A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

25 de abril de 2012

HÁ UM MILAGRE ACONTECENDO AGORA!

Os tempos atuais trazem uma verdade avassaladora: apesar de todo avanço tecnocientífico, nossa geração pós-moderna ainda crê, precisa e espera por milagres. Quando um médico diz que já fez todo o possível por um paciente terminal e que agora é preciso ‘algo acontecer’, significa que está esperando o que chamamos de ‘milagre’. Um milagre é uma intervenção fora do comum, que muda uma situação negativa ou algo maravilhoso, prodigioso. Para muita gente, hoje em dia, não importa muito ‘quem’ faz o milagre. O importante é ser sortudo o bastante para ser alcançado por essa graça extraordinária. Essa é uma visão ‘comercial’ do sobrenatural. Há pessoas que falsificam milagres e/ou os atribuem a si mesmas, a poderes ocultos ou até mesmo a alguém a quem eles chamam de Jesus.

Nos tempos de Jesus Cristo, vários de Seus feitos delimitaram o nosso entendimento conceitual de milagre: ressuscitar mortos, devolver a vista a cegos (de nascença também!), brindar mobilidade a aleijados , restituir a fala a mudos e audição a surdos, além de caminhar sobre a água, acalmar as intempéries da natureza e voltar à vida depois de 3 dias no sepulcro, entre outros. O Evangelho traz o episódio em que Jesus fica ‘chateado’ com uma população que não se converteu mesmo apesar dos sinais milagrosos realizados no meio deles.

É certo que o Senhor não fez ‘todos’ os milagres num mesmo lugar, mas os que Ele fez seriam suficientes para ‘mudar o coração’ daquela gente. Como isso não aconteceu, Jesus diz que eles terão um triste fim: “Porque se tivessem sido feitos em Tiro e em Sidônia os milagres que foram feitos em vosso meio, há muito tempo elas teriam arrependido sob o cilício e a cinza. (…) Se Sodoma tivesse visto os milagres que foram feitos dentro dos teus muros, subsistiria até este dia. Por isso te digo: no dia do juízo, haverá menor rigor para Sodoma do que para ti!” (Cf. Mt. 11, 21.23s).

Talvez você nunca tenha sido alvo de algum milagre extraordinário ainda. Ou quem sabe nem tenha tido a oportunidade de presenciar algum. Sabemos que Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Heb 13,8). Ele continua operando milagres e não é pecado esperar ou pedir algum para si. Mas o fato é que muitos milagres acontecem ainda hoje, alguns estão acontecendo exatamente agora enquanto você lê este texto.

Gostaria de perguntar se você já parou para pensar nos milagres cotidianos que experimentamos. Um pouco de conhecimento e você perceberá que estamos rodeados de milagres extraordinários que talvez passem despercebidos. Para nós católicos é extraordinário pensar que um simples homem pecador, investido da força da Graça sobrenatural do Sacerdócio, pronuncie as palavras que Jesus pronunciou e um pedaço de pão e um pouco de vinho se transformem no Corpo e Sangue do próprio Cristo…

Mas se para você é complicado pensar nisso, analise, por exemplo, o fato dos milagres do macrocosmo: nosso planeta está tão bem posicionado em sua distância com relação ao sol que se estivesse noutra posição ou torraríamos de calor ou congelaríamos pelo frio. A situação não para se formos para o microcosmo: a água que temos aqui é tão bem ‘feita’ que se as medidas moleculares de Hidrogênio e Oxigênio são perfeitas para nossa sobrevivência! Uma molécula a mais ou a menos bastaria para que perdêssemos uma condição essencial para a sobrevivência. A quantidade de sangue que circula em nossas veias é exata para que nosso corpo consiga sobreviver. Mexa nesse equilíbrio e a vida se extinguiria num piscar de olhos.

