A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

24 de março de 2016

Propósitos para uma vida plena

Propósitos para uma vida plena

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
Uma vida com propósitos começa a ser vivenciada quando há um encontro verdadeiro com Cristo

Quando Jesus se aproximou daqueles pescadores, eles não tinham em mente a mudança que iria acontecer em suas vidas. No silêncio daqueles olhares assustados, Jesus viu as possibilidades de uma vida plena. E foi assim que, de pescadores, aqueles homens experimentaram na vida uma mudança que deixaria marcas na história da humanidade.

Na simplicidade das palavras, aqueles pescadores puderam vislumbrar um futuro de novas possibilidades nascidas por meio de um olhar que adentrava os mais longínquos territórios da alma. O futuro apresentava-se belo e carregado de felicidade plena. Estavam diante do Mestre da vida, que lhes anunciava novos tempos de amor e paz. E foi assim que, seduzidos pelo amor de Cristo, aqueles homens deixaram suas redes e adentraram nas estações de um novo tempo.

Oportunidade de ser feliz

Agora, na companhia de Cristo, a vida ganhava outras tonalidades. A esperança que Cristo depositava em cada coração anunciava, a cada dia, uma nova oportunidade de serem felizes. O caminho que estavam trilhando, agora lhes indicava vidas que poderiam ser transformadas pela mesma experiência que eles faziam do amor de Cristo.

Aos poucos, foram assumindo, na vida, uma nova rotina que nascia na alma. Os canteiros do coração recebiam, a cada novo dia, o adubo da fé. As flores surgiram belas em cantos da alma que, até então, eram um terreno sem muitas perspectivas.

O encontro autêntico e verdadeiro com Jesus nos desinstala de nossa rotina e apresenta-nos uma vida repleta dos mais belos propósitos nascidos do amor de Deus derramado em nosso coração.

Prisioneiros do próprio egoísmo

Muitos caminham pela vida com propósitos contrários ao Reino de Deus. Pensam apenas em si mesmos e excluem de seus dons e talentos seus irmãos e irmãs. Caminham pela vida sozinhos e se tornam prisioneiros de seu próprio egoísmo.

Uma vida com propósitos cristãos começa a ser vivenciada quando nos encontramos verdadeiramente com Cristo. Esse encontro transforma nossa vida em todas as dimensões. Assim como os primeiros discípulos, deixamos nossas seguranças para vivermos sob a luz de um novo tempo que inaugura, em nossa vida, as mais belas possibilidades que Deus semeia em nosso coração.

Somente quem se descobre discípulo, no serviço livre e desinteressado, poderá viver em sua vida os mais belos propósitos que semeiam pelo mundo um tempo novo de paz, amor e esperança. Em Cristo somos transformados em novas criaturas e, somente assim, os nossos propósitos serão aqueles que Deus preparou para a nossa missão de anúncio profético de Seu Reino de amor.
Padre Flávio Sobreiro -  é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).

O papel de cada pessoa no trem da vida

O papel de cada pessoa no trem da vida

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
Nos trilhos, o trem cumpre o seu papel, e cada vagão é uma parte do todo

Percorrendo muitos quilômetros, o trem vai descortinando novos horizontes e revelando novos olhares a antigos e novos passageiros. Quem já viajou de trem sabe que cada viagem é sempre diferente. Há sempre novas surpresas a serem descobertas. O caminho pode até ser o mesmo, mas o olhar sobre o percurso é sempre renovado.


O comandante é o personagem principal nas viagens. O trem pode ser moderno, mas sem o comandante a viagem é arriscada. É ele quem direciona o trem e mantém em segurança os passageiros. A confiança é tão importante quanto a segurança oferecida. Não adianta ter segurança se o comandante não oferece confiança. Fé é a confiança silenciosa nas mãos de quem guia nossa vida com segurança nos caminhos escuros das noites sem luar.

No trem da vida, todos somos passageiros. Talvez até andemos pelos mesmos caminhos que outras pessoas já estejam trilhando, porém o modo como vemos a vida é sempre diferente de outros olhares. Uma mesma paisagem sempre será vista com um olhar diferente. A beleza do viver está nos olhos de quem descobriu que a vida é o canteiro mais belo para semear as flores da eternidade. Há quem olhe pela janela do trem da vida e veja simplesmente um riacho. Outros verão a vida que corre e passa por inúmeras barreiras para seguir o seu curso normal. A ponte que une os dois lados de um mesmo território será sempre superior ao muro que separa as fronteiras do amor e da paz.

Descobertas e experiências

Assim é a vida, uma nova descoberta a cada experiência. Trilhamos caminhos parecidos, no entanto, somos únicos. No teatro da vida, somos os protagonistas da mais bela peça criada pelo Autor da nossa história. Talvez, esta seja a maior riqueza de nossas experiências: interpretar o papel principal de nossa existência. Na diferença do resultado que somos, aprendemos que a soma é mais importante que a subtração, e partilhar tem o mesmo valor de multiplicar. Somando alegrias e multiplicando esperanças conseguimos dividir o amor com cada companheiro de viagem.

Cada vagão, uma vida; cada vida, uma história que compõe a mais bela sinfonia do universo. Cada estação nos trilhos da nossa história não significa um ponto chegada, mas ponto de partida. É no começo que descobrimos que não existe ponto final, mas sim parágrafos de frases inéditas que nascem do coração de Deus em nós. Sempre estamos a caminho e, nesse processo de percorrer e descobrir novas estações, outros passageiros embarcam conosco na aventura de construirmos o céu no cotidiano de nossa vida.

No trem, somos um vagão carregado de bagagens. Nas malas de nossas experiências se encontram roupas velhas de experiências desgastadas pela dor de antigas culpas. Mas também trazemos em nossas bagagens roupas novas de alegrias e sonhos que tornam nossas malas mais bonitas e leves. Não importa se a mala é grande ou pequena, o que importa é o que faremos com o que pesa nelas.

A estação das lágrimas

Trilhar o caminho da vida nem sempre é fácil. Por vezes, perdemos o horário da partida e nos desesperamos sozinhos em mais uma estação de lágrimas. É triste olhar ao longe e ver que a viagem de esperanças tão sonhadas foram embora e nos deixaram sozinhos aguardando o próximo horário que insiste em não chegar. Mas o trem sempre volta e é preciso não perder a chance de embarcar nas oportunidades com que Deus nos presenteia.

Cada caminho é sempre novo para quem se dá a chance de olhar a vida com novos olhos. Só é novo aquilo que não mais é visto a partir das trevas da noite que passou.

Deus é quem comanda o trem que nos carrega pelos canteiros de nossa alma. A cada nova estação de nossas experiências alegres ou tristes, Ele nos convida a percorrer um novo caminho ao Seu lado. Nem sempre é fácil recomeçarmos quando nos acostumamos a olhar o trem que passava e não tínhamos coragem de dar o primeiro passo para fazermos a mais bela viagem de nossa existência.

Na segurança do trem do amor, somos passageiros com destino à felicidade sem fim. No comando do trem da vida está Aquele que faz de cada estação de lágrimas o ponto de partida para novos tempos que nascem de novos sonhos e esperanças. É na soma do vagão de nossas possibilidades que juntos formaremos o trem de uma nova humanidade que percorrerá os mais belos caminhos da paz e da solidariedade. Em Deus descobrimos que o ponto de chegada é apenas o início de uma bela viagem que se chama amor.
Padre Flávio Sobreiro - é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).


O sentido das celebrações que antecedem a Páscoa

O sentido das celebrações que antecedem a Páscoa


A cada Páscoa, o Cordeiro de Deus é imolado para a salvação do mundo

“Jogai fora o velho fermento, para que sejais uma massa nova, já que sois ázimos, sem fermento. De fato, nosso cordeiro pascal, Cristo, foi imolado. Assim, celebremos a festa, não com o velho fermento nem com o fermento da maldade ou da iniquidade, mas com os pães ázimos da sinceridade e da verdade” (1 Cor 5, 7-8). Começou a festa da Páscoa. A Páscoa cristã nasceu no contexto da Páscoa judaica, quando Jesus se reuniu com seus discípulos no Cenáculo, justamente para orações e os ritos próprios da celebração anual realizada por todas as gerações que mantinham a esperança do cumprimento das promessas de Deus.

“Quando tiverdes entrado na terra que o Senhor vos dará, conforme prometeu, observareis este rito. Quando vossos filhos vos perguntarem: ‘Que significa este rito?’ respondereis: ‘É o sacrifício da Páscoa do Senhor, que passou ao lado das casas dos israelitas no Egito, quando feriu os egípcios e salvou as nossas casas’. Então o povo prostrou-se em adoração, e saindo dali, os israelitas fizeram o que o Senhor tinha ordenado a Moisés e Aarão” (Ex 12, 25-28; Cf. Ex 13, 14; Cf. Dt 6, 20). A cada Páscoa, o rito da imolação do Cordeiro trazia à memória os acontecimentos do Êxodo. Uma refeição carregada de sentido, com a força necessária à sustentação da fé de um povo “dependurado” nas promessas do Senhor.

