A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

14 de julho de 2011

O PERDÃO



O perdão começa sempre em nosso coração. Passa depois pela nossa inteligência. É uma decisão! Depois de concebido no coração e gestado no pensamento, ele [perdão] ganha vida por uma decisão irreversível e explícita. Enquanto não perdoamos, perpetuamos a falsa ideia de que a vingança e o ódio podem ser remédios para curar nossa dor, a vingança parece ser mais justa do que o perdão. Mas é só na hora. A longo prazo suas consequências serão terríveis e cruéis.
O perdão afeta o presente e o futuro, mas não pode mexer no passado. Não adianta nada querer sonhar com o passado melhor ou diferente. O passado foi o que foi. Não há o que fazer para mudá-lo. Podemos e devemos assimilá-lo e aprender o que ele tem a nos ensinar. Mais do que isso é impossível.
A esperança por um passado melhor é uma ilusão do encardido [demônio]. Ele é o grande especialista em passado. Jesus, ao contrário, nunca fez nenhuma pergunta sobre o passado de nunhuma pessoa. Ele nunca fez uma regressão ao passado com ninguém. Nem mesmo com aqueles que tinham sérios problemas afetivos e até sexuais. Parece estranho que o Senhor não tenha realizado uma sessão de cura interior das etapas cronológicas com Maria Madalena, Maria de Betânia, a Samaritana, Zaqueu, Pedro, Tiago e João, Judas e tantos outros que, por suas atitudes, demonstraram carregar sérios problemas oriundos da infância e mesmo na gestação.
Cristo não retomava o passado porque sabia que a única coisa que podemos fazer em relação ao passado é enxergá-lo de um jeito novo e aprender com o que ele tem a nos ensinar. Mas isso se faz vivendo intensamente o presente e projetando o futuro. Jesus foi o grande mestre do perdão. Ele nos mostra que o perdão não acontece de uma hora para outra e nem pode ser uma tentativa de abafar ou simplesmente ignorar essa dor. O perdão é um processo profundo, repetido tantas vezes quantas forem necessárias no nosso íntimo. A pressa é inimiga do perdão!
O perdão nos ensina a nos relacionar, de modo maduro, com o passado. Não é um puro esquecimento dos fatos, nem sua condenação. Não é a colocação de panos quentes e muito menos a tentativa de amenizar os acontecimentos. Perdoar é ser realista o suficiente para começar a ver o passado com os olhos do presente, voltados para o futuro.
Quem não perdoa não consegue se libertar das garras, interiores e exteriores, daquele que machucou. Mesmo que seja necessário se afastar, temporária ou definitivamente, dessa pessoa, só podemos fazê-lo num clima de perdão.
Antes de colocar para fora do nosso coração alguém que nos machucou é preciso perdoá-lo. Sem perdão, essa pessoa vai permanecer ocupando um espaço precioso de nossa vida e continuará tendo um poder terrível sobre nós.
Do livro "Gotas de cura interior".
Padre Leo, SCJ

7 de julho de 2011

4 de julho de 2011

FESTA JUNINA ECC SÃO PIO X

A mesa foi posta de forma partilhada por todos os casais presentes.

Z presença das crianças foi uma marca forte da participação da família.

Muitos amigos foram vestidos típicamente.

A alegria foi uma constante, sempre buscando a particpação.

Huumm! Acho que isto não era cafezinho!

FESTA JUNINA ECC SÃO PIO X


A procura pelos doces e salgados foi um belo momento de partilhar a arte de cozinhar. 

Este ano tivemos um aumento no número de cassais que vieram trajados  a caráter.

Amanhã vamos ver o que o momento de dança  ao som da Gaita do Seu Adão.
Até lá. Paz e Bem!

