A Palavra de Deus

A Palavra de Deus

DOPAS

DOAÇÃO, ORAÇÃO, POBREZA, ALEGRIA E SIMPLICIDADE

25 de março de 2011

EVANGELHO DO DIA

Lucas 1,26-38

Sexta-Feira, 25 de Março de 2011 
Anunciação do Senhor
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, 26o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, 27a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José. Ele era descendente de Davi e o nome da Virgem era Maria. 28O anjo entrou onde ela estava e disse: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está contigo!” 
29Maria ficou perturbada com estas palavras e começou a pensar qual seria o significado da saudação. 30O anjo, então, disse-lhe: “Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. 31Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. 32Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. 33Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim”. 
34Maria perguntou ao anjo: “Como acontecerá isso, se eu não conheço homem algum?”35O anjo respondeu: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do Altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso, o menino que vai nascer será chamado Santo, Filho de Deus.36Também Isabel, tua parenta, concebeu um filho na velhice. Este já é o sexto mês daquela que era considerada estéril, 37porque para Deus nada é impossível”. 38Maria, então, disse: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra!” E o anjo retirou-se. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho - Leitura Orante

Preparo-me para a Leitura Orante, rezando, com todos os internautas, ao Espírito Santo: 
Espírito Santo, 
Amor do Pai e do Filho, 
inspirai-me sempre 
o que devo pensar, 
o que devo dizer, 
o que hei de calar, 
o que hei de escrever 
o que hei de fazer, 
como o hei de fazer, 
para a vossa glória, 
para o bem das pessoas 
e a minha própria santificação. Amém 
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio com toda atenção, na Bíblia, o texto do Evangelho: Lc 1,26-38. 
O lugar onde acontece este fato é uma pequena aldeia da Galileia: Nazaré. A pessoa a quem Deus envia seu mensageiro é uma jovem como as outras de seu tempo: Maria. Fica preocupada e pede explicações. Por isso, fica sabendo que o que lhe acontecerá é obra do Espírito Santo e que o Menino do qual será Mãe é o próprio Filho de Deus. Sabendo que a Deus nada é impossível, com fé, faz seu ato de disponibilidade ao Projeto de Deus: "Eu sou uma serva de Deus; que aconteça comigo o que o senhor acabou de me dizer!" Aprendo com Maria a buscar perceber os sinais de Deus, a dialogar com Deus, a ouvi-lo, a discernir a vontade de Deus e a dizer "sim". 
2. Meditação (Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Como acolho os "anúncios" de Deus na minha vida? Muitas vezes o anúncio é para uma mudança de vida, outras é o imprevisto que me faz trocar meus projetos, outras vezes um problema de saúde, no trabalho, em família. Respondo com fé e disponibilidade? 
O anúncio de Nazaré continua hoje, de muitas formas e através de muitas pessoas. Os bispos nos ajudam nesta reflexão: "A Virgem de Nazaré teve uma missão única na história da salvação, concebendo, educando e acompanhando seu filho até seu sacrifício definitivo. Desde a cruz Jesus Cristo confiou a seus discípulos, representados por João, o dom da maternidade de Maria, que nasce diretamente da hora pascal de Cristo: "E desse momento em diante, o discípulo a recebeu em sua casa" (Jo 19,27). Perseverando junto aos apóstolos à espera do Espírito (cf. At 1,13-14), ela cooperou com o nascimento da Igreja missionária, imprimindo-lhe um selo mariano que a identifica profundamente. Como mãe de tantos, fortalece os vínculos fraternos entre todos, estimula a reconciliação e o perdão e ajuda os discípulos de Jesus Cristo a experimentarem como uma família, a família de Deus. Em Maria, encontramo-nos com Cristo, com o Pai e com o Espírito Santo, assim como com os irmãos."( DA 267). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Agora, canto com o Padre Zezinho a canção que é uma oração a Maria, 
Maria de Nazaré 
Maria de Nazaré, Maria me cativou 
Fez mais forte a minha fé 
E por filho me adotou 
As vezes eu paro e fico a pensar 
E sem perceber, me vejo a rezar 
E meu coração se põe a cantar 
Pra Vigem de Nazaré 
Menina que Deus amou e escolheu 
Pra mãe de Jesus, o Filho de Deus 
Maria que o povo inteiro elegeu 
Senhora e Mãe do Céu 
Ave Maria, Ave Maria, Ave Maria, Mãe de Jesus! 
Maria que eu quero bem, Maria do puro amor 
Igual a você, ninguém 
Mãe pura do meu Senhor 
Em cada mulher que a terra criou 
Um traço de Deus Maria deixou 
Um sonho de Mãe Maria plantou 
Pro mundo encontrar a paz 