As tensões que pairavam em Jerusalém estão presentes no local em que Jesus reuniu seus discípulos para celebrar a Páscoa. Cada palavra pronunciada por Jesus, os salmos e bênçãos que se sucediam, tudo mostrava uma novidade a se revelar. De repente, pronuncia palavra de fogo: “‘Ardentemente desejei comer convosco esta ceia pascal, antes de padecer. Pois eu vos digo que não mais a comerei, até que ela se realize no Reino de Deus’. Então pegou o cálice, deu graças e disse: ‘Recebei este cálice e fazei passar entre vós; pois eu vos digo que, de agora em diante, não mais beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus’. A seguir, tomou o pão, deu graças, partiu-o e lhes deu, dizendo: ‘Isto é o meu corpo, que é dado por vós. Fazei isto em memória de mim’. Depois da ceia, fez o mesmo com o cálice, dizendo: ‘Este cálice é a nova aliança no meu sangue, que é derramado por vós'” (Lc 22, 15-20). O Cordeiro se faz presente, é alguém que se entrega. Jesus se antecipa, trazendo para aquela mesa santa o sacrifício a ser realizado pouco depois. Ao mesmo tempo, dali para frente, todas as vezes em que seu gesto se repetir, em sua memória, até sua volta, no final dos tempos. A mesma realidade se faz presente e se abre como uma fonte perene de vida e salvação para todos.

Os fatos se precipitam e a noite terrível que se segue é feita de traição, suor e sangue, entrega livre de quem se doa e passa de réu a juiz, na grande virada da história da humanidade. Nós celebramos nas festas pascais a sucessão dos acontecimentos, chamados a beber na fonte do Salvador todas as graças, na única graça do sacrifício redentor de Cristo, Morto e Ressuscitado.

Quinta-feira Santa

A Ceia preparada para a noite do Mandamento do Amor, com o gesto expressivo do Lava-Pés, no qual convergem todos os atos de amor, ainda que não sejam perfeitos, e de onde nasce toda a voragem do amor vindo da Trindade: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. Nesta noite a Eucaristia foi instituída e o sacerdócio ministerial nasceu do mistério de Cristo. Em todas as missas, “Eis o Cordeiro de Deus” será o convite ao Banquete das Núpcias do Cordeiro, que se faz presente até o fim dos tempos.

Sexta-feira Santa

A Sexta-feira Santa é dia do Cordeiro, providenciado pelo Pai do Céu (Cf. Gn 22,8) ser imolado na ara da Cruz, altar definitivo do verdadeiro e definitivo sacrifício. O Cordeiro inocente é imolado na Páscoa da Cruz, Sangue derramado e passado nos umbrais das portas de todos os corações, para que da velhice do pecado e da maldade sejamos todos restaurados no homem novo, que é Jesus.

Sábado Santo

No Sábado Santo, a terra está em silêncio. O Senhor visitou, portando seu estandarte de Cordeiro Imolado, a mansão dos mortos. Aplica-se pergunta feita no Apocalipse: “Quem é digno de romper os selos e abrir o livro? Ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra era digno de abrir ou de olhar o livro. Um dos anciãos me disse: ‘Não chores! Vê, o leão da tribo de Judá, o rebento de Davi, saiu vencedor. Ele pode romper os selos e abrir o livro’. Então, vi um Cordeiro. Estava no centro do trono e dos quatro Seres vivos, no meio dos Anciãos. Estava de pé, como que imolado. O Cordeiro tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus, enviados por toda a terra. Então o Cordeiro veio receber o livro, da mão direita daquele que está sentado no trono. Quando ele recebeu o livro, os quatro Seres vivos e os vinte e quatro Anciãos prostraram-se diante do Cordeiro. Todos tinham harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E entoaram um cântico novo: ‘Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado, e com teu sangue adquiriste para Deus gente de toda tribo, língua, povo e nação. Deles fizeste para o nosso Deus um reino de sacerdotes. E eles reinarão sobre a terra”. Eu vi – eu ouvi a voz de numerosos anjos, que rodeavam o trono, os Seres vivos e os Anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões, e proclamavam em alta voz: ‘O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor'” (Ap 5, 2-12). No Cristo, Cordeiro Pascal que se imolou, abre-se o livro da vida e encontra sentido a existência de todos os homens e mulheres de todos os tempos.

Domingo da Páscoa

Chegamos ao coração de nossa fé quando entramos com as luzes acesas no Círio Pascal as velas com as quais renovamos as promessas batismais. A Páscoa é um presente da Igreja para nós. “Eis agora a Páscoa, nossa festa, em que o real Cordeiro se imolou; marcando nossas portas, nossas almas, com seu divino sangue nos salvou” (Precônio Pascal). Recolhidos na noite santa, ouvimos a Palavra de Deus, que nos descortina os passos da história da Salvação. Celebramos a Iniciação Cristã em todas as Paróquias, com o banho batismal, a unção do Espírito Santo para a Missão e a Mesa Eucarística que se põe para todos. Nela o verdadeiro Cordeiro Pascal, o Cristo que se imolou, é dado em alimento.

Nossos votos de Páscoa se expressem no canto da Igreja para o Domingo da Páscoa da Ressurreição: “Cantai, cristãos, afinal: Salve ó vítima pascal. Cordeiro inocente, o Cristo abriu-nos do Pai o aprisco. Por toda ovelha imolado, do mundo lava o pecado, duelam forte e mais forte, é a vida que vence a morte. O Rei da vida, cativo, é morto, mas reina vivo! Responde, pois, ó Maria: no caminho o que havia? Vi Cristo ressuscitado, o túmulo abandonado, os anjos da cor do sol, dobrado ao chão o lençol. O Cristo, que leva aos céus, caminha à frente dos seus! Ressuscitou de verdade. Ó Cristo, Rei, piedade!”
Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo da Arquidiocese de Belém – PA.

10 Ensinamentos dos santos sobre a Eucaristia


1 – São João Crisóstomo: “Deu-se todo não reservando nada para si”. “Não comungar seria o maior desprezo a Jesus que se sente “doente de amor” (Ct 2,4-5)”.

2 – São Boaventura: “Ainda que friamente aproxime-se confiando na misericórdia de Deus”.

3 – São Francisco de Sales: “Duas espécies de pessoas devem comungar com frequência: os perfeitos para se conservarem perfeitos, e os imperfeitos para chegarem à perfeição”.

4 – Santa Teresa de Ávila: “Não há meio melhor para se chegar à perfeição”. “Não percamos tão grande oportunidade para negociar com Deus. Ele [Jesus] não costuma pagar mau a hospedagem se o recebemos bem”. “Devemos estar na presença de Jesus Sacramentado, como os Santos no céu, diante da Essência Divina”.

5 – São Bernardo: “A comunhão reprime as nossas paixões: ira e sensualidade principalmente”. “Quando Jesus está presente corporalmente em nós, ao redor de nós, montam guarda de amor os anjos”.

6 – Santo Ambrósio: “Eu que sempre peco, preciso sempre do remédio ao meu alcance.”

7 – São Gregório Nazianzeno: “Este pão do céu requer que se tenha fome. Ele quer ser desejado”.

“O Santíssimo Sacramento é fogo que nos inflama de modo que, retirando-no do altar, espargimos tais chamas de amor que nos tornam terríveis ao inferno.”

8 – São Tomás de Aquino: “A comunhão destrói a tentação do demônio.

Concílio de Trento: “Remédio pelo qual somos livres das falhas cotidianas e preservados dos pecados mortais.”

9 – Santo Afonso de Ligório: “A comunhão diária não pode conviver com o desejo de aparecer, vaidade no vestir, prazeres da gula, comodidades, conversas frívolas e maldosas. Exige oração, mortificação, recolhimento.” “Ficai certos de que todos os instantes da vossa vida, o tempo que passardes diante do Divino Sacramento será o que vos dará mais força durante a vida, mais consolação na hora da morte e durante a eternidade”.

10 – Santo Agostinho: “Não somos nós que transformamos Jesus Cristo em nós, como fazemos com os outros alimentos que tomamos, mas é Jesus Cristo que nos transforma nele.”

“Sendo Deus onipotente, não pôde dar mais; sendo sapientíssimo, não soube dar mais; e sendo riquíssimo, não teve mais o que dar.”

“A Eucaristia é o pão de cada dia que se toma como remédio para a nossa fraqueza de cada dia.”