Olhe ao seu redor e reconheça outros tantos milagres: num planeta com mais de 6 bilhões de habitantes, as pessoas que estão ao seu redor são únicas e irrepetíveis. Se você convive com gente desagradável, sinto muito. Mas se você tem pessoas queridas e dignas de todo amor ao seu lado, se você conheceu ou conhece pessoas às quais tem o privilégio de chamar ‘amigas’, isso tudo é um milagre. Ninguém poderia substituir o lugar dessas pessoas. É um milagre que, entre bilhões de pessoas no mundo, você tenha se encontrado com essa aí que está ao seu lado: seu marido, sua esposa, seu filho. Sim, se fosse outra pessoa, provavelmente você a amaria também, mas, com certeza, não do jeito que ama essa aí! O sol, que nasceu nesta manhã, poderia não ter nascido. A lua que ilumina esta noite poderia não ter brilho. Pare para pensar! Você está rodeado de milagres e tem algum acontecendo agora perto de você! Quem fez tudo isso? O poder público? Os avanços científicos? Algum patrocinador milionário? A sorte?

Deus está mais perto do que você pode imaginar. E quando o Altíssimo se aproxima, milagres acontecem. Hoje o Senhor o ajuda a ‘enxergar’ coisas que sempre estiveram ao seu redor, mas que talvez você não tenha conseguido detectá-las. Sinta-se envolvido por milagres. Deixe-se convencer pelo poder de Deus Pai. Considere-se uma pessoa feliz por ter a experiência da soberana potência do Senhor. Tome decisões a partir dessa certeza. Assuma novos comportamentos guiado por essa maravilha. Cabe a você escolher de que lado quer estar: entre aqueles que se rendem ao Senhorio de Jesus ou entre aqueles que, mesmo depois de tantos milagres, ainda resistem e se revoltam (cf. Mt. 11, 21-23s). Reflita um pouco sobre isso!
Padre Delton Filho

TESTEMUNHAS DE CRISTO

Jesus, novamente, vai ao encontro dos Seus discípulos-apóstolos e lhes deseja a paz! "A paz esteja convosco!"

Jesus demonstra, com a Sua presença física, depois da Ressurreição, que está vivo. Ele, diante de Seus discípulos atônitos e medrosos, pede que eles coloquem as mãos em Suas chagas e em Seu lado e vejam, com fé, que Ele está vivo, que Ele venceu a morte e ressuscitou, verdadeiramente, em Corpo e Alma.

Ao partir o pão, os discípulos, despertados de sua incredubilidade, O reconhecem e são convocados pelo próprio Cristo Ressuscitado a dar testemunho d'Ele a todo o mundo. Jesus, ao pregar a conversão e o perdão dos pecados, nos convida a viver intensamente o mistério da nossa fé trinitária: se o batismo nos purifica de nossos pecados, é na vivência dominical do Sacramento da Eucaristia em que nós reconhecemos, recebemos, comungamos e testemunhamos Jesus Cristo Ressuscitado.

Nós não vemos Jesus fisicamente. Mas nós cremos que o Senhor está presente nos sinais do pão e do vinho consagrados, que se tornam o Corpo e o Sangue do Senhor Jesus Ressuscitado. Jesus, tendo sido injustamente condenado à morte, ressuscitou da morte. Como São Pedro nos ensinou a acreditar em Cristo Ressuscitado. Jesus, morto e ressuscitado, se manifestou aos discípulos e estes dão testemunho de que Cristo ressuscitou verdadeiramente.

Nós cristãos, que acreditamos e seguimos o Cristo Ressuscitado, devemos viver coerentemente a nossa fé católica. Viver e testemunhar uma fé no amor e no perdão ao próximo. Viver e praticar diariamente, não só exteriormente, os Mandamentos de Deus, porque não há separação entre fé e vida. A nossa fé é comunitária e devemos dar a dimensão ética social a ser testemunhada a todos os homens e mulheres de boa vontade, em todos os ambientes de nossa vida.Sejamos testemunhas credíveis de Jesus Cristo dando o testemunho de nossa vida cristã!
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora(MG)

20 de abril de 2012

EVANGELHO DE SÁBADO E DOMINGO

Ano B - Dia: 21/04/2012 - Sábado
Jesus anda em cima da água
Jo 6,16-21
De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo. 
Mas Jesus disse: - Não tenham medo, sou eu! Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo. 

