A Palavra de Deus

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DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

8 de março de 2011

DIA INTERNACIONAL DA MULHER.

Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de março de 1857, as tecelãs de uma fábrica de tecidos de Nova York, iniciaram uma greve, reivindicando redução da carga diária de trabalho, salários equiparados aos dos homens e tratamento digno. Foi deflagrado um incêndio criminoso na fábrica, mas as mulheres não conseguiram sair, porque as portas foram fechadas pelo lado de fora. Cerca de 130 operárias morreram e muitas ficaram feridas. O Dia Internacional da Mulher foi criado em homenagem a essas heroínas da luta pela emancipação feminina. 

Esse foi um dos fatos históricos mais significativos na luta das mulheres pela igualdade de direitos em nossa sociedade machista. No decorrer da história, há outros fatos importantes que ilustram essa luta, como o que ocorreu durante a Revolução Francesa, com a escritora e revolucionária Olympe de Gouges. Em 1791, ela escreveu um panfleto intitulado Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, no qual pregava que a ignorância e o esquecimento dos direitos da mulher, bem como o desprezo por estes eram as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governantes. Olympe foi guilhotinada em 1793, como resultado de seu ativismo. 

Antes dela, em 1792, a inglesa Mary Wolstonecraft escreveu um dos grandes clássicos da literatura feminista: A reivindicação dos direitos da mulher, no qual defendia uma educação para meninas que aproveitasse seu potencial humano. 

Na Inglaterra do século XIX, a mulher chegou a ser considerada um "problema social", pois o número de mulheres solteiras estava excedendo o número de homens. O governo chegou a cogitar o envio delas às colônias inglesas, onde havia predominância de homens, tamanho o descaso que tinha pela figura humana da mulher. 

De fato, a sociedade machista vedou a participação das mulheres na sociedade e coibiu o exercício de sua cidadania. As conquistas femininas, ao longo da história, são o resultado de muito ativismo e sofrimento. Ao perceber o seu importante papel na sociedade e sua condição enquanto ser humano, a mulher deu início à sua luta pela igualdade de direitos. 

O Brasil tem dados positivos e negativos a respeito da emancipação feminina. No governo de Getúlio Vargas, as mulheres tiveram direito ao voto pela primeira vez, em 1932, doze anos antes das francesas. Nesse mesmo ano, a nadadora Maria Lenk foi a primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada. No tênis, a Maria Ester Andion Bueno tornou-se a primeira mulher a vencer, em 1960, os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland Garros e Us Open). Em 1988, o "lobby do batom", movimento feminista que apresentou propostas suprapartidárias aos parlamentares, liderado por feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, obteve importantes avanços na Constituição federal, garantindo igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei. 

As mulheres brasileiras já representam mais da metade da população do país, participando da população economicamente ativa com o mesmo percentual. Contudo, somente as mulheres enfrentam jornada dupla de trabalho como profissionais e donas de casa. Embora esses dados sejam extremamente representativos, a nossa sociedade ainda sofre com os resquícios do machismo e do preconceito. Ainda é comum encontrar mulheres que ganham salário menor que o dos homens, embora desempenhem a mesma função. Além disso, a violência contra a mulher é outro fator alarmante que precisa ser combatido com energia por nossas autoridades. 

Diante de tudo o que ainda precisa ser mudado, o importante é saber que, ao respeitar os direitos da mulher, todos estarão contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, saudável, feliz e pacifista.

A DOUTORA E SUAS MÃES.