“Na Eucaristia Maria perpetua e estende a sua maternidade.”
Professor Felipe Aquino - Canção Nova

19 de março de 2016

Por que Jesus quis ter um pai?

POR QUE JESUS QUIS TER UM PAI?


Sabemos que Deus tudo pode, portanto, não precisaria de uma família para vir ao mundo, poderia ser de outra forma. Mas, se assim o fez foi porque tinha um propósito maior.

É razoável pensar que o motivo principal de Jesus escolher Maria e José como seus pais era de santificar a instituição família. O fato de São José não ter participado da geração natural do menino Deus me leva a questionar: por que Cristo teve um pai terreno já que Ele tinha um Pai no Céu? Entramos na missão especialíssima que teve São José!

Deus não precisava dele, mas escolheu precisar. Num primeiro momento imaginamos que quando o Senhor quer algo de nós, Ele se apresenta com Sua grandeza e nos pede o que quer que façamos. Mas, muitas vezes, o Altíssimo se coloca como o necessitado a nossa frente. E quando nos movemos para beneficiar quem necessita de nós, Deus imprime seu ensinamento, um dom ou mesmo muda nosso coração. Assim foi a instituição família, Maria e o pequeno Jesus, na vida de São José: pessoas maiores que ele, mas que necessitavam dele.

A missão de José é imprescindível para valorizar a família, pois ele: vem para ser a imagem visível do Pai do Céu. Assim também é o papel paterno na família. Toda criança precisa ter uma boa referência feminina e masculina (ainda que não seja o pai biológico). 

Em qualquer outra condição fora da família, a gravidez de Maria seria má interpretada e ela correria o risco de ser apedrejada. Ao assumi-la, José salva Nossa Senhora e Jesus ainda no ventre.

Jesus é Deus, sabedoria encarnada, não precisava de professores. Porém, assumindo a condição humana, Jesus quis ser introduzido nas dinâmicas da vida pelas características humanas de seus pais. Toda criança é reflexo de seus pais, e com Jesus não foi diferente. Não que Ele não possuísse todas as virtudes humanas – e muito mais que isso, todo bem e amor já estavam Nele -, mas o convívio e o testemunho de vida de Maria e José contribuíram para propiciar situações que traziam à tona tudo o que Ele era.

Assim como a semente tem todo potencial da planta, e pode se desenvolver sozinha se cair na natureza até tornar-se árvore, pode também estar aos cuidados do agricultor, que cuida dessa semente, depois muda, pequeno arbusto e finalmente árvore frondosa.

Maria e José foram os escolhidos para serem os jardineiros na humanidade do Mestre de Nazaré. E de José podemos citar 3 características que possui por excelência e que, com certeza, ajudaram o homem Deus. São elas:

– Justo (Mt 1, 19): A Bíblia o cita como justo, não pelo nosso senso de justiça humana, mas pelo da misericórdia. Uma bondade capaz de dar tudo de si em favor do outro. Jesus é misericordioso!

– Casto (Lc 1, 34): É a temperança que propicia todas as outras virtudes em nós. Jesus é casto!

– Trabalhador (Mt 13, 35): Tem o dinamismo próprio de quem não se detém só na intenção, mas serve o outro saindo de sua zona de conforto. Jesus era incansável (Jo 5, 17)!

Portanto, se José foi um exemplo seguido até mesmo por Nosso Senhor, como não poderia ser para nós?

São José, rogai por nós!
* Sandro Arquejada é missionário da Comunidade Canção Nova, formado em administração de empresas e autor dos livros “Maria, humana como nós”,“As Cinco Fases do Namoro” e “Terço dos homens e a grande missão masculina”, pela Editora Canção Nova.

Amizade que tem raiz nunca morre

Amizade que tem raiz nunca morre

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com 

As sementes de amizade estão guardadas no solo fértil e generoso do nosso coração

Imagine aquele amigo que, durante anos, conviveu com você, dividiu sonhos, brincadeiras, sorrisos, lutas e conquistas. Enfim, essa pessoa que deu mais cor e brilho à sua vida, mas, por algum motivo, precisou partir. O tempo foi passando, alimentado por boas lembranças e algumas vagas notícias. Falta de iniciativas, descuido pelo afeto, respeito ao processo que cada um precisou viver? Talvez um pouco de tudo isso, mas o certo é que uma amizade verdadeira nunca morre, ela é como a boa semente que, guardada na terra dos corações, espera silenciosa o tempo de germinar e voltar a florir. Então, quando o vento dos acontecimentos sopra e o sol da primavera desperta essa amizade, ela rompe o silêncio do tempo e revela a força que jamais deixou de possuir.

Dias atrás, reencontrei uma amiga depois de vários anos distantes. Aliás, anos que foram marcados por grandes acontecimentos em nossas vidas. Casamento, mudança de país, perda de parentes, conclusão da faculdade, conquista de títulos… Enfim, muitas coisas se passaram sem partilharmos. Aos poucos, o contato que era diário passou a ser semanal, mensal, depois anual e quase deixou de existir.

Sinceramente, até duvidei de que aquela amizade ainda tivesse muita importância. Porém, o reencontro ocasional me provou o contrário. De braços abertos, minha amiga veio em minha direção sorrindo como se não existisse espaço de tempo entre o ontem e o agora. Enquanto me abraçava fortemente, disse-me uma frase que define o sentimento: “Onde há raiz, a gente pode descansar. Que bom te encontrar de novo!”.

A amizade estava ali vivinha, pronta para florescer e embelezar tudo à sua volta. Alegramo-nos ao recordar nossas aventuras, brincadeiras diversas e nosso jeito simples, talvez até ingênuo de nos aprofundar na fé. Vivíamos tudo como um sinal de Deus, e tentar agradá-Lo era sempre nossa meta. Ouvindo as histórias, pensei em silêncio: “Preciso continuar vendo os sinais de Deus em todas as coisas. Ele não mudou!”. Lembramo-nos também do quanto ríamos à toa por qualquer motivo. A vida parecia mais leve e os compromissos eram outros, sorríamos tanto que, às vezes, dependendo do ambiente, era preciso disfarçar o olhar das situações engraçadas para não dar um boa gargalhada e sermos incompreendidas. Pensando sobre isso, constatei também que preciso sorrir mais.

Sorrir é uma das melhores coisas da vida, traz inúmeros benefícios a nós e a quem está ao nosso redor, e o melhor é que não custa nada. Por que nos tornamos tão sérios em nossos dias? Dizem que um amigo que sempre nos faz rir merece o céu como recompensa. Bom, lembrei-me ainda das nossas orações em comum. Combinávamos de uma rezar pelas intenções da outra e oferecer sacrifícios diversos, até alcançarem a graça desejada. Percebi que tenho rezado pouco por meus amigos e estou retomando essa prática.

Reencontrar aquela amiga ajudou-me a reencontrar-me também, e esse, aliás, é um dos papéis primordiais da verdadeira amizade, pois nos coloca diante de nós mesmos, faz com que sejamos quem realmente somos e nos instiga a sermos melhores do que imaginávamos ser. Certamente, é por isso que a Palavra de Deus afirma em Eclesiástico 6, 14: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, encontrou um tesouro”. Como sou grata a Deus por cada tesouro que Ele me permitiu encontrar!

Pelo bem que a experiência me fez, proponho-lhe hoje pensar com carinho nas sementes de amizade que estão guardadas no solo fértil e generoso do seu coração. Essas sementes podem germinar e voltar a florescer para embelezar sua vida e influenciar tudo a sua volta.

Provavelmente, hoje seja um dia oportuno para manifestar aos seus amigos o quanto eles são preciosos e importantes em sua vida. Então, não perca tempo e vá ao encontro deles seja como for. Dessa forma, estará alimentando as sementes de vida e alegria que chamamos de amizade.
Dijanira Silva - missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América 

Ciúme doentio: eu vivo isso?

Ciúme doentio: eu vivo isso?


O ciúme doentio é um problema patológico que destrói os relacionamentos

Um dos primeiros sentimentos que o amor traz, quando vivido de forma sadia, é a liberdade, o sentimento de compartilhar, o sentimento de alegria e cumplicidade, mas não de aprisionamento. Com esse pensamento podemos pensar: o que é saudável nos relacionamentos?


No senso comum, encontramos diversas frases que favorecem uma visão do ciúme como um tempero no amor; mas que tempero é esse que nos coloca numa situação de pensamentos de traição, engano, mentira, posse, obsessão quase (ou sempre) doentia pelo outro?

O amor que supostamente vemos, neste ciúme patológico, trata-se, sim, de um sentimento que, em vez da liberdade, conduz ao aprisionamento: o ciumento e a pessoa desejada enredam-se num relacionamento nada saudável; buscam provas e situações, um não se vê fazendo nada sem o outro, não há liberdade para outros relacionamentos de amizade ou relações sociais fora do namoro, há um controle excessivo.