Maria que fez o Cristo falar 
Maria que fez Jesus caminhar 
Maria que só viveu pra seu Deus 
Maria do povo meu. 
4. Contemplação(Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Quero hoje perceber melhor os anúncios de Deus e com fé e disponibilidade vou dar minha resposta. 

Irmã Patrícia Silva, fsp 

SEM BARGANHAS.

           Confio em ti Senhor. Preciso da tua graça e do teu milagre e por isso, não sabendo orar direito, invoco a intercessão dos teus santos daqui e de lá. Orando comigo ou por mim, certamente me ajudarão a chegar mais perto de ti, como eles chegaram. 
             Mas Senhor, ensina-me a não barganhar contigo nem com eles. Ensina-me a pedir, deixando que tu decidas se me concedes não esta graça. Não quero ganhar nada em troca de promessas, porque talvez eu não as cumpra. Não desejo transformar o nosso relacionamento num "toma lá, dá cá". És misericordioso, bom o suficiente para dares ou não dares e eu quero ser generoso e bom o suficiente para aceitar não ganhar. Mas não quero fazer barganhas, não quero promessas tipo "se me deres tal graça eis o que te dou em troca." 
         Quero tua graça, mas não imponho condições e também não prometo pagar por elas. Sou pobre demais para achar que graça se paga com dez ou mil preces ou com cestas básicas. Não será pagamento. Será gratidão. Cumprirei minhas eventuais promessas sem achar que foi empréstimo no te banco de dons. 
           Tentarei ser melhor do que sou hoje, mas não como barganha. Não creio que desejes barganhas. Nem precisas delas! O que posso prometer e prometo é que tentarei ser pessoa melhor, fazendo o máximo de mim para retribuir ao bem que me fizeste, mas não estabelecerei um preço ao nosso diálogo. Não é certo, não é isso que queres e eu provavelmente acabaria não conseguindo cumprir. 
            Basta-me que eu te seja grato e se o for, provavelmente saberei fazer o bem em troca do bem que me fizeste. Tu me dirás o bem que deverei fazer, mas promessas em forma de barganha, não! Não farei preces "me dá que te dou"! Confio na tua misericórdia e sei que ensinarás a retribuir os teus favores, porque tua misericórdia é grande até para me ensinar os meus hinos de gratidão. 
Padre Zezinho scj

DEUS CONVIDA ELE NÃO OBRIGA.

          Feliz aquele que suporta a provação! Muitas vezes, essa frase pode parecer contraditória, pois, é muito difícil sorrir em meio às lágrimas, em situações-limite. A Palavra de Deus é um mistério e nos revela os mistérios d'ELe. Há uma sabedoria na passagem meditada hoje.
          Aquele que suporta um obstáculo sem se revoltar contra Deus, e até consigo mesmo, alcança a paz que vem do céu. Quando você não se deixa abalar pelos desafios, você cresce na fé e como pessoa. 
          Deus não permite que sejamos tentados além das nossas forças, ou seja, toda tentação chega numa medida que podemos enfrentar; se ela veio é porque você pode superá-la em Deus. E o Senhor nos enche de graças a todo momento, quando passamos por uma tribulação junto com Ele.
         Você tem acolhido os desafios da sua vida com fé ou tem murmurado e ficando cabisbaixo com os problemas? Deixe Deus ajudá-lo nas horas difíceis, mas também abra espaço para Ele participar dos momentos bons, dos seus sonhos. Quando você abre o coração para que Ele o ajude você O está amando.
           Se está difícil passar pela provação, busque Deus em oração, pois o Pai, com certeza, tem muito amor e misericórdia para lhe oferecer. O Senhor quer o seu bem, a sua felicidade. Jesus o corrige não para o bem d'Ele, mas para o seu bem. Deus Pai convida, Ele não obriga.
           O Senhor pode corrigir tudo aquilo que há de monstruoso dentro de nós, as loucuras que passam na nossa mente. Deixar-se amar é acolher os gestos de carinho do Pai. Como é bom sair de casa um pouco mais cedo, andar devagar, contemplar a natureza, que é uma obra linda do Senhor! As montanhas, as plantas, os animais...Tudo isso é carinho de Deus para nós.
          Além da natureza, o carinho do Senhor também pode chegar até nós por intermédio de uma cartinha, um SMS, um e-mail, o pagamento de uma dívida na hora em que você mais precisa... Deus capricha no carinho para nós, o problema é que, muitas vezes, não reconhecemos isso. 
         Lembre-se: Quando aparecer uma situação de risco na sua vida, nunca diga que Deus o tenta. Ele o ama e não quer seu mal, somente seu bem. Você está disposto a deixar Deus cuidar de você? Pense nisso. Amém!
Márcio Mendes
Missionário da Comunidade Canção Nova