A SABEDORIA DE DIMAS NO CALVÁRIO


Dimas, o bom ladrão, foi de uma sabedoria impressionante lá no Calvário. Com efeito, ele não pediu nada determinadamente, mas assim se dirigiu a Cristo: “Lembra-te de mim quando vieres com teu reino”. Neste caso Ele nos ensina que é de Deus o dar e dar o que é melhor. Quando esperamos do Ser Supremo a graça, supomos que Sua liberalidade infinita pode nos amparar. 
Quando, porém, não especificamos o que queremos honramos Sua sabedoria. Quantas vezes nos dirigimos a Deus mais exigindo do que pedindo. 
Com Dimas deveríamos apenas apresentar o problema ao Todo-Poderoso e deixar a Ele a solução. Muitas vezes, o homem quer enquadrar Deus nos seus limitados esquemas mentais e, por isso, em vez de obter mais, recebe menos. Dimas solicitou apenas uma lembrança e ganhou o Paraíso! Impetrou uma recordação e foi envolvido numa absolvição geral de suas culpas. Observemos ainda que ele não determinou nem o dia nem a hora da reminiscência de Jesus: “Quando estiveres”, mas é logo atendido: “Hoje”. 
Antes, a mãe dos filhos de Zebedeu pedira que Tiago e João estivessem assentados à direita e à esquerda do grande Rei. Dimas é bem mais modesto: quer apenas ser lembrado e tem a garantia do que mais devemos aspirar: ganhar um lugar no Paraíso! 
Que diálogo foi mais expressivo do que este entre dois crucificados?Como um deles era o Senhor Onipotente uma cruz se transformou em altar; um pecador, em um santo; um proscrito em um eleito. Dimas forçou a primeira canonização da História com seu gesto de confiança e humildade, de arrependimento e santo desejo. 
Dimas foi extremamente objetivo e com cinco ideias ele conquista o céu: “Lembra-te de mim quando vieres com teu reino”. 
Estas cinco ideias expressas com cinco palavras o jogou nas cinco chagas redentoras de Nosso Senhor Jesus Cristo, portas gloriosas daquele reino que ele então brilhantemente conquista. 
É impressionante esta conversão de Dimas porque, ao contrário de muitos, ele não presenciara os prodígios estupendos que Cristo fizera. Ele não estivera no Tabor contemplando as glórias do Transfigurado. Ele não vira Jesus andando sobre as águas. Ele não escutara a voz do Pai lá no Jordão nem ouvira o testemunho do Batista sobre o Cordeiro de Deus. Que surpresa! Os agraciados ausentaram-se, os amigos esconderam-se, as autoridades religiosas injuriam, soldados romanos martirizam, Cristo é condenado e desprezado e apenas um ladrão naquele instante o reconhece como Rei poderoso! Misterioso é sempre o encontro de Jesus com a alma do homem.
Poderosa a influência da graça no coração arrependido. Conversão admirável, pois Dimas aceita contrito o castigo em reparação de seus crimes: “Estamos pagando por nossos atos”. Faz um ato de fé, pois acredita na soberania do Divino Crucificado. Faz-se um pregador do bem, pois tenta converter a Gestas: “Não temes a Deus”? 
Feliz Dimas que abriu as portas de seu coração à influição de um chamado celeste e depositou uma esperança em Jesus e Lhe arrebatou o perdão, ganhando a primeira indulgência plenária advinda do sacrifício redentor. Nas encruzilhadas da vida 
Cristo continua Seus encontros com os filhos dos homens. Neles está sempre a repetir para os que O aceitam: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. Cenas maravilhosas da adesão do ser racional à Sua redenção.
De todas as verdades teológicas e filosóficas uma das mais complexas é a conciliação da liberdade humana com a Onipotência e a Onisciência Divinas. O tratado da graça é um dos mais difíceis de toda a Teologia. 
Regulando nossos destinos por um sistema de sabedoria que ultrapassa a capacidade cognoscitiva da razão humana, o Ser Supremo assiste o desenrolar dos atos do homem e só Ele sabe até que ponto pode chegar a malícia de cada um para fechar definitivamente as vias do perdão e da clemência. 
Como o homem é livre ele pode, no encontro com Jesus, ou repetir o gesto de Dimas e conquistar o céu ou reeditar a postura de Gestas e não aceitar a salvação, desejando prosseguir no erro e nas trevas.
Um dia, assentado à beira de um poço, Cristo aguardou a Samaritana e a redimiu. Encontro sublime tantas vezes repetido em Sua passagem por este mundo, como ocorreu com Zaqueu, Mateus, Madalena e tantos outros. Tais encontros se prolongariam, século após século, por meio do mistério da graça divina a visitar as consciências. A milhares Ele está a reiterar a sentença gloriosa: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. 
Na estrada de Damasco alguém que odeia a Cristo se encontra frente a frente com Ele e, então, já não existe mais Saulo, mas o grande apóstolo Paulo. Foi isso que escutou Santo Agostinho, quando, por força das preces de sua santa mãe, Mônica, se voltou para Deus. 
Do mesmo modo, nas trevas de uma existência trevosa, uma jovem de Cortona, na Itália, andava pelas sendas do mal. Ei-la um dia diante do cadáver de alguém que fora assassinado. Interroga-se: “Onde estará sua alma”? Converte-se e se torna Santa Margarida de Cortona. 
Os fatos se multiplicam nas crônicas dos grandes convertidos que repetiram a atitude de Dimas. Nas agras regiões da vida, dificultadas pelos espinhos da culpa, devastadas pelas tempestades do pecado, ainda que perdido no mais profundo abismo de seus erros, sempre que, num gesto de confiança, alguém se voltar para Cristo com sincero arrependimento, imediatamente, ouvirá a palavra de paz, de conforto, de luz, de salvação, conquistando o Paraíso.
Estejamos, porém, alertas porque se Dimas viveu mal e morreu muito bem, os que contemplam os prodígios da Misericórdia Divina e se acham imersos nos favores celestes não podem facilitar, pois Cristo foi muito claro: “Vigiai, portanto, pois não sabeis o dia nem a hora” (Mt 25,13).
Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho
Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos

OS 10 MANDAMENTOS DO CASAL


Uma equipe de psicólogos e especialistas americanos, que trabalhava em terapia conjugal, elaborou "Os Dez Mandamentos do Casal". Gostaria de analisá-los aqui, já que trazem muita sabedoria para a vida e felicidade dos casais. É mais fácil aprender com o erro dos outros do que com os próprios.
1. Nunca se irritar ao mesmo tempo. A todo custo evitar a explosão. Quanto mais a situação é complicada, tanto mais a calma é necessária. Então, será preciso que um dos dois acione o mecanismo que assegure a calma de ambos diante da situação conflitante. É preciso nos convencermos de que na explosão nada será feito de bom. Todos sabemos bem quais são os frutos de uma explosão: apenas destroços, morte e tristeza. Portanto, jamais permitir que a explosão chegue a acontecer. Dom Hélder Câmara tem um belo pensamento que diz: "Há criaturas que são como a cana, mesmo postas na moenda, esmagadas de todo, reduzidas a bagaço, só sabem dar doçura...". 
2. Nunca gritar um com o outro. A não ser que a casa esteja pegando fogo. Quem tem bons argumentos não precisa gritar. Quanto mais alguém grita, tanto menos é ouvido. Alguém me disse certa vez que se gritar resolvesse alguma coisa, porco nenhum morreria... Gritar é próprio daquele que é fraco moralmente, e precisa impor pelos gritos aquilo que não consegue pelos argumentos e pela razão.
3. Se alguém deve ganhar na discussão, deixar que seja o outro. Perder uma discussão pode ser um ato de inteligência e de amor. Dialogar jamais será discutir, pela simples razão de que a discussão pressupõe um vencedor e um derrotado, e no diálogo não. Portanto, se por descuido nosso, o diálogo se transformar em discussão, permita que o outro "vença", para que mais rapidamente ela termine. Discussão no casamento é sinônimo de "guerra"; uma luta inglória. "A vitória na guerra deveria ser comemorada com um funeral", dizia Lao Tsé. Que vantagem há em se ganhar uma disputa contra aquele que é a nossa própria carne? É preciso que o casal tenha a determinação de não provocar brigas; não podemos nos esquecer de que basta uma pequena nuvem para esconder o sol. Muitas vezes, uma pequena discussão esconde por muitos dias o sol da alegria no lar.
4. Se for inevitável chamar a atenção, fazê-lo com amor. A outra parte tem de entender que a crítica tem o objetivo de somar e não de dividir. Só tem sentido a crítica que for construtiva; e essa é amorosa, sem acusações e condenações. Antes de apontarmos um defeito, é sempre aconselhável apresentar duas qualidades do outro. Isso funciona como um anestésico para que se possa fazer o curativo sem dor. E reze pelo outro antes de abordá-lo em um problema difícil. Peça ao Senhor e a Nossa Senhora que preparem o coração dele para receber bem o que você precisa dizer-lhe. Deus é o primeiro interessado na harmonia do casal.
5. Nunca jogar no rosto do outro os erros do passado. A pessoa é sempre maior que seus erros, e ninguém gosta de ser caracterizado por seus defeitos. Toda as vezes em que acusamos a pessoa por seus erros passados, estamos trazendo-os de volta e dificultando que ela se livre deles. Certamente não é isso que queremos para a pessoa amada. É preciso todo o cuidado para que isso não ocorra nos momentos de discussão. Nessas horas o melhor é manter a boca fechada. Aquele que estiver mais calmo, que for mais controlado, deverá ficar quieto e deixar o outro falar até que se acalme. Não revidar em palavras, senão a discussão aumenta e tudo de mau pode acontecer em termos de