Aquela relação que, aparentemente, sugere algo carinhoso e dedicado, confundida com zelo e carinho, torna-se exagerada e sufocante.

E como saber se o que sinto vai além da normalidade?

Um dos sentimentos que primeiro aparece é o de ser enganado e traído o tempo todo. Dessa forma, a pessoa sente necessidade de controlar o outro a todo custo, controlar onde e com quem está, o que faz, ou seja, viver praticamente numa paranoia, o que é bastante triste para quem sofre com esses sentimentos, mas também dolorido para quem é alvo desses sentimentos, pois nunca há entre os dois, um sentimento de confiança.

Se você:
– pensa frequentemente na possibilidade de infidelidade;
– procura “provas” que justifiquem essa suspeita de infidelidade;
– teve reações agressivas motivas por ciúme;
– evita situações onde a pessoa com quem você se relaciona tenha contato com pessoas do sexo oposto, deixando de ir em festas, comemorações diversas e outros eventos sociais;
– já teve desejo de espionar a vida da pessoa com quem você se relaciona; é importante que possa rever suas atitudes, pois, é bem possível que esteja sofrendo com o ciúme patológico e com reações que não permitam com que você viva de forma saudável um relacionamento afetivo.

Muitas vezes, essa situação vem se repetindo em vários relacionamentos. Sendo assim, não deixe de buscar ajuda para rever tais comportamentos para uma vida melhor.
Elaine Ribeiro dos Santos - Psicóloga Clínica e Organizacional, colaboradora da Comunidade Canção Nova.

Como devo reagir à oração não respondida?

Como devo reagir à oração não respondida?

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Descubra como o cristão deve reagir à oração não respondida

Orar é dialogar com Deus. Na intimidade da oração, o coração rasga o véu do medo e abandona-se nas mãos do Pai. Diante das demandas da vida, muitas são as coisas a serem apresentadas. Muitos outros tantos são as necessidades que afligem a alma e roubam a paz. Contudo, nem sempre nossos pedidos são atendidos. Diante dessa realidade, uma pergunta ecoa no coração: Como o cristão deve reagir à oração não respondida?

Os pais sabem muito bem que nem todos os pedidos de seus filhos podem ser atendidos. Muitos são os motivos que estão por trás de um desejo não realizado. Talvez, a criança precise crescer um pouco mais para que tal necessidade seja atendida; ou ainda, tal pedido possa ser perigoso e colocar em risco a vida dela. Muitos pais sabem que alguns pedidos que seus filhos lhes fazem é apenas capricho disfarçado de necessidade extrema.

Alguns pedidos dirigidos a Deus visam apenas preencher nosso ego

Deus é Pai e sabe que nem todos os nossos pedidos poderiam ser atendidos no tempo e na ocasião que desejamos. Por amor, Ele intervêm diante de nossas necessidades e concede-nos apenas aquilo de que precisamos. Alguns pedidos dirigidos a Deus visam apenas preencher nosso ego, mas maquiamos a realidade de tal maneira que parece uma necessidade urgente.

Vivemos tempos no qual nos desacostumamos a viver com o essencial, e essa realidade, muitas vezes, é refletida em nossa vida de oração. Muitos não suportam mais viver com o essencial e precisam do periférico. Se não adquirirmos a sabedoria divina, vamos, a cada nova oração, disfarçar o periférico de essencial.

O que hoje não compreendemos amanhã pode ser tão claro como a luz do dia

Deus não se deixa enganar e concede-nos apenas aquilo de que temos necessidade. Ele conhece o conteúdo de uma intenção na sua verdadeira essência. Mesmo que algum pedido seja justo e necessário, os projetos do Senhor para cada um de nós vai se revelando nos acontecimentos da vida. O que hoje não compreendemos, amanhã pode ser tão claro como a luz do dia.

Deus responde todas as nossas orações, mesmo que Sua resposta seja ‘não’

Mesmo que algum pedido não tenha sido atendido, não desanimemos. O Senhor responde todas as nossas orações, mesmo que a resposta seja ‘não’. Talvez o fato de não termos recebido a graça hoje seja pelo fato de que Deus esteja preparando o melhor para o futuro. Renovemos nossa confiança no Senhor e busquemos o essencial. Tenhamos a coragem de olhar para as nossas necessidades espirituais e humanas e ver se não estamos nos comportando como crianças mimadas, que de tudo tem necessidade, mas lhe falta maturidade suficiente para discernir a realidade das intenções.

Fortaleçamos nossa alma na luz do Espírito Santo de Deus rezando:

“Divino Espírito, que com sua luz de amor concedei a sabedoria necessária aos corações vacilantes, concedei-me a graça da sabedoria diante das necessidades, e que minha oração, elevada ao Pai, seja sempre guiada por aquilo que realmente necessito. Afastai-me do desejo desenfreado de satisfazer meus caprichos pessoais e ajudai-me a buscar na força da oração o essencial na vida. Amém!”
Padre Flávio Sobreiro - Bacharel em Filosofia e Teólogo, é vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG), e padre da Arquidiocese de Pouso Alegre (MG).


Como fazer um bom exame de consciência

Como fazer um bom exame de consciência

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com

Para você fazer uma boa confissão é preciso examinar a sua consciência

É preciso avaliar a consciência com coragem, segundo a luz do Espírito Santo. E nada de esconder algo do sacerdote, pois ali ele representa o próprio Jesus.

1 – Amo Deus mais do que as coisas, as pessoas e os meus programas? Ou será que tenho adorado deuses falsos, como o prazer do sexo antes ou fora do casamento, o prazer da gula, o orgulho de aparecer, a vaidade de me exibir, de querer ser “o bom” etc.?

Cultivo de superstições

2 – Eu tenho, contra a lei de Deus, buscado poder, conhecimento, riquezas, soluções para meus problemas em coisas proibidas como horóscopos, mapa astral, leitura de cartas, búzios, tarôs, pirâmides, cristas, espiritismo, macumba, candomblé, magia negra, invocação dos mortos, leitura das mãos etc.? Tenho cultivado superstições? Figas, amuletos, duendes, gnomos e coisas parecidas? Ouço músicas que me influenciam e provocam alienação, violência, desejo de sexo, rebeldia e depravação?

3 – Rezo, confio em Deus, procuro a Igreja, participo da Santa Missa aos domingos? Eu me confesso? Comungo?

4 – Leio os Evangelhos, a Palavra viva de Jesus, ou será que o Senhor é um desconhecido para mim?

5 – Respeito, amo e defendo Deus, Nossa Senhora, os anjos e santos e as coisas sagradas? Ou será que sou um blasfemador que age como um inimigo de Jesus?

6 – Amo, honro, ajudo meus pais e irmãos, a minha família? Ou será que eu sou “um problema a mais” dentro da minha casa? Eu faço os meus pais chorarem? Eu sou um filho que só sabe exigir e exigir? Eu minto e sou fingido com eles? Vivo o mandamento: “Honrar pai e mãe”?

Viver a castidade

7 – Como vai o meu namoro? Faço da minha garota um objeto de prazer para mim, como um cigarro que eu fumo e jogo a “bita” fora? Ela é uma “pessoa” com a qual quero conviver ou é apenas uma “coisa” para me dar prazer?

8 – Vivo a vida sexual antes do casamento, fora do plano de Deus? Peco por pensamentos, palavras e atos com relação a assuntos como masturbação, revistas pornográficas, filmes, desfiles eróticos e roupas provocantes? Vivo o homossexualismo?

9 – Respeito meu corpo e minha saúde, que são dons de Deus? Ou será que eu destruo o meu corpo, que é o templo do Espírito Santo, com a prostituição, as drogas, as aventuras de alto risco, as brigas, violências, provocações etc.?

10 – Sou honesto ou será que tapeio os outros? Engano meus pais? Pego dinheiro escondido deles? Será que eu roubei algo de alguém, mesmo que seja algo sem muito valor? Já devolvi?
Sou uma pessoa vingativa

11 – Fiz mal para alguém? Feri alguém com palavras, pensamentos, atitudes, tapas e armas? Neguei o meu perdão a alguém? Desejei vingança? Tenho ódio de alguém?

12 – Eu falo mal dos outros? Vivo fofocando, destruindo a honra e o bom nome das pessoas? Sou caluniador e mexeriqueiro? Vivo julgando e condenando os outros? Sou compassivo, paciente e manso? Sei perdoar, como Jesus manda?

13 – Sou humilde, simples, prestativo e amigo de verdade?

14 – Vivo a caridade, sei sofrer para ajudar quem precisa de mim?
Partilho o que tenho com os irmãos ou sou egoísta?