O AUTOR DO UNIVERSO.

A Criação é dom gratuito de Deus, mas pode ser lógico. Podemos entendê-la como conseqüência natural do amor que Deus é (1 Jo 4,8). A tendência da água que não pára de jorrar é transbordar e não conter em si. O amor de Deus não pára de jorrar. É mais do que plausível ver o gigantesco Universo como um ato de transbordamento do amor infinito de Deus, que criou e vai continuar criando, porque o amor é essencialmente criador. 
É impossível acreditar em Deus e ao mesmo tempo negar que Ele tenha sido o autor do Universo. Ele até já existiu sem o Universo, muito antes do nascer da primeira luz (Jo 1,1-2). Mas a partir da Criação é impossível imaginar Deus sem pensar na sua Obra. Por isso, o vemos como Pai e Criador. Não é apenas Pai do Filho eterno. É pai de tudo e de todos. Um pai continua pai, mesmo que seu filho morra ou vá embora. Se o filho agisse como não filho, o pai talvez até poderia agir como não pai, mas no caso do Criador, não pode agir como não pai ou não Criador. Vai contra a essência de Deus. Ele é essencialmente Pai e Criador. 
Se eu não estivesse vivo, não estaria havendo da minha parte este raciocínio, até porque não existiria. O fato de eu existir, supõe que houve alguém antes de mim. Meu pai, minha mãe e antes dos meus pais houve outros e outros e outros, até que chegamos a este Outro de quem tudo veio. A doutrina da causa primeira entre os cristãos e, conseqüentemente, entre os católicos, é de que Deus é a causa primeira: todos os outros seres são efeito desta causa primeira. Eu posso ser uma causa para o outro, mas eu sou efeito de outro. Eu venho de alguém que é anterior a mim e me criou. Mas o conceito de criação só faz sentido, se cremos no Deus que "nos" criou e não apenas no Deus que "me" criou. 
A fé na Criação só faz sentido se colocarmos isso no plural. Ele nos criou uns para os outros, uns entre os outros. Então, o primeiro sinal de que alguém entendeu a catequese cristã é quando diz que Deus nos criou e só depois disso, é que diz também me criou. O motivo de eu crer, não é porque Deus me criou, mas é porque Deus nos criou. Eu faço parte de um projeto gigantesco do Deus que é criador. Estou no Universo e se não o encarar com inteligência e respeito, serei um marginal. 
Toda vez que usarmos a palavra Criação, lembremo-nos da palavra nós, e entenderemos melhor o projeto de Deus. Quem sabe respeitaremos aquela pequena árvore que nasceu no jardim da Praça Quinze. Ele também a criou. 
Oremos para entendermos estas coisas. 

Padre Zezinho scj

18 de março de 2011

EVANGELHO DO DIA.