Um livro de mil páginas não seria suficiente para falar de Zilda Arns. Também não o seria para falar de seu irmão mais velho Dom Paulo Arns. A Igreja e o Brasil lhes devem muito. Em tempos difíceis eles assumiram a catequese de atitudes. Repercutiram o evangelho, porque é disso que trata o "catechein". Creram e agiram. 
Dom Paulo ainda está conosco. Neste começo de ano o terremoto do Haiti levou a Doutora Zilda. Morreu entre os mais pobres da América Latina. Se lhe fosse oferecida uma escolha de onde e como morrer, imagino que é escolha que teria feito: morrer entre os pobres e ensinando a sair da pobreza. Era mulher de orar, de falar e de fazer.
Todos perdem com sua partida. Milhões de mães do Brasil e milhares de outras mães do mundo perdem a cúmplice, que, a conselho e incentivo do irmão cardeal e com o apoio de irmãos católicos e de outras igrejas criou e desenvolveu a Pastoral da Criança. Presidentes e governos estaduais e municipais do Brasil perdem uma aliada sorridente, exigente e competente. Extensos programas de radio e de televisão, revistas e jornais já falaram dela e certamente ainda falarão. 
Quem pensava que a era das Terezas de Calcutá e de Irmã Dulce terminara, não sabia da Doutora Zilda e não sabe de centenas de outras que vivem pelos pobres, agem para libertar e para promover os outros. A fé, com elas, se traduz em gestos concretos. Doutora Zilda mirou as mães e suas crianças. 
Felizmente, ouço dizer, a doutora criou deitou raízes, multiplicou-se por mais de 160 mil corações solidários que entenderam sua mensagem. Com pouco se faz muito, desde que haja união, espírito e equipe e senso de comunidade. Outra vez a história dos cinco pães e dos dois peixes deu certo. Começou e os governos e grupos de serviço perceberam que, nas mãos dessas mulheres cúmplices em favor da vida, as coisas aconteciam e custavam bem menos do que a burocracia do poder. Era o poder das mães em ação. 
Nós católicos quando vemos um herói da solidariedade e da justiça o proclamamos pessoa santificada, eleita, escolhida. Dizemos que viveram em Cristo por Cristo e com Cristo, nos outros, com os outros e pelos outros. Os santos erram, mas se corrigem, perdoam, pedem perdão e apesar de seus pecados e limites, ajudam como podem e como sabem. Milhares de cristãos fazem pelos sofredores coisas que o mundo só fica sabendo quando morrem. Felizmente, de Dra. Zilda já sabíamos pelos resultados da sua Pastoral da Criança. Fez, fazia e fará falta!
Pe. Zezinho, scj 

4 de março de 2011

EVANGELHO DO DIA!


Marcos 11,11-26
Sexta-Feira, 4 de Março de 2011 
8ª Semana Comum

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze. 12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse. 15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões’. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar uma maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele.19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da. cidade. 20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar’, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Jesus denuncia a corrupção do Templo

Este longo evangelho coloca em evidência o Templo de Jerusalém, com sua prática e doutrina, como sendo o alvo principal das denúncias de Jesus aos chefes religiosos de Israel. Este templo, desde sua construção por Salomão, sempre teve como anexo o Tesouro, destinado ao depósito das imensas riquezas acumuladas a partir das ofertas e das taxas cobradas do povo. Naquele momento de intenso comércio e lucro praticado durante a festa da Páscoa, Jesus denuncia esta corrupção do Templo. A figueira que secou e o monte que com fé é lançado ao mar representam o monte Sião, com Jerusalém e o Templo que oprimiam o povo. A verdadeira religião, agradável a Deus, é a do perdão e da misericórdia. 
José Raimundo Oliva

SE TE PERMITISSEM UM DESEJO.

Se te permitissem um desejo
Uma noite aprazível, estrelada.
Caminho sem pressa com meu filho Carlo pelas ruas silenciosas e sombrias. Conversamos...
Quando a conversa pára com a interrupção das palavras, tenho a sensação de que este silêncio, em Carlos e em mim,é ocupado pela lembrança de Martinho.

Um dos dois solta a pergunta:
- Se te permitissem um desejo, o que pedirias?
Sem a menor hesitação, apresso-me em responder:
- Que Martinho retorne, para abraçá-lo, senti-lo vivo, vê-lo sorrir!
Carlos demora um pouco e diz:
- Eu pediria para falar com ele. E se ele dissesse para mim:
"Aqui onde estou agora é melhor que em minha vida anterior,
não lhe pediria que voltasse...

Eis dois modos de sentir duas pessoas que quiseram e
querem ansiosamente reencontrar um ente querido ausente.

Há sem dúvida uma diferença enorme entre o amor possessivo, que se outorga o direito de desfrutar da presença da pessoa amada, e o amor não possessivo. Este último só procura a felicidade do outro,
mesmo que não lhe seja possível partilhar dela.