15 – Sou desapegado das coisas materiais, do dinheiro?

Pecado da gula

16 – Sou guloso? Vivo só para comer ou como para viver?

17 – Eu bebo sem controle? Deixo que o álcool destrua minha vida e desgrace a minha família?

18 – Sou preguiçoso? Não trabalho direito? Deixo todas as minhas coisas jogadas e mal-arrumadas, estragando-se?

19 – Sinto raiva de alguém e não perdoo o mal que ele me fez? Desejo vingança contra alguém? Sou maldoso?

20 – Sou invejoso? Ciumento? Vivo desejando o mal para os outros?

Felipe Aquino - Professor, é viuvo, pai de cinco filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. 

Cinco virtudes de São José que todo homem deveria ter

Cinco virtudes de São José que todo homem deveria ter

A vida dos santos precisa ser para nós como um livro vivo, no qual lemos as virtudes que têm sua fonte no próprio Cristo

Pelo menos, este é o objetivo da Igreja quando se canoniza alguém: dizer aos cristãos que a santidade é possível e propor um caminho para ajudá-los a chegar a este propósito, fim de todo homem, criado à imagem e semelhança de Deus. Trata-se de vidas que se permitiram ser modeladas pela graça, a tal ponto que chegam a ser um anúncio da santidade de Deus mesmo. Neste mês de março, a Igreja nos propõe celebrarmos a solenidade de São José, pai adotivo de Jesus. Quais poderiam ser então as virtudes vividas por José, as quais todos os homens são chamados a imitar? Esta é uma tarefa um tanto quanto árdua, pois sua figura é marcada pelo escondimento e pela discrição.

O Catecismo da Igreja Católica diz que “a pessoa virtuosa é aquela que livremente pratica o bem” (CIC 1804). E o bem não poderia ser outra coisa senão a própria vontade de Deus. Ora, vemos no Evangelho segundo Mateus que José foi dócil a essa vontade. E nessa docilidade, vemos uma manifestação da virtude da fé, pois por meio dela, “o homem livremente se entrega todo a Deus” (CIC 1814). “Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.” (Mt 1,24). Na busca de fazer sempre a vontade do Pai, podemos vislumbrar também em José a virtude da prudência, dado que esta « dispõe a razão prática a discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e a escolher os meios adequados para realizá-los » (CIC 1806). Pois, afinal de contas, onde poderia estar nosso bem verdadeiro senão na prática da vontade de Deus?

Neste mesmo Evangelho, vemos uma outra virtude em São José: ele era um homem justo. O texto bíblico o diz explicitamente (cf. Mt 1,19). Este termo, dentro do contexto bíblico, vai muito além do significado de justiça que temos em nossas sociedades contemporâneas. Ele exprime a ideia de alguém que é fiel, «que observa a lei». E esta fidelidade à lei, esta observância gera, por consequência, uma retidão no agir, seja para com Deus, seja para com os homens. Vemos, então, a virtude da justiça : « A justiça é a virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido » (CIC 1807). Em sua vida, diante daquilo que Deus lhe pedia, José não poderia lhe dar outra a não ser a realização de sua santa vontade.

Podemos também afirmar que São José tinha a virtude da fortaleza, uma das quatro virtudes cardeais. Pois, a fortaleza consiste em tornar o homem capaz de ter «segurança nas dificuldades, firmeza e constância na procura do Bem» (CIC 1808). E diante do que José viveu com Maria, antes do nascimento de Jesus, a procura de um lugar para que ela desse à luz, e depois fugindo da perseguição de Herodes, sem a virtude da fortaleza, talvez José não tivesse suportado a pressão das dificuldades exteriores. Essa virtude também o ajudou a permanecer na procura deste Bem, ou seja, da vontade de Deus que lhe havia sido claramente manifestada.

Por fim, José foi aquele que viveu a virtude do amor. Sem ela, ele não teria assumido viver a vontade de Deus como ela se lhe apresentou. « A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus sobre todas as coisas, por si mesmo, e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus » (CIC 1822). Ao amarmos o Senhor, amamos igualmente Sua vontade e assumimos firmemente todas as consequências que lhe são vinculadas. Desta maneira, podemos ver na vida de São José, mesmo que contada tão brevemente pelos evangelhos, a presença deste movimento de amor que o levou a amar a Deus até as últimas consequências.
André Botelho - Com formação em Teologia e Filosofia Tomista, Andrade é fundador e moderador geral da comunidade católica Pantokrator, à qual se dedica integralmente.

17 de março de 2016

As sete virtudes de uma mulher de Deus

As sete virtudes de uma mulher de Deus

Foto: julief514, iStock by getty images

Conheça e busque cultivar, no seu cotidiano, sete virtudes que uma mulher de Deus precisa ter

A mulher é um dom de Deus para a humanidade. Quanto mais assumirmos essa verdade, mais eficazes seremos em nossa missão. São muitas as tarefas que enfrentamos durante o dia: trabalhar, estudar, namorar, cuidar da casa, dos filhos, do marido e assim por diante. Como realizar tudo isso sendo presença de Deus nesses meios? É essencial ter uma vida de oração para ouvir os direcionamentos do Senhor e responder essa pergunta. A intimidade com Ele concederá à mulher as virtudes necessárias para ser uma extensão do seu amor em tudo que ela for realizar.

Cito sete virtudes que precisamos cultivar como mulheres de Deus:

1. Temor a Deus: Uma pessoa temente ao Senhor em tudo procura colocá-Lo em primeiro lugar e no centro de sua vida. “São muitas as mulheres de valor, mas tu ultrapassaste a todas! O encanto é enganador e a beleza passageira, a mulher que teme o Senhor, essa sim, merece elogios!” (Provérbios, 31, 29-30).

2. Humildade: Ser uma mulher humilde não é tão fácil quanto parece, porque não existe outra forma de alcançar essa virtude se não for por meio de humilhações. Mas, afinal, quem gosta de ser humilhado? O orgulho nos impede de viver o Evangelho de Jesus, o qual nos ensina a “lavar os pés” dos outros. Aprendi que a humildade é a única base sólida de todas as virtudes. Portanto, se ela é a base, precisamos aprender a acolher as humilhações e transformá-las em salvação. Pensar no outro em primeiro lugar, engolir a resposta que ferirá, servir sem esperar nada em troca, ou seja, ser uma discípula de Jesus.

3. Silêncio: Nós gostamos de conversar muito, mas eu me refiro a um silêncio interior capaz de ouvir a voz de Deus. Silêncio fecundo que purifica a palavra antes de ela ser pronunciada e, assim, ajuda construir o outro e não o destruir. “Ouve, ó filha, vê e inclina o ouvido (…)” (Sl 45,11). É fundamental aprender a ouvir Deus e o próximo. “Mulher sensata e silenciosa é dom do Senhor e nada é comparável à pessoa bem educada.” (Eclo 26,18).

4. Domínio de si: Aprender a dominar-se não é perder a sua personalidade, mas sim a falar na hora e com as palavras certas. Agir por impulso não é uma forma sábia de viver. Quantas vezes colocamos tudo a perder por não sabermos calar? O autodomínio nasce do silêncio que nos impede de agir prontamente. A mulher virtuosa não é frágil, mas cheia de sabedoria e doçura, porque domina suas paixões.

5. Castidade: A mulher casta é aquela capaz de purificar os relacionamentos entre o homem e a mulher, não somente no casamento, mas em todas as relações. A maneira de vestir-se, falar, agir e até mesmo de relacionar-se exige castidade. A sensualidade deturpa por completo a pureza de uma mulher de Deus. Portanto, seja firme com você mesma e depois com seu namorado ou marido, para que essa virtude seja uma marca positiva em você.

6. Ternura: Aprendi com a autora Jo Croissant que a ternura é o amor que se manifesta além das palavras, por meio de um gesto, um carinho, um olhar, uma presença amorosa. Derrete o que é duro, esquenta o que é frio, fortifica o que é fraco e cura o que está ferido. Não queira se impor com uma postura grossa de ser, não vale a pena! Afinal, como é agradável estar perto de uma mulher terna e doce!

7. Sabedoria: A sabedoria não é alcançada por esforço humano, mas uma graça de Deus. A mulher sábia é aquela que luta para viver todas as virtudes citadas acima.

É possível alcançar essas e outras virtudes. A vida nos oferece diariamente oportunidades para colocarmos em prática cada uma delas, basta prestar mais atenção e lutar para ser fiel às moções do alto. Uma mulher virtuosa é cheia do Espírito Santo de Deus. Eu quero ser essa mulher. E você?
Fernanda Soares - é missionária da Canção Nova. Foi apresentadora do programa Revolução Jesus e Vitrine da TV Canção Nova. Jornalista. Hoje trabalha como produtora de conteúdo no setor de Internet da Canção Nova.