Mateus 5,20-26

Sexta-Feira, 18 de Março de 2011 - 1ª Semana da Quaresma

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Se a vossa justiça não for maior que a justiça dos mestres da Lei e dos fariseus, vós não entrareis no Reino dos Céus.
21Vós ouvistes o que foi dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo; quem disser ao seu irmão: ‘Patife!’ será condenado pelo tribunal; quem chamar o irmão de ‘tolo’ será condenado ao fogo do inferno.
23Portanto, quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, 24deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão. Só então vai apresentar a tua oferta.
25Procura reconciliar-te com teu adversário, enquanto caminha contigo para o tribunal. Senão o adversário te entregará ao juiz, o juiz te entregará ao oficial de justiça, e tu serás jogado na prisão. 26Em verdade eu te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

O verdadeiro sentido do respeito à vida

Jesus descarta a justiça dos escribas e fariseus, que atendia apenas a seus interesses próprios e não era a favor da vida. O antigo mandamento da Lei de Moisés, "não matarás", só se aplicava entre os membros do povo eleito. Os povos vizinhos, considerados inimigos, eram exterminados, em nome de Deus. Jesus vem destacar o verdadeiro sentido do respeito à vida. A rejeição de alguém já é um desrespeito à vida. E deve-se buscar a reconciliação com aquele que é visto como adversário ou inimigo. "Não matarás" significa: não atentarás contra a vida de qualquer forma, pela violência ou pela injustiça. Os poderosos que escudam a economia de mercado matam ostensivamente, pela bomba, e o próprio mercado, na injusta apropriação dos bens necessários à sobrevivência das pessoas, mata pela extinção lenta da vida, na exclusão, na doença e na fome. 
José Raimundo Oliva

QUE EU ENTENDA OS TEUS SINAIS.

Que falas comigo, eu sei! Que me mandas sinais, eu sei. Eu só não sei ouvir a tua voz, nem ter certeza de que é ela a me falar. Tua voz ainda não soa aos meus ouvidos e eu não sou muito bom em distinguir vozes interiores nem saber se vem do Senhor ou da minha própria imaginação. A imaginação já enganou a muitos crentes que apostaram que era tua voz e não era. 


Mas, que me dás sinais, eu sei que dás. Sou eu que, às vezes, não sei decifrá-los. Que te comunicas é certo. O problema sou eu, que nem sempre capto. Se posso pedir, -e sei que posso-, a graça que eu peço é que me ensines a ler os teus sinais e a ouvir as tuas vozes, as verdadeiras. Quero saber distinguir as vozes falsas que, na verdade são desejos meus, disfarçados em revelação. 

Ensina-me a distinguir as vozes que me falam ao coração. Eu ainda não sei o que é teu e o que não é; o que é meu e o que não é. Eu ainda gostaria que me respondesses do jeito que eu imagino que responderias. Mas a realidade é outra: és livre. Ensina-me a ouvir o que tens a me falar e não a imaginar que disseste o que eu gostaria que me tivesses dito. 

Padre Zezinho scj

CONVITE PARA DANÇAR.

E sentíssemos alegria de estar contigo, Senhor,  Não saberíamos resistir 

A essa necessidade de dançar Que se expande pelo mundo... 
Provavelmente, estás cansado Dessa gente que sempre fala em te servir Com ares de capitão, 

Em te conhecer, com poses de professor, Em te encontrar, com regras de jogo, 
Em te amar, com o amor que tu tinha. 

O dia em que sonhaste com algo diferente, Inventaste São Francisco 

E dele fizeste o teu menestrel. 
Nosso jeito de gente alegre Nos leva a dançar contigo a dança da vida. 

Para sermos bons dançarinos, Não precisamos saber para onde nos leva a dança. 

Precisamos apenas seguir o ritmo, Ser alegres, ligeiros e, sobretudo, flexíveis. 
Não precisamos pedir explicações Dos passos que gostas de fazer, 
Mas deixar-nos transformar 
Em ágeis e vivos prolongamentos do teu ser. 

Não precisamos seguir em frente, a todo custo, Mas saber rodopiar e andar de lado. 

Mais do que caminhar, Precisamos saber parar e deslizar. 
E tudo isso não passaria de desvairada agitação 
Se a música não lhe desse uma harmonia. 

Vem convidar-nos, Senhor. Estamos prontos para dançar contigo 

A dança do trabalho A dança do calor E, mais tarde, a do frio. 

Se algumas melodias Estiverem em tom menor, Não te diremos que são tristes. 

