabe desejadas para parecermos melhores do que os outros. Só Deus é capaz de conduzir os acontecimentos do mundo, como Senhor da história, respeitando a liberdade humana.

Para ficar em nossa geração, é positivamente espantoso verificar a sucessão de Papas que a Igreja ofereceu ao mundo, como reserva moral, defesa da verdade e dos direitos das pessoas. Vale uma bonita ladainha, de 1939 para cá: Pio XII, São João XXIII, o Beato Paulo VI, João Paulo I, São João Paulo II, Bento XVI e o Papa Francisco. Felizes somos nós, numa época de carência de líderes autênticos, por termos a Providência Divina que suscita intervenções tão carregadas de sabedoria e firmeza.

Nesta semana, se rejubila nossa Amazônia com a notícia, o Papa Francisco publica a Encíclica sobre a Criação e a Ecologia, chamada “Laudato si”. É que Deus realiza a sua obra, bem acordado (“Meu Pai trabalha sempre” – Jo 5,17). Só que desejou benevolamente contar com os dons que nos foram concedidos, e não só aos papas! Tudo o que era estritamente necessário dizer à humanidade foi dito no Filho Amado do Pai, Palavra Eterna encarnada para nossa Salvação. Sem receio de exagerar, podemos dizer que as mazelas todas do mundo seriam e podem ser superadas se o Evangelho for vivido. E as consequências do Evangelho podem iluminar desde as pessoas mais simples até os maiores portentos da ciência ou da técnica. E as muitas moções proféticas que o Senhor oferece no curso da história, através de homens e mulheres dóceis ao Espírito Santo, não fazem mais do que confirmar o que a Palavra revelada já proclamou, oferecendo os necessários desdobramentos correspondentes a cada tempo, para edificarmos um mundo mais justo e fraterno.

Mais do que achar que Deus está dormindo, o que acontece é que uma onda terrível, sob a qual não podemos deixar de identificar a presença e atuação do pai da mentira, cujo nome conhecemos, que pretende fazer com que o mundo viva sem Deus e impedir que a Palavra vinda de sua boca chegue às pessoas, ou ainda ridiculariza o que existe de sagrado na confissão de fé dos homens e mulheres de nossa época, suscitando o que Papa Francisco chama de mundanidade.

Todas as pessoas de boa vontade se espantaram e se revoltaram com o flagrante desrespeito à fé cristã, aos santos e santas e ao Senhor Jesus Cristo, em cujo nome, e só nele, se encontra a salvação, ocorrido recentemente numa grande cidade de nosso país. São pessoas que por suas opções pessoais gritam por respeito, mas não são capazes de reconhecer o mesmo direito de quem professa uma religião. Deus não está dormindo, e nem precisa tramar castigos para quem quer que seja. Ele já disse o que pensa através do clamor que ressoou pelo Brasil.

Outro desafio se anuncia gravíssimo nos próximos dias! Há uma armadilha preparada para dilapidar a formação da consciência das novas gerações, quando a chamada “ideologia de gênero” ameaça ser incluída nos planos educacionais do país. No momento, são as Câmaras Municipais que devem analisar os projetos. Conclamamos todas as casas de leis de nossos municípios de todo o Estado do Pará, a fim de que rejeitem corajosamente esta ameaça. E aqui todos os vereadores e vereadoras cristãos que têm temor de Deus, católicos ou de outras confissões cristãs, são por nós convidados a se posicionarem com firmeza, rejeitando o que maldosamente está sendo proposto por instâncias superiores no campo educacional, que insistem em fazer valer essa ideologia absolutamente contrária aos princípios que defendemos. Para que ninguém pretenda calar a voz de Deus ou fazê-lo dormir, apelo aos meus leitores para encaminharem cópias do texto que agora têm em mãos aos vereadores de todos os municípios do Brasil.

Deus nos entregou uma grande responsabilidade, a de sermos porta-vozes daquilo que ele pensa e quer! Não necessitamos de grandes ou novas revelações para viver esta missão. Basta ter na mente, no ouvido e no coração o Evangelho de Jesus Cristo, vivê-lo e proclamá-lo corajosamente. Como na narrativa da Criação Deus descansou ao ver que tudo o que fizera era muito bom (Cf. Gn 1, 31), permitamos-nos dar alegria e repouso ao seu coração, sendo coerentes com seu plano de amor.
Dom Alberto Taveira Corrêa -  Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.