Demônio e exorcismo discutidos em sete questões

Demônio e exorcismo discutidos em sete questões

Foto: Wesley Almeida/cancaonova.com
1 – Os demônios existem?

Sim, existem. “A existência dos seres espirituais, não corporais, que a Sagrada Escritura chama habitualmente de anjos é uma verdade de f锹. Alguns desses anjos, criados bons por Deus, liderados por satanás, também chamado diabo, “tornaram-se maus por sua própria iniciativa”², portanto, deve-se afirmar que, “de fato, o diabo e os outros demônios foram por Deus criados naturalmente bons, mas eles, por si próprios, se fizeram maus”³.

2 – Satanás pode causar todos os males que quer?

Não. “O pode de satanás não é infinito. Ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito”4, isto é, um anjo que, tal como todos os anjos, “superam a perfeição todas as criaturas visíveis”5.

3 – O cristão pode praticar yoga?

Não. O conjunto de crenças do yoga é indissociável do hinduísmo. O yoga, que significa literalmente “união”, pretende levar o homem à união com a divindade impessoal (iluminação), por meio de determinados ritos e invocações (entoação de mantras), aos quais vem atribuída uma eficácia “espiritual”. Não se trata apenas de determinadas técnicas de relaxamento, como pensam muitos; são, na realidade, gestos carregados de significados espirituais, que afastam as pessoas da verdade e da graça que Jesus6 nos trouxe e abrem o coração à ação diabólica, como se pode constatar em tantos casos de exorcismo.

4 – O demônio é o instigador de todos os nossos pecados e a causa de todos os males?

Não. Como ensina Jesus, na parábola do semeador, às vezes somos levados a pecar movidos pelas seduções do mundo ou pelas nossas próprias más inclinações. “Não se deve acusar o diabo em todas as coisas que acontecem; de fato, às vezes, o próprio homem faz-se diabo para si mesmo”7.

5 – Um cristão pode ouvir qualquer tipo de música?

Não. Atualmente, cada vez mais músicas têm letras ou melodias que incitam ao pecado de várias maneiras. Tais músicas são inaceitáveis para quem ama e segue Jesus Cristo. Infelizmente, são cada vez mais numerosos os cantores que confessam publicamente terem feito um pacto com o demônio, e que, durante seus espetáculos, tributam-lhe culto explícito.

6 – Que tipo de capacidade têm os anjos e demônios?

Eles têm certo domínio sobre as realidades materiais; por exemplo: podem mover objetos8 e atuar sobre nossos sentidos externos ou internos9.

7 – Os fiéis podem rezar o pequeno exorcismo do Papa Leão XII?

“Não é lícito aos fiéis cristãos utilizar a fórmula de exorcismo contra satanás e os anjos apóstatas, contida no Rito que foi publicado por ordem do Sumo Pontífice Leão XIII; muito menos lhes é lícito aplicar o texto inteiro deste exorcismo”10. Os fiéis batizados, embora tenham pelo batismo a capacidade de exorcizar os demônios, tal como acontecia nos primeiros séculos da vida da Igreja, atualmente estão proibidos de o fazer, pois trata-se de um ministério delicado, que requer uma especial ciência, prudência e experiência, razão pela qual, atualmente, está reservado aos bispos ou aos presbíteros por estes nomeados.
Padre Duarte Lara

Referências:

1- Catecismo da Igreja Católica, n. 328.
2 – Ibidem 391.
3 – Concílio de Latrão IV, cap. 1, De fife catholica: DH 800.
4 – Catecismo da Igreja Católica, n. 395.
5 – Ibidem, n. 329
6 – Carta aos Bispos da Igreja Católica acerca de alguns aspectos da meditação cristã.
7 – Agostinho de Hipona (santo), Serm. 163/B, 5.
8 – Suma Teológica de São Tomás de Aquino
9 – Ibidem 111.
10 – Congregação para a Doutrina da Fé, Instrução sobre o exorcismo, 24.09.1985.

Existe receita para ser uma mulher feliz?

Existe receita para ser uma mulher feliz?

Foto: Todor Tsvetkov, iStock by getty images
Há uma infinidade de receitas por aí, mas elas realmente funcionam?

“Posso fazer tudo que quero, mas nem tudo me convém. Posso fazer tudo que quero, mas não deixarei que nada me escravize.” (1 Cor 6,12)

Muita gente já escreveu sobre como as mulheres devem ser. Há uma infinidade de guias na internet e nas bancas de jornal com regras para isso e normas para aquilo: “Fique magra e linda em 10 dias” ou ”Seja a melhor profissional em cinco passos”, bem como ”30 dias para ser a melhor mãe do bairro” e até “Como agarrar o seu homem’’ etc. Em alguns casos, até nas falas de nossas mães e avós existem comentários como “Faz assim que é batata!”, na hora de dar conselhos sobre a vida.

Se você crê em Deus e busca viver de fé, lamento decepcioná-lo, mas essas ”receitas de bolo” estão longe de dar certo na sua vida.

Sofremos grande opressão social em meio a uma ditadura de costumes, modas, ideias e valores que propõem a liberdade feminina, mas, na verdade, aprisionam as mulheres, que, forçadas a ‘se enquadrarem’ em um padrão inatingível, martirizam-se e frustram-se em busca da tal felicidade em cápsulas. Todas precisam necessariamente ser casadas, magras, loiras, mães perfeitas, com estudos e carreira construídos só de acertos, com direito a muitasselfies dessa vida feliz nas redes sociais? Quem disse?

Mulher Maravilha existe?

As convenções sociais, a modernidade (ou a tradição), esse blá-blá-blá autoritário não leva em conta que cada pessoa é única, criada e moldada de modo singular, com um dia a dia que pode ou não conter esses parâmetros sociais para trazer uma vida plena e feliz.

Daí, diante de tanta pressão, aumentam os conglomerados de mulheres infelizes, pois se adequar a todos os requisitos ditados pela sociedade é tarefa hercúlea; afinal, cá pra nós, Mulher Maravilha é só no filme.

As mulheres de fé precisam lembrar que, como filhas de Deus, são livres para sonhar e fazer escolhas sempre, e isso não pode ser um problema, mas devem fugir daquilo que não edifica; ao contrário, escraviza.

Santa Teresinha dizia que Deus não coloca em nosso coração um sonho irrealizável. Porém, antes de se lamuriar, porque sua vida não está como você sempre sonhou e ficar correndo atrás das modinhas de “como ser uma mulher perfeita”(que tem uma validade muito curta, o que aumenta ainda mais a pressão social), já parou para pensar se os sonhos do seu coração foram plantados em Deus ou baseados na ficção, na vida dos outros e nos delírios midiáticos com os quais somos bombardeados diariamente?

O que fazer?

Aproveite para trocar o consumo de conteúdos vazios por alguma leitura que edifique suas ideias e sua alma. A oração pessoal e os sacramentos são vivências de fé que aumentam nossa intimidade com Deus e ajudam a tomar decisões com mais discernimento e atitude cristã.

Uma dose de bom senso, com pés no chão e coração em Deus, que pode tudo, não custa nada e fará com que nós, mulheres, percebamos que somos protagonistas de nossa história. Talvez, a sua vida se adeque a algum dos padrões atuais mencionados ou a outros, mas a mulher que vive de fé deposita sua felicidade em Deus, não na busca desenfreada por seguir uma convenção social.

Gosto de lembrar de Nossa Senhora, tão à frente do seu tempo, que aceitou ser Mãe do Menino Jesus sem se preocupar com o que os outros iriam pensar ou se era adequado aos padrões da época. Disse ‘sim’ aos planos de Deus, que não estavam em nenhum scriptsocial, e é para nós exemplo de uma mulher de fé. Que possamos pedir sua intercessão, para nos livrarmos de tudo que escraviza nossa vida e possamos ser mulheres de fé que sabem fazer escolhas livres e segundo a vontade de Deus.
Mariella Silva de Oliveira Costa - Mineira , esposa, católica, feliz e amante de uma boa prosa. Jornalista, professora universitária, cientista em formação e servidora pública, Participa da Renovação Carismática Católica, desde 1998, 

Como afetos e estímulos ajudam no desenvolvimento da criança

Como afetos e estímulos ajudam no desenvolvimento da criança

Foto: Daniel Mafra/cancaonova.com
As crianças necessitam de estímulos que proporcionam o seu desenvolvimento

Muitos pais não têm a real noção da importância de como podem contribuir para o desenvolvimento mental, emocional e físico da criança. O afeto tem um papel predominante para que as crianças se sintam confiantes, além dos estímulos físicos, que podem ser oferecidos desde o ventre materno, pois contribuem para o amadurecimento psicomotor.