Se outras nos deixarem um pouco ofegantes, Não te diremos que são cansativas. 
E, se alguém pisar nos nossos pés, Não o levaremos em conta, 
Pois sabemos que isso acontece  Quando a gente dança. 

Senhor, ensina-nos a viver a nossa vida, Não como um jogo de xadrez, 

Onde tudo é calculado,  Nem como uma competição, Onde tudo é difícil, 
Nem como um teorema, ou quebra-cabeça, Mas como uma festa sem fim, 
Na qual se renova o encontro contigo, Baile e dança, 
Nos braços da tua graça,  Na música universal do teu amor. 

Senhor, 

Convida-nos para dançar!

POR QUE VIEMOS AO MUNDO?

Tudo começou assim: recebi um e-mail de uma jovem pedindo-me ajuda, pois precisava falar a um grupo a respeito da missão que assumimos neste mundo, e não sabia por onde começar. Foi interesante, porque era justamente sobre isso que eu havia refletido durante o “estudo da Palavra” naquela manhã. A partir do Evangelho de João 7, respondi-lhe, com base em minha reflexão, mais ou menos o que partilho aqui.
Podemos partir do princípio de que somos filhos amados de Deus, criados por Ele, com amor e para amar. Digo inclusive para você que tem uma história difícil e sabe por exemplo que não foi esperado por seus pais; também nesse caso, a afirmativa não muda: Deus o quis! Por isso foi além da razão e dos planos humanos e o criou por amor. Consideremos ainda que, ao nos criar, o Senhor imprimiu em nosso ser o desejo de amar e ser amados, porque Deus é amor e nos fez à Sua imagem e semelhança. Fazer essa decoberta fundamenta a nossa fé e dá mais sentido à nossa existência.
Jesus Cristo, o Homem mais famoso da história, impressionava multidões com Seus discursos e Suas obras, porque Ele sabia que era amado pelo Pai. Sabia de onde veio, qual Sua missão neste mundo e para onde iria.
Portanto, creio que, como cristãos, uma de nossas prioridades, antes de pensar em realizar uma determinada missão, é descobrir quem somos diante de Deus, de onde viemos e para onde vamos. Com essa experiência, certamente vamos perceber também que amar é nossa missão primeira aqui na terra. Missão que pode ser expressa de várias maneiras, seja nos papéis que assumimos, seja nos relacionamentos que temos e em tudo mais que a Divina Providência nos permitir viver. No entanto, a essência do chamdo não muda: Deus nos criou para amar.
Por isso vai aqui uma dica: se hoje você percebe a necessidade de assumir uma missão, seja ela qual for, procure antes refletir sobre quem é você. Volte às suas origens, acolha sua história, por mais difícil que esta seja e reconcilie-se com ela. Sua história é seu alicerce. Lembre-se de que, na raíz da sua criação, está a iniciativa amorosa de Deus. Procure também rever sua vida hoje; analise suas atitudes, seus relacionamentos e suas escolhas, sempre considerando que Deus o criou para o amor. Reflita ainda a respeito das suas metas para o futuro, seus sonhos e ideais, lembrando que, neste mundo, tudo é passageiro e o que conta no final é o que somos e não o que fizemos.
Aliás, corremos o sério risco de passar a vida fazendo coisas e nos esquecendo de sermos pessoas; e o que nos leva, muitas vezes, a isso é justamente o acúmulo de atividades que assumimos, algumas até desnecessárias. Assim, naturalmente, lidamos com a pressa e a falta de tempo para quase tudo, inclusive para nos relacionarmos com nós mesmos, o que é fundamental para uma vida sadia.
Por incrível que pareça, em nossos dias, ter uma agenda preenchida virou "status". É como se isso fosse garantia de utilidade no planeta. Mas Deus nos desafia a irmos além. O cristão precisa ter consciência de que não vale pelo que faz, mas sim pelo que é. Se para expressar o amor de Deus às criaturas, ele realiza obras neste mundo, ótimo. Conhecemos inúmeros testemunhos de pessoas que se tornaram imortais por seus benefícios expressos em obras. Mas pode observar que as obras consideradas imortais geralmente têm como base o amor.
Recordo-me, por exemplo, de Santa Teresa de Lisieux, ela não realizou grandes feitos aos olhos humanos, nem edificou monumentos, tampouco tinha a agenda “lotada”. Viveu na clausura do Carmelo e morreu com apenas 24 anos. No entanto, foi eleita a Padroeira das Missões, doutora da Igreja e influencia até hoje a vida de inúmeras pessoas. Sabe por quê? Porque ela, desde cedo, fez a experiência do amor de Deus e assim descobriu sua missão. Sabia de onde veio, porque estava aqui na terra, e para onde iria. Ela mesma conta-nos, em em sua autobiografia, que desejava fazer muitas coisas por amor a Jesus, neste mundo, mas teve a graça de descobrir o essencial. "Percebi que o amor encerra em si todas as vocações, que o amor é tudo, abraça a todos os tempos e lugares, numa palavra, o amor é eterno. Então, delirante de alegria, exclamei: Ò Jesus, meu amor, encontrei afinal minha vocação... No coração da Igreja minha mãe, eu serei o amor e desse modo serei tudo".
Quem dera cada um de nós também possa fazer essa experiência e, assim, encontrar o rumo certo para nossa missão como peregrinos aqui na terra. Já que fomos criados por amor e para amar, procuremos amar concretamente hoje. Como? Deus mesmo nos mostrará.