O amor não-possessivo é difícil, muito difícil, porém saudável.
Será que um dia conseguirei alcançá-lo? Um amor assim, tão altruísta, poderei dedicá-lo a Martinho, ou a alguma outra pessoa.
Custará muito, mas tentarei.
E sei que serei feliz ao alcançá-lo, mesmo que muitos não o compreendam... 

Carlos J. Bianchi

ONDE ESTÁ O CÉU?

Meu filho, 
Tu me perguntas agora onde está o céu... 
O sábios nos dizem que ele fica mais além do nascimento e da morte, e que não é perturbado pelo ritmo do dia e da noite, e que não pertence a este mundo. 

Mas o teu poeta sabe que a fome eterna do céu é por espaço e tempo, e que ele sempre luta para renascer do chão que explode em frutos. 

O céu brota em teu doce corpo, meu filho, e palpita em teu coração. 
Tagore

FAZER E PERDER AMIGOS.

Esses dias chegou-me um bilhete de um casal amigo. O bilhete dizia: -" O carinho é o mesmo, mas faz quinze anos que sumimos um do outro. Quando passar por aqui tire um dia em honra da nossa amizade que nunca diminuiu!" Telefonei e irei. Já têm três netos e eu nem sabia! 
Já ganhei amigos que não merecia e perdi amigos que não desejaria ter perdido. Alguns, por culpa minha, outros por culpa deles. Eu fiz certo, mas eles acharam que não fiz. Em outros casos achei que fazia certo, mas fiz errado. Não me quiseram mais entre eles. 
Tive amigos de infância que não prosseguiram como amigos de adolescência ou de juventude. Alguns de meus amigos de juventude não permaneceram comigo na idade adulta. Agora que chego quase aos setenta anos, percebo que muitos amigos de três a quatro décadas não mais me telefonam. Nem eu a eles. Algum laço se rompeu. E não foi nem inimizade. Parecemos continentes que se separaram com o movimento das placas tectônicas da vida. 
Na verdade, poucas amizades duram a vida inteira. A maioria delas perde a impulso. Esses dias, encontrei dois velhos amigos de muitas décadas. Perguntamo-nos o que houve que não mais tivemos tempo nem de telefonar. Os dois lados não sabiam por quê. Um deles, americano, usou a palavra we drifted apart: boiamos para longe... Foi o que houve. As águas do tempo nos foram levando e esquecemos de remar contra a corrente para nos vermos mais vezes. 
Amigos de longa data de repente foram embora e até hoje não sabemos por quê. Outros foram e quando nos vimos depois de 30 anos a amizade ainda era a mesma. Muitos de meus jovens precisaram da ausência para descobrir o que quanto fui importante na vida deles e eles na minha. Outros nunca perderam o contato. Colegas sacerdotes que conheço há cinqüenta anos permanecem grandes amigos, mesmo se faz dez que não nos vemos. 
Isso de fazer e de perder amigos tem a ver com a atenção e o porquê. Às vezes ficamos desatentos e lá se vai o amigo. Às vezes ele perdoa. Ás vezes nós perdoamos os meses ou anos de telefonemas não dados. Há mais do que telefone nestes laços. 
Há amigos pais, amigos filhos, amigos irmãos e amigos-amigos. Sem alguns, eu não saberia viver. Doeria demais. Nem eles vivem sem mim. Mas há outros cujo silêncio não doeu, mas nem por isso deixamos de nos querer bem. É mistério. Há amizades duradouras que nunca foram profundas. Há amizades profundas e duradouras. Há outras que duraram pouco. E há outras que não admitimos nem mesmo a hipótese de perder. Entraram na alma. 
Uma coisa, porém, é certa. Trocar e substituir amigos, nunca! Não é porque arranjamos novos amigos que descartaremos os de ontem. O coração tem que ter lugar para outros mais. Amigo algum poderá ocupar o trono do outro, nem mesmo do que se foi e nos deixou sem uma palavra e um porquê. O lugar dele fica, à espera de sua volta, mesmo que nunca mais volte. 
Isso de ser amigos é mistério. Nem Ágape, nem Eros nem Filia explicitam. É algo indefinível. Gostaríamos de não amar, mas amamos. E daí? Não os pedimos, mas vieram. Acho que Deus algo a ver com isso! Alguns amigos, por mais que briguemos foi Deus quem os deu. E dom de Deus a gente não desperdiça! 
Padre Zezinho scj