Cuidados que o idoso precisa ter com a alimentação


Cuidados que o idoso precisa ter com a alimentação

Os cuidados com o idoso são sempre muito importantes e precisam ser observados com muita atenção

Precisamos entender o que muda no nosso organismo quando passamos da idade adulta para a idosa – mais de 65 anos.


Após essa idade, o organismo do idoso sofre algumas alterações, e dentre elas podemos citar:

1. Mudanças fisiológicas: perdas celulares, declínio do funcionamento dos órgãos;
2. Alterações das necessidades energéticas/calóricas diárias: reduzindo de 10 a 25% do que ele precisa como energia para seu organismo;
3. Alterações no Sistema Digestivo: o intestino perde um pouco a sua força muscular, provocando uma diminuição na motilidade intestinal, o que leva ao que conhecemos como “prisão de ventre”;
4. Composição corporal: o idoso perde peso e massa muscular, e tem a tendência de aumentar a quantidade de gordura corporal, principalmente na região abdominal;
5. Órgãos Sensitivos: percebe-se uma diminuição nos sentidos do paladar, do olfato e da visão, o que dificulta a alimentação e a preparação dela;
6. Alterações Hormonais: uma importante alteração é a diminuição da produção do hormônio insulina pelo pâncreas, o que pode provocar diabetes.

É importante saber também que existem alguns fatores que precisam ser observados, para que essas alterações não sejam aceleradas nem apareçam precocemente. Dentre os problemas que podem acelerar o envelhecimento estão o meio ambiente, o estilo de vida, o hábito de fumar, a alimentação, a prática de atividade física, a depressão, o estresse e, claro, a alimentação!

Vamos falar, então, sobre algumas dicas que podem ajudar na alimentação dos idosos:

– Planejar as refeições diárias. Fazer um cardápio bem variado e alterar também a forma de prepará-los;
– Preparar refeições atrativas e saborosas. Cortar os alimentos em pedaços pequenos, moer, ralar, desfiar ou alterar sua textura de forma que fiquem mais “moles”;
– Comer devagar, mastigando bem os alimentos;
– Utilizar com moderação óleos vegetais para preparar as refeições;
– Não cozinhar com gordura animal (banha, toucinho);
– Reduzir o consumo de açúcar e sal. Retirar o saleiro da mesa;
– Ter cuidado com o consumo excessivo de alimentos ricos em cafeína (café, chá preto, chocolate), pois eles são estimulantes;
– Consumir, uma vez ao dia, iogurtes ou leite fermentado, que são probióticos e ajudam no controle de bactérias do organismo.
– Incentivar o consumo de frutas e hortaliças. Usar leite e derivados desnatados, pães integrais e arroz integral;
– Estimular a ingestão de água e líquidos, dando preferência a sucos naturais de frutas e evitando refrigerantes que possuem muito sal e açúcar;
– Alimentar-se de 3 em 3 horas e não substituir refeições por guloseimas e lanches. Isso é muito importante!

Seguindo essas dicas nutricionais com atenção, vamos ter o controle do peso corporal do idoso, manter sua massa muscular saudável, além de prevenir doenças pelo consumo adequado de nutrientes.

Como nos disse o Papa Francisco, na Catequese de 4 de março de 2015, “onde não há honra para os idosos, não há futuro para os jovens”.

Cuidemos, portanto, com carinho e atenção dos nossos idosos.
Cristiane Zandim - nasceu em Brasília / DF. É missionária na comunidade Canção Nova desde 2011.

O que não dizer para uma pessoa com câncer


O que não dizer para uma pessoa com câncer


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Saber o que não dizer a uma pessoa com câncer pode tornar mais leve o diálogo

O que não dizer para uma pessoa com câncer? “ Cabelo é o de menos!”, “O que você sentiu mesmo? Acho que estou sentindo o mesmo. Morro de medo de ter o que você tem!”, “Deus sabe o que faz. Eu não suportaria, é porque você é forte!”, “Deus dá o frio conforme o cobertor!”.