Dijanira Silva - Missionária da Comunidade Canção Nova, em Fátima, Portugal.

NA TUA LUZ, VEREMOS A LUZ.

A vida dos cristãos conhece etapas de maior intensidade, chamadas de tempos fortes, nas quais não se tira o valor das outras fases do ano, mas se abastece a vida espiritual, em vista do caminho a ser percorrido. Quem é cristão se reconhece peregrino do Absoluto, chamado a conquistar muitas outras pessoas, pela palavra e pelo testemunho de vida, para que toda a humanidade caminhe rumo a Deus, realizador de todas as esperanças humanas.
Tempo especial é a Quaresma, verdadeira academia de exercícios espirituais, destinados a fortalecer a vida na fé.Nossa proposta para o tempo quaresmal pede maior dedicação à oração, caridade vivida e mortificação ou penitência. Pessoalmente ou em grupos que se reúnem nas famílias, comunidades e paróquias, queremos rezar mais e melhor. A caridade, além das práticas pessoais, reveste-se do rosto de Campanha da Fraternidade, com a qual queremos dar nossa contribuição para uma maior consciência diante do planeta em que vivemos, que geme em dores de parto (cf. Rm 8, 22), aguardando a manifestação dos filhos de Deus (cf. Rm 8, 19), para enfrentarmos juntos os desafios decorrentes do trato inadequado da natureza, especialmente quanto ao aquecimento global da terra. Mortificação e penitência serão nossos esforços para educar os sentimentos e a vontade, tantas vezes flácidos pelo acomodamento e passividade. Somos chamados a dar novo ânimo à sociedade, muitas vezes, carente dos grandes ideais que podem transformá-la ou, mais ainda, transfigurá-la.
Ao iniciar nossa peregrinação quaresmal, olhando uns para os outros e para dentro, somos chamados a reconhecer os limites e possibilidades da humanidade, passando pelos desertos da vida ou no meio das multidões. Vem ao nosso encontro o Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Passando pelas estradas do mundo e convivendo com Seus primeiros discípulos, estes se manifestaram temerosos diante dos desafios, assustados com a perspectiva da Cruz anunciada pelo Senhor. Num gesto de atenção e carinho, escolhe dentre eles três testemunhas: Pedro, Tiago e João, gente de amizade provada, levando-os a um monte que a tradição localizou no Tabor (cf. Mt 17, 1-9). Era carinho de Deus para que lhes fosse afastado o escândalo da Cruz!
Subiram para rezar (cf. Lc 9, 28)! E já começa a mudança, pois quem se eleva em direção a Deus carrega consigo o mundo e já limpa seus olhos. Quem reza vê mais longe e vê melhor! E estavam unidos, com a presença de Jesus, que se transfigurou diante deles. Amigos que rezam juntos! Tudo pronto para se revelar a face gloriosa de Cristo!
Como delicadeza diante daqueles que, bons judeus, sabiam ser necessárias duas testemunhas para assegurar a veracidade de um fato, permite-lhes ver nada menos do que Moisés e Elias, a Lei e os Profetas! Aquele a quem seguiam era de verdade o Prometido. Mais ainda: a voz do Pai e o sinal da presença do Espírito Santo na nuvem luminosa. Mergulharam na vida da Santíssima Trindade, condescendência infinita para com aqueles que representavam toda a humanidade e a imensa multidão dos discípulos dos séculos afora, até o fim dos tempos.
Foi-lhes recomendado silêncio até que a glória viesse completa, na Ressurreição do Senhor, também para que muitos aceitassem fazer a maravilhosa aventura da fé, sem medo de ser discípulos! É necessário primeiro arriscar-se na fé! A visão vem depois e o risco é nosso! Serenidade e calma, um passo depois do outro, e o dia se faz!
Ouso entrar no coração dos discípulos da transfiguração e imaginar seus olhos depois da transfiguração de Jesus Cristo. Sua visão não era mais turva, mas conseguiam entender o que vem depois dos fatos, dos mais corriqueiros aos mais dolorosos. Eis o testemunho de Pedro: “Efetivamente, ele recebeu honra e glória da parte de Deus Pai, quando do seio da esplêndida glória se fez ouvir aquela voz que dizia: "Este é o meu Filho bem-amado, no qual está o meu agradoEsta voz, nós a ouvimos, vinda do céu, quando estávamos com ele na montanha santa. E assim se tornou ainda mais firme para nós a palavra da profecia, que fazeis bem em ter diante dos olhos, como uma lâmpada que brilha em lugar escuro, até clarear o dia e levantar-se a estrela da manhã em vossos corações" (II Pd 1, 17-19).
Os cristãos, tendo conhecido seus limites compartilhados com todos os seres humanos, mas acolhidos na estrada da felicidade que desemboca na ressurreição, sabem ser portadores, se viverem unidos em nome de Jesus, do segredo da luz. Podem ser radiantes de felicidade e comunicá-la aos outros. É a maravilhosa vocação do cristão, que no monte ou na planície, caminha para Deus, com Deus e com toda a humanidade. Olhos límpidos lavados por Deus para enxergar o bem e espalhá-lo com alegria!