Leitura Orante 
Preparo-me para este momento mais importante do meu dia, invocando o Espírito Santo para mim e para todos e todas que fazem esta mesma oração, aqui na rede da internet. 
Vinde, Espírito Santo, e dai-nos o dom da sabedoria, para que possamos avaliar todas 
as coisas à luz do Evangelho e ler nos acontecimento da vida os projetos de amor do Pai. 
Dai-nos o dom do entendimento, uma compreensão mais profunda da verdade, 
a fim de anunciar a salvação com maior firmeza e convicção. 
Dai-nos o dom do conselho, que ilumina a nossa vida e 
orienta a nossa ação segundo vossa Divina Providência. 
Dai-nos o dom da fortaleza. sustentai-nos, no meio de tantas dificuldades, com vossa coragem, 
para que possamos anunciar o Evangelho. 
Dai-nos o dom da Ciência, para distinguir o único necessário das coisas meramente importantes. 
Dai-nos o dom da piedade, para reanimar sempre mais nossa íntima comunhão convosco. 
E, finalmente, dai-nos o dom do vosso santo temor, para que, conscientes de nossas fragilidades, 
reconheçamos a força de vossa graça. 
Vinde, Espírito Santo, e dai-nos um novo coração. Amém. 

1. Leitura (Verdade) O que diz o texto? 
Faço a leitura lenta e atenta do texto da Palavra do dia na minha Bíblia: Jo 6,16-21 
De tardinha, os discípulos de Jesus desceram até o lago. Subiram num barco e começaram a atravessar o lago na direção da cidade de Cafarnaum. Quando já estava escuro, Jesus ainda não tinha vindo se encontrar com eles. De repente, um vento forte começou a soprar e a levantar as ondas. Os discípulos já tinham remado uns cinco ou seis quilômetros, quando viram Jesus andando em cima da água e chegando perto do barco. E ficaram com muito medo. 
Mas Jesus disse: - Não tenham medo, sou eu! Então eles o receberam com prazer no barco e logo chegaram ao lugar para onde estavam indo.Jesus ficou sabendo que queriam levá-lo à força para o fazerem rei; então voltou sozinho para o monte. 
Estava escuro, fazia vento forte que levantava alto as ondas. 
2. Meditação (Caminho) O que o texto diz para mim, hoje? 
Seguro alguma coisa que não quero partilhar, dividir? Minha lógica e do acúmulo, da centralização, do cada um por si ou e a lógica de Jesus, da partilha, da mão que se abre? É a atitude da fé? 
Os bispos, em Aparecida, disseram: 
"Diante de todas as circunstâncias e condições de sua vida. Diante das estruturas de morte, Jesus faz presente a vida plena. "Eu vim para dar vida aos homens e para que a tenham em ab,ndância" (Jo 10,10). Por isso, cura os enfermos, expulsa os demônios e compromete os discípulos na promoção da dignidade humana e de relacionamentos sociais fundados na justiça." (DAp 112). 
3.Oração (Vida) O que o texto me leva a dizer a Deus? 
Meu coração já está em sintonia com o coração de Jesus. 
(CD Quando a gente encontra Deus, Paulinas COMEP) 
4.Contemplação (Vida e Missão) Qual meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar é de fé, para os outros, para as pessoas que encontrar no dia de hoje. Minhas mãos vão estar abertas como as do menino do Evangelho.
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
- Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 