ressentimentos, mágoas e dolorosas feridas. Nos tempos horríveis da "Guerra Fria", quando pairava sobre o mundo todo o perigo de uma guerra nuclear, como uma espada de Dâmocles sobre as nossas cabeças, o Papa Paulo VI avisou o mundo: "A paz se impõe" somente com a paz, pela clemência, pela misericórdia, pela caridade. Ora, se isso é válido para o mundo encontrar a paz, muito mais é válido para todos os casais viverem bem. Portanto, como ensina Thomás de Kemphis, na Imitação de Cristo:"Primeiro conserva-te em paz, depois poderás pacificar os outros". E Paulo VI, ardoroso defensor da paz, dizia: "Se a guerra é o outro nome da morte, a vida é o outro nome da paz". Portanto, para haver vida no casamento é preciso haver a paz; e ela tem um preço: a nossa maturidade.
6. A displicência com qualquer pessoa é tolerável, menos com o cônjuge. Na vida a dois tudo pode e deve ser importante, pois a felicidade nasce das pequenas coisas. A falta de atenção para com o cônjuge é triste na vida do casal e demonstra desprezo para com o outro. Seja atento ao que ele diz, aos seus problemas e aspirações.
7. Nunca ir dormir sem ter chegado a um acordo. Se isso não acontecer, no dia seguinte o problema poderá ser bem maior. Não se pode deixar acumular problema sobre problema sem solução. Já pensou se você usasse a mesma leiteira que já usou no dia anterior, para ferver o leite, sem antes lavá-la? O leite certamente azedaria. O mesmo acontece quando acordamos sem resolver os conflitos de ontem. Os problemas da vida conjugal são normais e exigem de nós atenção e coragem para enfrentá-los, até que sejam solucionados, com o nosso trabalho e com a graça de Deus. A atitude da avestruz, da fuga, é a pior que existe. Com paz e perseverança busquemos a solução.
8. Pelo menos uma vez ao dia, dizer ao outro uma palavra carinhosa. Muitos têm reservas enormes de ternura, mas se esquecem de expressá-las em voz alta. Não basta amar o outro, é preciso dizer isso também com palavras. Especialmente para as mulheres, isso tem um efeito quase mágico. É um tônico que muda completamente o seu estado de ânimo, humor e bem-estar. Muitos homens têm dificuldade nesse ponto; alguns por problemas de educação, mas a maioria porque ainda não se deu conta da sua importância. Como são importantes essas expressões de carinho que fazem o outro crescer: "Eu te amo!"; "Você é muito importante para mim"; "Sem você eu não teria conseguido vencer este problema"; "A sua presença é importante para mim"; "Suas palavras me ajudam a viver"... Diga isso ao outro com toda sinceridade, todas as vezes em que experimentar o auxílio edificante dele.
9. Cometendo um erro, saber admiti-lo e pedir desculpas. Admitir um erro não é humilhação. A pessoa que admite o seu erro demonstra ser honesta consigo mesma e com o outro. Quando erramos não temos duas alternativas honestas, apenas uma: reconhecer o erro, pedir perdão e procurar remediar o que fizemos de errado, com o propósito de não repeti-lo. Isso é ser humilde. Agindo assim, mesmo os nossos erros e quedas serão alavancas para o nosso amadurecimento e crescimento. Quando temos a coragem de pedir perdão, vencendo o nosso orgulho, eliminamos quase de vez o motivo do conflito no relacionamento e a paz retorna aos corações. É nobre pedir perdão!