Dom Alberto Taveira Corrêa - Arcebispo de Belém - PA

15 de março de 2011

A FÁBULA DAS GRAÇAS!

Em um recinto do zoológico foi oferecida a um bando de garças uma extraordinária abundância de alimentos. Para elas era o paraíso na terra. 

Contudo, tornou se um inferno: a ordem social e a vida familiar das brancas garças ficaram completamente abaladas. 

Enquanto a atividade sexual do bando crescia até mesmo a níveis grotescos, a prole diminuía sensivelmente. 

As aves adultas, que em liberdade viviam em severa monogamia, só pensavam em adultérios, poligamia, violência carnal e até incesto, guerra com os vizinhos e também em família. 

Sempre sangrando e enlameadas, pisavam nos ovos dos ninhos e deixavam morrer os filhotes. 
Os pequenos que conseguiam sobreviver não aprendiam a prover seu sustento. A única coisa que os ligava aos três ou quatro "pais" era o incessante pedido de alimento. 

Mesmo depois de adultos continuavam a perseguir os mais velhos até diante das vasilhas, sempre transbordantes de alimentos, pedindo com lamuriosa insistência, até que aqueles, para ter um pouco de paz, colocavam lhes alguma coisa no bico. 

Quando, depois, eles mesmos procriaram, não foram capazes de cuidar dos seus filhotes. 
E assim, os avós tiveram de alimentar, ao mesmo tempo, filhos e netos. 
Wendell Berry 

EVANGELHO DO DIA

Evangelho (Mateus 6,7-15)
Terça-Feira, 15 de Março de 2011  -  1ª Semana da Quaresma
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.
— Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 
7“Quando orardes, não useis muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.
8Não sejais como eles, pois vosso Pai sabe do que precisais, muito antes que vós o peçais. 9Vós deveis rezar assim: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome; 10venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como nos céus. 11O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. 12Perdoa as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. 13E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. 
14De fato, se vós perdoardes aos homens as faltas que eles cometeram, vosso Pai que está nos céus também vos perdoará. 15Mas, se vós não perdoardes aos homens, vosso Pai também não perdoará as faltas que vós cometestes”. 