Entretanto, os pais precisam ter cuidado para que isso não se torne uma neurose e sobrecarregar as crianças com excesso de atividades, visando otimizar o desenvolvimento e obtendo resultados não esperados. Crianças submetidas ao excesso de pressão podem se tornar ansiosas e apresentar dificuldades de aprendizado.

Por que brincar?

Brincadeiras de rolar as crianças, brincar de “ serra, serra, serrador”, levantar os braços e pernas, fazem parte da interação entre adultos e crianças e permitem o desenvolvimento físico, o qual as prepara para engatinhar, andar e realizar outras atividades que fazem parte do dia a dia delas. Existem exemplos de crianças criadas sem amor num berço, que não andam aos três anos de idade, mas, após a fisioterapia com essas pequenas brincadeiras, retomam o desenvolvimento.

O amor é transmitido por palavras e atos; toques e os elogios servem como estímulos para as crianças buscarem novas atividades. Uma característica interessante de quando se conta uma história ou faz-se uma brincadeira que elas gostem, é vê-las pedirem que esta se repita várias vezes. Os pais reclamam que as crianças não se cansam, porque estão em processo de aprendizado.

Desenvolver a inteligência

A inteligência também pode ser desenvolvida com atividades, tais como jogos, brincadeiras de roda, música e teatro. Cantigas de roda e de ninar, ou uma simples brincadeira de recortar ou pintar, preparam as crianças para atividades mais maduras.

A simplicidade é importante, as atividades diárias de cuidado com a criança, tais como o banho, a alimentação, o colocar para dormir são oportunidades para estimulá-las. Passeios e idas ao cinema ou parquinhos podem ser experiências para se trabalhar a criatividade e o espírito de explorador de ambiente.

Os professores também podem contribuir com o desenvolvimento intelectual, oferecendo um ambiente acolhedor, onde o aprendizado cognitivo, as emoções e a afetividade podem e devem ser trabalhadas, pois algumas crianças iniciam sua vida escolar muito cedo.
Futuro das crianças

Assim como para os pais, os jogos, as cantigas e as brincadeiras também servem como ferramentas para estimular atitudes e comportamentos que serão fundamentais na vida futura das crianças. Ou seja, não importa a atividade, o importante é que esses momentos sejam acompanhados de estímulos e carinhos.
Ângela Abdo - é coordenadora do grupo de mães que oram pelos filhos da Paróquia São Camilo de Léllis (ES) e assessora no Estudo das Diretrizes para a RCC Nacional. 

Como a postura da mulher influencia a vida do marido

Como a postura da mulher influencia a vida do marido

Foto: AleksandarNakic, iStock by getty images
A postura da mulher pode influenciar e muito a vida do marido

Ninguém é fruto de um acaso e todos nós trazemos na alma o desejo natural de felicidade, que é alcançado com a realização do chamado recebido do Criador, desde que começamos a existir. Assim, não podemos igualar o chamado de uma pessoa com o chamado de outra, muito menos a vocação do homem com a vocação da mulher. São realidades profundamente distintas e igualmente enriquecedoras. Quando cada um assume seu papel, todos se enriquecem. Reconhecer isso já é um grande passo para a realização plena como pessoa criada e amada por Deus, independente do sexo.

Enquanto o homem, por exemplo, traz em si a inclinação natural para ser o provedor do lar, e suas prioridades estão ligadas ao cumprimento de tarefas, a vocação da mulher é amar incondicionalmente, a ponto de dar a vida se preciso for. É claro que também o homem é chamado ao amor, mas, quanto à mulher, além do chamado existe ainda a necessidade de amar. São João Paulo II afirma, na Teologia do Corpo, que “a mulher não pode encontrar a si mesma, senão doando amor aos outros”.

Ressuscitar, amparar e amar é o que dá sentido à vida

É também por isso que, quando falamos da influência da mulher na vida do marido, precisamos considerar o papel que ela é chamada a exercer. Victor Hugo, grande poeta francês, afirma que “o homem é a mais elevada das criaturas de Deus, mas a mulher é o mais sublime dos ideais. Deus fez para o homem um trono; para a mulher, um altar. O homem é o cérebro; a mulher, o coração. O cérebro produz a luz; o coração produz o amor. A luz fecunda; o amor ressuscita”. E ressuscitar, amparar e amar é o que dá sentido à vida da mulher. Embora, na atualidade, seu papel esteja seriamente comprometido pelo modernismo e relativismo, seu valor não pode ser subestimado pelo que ela faz, sabe ou veste. Seu valor está escrito no coração de Deus, que com ela fez uma parceria pela vida. Deixo aqui algumas dicas que podem ajudar você, mulher, a ser o “Socorro de Deus” na vida do seu marido:

1- Encontre seu lugar e permaneça nele

Ninguém pode dar aquilo que não possui. Portanto, se você deseja ajudar seu marido, procure antes ser ajudada. Busque a cura interior, reconcilie-se com sua história, peça e ofereça perdão a quem precisar e lance um novo olhar sobre o mundo. Você é uma pessoa amada infinitamente por Deus e enviada por Ele com a missão de amar. A partir dessa aceitação, Deus mesmo o conduzirá a passos concretos na direção do seu devido lugar no relacionamento.

2- Reconheça o valor do seu cônjuge, elogie

Palavras de incentivo e gratidão fazem bem a qualquer pessoa, mas quando brotam do coração de quem amamos, tem o poder de curar nossa alma. Seu marido precisa ser elogiado e reconhecido por aquilo que é e faz, para continuar dando passos. Então, não perca a oportunidade de elogiar e dizer-lhe “muito obrigada”, mesmo que seja pelas coisas simples no dia a dia. A gratidão e o reconhecimento abrem portas para o amor florescer.

3- Tenham disciplina, mas priorizem o amor

A maioria das mulheres gosta de manter a casa arrumada com as coisas no seu devido lugar. Ótimo! Porém, mais importante que isso é fazer com que seu esposo se sinta bem em casa, sem a tensão constante de não poder desarrumar nada. Aposto que ele prefere ficar ao seu lado de bom humor do que ter a casa impecável e você estressada. Para um homem que ama, o sorriso de sua mulher vale mais que tudo.

4- Seja fiel

O compromisso em amar, respeitar e ser fiel ao seu esposo é algo sério que você assumiu diante de Deus, não o quebre por nada neste mundo. Lembre-se que ser fiel envolve todos os aspectos da vida, desde o material até as aspirações mais profundas de sua alma. Esteja ao seu lado e jamais fale mal de seu marido com alguém. Se ele cair, estenda-lhe a mão e não o condene. Todos nós comentemos erros na tentativa de acertar.

5- Respeite as diferenças

Naturalmente, o universo masculino é diferente do universo feminino. Exigir que seu marido pense e aja igual a você não é uma boa ideia. Procure ouvir as razões dele, observe-o, esteja atenta aos seus gostos, respeite suas escolhas e tente entender o mundo dele, ou melhor fazer parte do mundo dele. Com isso quem ganha é você. São as pequenas renúncias em nome do amor que trazem alegria e força ao relacionamento. Ser feliz é muito melhor do que ter sempre razão.

6- Cultive a amizade

Acredito muito no valor e nos benefícios da amizade, e não imagino como seria viver a vida inteira com alguém que não fosse meu amigo. É com o amigo que conseguimos ser quem somos, abrir o coração, falar da vida e dos sonhos, com a certeza de que somos acolhidos. Se você já é amiga do seu esposo, cultive a amizade; se ainda não é, procure conquistar essa graça. “O amigo é uma poderosa proteção, quem o achou, encontrou um tesouro” (Eclesiástico 6,14).

7- Seja um presente

Presente é para ser doado, e dentro do casamento o maior presente que podemos dar é nossa entrega total no relacionamento, inclusive vivendo com plenitude a sexualidade. Cuidar da saúde, vestir-se com zelo e manter acesa a chama do amor, é uma escolha que você pode fazer, todos os dias, para tornar seu casamento uma expressão do amor de Deus neste mundo.

Se parece um desafio colocar essas dicas em prática, lembre-se de que você não estará sozinha. Busque a graça de Deus pela oração e leitura da Palavra, pois é d’Ele que virá sempre toda força e sabedoria para cumprirmos nossa missão neste mundo. Dê um passo de cada vez e siga em frente sem jamais deixar de amar, porque quem ama sempre vence!
Dijanira Silva - missionária da Comunidade Canção Nova, atualmente reside na missão de São Paulo. Apresentadora da Rádio CN América (SP).