Ano B - Dia: 22/04/2012 - Domingo
Jesus aparece aos discípulos
Lc 24,35-48
Então os dois contaram o que havia acontecido na estrada e como tinham reconhecido o Senhor quando ele havia partido o pão. Enquanto estavam contando isso, Jesus apareceu de repente no meio deles e disse:- Que a paz esteja com vocês! 
Eles ficaram assustados e com muito medo e pensaram que estavam vendo um fantasma. Mas ele disse: 
- Por que vocês estão assustados? Por que há tantas dúvidas na cabeça de vocês? Olhem para as minhas mãos e para os meus pés e vejam que sou eu mesmo. Toquem em mim e vocês vão crer, pois um fantasma não tem carne nem ossos, como vocês estão vendo que eu tenho. Jesus disse isso e mostrou as suas mãos e os seus pés. Eles ainda não acreditavam, pois estavam muito alegres e admirados. Então ele perguntou: - Vocês têm aqui alguma coisa para comer? 
Eles lhe deram um pedaço de peixe assado, que ele pegou e comeu diante deles. Depois disse: - Enquanto ainda estava com vocês, eu disse que tinha de acontecer tudo o que estava escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos livros dos Profetas e nos Salmos. Então Jesus abriu a mente deles para que eles entendessem as Escrituras Sagradas e disse: - O que está escrito é que o Messias tinha de sofrer e no terceiro dia ressuscitar. E que, em nome dele, a mensagem sobre o arrependimento e o perdão dos pecados seria anunciada a todas as nações, começando em Jerusalém. Vocês são testemunhas dessas coisas. 

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Um mundo de amor e paz é possível

A narrativa dos discípulos de Emaús é exclusiva de Lucas (cf. 11 abr.). A estrutura da narrativa assemelha-se à estrutura celebrativa da Eucaristia: a escuta da palavra e a partilha do pão, na qual se reconhece a presença de Jesus. 
Os dois discípulos retornam a Jerusalém para contar o que havia acontecido no caminho, e comunicam aos apóstolos reunidos o reconhecimento de Jesus na partilha do pão. Quando estão falando, o próprio Jesus aparece no meio deles. O encontro com Jesus é o encontro com a paz. É a paz em plenitude, a paz da participação da vida eterna do Pai, que Jesus traz a todos. 
Mesmo depois da crucifixão de Jesus, os discípulos continuavam com dúvidas sobre o sentido de sua vida. Agora se evidencia que Jesus não foi destruído pela morte e sua missão de anunciar a conversão para participar da vida eterna deve ser continuada pelos discípulos em todas as nações. Jesus tem a vida eterna. Ele continua vivo. Não se trata de um espírito, como era admitido aos mortos em várias culturas e religiões, mas continua vivo em sua corporalidade. É o próprio Jesus de Nazaré, com o qual os discípulos conviveram por alguns anos. 
Este texto de Lucas tem um sentido catequético para as comunidades de cristãos de origem judaica, as quais devem reler as escrituras sob a ótica da ressurreição, para perceberem a plenitude da vida de Jesus, e o distinguirem do tradicional messias glorioso esperado por Israel. O equivoco desta tradicional expectativa messiânica fica em evidência na fala de Pedro aos "homens de Israel", diante do Templo de Jerusalém, declarando que eles mataram Jesus, o qual, contudo, foi ressuscitado por Deus (primeira leitura). 
As comunidades de discípulos devem viver na paz, conscientes da presença de Jesus. A paz é aspiração de todos os povos e religiões. Quem faz a guerra contra a paz são os poderosos na conquista de mais riqueza e poder. A paz pode ser encontrada em Jesus, que tem a vida eterna e a comunica a todos. 
O anúncio da conversão para o perdão dos pecados tem sua origem na pregação de João Batista. Jesus a assume e a aponta como o caminho para a vida eterna. Trata-se da conversão à prática da justiça, na plenitude do amor, pela qual o pecado é removido do mundo. Na observância da palavra de Jesus, o amor de Deus é plenamente realizado (segunda leitura). 
Os discípulos de Jesus, em todos os tempos e povos, são convocados a testemunhar que um mundo novo onde reinem a paz e o amor, revestido de eternidade, é possível.
José Raimundo Oliva