10. Quando um não quer, dois não brigam. É a sabedoria popular que ensina isso. Será preciso então que alguém tome a iniciativa de quebrar o ciclo pernicioso que leva à briga. Tomar essa iniciativa será sempre um gesto de grandeza, maturidade e amor. E a melhor maneira será não "pôr lenha na fogueira", isto é, não alimentar a discussão. Muitas vezes é pelo silêncio de um que a calma retorna ao coração do outro. Outras vezes, será por um abraço carinhoso ou por uma palavra amiga.
Todos nós temos a necessidade de um "bode expiatório" quando algo adverso nos ocorre. Quase que inconscientemente queremos, como se diz, "pegar alguém para Cristo" a fim de desabafar as nossas mágoas e tensões. Isso é um mecanismo de compensação psicológica que age em todos nós nas horas amargas, mas é um grande perigo na vida familiar. Quantas e quantas vezes acabam "pagando o pato" as pessoas que nada têm a ver com o problema que nos afetou. Algumas vezes são os filhos que apanham do pai que chega em casa nervoso e cansado; outras vezes é a esposa ou o marido que recebe do outro uma enxurrada de lamentações, reclamações e ofensas, sem quase nada ter a ver com o problema em si. 
Temos que nos vigiar e policiar nessas horas para não permitir que o sangue quente nas veias gere uma série de injustiças com os outros. E temos de tomar redobrada atenção com os familiares, pois, normalmente são eles que sofrem as consequências de nossos desatinos. No serviço, e fora de casa, respeitamos as pessoas, o chefe, a secretária, etc., mas, em casa, onde somos "familiares", o desrespeito acaba acontecendo. Exatamente onde estão os nossos entes mais queridos, no lar, é ali que, injustamente, descarregamos as paixões e o nervosismo. É preciso toda a atenção e vigilância para que isso não aconteça. 
Os filhos, a esposa, o esposo, são aqueles que merecem o nosso primeiro amor e tudo de bom que trazemos no coração. Portanto, antes de entrarmos no recinto sagrado do lar, é preciso deixar lá fora as mágoas, os problemas e as tensões. Estas, até podem ser tratadas na família, buscando-se uma solução para os problemas, mas, com delicadeza, diálogo, fé e otimismo. É o amor dos esposos que gera o amor da família e que produz o "alimento" e o "oxigênio" mais importante para os filhos.
Na Encíclica Redemptor Hominis, o saudoso Papa João Paulo II afirma algo marcante: "O homem não pode viver sem amor. Ele permanece para si próprio um ser incompreensível e a sua vida é destituída de sentido, se não lhe for revelado o amor, se ele não se encontra com o amor, se não o experimenta e se não o torna algo próprio, se nele não participa vivamente" (RH,10). Sem o amor a família nunca poderá atingir a sua identidade, isto é, ser uma comunidade de pessoas. 
O amor é mais forte do que a morte e é capaz de superar todos os obstáculos para construir o outro. Assim se expressa o autor do Cântico dos Cânticos: "O amor é forte como a morte... Suas centelhas são centelhas de fogo, uma chama divina. As torrentes não poderiam extinguir o amor, nem os rios o poderiam submergir." (Ct 8,6-7).
Há alguns casais que dizem que vão se separar porque acabou o amor entre eles. Será verdade? Seria mais coerente dizer que o "verdadeiro" amor não existiu entre eles. Não cresceu e não amadureceu; foi queimado pelo sol forte do egoísmo e sufocado pelo amor-próprio de cada um. Não seria mais coerente dizer: "Nós matamos o nosso amor?" 
O poeta cristão Paul Claudel resumiu, de maneira bela, a grandeza da vida do casal: "O amor verdadeiro é dom recíproco que dois seres felizes fazem livremente de si próprios, de tudo o que são e têm. Isto pareceu a Deus algo de tão grande que Ele o tornou sacramento."
(Trecho extraído do livro: "Família, santuário da vida").
Felipe Aquino