Essas frases não tem nada de consoladoras! Portanto, se uma pessoa que você conhece descobrir que tem câncer, por favor, tire essas palavras da sua lista quando for conversar com ela. Especialmente se for uma mulher. Começo falando da frase sobre o cabelo. Sinto muito, mas cabelo não é o de menos! Para a mulher, muito mais do que apenas estética, o cabelo representa boa parte da identidade feminina dela; e algumas trazem uma história com suas madeixas; então, perdê-las de um dia para o outro não é tarefa simples, mas não é impossível também.

Lembro-me de quando soube que ia passar pela quimioterapia; fiquei pensando o que faria com meus cabelos. Na época, ele estava no meio das costas e aloirados, como eu tanto gostava. Meu esposo levou-me ao salão e, delicadamente, convenceu-me de que eu ficaria linda com um cabelo mais curto. Foi uma experiência estranha, mas, ao fim, senti-me bem. Porém, aquele corte duraria pouco; a quimioterapia logo começaria. Ganhei da minha mãe uma peruca moderna, daquelas que colam na cabeça e imitam couro cabeludo. Com ela eu passaria pela multidão e me livraria dos olhares de piedade do tipo: “Pobre moça, tão jovem e com câncer!”. Resolvi me “disfarçar”.

Um dia antes da primeira sessão, raspei a cabeça para colocar a peruca depois! Foi divertido ver a cara de espanto do meu marido me olhando careca. Aí falei: “O que foi? Nunca viu?”. Pergunta óbvia! E ele (para meu total espanto) falou: “Agora tenho certeza de uma coisa: você é realmente linda, porque, mesmo careca, você fica bonita. Como pode?”. Achei tão engraçado aquilo… Ele era mesmo apaixonado por mim! E eu fiquei ainda mais por ele.

Estou contando tudo isso para lhe dizer: não é tarefa simples para uma mulher perder os cabelos, eles não são “o de menos”. Por isso, sugiro que você, ao presenciar alguém perder os cabelos, especialmente uma mulher, lembre-se de que só ela sabe o que isso significa para ela. Então, frases do tipo “’Como você quer que eu a ajude se sentir melhor?’ ou ‘O que você acredita que vai combinar com você? Uma peruca, um lenço? Quer experimentar antes?’” podem fazer mais efeito. Se não souber o que falar, o silêncio não é sinônimo de vazio, ele pode falar mais do que palavras.

As demais frases que citei acima se referem, naturalmente, ao fato de que quando uma pessoa passa por um câncer, ela se torna um “para-raio” de informações sobre a doença. As pessoas têm medo de ter o que você teve e algumas querem, com uma ideia hipotética de controlar a própria vida, saber detalhes do que aconteceu para prevenir a doença em si mesmo. Até certo ponto, isso é bom, e eu mesma tenho alegria em ajudar e alertar as mulheres. O ruim é sempre o exagero, quando olham para você e fazem o sinal da cruz, com medo. Elas se esquecem de que o sofrimento é inerente ao ser humano, e que, no dia anterior ao meu diagnóstico, eu também lia nas revistas as histórias de mulheres com câncer e, igualmente, não imaginava que um dia seria um delas. Creio que falta para alguns mais naturalidade à percepção de que somos mortais.

Dizer “Eu não suportaria, é por que você é forte” é uma verdadeira falácia! Ninguém gosta de sofrer e ninguém se programa para isso, mas quando o sofrimento bate à nossa porta, temos de fazer uma escolha: deixamos que ele defina quem somos, esmagando-nos e nos vitimando, ou decidimos que ele só reforçará o que temos de melhor, e aproveitaremos a vida após essa experiência de uma maneira muito mais sábia e interessante. Então, ninguém nasce forte para sofrer, mas escolhe não se enfraquecer diante das dores, porque escolhe a vida.

Lembro-me de que as frases que mais me faziam bem eram: “Comunguei por você hoje na Missa!” ou “Lá em casa, um mistério do terço é em sua intenção”. Nossa! Ouvir isso era como um bálsamo. Primeiro, porque a força da oração é capaz de nos sustentar em situações humanamente impossíveis de suportar; segundo, porque saber que alguém se lembrou de nós numa oração, mesmo com tantas outras intenções em sua vida, é prova de que, realmente, ela se importa conosco, e isso faz com que nos sintamos amadas; e o amor cura.