WebTVCN

WebTVCN

O TERCEIRO MANDAMENTO DO DECÁLOGO: DOMINGO É DIA DE SANTA MISSA

O terceiro mandamento do decálogo ressalta a santidade do sábado: “O sétimo dia é sábado, repouso absoluto em honra do Senhor” (Ex 31,15). Este dia marca também a libertação de Israel da escravidão do Egito e a Aliança que Deus estabeleceu com o povo. As pessoas devem interromper o trabalho e tomarem novo fôlego. Neste dia, portanto, se recorda a festa da liberdade humana.

Jesus reconheceu a santidade do sábado e, com a Sua autoridade divina, deu-lhe a Sua interpretação autêntica: «O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado» (cf. Mc 2,27). Os cristãos trocaram a celebração deste dia pelo domingo, em virtude da Ressurreição de Cristo, que se torna o Dia do Senhor.

O domingo é o dia da Ressurreição de Jesus Cristo. Como «primeiro dia da semana» (cf. Mc 16,2) ele evoca a primeira criação. E como «oitavo dia», que segue o sábado, significa a nova criação, inaugurada com a Ressurreição de Cristo. Tornou-se assim para os cristãos o primeiro de todos os dias e de todas as festas: o dia do Senhor, no qual Ele, com a Sua Páscoa, leva à realização a verdade espiritual do sábado judaico e anuncia o repouso eterno do homem em Deus. 

Os cristãos devem santificar o domingo e as festas de preceito participando na Eucaristia do Senhor e abstendo-se também das atividades que o impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso da mente e do corpo. São permitidas as atividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do domingo, à vida de família e à saúde. 

O beato João Paulo II, na Carta Apostólica Dies Domini, afirma que o domingo, dia do Senhor — como foi definido, desde os tempos apostólicos, mereceu sempre, na história da Igreja, uma consideração privilegiada devido à sua estreita conexão com o próprio núcleo do mistério cristão. O domingo, de fato, recorda, no ritmo semanal do tempo, o dia da Ressurreição de Cristo. É a Páscoa da semana, na qual se celebra a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte, o cumprimento n'Ele da primeira criação e o início da «nova criação» (cf. II Cor 5,17). (DD 1)

Desta forma, o domingo é um verdadeiro serviço ao bem da sociedade, porque é um sinal de resistência contra a liquidação do ser humano pelo mundo do trabalho, por isso, os cristãos dos países marcados pelo Cristianismo devem não somente solicitar a proteção estatal para este dia, como também não exigir aos outros o trabalho que eles não querem fazer nesse dia [domingo]. 

Portanto, deve-se reconhecer civilmente o domingo como dia festivo, para que todos possam gozar de repouso suficiente e de tempo livre para cuidar da vida religiosa, familiar, cultural e social e dispor de tempo propício para a meditação, reflexão, silêncio e estudo; assim como para praticar boas obras, servir os doentes e os anciãos.

Enfim, o cristão católico é chamado a participar da Santa Missa aos domingos, deixando de lado todos os trabalhadores que o impedem de adorar a Deus e de viver este dia nas suas dimensões de festa, alegria, descanso e restabelecimento. Razão pela qual é de interesse central para cada cristão católico “santificar” o domingo e outras festas de guarda.
Redação Portal

UMA SUPERSTIÇÃO MODERNA

Já é um lugar comum dizer que o homem moderno tem a mais entranhada desconfiança com relação às verdades escritas no Evangelho e aceita, com a mais passiva credulidade, o que vem publicado no jornal. Entretanto, ainda que tenha virado lugar comum tal julgamento, não deixa de ser salutar uma tentativa de aprofundá-lo, pois, muitas vezes, a verdade contida nos lugares comuns nos passa despercebida.