14 de março de 2016

Conselhos do Papa Francisco para a educação dos filhos

Conselhos do Papa Francisco para a educação dos filhos

Foto: 20878569, Milan Zeremski, By iStock getty images

Papa Francisco dá bons conselhos para a educação dos filhos

“Filhos, obedecei em tudo aos vossos pais, pois isso agrada ao Senhor. Pais, não irriteis vossos filhos, para que eles não percam o ânimo” (Colossenses 3,20-21).

No versículo apresentado acima, São Paulo nos ajuda a perceber o quão tênue é, na educação, a linha entre a firmeza necessária e a rigidez exagerada. Os pais são chamados a educar seus filhos numa época em que se observa uma grande parcela de famílias que abrem mão desse processo educativo para as escolas ou igrejas. Nossos avós já diziam, com sabedoria, que educação começa em casa ou ainda que se herda de berço. De acordo com o Papa Francisco, a família tem a característica essencial, portanto, “vocação natural de educar os filhos para que cresçam na responsabilidade de si e dos outros”.

Pais e filhos

O trecho apresentado na Carta de São Paulo aos Colossenses apresenta uma regra sábia:

“…o filho que é educado a escutar os pais e a obedecer aos pais, os quais não devem operar de maneira bruta, para não desanimar os filhos. Os filhos, de fato, devem crescer sem se desanimar, passo a passo. Se vocês pais dizem aos seus filhos: ‘Vamos subir nessa escada’ e pegam a mão deles e passo após passo os fazem subir, as coisas irão bem. Mas se vocês dizem: ‘Vá em frente!’ – ‘Mas não posso’ – ‘Vá!’, isso se chama irritar os filhos, pedir aos filhos as coisas que não são capazes de fazer. Por isso, a relação entre pais e filhos deve ser de uma sabedoria, de um equilíbrio tão grande. Filhos, obedeçam aos pais, isso agrada a Deus. E vocês pais, não irritem os filhos, pedindo-lhes coisas que não podem fazer. E isso é necessário ser feito para que os filhos cresçam na responsabilidade de si e dos outros”.
Investir tempo na educação

Entre as dificuldades enfrentadas por muitos pais, Francisco recorda a falta de tempo. “É difícil educar para os pais que veem os filhos somente à noite, quando voltam para casa cansados do trabalho”, reconhece. Por outro lado, em épocas de crise, o Santo Padre reconhece que são bem-aventurados aqueles que têm um emprego para sustentar seu lar.
Filhos reféns de separações

O Papa elenca ainda desafios como a separação; porém adverte que jamais o filho pode ser tomado como “refém” nessa situação. “Tantas vezes o filho é tomado como um refém, e o pai fala mal da mãe e a mãe fala mal do pai, e isso faz tanto mal”, exorta.

“Digo aos pais separados: nunca, nunca, nunca tomem o filho como refém! Vocês se separaram por tantas dificuldades e motivos, a vida deu essa prova a vocês, mas os filhos não sejam os que levam o peso dessa separação, não sejam usados como reféns contra o outro cônjuge, cresçam ouvindo que a mãe fala bem do pai, embora não estejam juntos, e que o pai fala bem da mãe. Para os pais separados, isso é muito importante e muito difícil, mas podem fazê-lo”.

Como educar?

Diante dessa pergunta, o Papa Francisco apresenta uma outra questão: “Quais tradições temos hoje para transmitir aos nossos filhos?”. O Pontífice apresenta um balanço dessa busca por educação na história, ao destacar que intelectuais “críticos” silenciaram os pais para defender as jovens gerações de danos – verdadeiros ou presumidos – da educação familiar. Entre os erros, autoritarismo, favoritismo, conformismo e repressão afetiva.

Educar, papel de quem?

O Santo Padre reconhece que a parceria na educação entre família e escola foi rompida por uma ameaça da confiança recíproca. Constata-se que, por exemplo, foram afetadas as relações entre pais e professores na escola. Diante dessa fragilidade e pouca busca por conhecimento ou imaturidade, muitos pais estão abrindo mão de sua responsabilidade e atribuindo aspectos da educação a pessoas que se dizem “Superespecialistas” em vida afetiva, personalidade e desenvolvimento. Privados do seu papel, o resultado tem sido pais excessivamente apreensivos e possessivos na relação com eles chegando ao ponto de nunca corrigir os filhos. Ao dar ouvidos a essas orientações que se vê em programa de TV apelativos, os pais colocam os filhos no canto sozinhos, correndo o risco de se autoexcluir da vida deles. O Papa afirma que atitudes desse tipo são gravíssimas já que os filhos necessitam de limites e correção.

Eu recordo um acontecimento pessoal. Uma vez, quando eu estava na quarta série, disse uma palavra feia para a professora; ela, uma mulher brava, chamou minha mãe. Ela foi no dia seguinte à escola. Falaram entre si e depois fui chamado. Minha mãe, diante da professora, explicou-me que aquilo que eu fiz foi uma coisa ruim, que não se devia fazer. A mãe fez isso com tanta doçura e me pediu para pedir perdão, diante dela, à professora. Eu o fiz e depois fiquei contente, porque disse: “terminou bem a história”. Imaginem vocês se a professora faz uma coisa desse tipo! No dia seguinte, os pais a reprova, porque os “especialistas” dizem que as crianças não devem ser repreendidas assim. As coisas mudaram! Mas os pais não devem se autoexcluir da educação dos filhos.

Um risco apresentado pelo Papa Francisco é a falta de tempo gerada pelo excesso da carga horária de trabalho. Ele observa que a vida se tornou mesquinha de tempo para falar, refletir e confrontar-se. Muitos pais e mães “sequestrados” pela vida profissional e outras preocupações sentem-se envergonhados em admitir que a chegada dos filhos traz novas exigências. Diante dessa ausência, muitos pais se aventuram em um “dialoguismo” superficial, não levam a um verdadeiro encontro da mente e do coração. Aí, o Papa propõe algumas reflexões:

“Procuramos entender ‘onde’ os filhos estão verdadeiramente em seu caminho? Onde está realmente a alma deles, sabemos? E sobretudo: queremos saber? Estamos convencidos de que esses, na realidade, não esperam outra coisa?”
Comunidades cristãs como apoio à missão educativa

O Santo Padre chama a atenção das comunidades cristãs para a responsabilidade de oferecer apoio à missão educativa das famílias, à luz da Palavra de Deus.

“Na base de tudo está o amor, aquele que Deus nos dá, que ‘não falta com respeito, não procura o próprio interesse, não fica com raiva, não faz conta do mal recebido… Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta'(1 Cor 13,5-6)”.
Suportar-se em família

Como acontece nas melhores famílias, o Papa diz que é preciso paciência para se suportar e que não há fórmulas prontas, porque a vida se faz na realidade. E aqui recordamos nossos pais que conseguiram transmitir a educação a nós com tanta simplicidade. Pais cristãos cheios de sabedoria humana mostram que a boa educação familiar é a coluna vertebral do humanismo. Tal ensinamento provoca uma “irradiação social”, que permite compensar lacunas, feridas, vazios de paternidade e maternidade. Esse amor que se transforma em “irradiação” pode fazer autênticos milagres como podem ser vistos na Igreja todos os dias.

Pais e mães retornem do exílio

“Desejo que o Senhor dê às famílias cristãs a fé, a liberdade e a coragem necessárias para a sua missão. Se a educação familiar encontra o orgulho do seu protagonismo, muitas coisas mudarão para melhor, para os pais incertos e para os filhos desiludidos. É hora dos pais e das mães retornarem do seu exílio – porque se exilaram da educação dos filhos – e reassumirem plenamente o seu papel educativo. Esperamos que o Senhor dê aos pais esta graça: de não se autoexilar na educação dos filhos. E isto somente o amor, a ternura e a paciência podem fazer.
Rodrigo Luiz dos Santos - Missionário na Canção Nova, estou Filosofia e formou-se em Jornalismo pela Faculdade Canção Nova.

Oração ao glorioso São José

Oração ao glorioso São José

Reze a oração ao glorioso São José

São José, alegres louvamos teu exemplo
de doação paternal a nosso amado Jesus.
Homem da obediência e do silêncio,
ensinai-nos por teu exemplo a colocarmos
nossa confiança nas mãos do Pai Celestial.

Não nos desamparai nas quedas,
e assim como não deixastes Jesus abandonado,
caminhai conosco, intercedendo a Deus por nós.

Nas angustias, ouvi-nos;
nos perigos, defendei-nos;
na dor, fortificai-nos;
na tristeza, dai-nos esperança;
nas tempestades, acalmai-nos!

Castíssimo São José,
ensinai-nos a zelar pela nossa família
com amor constante e cuidado diário.
Livrai nossas famílias dos perigos espirituais e temporais,
e acompanhai-nos com vossa constante proteção.
Amém!

Padre Flávio Sobreiro - Vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Santa Rita do Sapucaí (MG)