Apesar de ter citado essas frases, entendo perfeitamente que o sofrimento assusta a todos nós. Quantas vezes, diante de uma pessoa que sofria, fiquei sem palavras e até falei besteiras! Então, ouvi frases felizes e infelizes durante meu tratamento, mas não trago nenhum rancor, porque olhei para mim mesma e vi o quanto sou despreparada para lidar com o sofrimento alheio. Assim, não tenho o direito de exigir de ninguém as melhores palavras. Hoje, quando lembro de algumas situações, até me divirto e tento me rever quando me aproximo de algum sofredor. Mas, de qualquer forma, fica a partilha da minha experiência.

Autora: Renata Vasconcelos – Jornalista. Atualmente trabalha com conteúdo de direção artística da TV Canção Nova

Como ajudar um dependente químico


Como ajudar um dependente químico


Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
No primeiro estágio da dependência química, a pessoa não considera ruim o uso que faz dos entorpecentes

A vida acontece num processo contínuo; é movimento, é mudança. E as pessoas, para mudar, precisam se sentir prontas e decididas pela transformação. O modelo dos estágios de mudança (a pré-contemplação, a contemplação, a preparação, a ação, a manutenção e a recaída) é uma das muitas formas usadas no tratamento da saúde mental para preparar alguém para a transformação.

De modo geral, há cinco princípios norteadores para a abordagem motivacional:

1. Expressar empatia – Por meio de uma escuta reflexiva, você acolhe e compreende o ponto de vista do outro sem necessariamente concordar com ele. Frases como “entendo o que você diz” ou “partindo do seu ponto de vista” são valiosos instrumentos a serem usados nesse princípio.

2. Desenvolver a discrepância – Mostre a diferença entre seu comportamento, suas metas e o que ele pensa que deveria fazer para alcançá-las. Em meu consultório, costumo usar a figura do “caminho”, ilustrando onde ele está agora, aonde quer chegar, qual o melhor trajeto a percorrer para atingir o ponto de chegada.

3. Evitar a confrontação – A pessoa deve ser sempre “convidada a pensar sobre o assunto”. Faça uso de perguntas como: O que você pensa sobre isso? Podemos pensar juntos em um plano de mudanças de hábito?

4. Lidar com a resistência – Aquele que precisa de nossa ajuda pode resistir às sugestões ou propostas que você fizer. Seja compreensivo e aguarde vir dele a decisão de quando e como mudar. Forneça informações que o ajude a considerar novas e diferentes alternativas. Exemplificando, ao abordar alguém que faz uso abusivo ou nocivo de álcool, esclareço sobre os danos do consumo de alto risco, as doses de bebidas consideradas seguras pelos especialistas e a diferença no teor de álcool que cada bebida contém. Aguardo que ele me interrogue: “O que fazer e como parar?”.

5. Fortalecer a autoeficácia – Esse princípio está relacionado à motivação da fé que a pessoa tem em si mesma, em sua capacidade de mudança. Encorajar e estimular cada passo são atos importantes para que ela se sinta fortalecida e permaneça firme no decorrer do caminho.

Após nos aprofundarmos nesses princípios, vamos refletir sobre o primeiro estágio, que é a pré-contemplação. Nele, a pessoa não considera ruim o uso que faz da substância. É aquele usuário feliz que não vê seu comportamento como um risco para a sua saúde, a de seus familiares e da sociedade. O que fazer nesse estágio? A informação aqui ainda é o melhor instrumento a ser utilizado. Conscientizemos e esclareçamos sem nos impor. Deixemos o primeiro passo partir dele. Depois, façamos recomendações ou o motivemos em estratégias para reduzir ou cessar o consumo. Esse será o ponto de partida da próxima etapa: a contemplação. Por enquanto, resta-nos observar o discreto movimento do rolar da pedra.
Érika Vilela - Mineira de Montes Claros (MG), é fundadora e moderadora geral da comunidade ‘Filhos de Maria’.