Se hoje tudo o que vem da Igreja é encarado, por pessoas supostamente cultas, com uma injustificada e preconceituosa suspeita, para o comum dos humanos as matérias dos jornais parecem caídas do céu. E com a maior "beatice" há quem tome pelos fatos mesmos aquilo que não passa de uma versão jornalística, construída sabe-se lá de que maneira e para atender a sabe-se lá quais interesses. Ainda que, no geral e na teoria, haja quem reclame da mídia, no particular e na prática é raríssimo encontrar quem veja as matérias jornalísticas com o indispensável olhar crítico. A "fetichização" do jornal é o resultado correspondente da alienação do leitor.

Esquece-se, ou melhor, oculta-se que o jornal é feito por homens, com seus defeitos, vícios e interesses; que o jornal é o produto de uma indústria que precisa dar lucro e está sujeita às mesmas contingências que outra empresa qualquer. Aliás, pouco se comenta sobre as dificuldades econômicas das empresas jornalísticas e como isso torna vulnerável a sua imparcialidade e capacidade de informação, sujeitando-as a pressões políticas e financeiras, dentro e fora do país.

É interessante notar que as matérias jornalísticas, salvo no que toca aos editoriais e artigos de opinião, são apresentadas num tom de absoluta neutralidade e impessoalidade, como se fossem os fatos a falar por si. Porém, tal linguagem, aparentemente neutra e impessoal, mascara sutil e insidiosamente a manipulação dos fatos na construção da versão. A ostensiva neutralidade da linguagem jornalística oculta que os fatos que viram notícia estão sujeitos a uma seleção prévia dos aspectos que devem ser publicados, a qual pode deformá-los seriamente. Além disso, a apresentação dos aspectos previamente selecionados dos fatos também pode carregar, embutida, uma interpretação feita a partir de pontos de vista que podem não ser os nossos e que servem a determinados interesses.

Caso exemplar é o da cobertura jornalística que a imprensa concede, no Brasil, à questão do aborto e de outras ligadas à defesa da vida humana, como a do emprego de células-tronco embrionárias. Apesar de ser a legalização do aborto repudiada por mais de dois terços da população brasileira, o viés abortista das matérias publicadas pela mídia secular é facilmente constatável por qualquer um que leia os jornais fazendo uso de suas prerrogativas de animal racional.

A posição pró-cultura da vida é relegada a poucos artigos de opinião, menos para causar verdadeiro impacto e mais para legitimar a aparente “imparcialidade” do órgão de imprensa, que supostamente permitiria a expressão do “outro lado” – enquanto o aborto é veiculado subliminarmente e sem contestação nas matérias aparentemente neutras do noticiário. Manifestações pró-cultura da vida, por exemplo, muitas vezes não são nem sequer noticiadas e, quando o são, procura-se minimizar a sua repercussão.

A questão mais específica do aborto em caso de anencefalia foi uma vergonha: aproveitando-se da natural dificuldade de uma questão que envolve complicados conhecimentos científicos, a mídia manipulou a massa a ponto de fazer crer que os bebês anencéfalos estariam em “morte cerebral” – quando, na verdade, apesar de privados de parte do cérebro, eles possuem tronco encefálico funcionando.

Tudo isso avulta a grande importância e responsabilidade dos órgãos de comunicação social católicos, como a Canção Nova. Neste sentido, não podemos deixar de citar um trecho da emblemática e pioneira Pastoral Coletiva dos Bispos do Brasil, de 19 de março de 1890: «Há, porém, uma forma de que quiséramos ver-vos revestir hoje mais particularmente o vosso amor para com a Igreja: quiséramos ver-vos todos empenhados na difusão da imprensa católica como um meio de atalhar quanto possível os estragos da imprensa ímpia».
Rodrigo R. Pedroso