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

Comentário do Evangelho

Leitura Orante 
Preparo-me para a Leitura Orante invocando o Espírito Santo: 
Vem Santo Espírito, amor do Pai. 
Toca a minha mente, a minha vontade, o meu coração. 
Abre-me à coragem da verdade. 
Dá-me a força para deixar-me tocar 
e renovar profundamente por Jesus, Palavra do Pai. Amém. 
1. Leitura (Verdade) - O que a Palavra diz? 
Leio atentamente Mt 6,7-15. 
- Nas suas orações, não fiquem repetindo o que vocês já disseram, como fazem os pagãos. Eles pensam que Deus os ouvirá porque fazem orações compridas. Não sejam como eles, pois, antes de vocês pedirem, o Pai de vocês já sabe o que vocês precisam. Portanto, orem assim: 
"Pai nosso, que estás no céu, que todos reconheçam que o teu nome é santo. 
Venha o teu Reino. 
Que a tua vontade seja feita aqui na terra como é feita no céu! 
Dá-nos hoje o alimento que precisamos. 
Perdoa as nossas ofensas como também nós perdoamos as pessoas que nos ofenderam. 
E não deixes que sejamos tentados, mas livra-nos do mal. [Pois teu é o Reino, o poder e a glória, 
para sempre. Amém!]" 
- Porque, se vocês perdoarem as pessoas que ofenderem vocês, o Pai de vocês, que está no céu, também perdoará vocês. Mas, se não perdoarem essas pessoas, o Pai de vocês também não perdoará as ofensas de vocês. 
Neste texto Jesus nos ensina a orar. Primeiro, indica a atitude que devemos assumir ao orar: não ficar repetindo fórmulas,muito menos de forma longa. E ainda, ter atitude de confiança no Pai que já sabe tudo de que necessitamos. 
Thomas Merton diz que, assim como somos, rezamos. E diz mais: "O homem que não reza, é alguém que tentou fugir de si mesmo, porque fugiu de Deus". 
2. Meditação(Caminho) - O que a Palavra diz para mim? 
Às vezes, apenas "dizemos orações"com os lábios. 
Nosso coração, nossos sentimentos e pensamentos estão distantes. 
Jesus nos ensina, de maneira muito simples, a orar: 
1º Assumir a atitude de filhos e irmãos: Pai nosso. 
2º Reconhecer o nome de Deus como "santo". 
3º Pedir que o Reino de Deus se instaure entre nós. 
4º Dispor-nos a fazer a vontade de Deus. 
5º Fazer os pedidos para o dia-a-dia: o pão, o perdão, a libertação de toda tentação e mal. 
Os bispos, na V Conferência, em Aparecida, disseram: "Nos diferentes momentos da luta cotidiana, muitos recorrem a algum pequeno sinal do amor de Deus: um crucifixo, um rosário, uma vela que se acende para acompanhar um filho em sua enfermidade, um Pai Nosso recitado entre lágrimas, um olhar entranhável a uma imagem querida de Maria, um sorriso dirigido ao Céu em meio a uma simples alegria." (DAp 261). 
3. Oração (Vida) - O que a Palavra me leva a dizer a Deus? 
Rezo agora com muita consciência e fé a 
Oração da Campanha da Fraternidade 2011 
Senhor Deus, nosso Pai e Criador. 
A beleza do universo revela a vossa grandeza, 
A sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas, 
E o eterno amor que tender por todos nós. 
Pecadores que somos, não respeitamos a vossa obra, 
E o que era para ser garantia da vida está se tornando ameaça. 
A beleza está sendo mudada em devastação, 
E a morte mostra a sua presença no nosso planeta. 
Que nesta quaresma nos convertamos 
E vejamos que a criação geme em dores de parto, 
Para que possa renascer segundo o vosso plano de amor, 
Por meio da nossa mudança de mentalidade e de atitudes. 
E, assim, como Maria, que meditava a vossa Palavra e a fazia vida, 
Também nós, movidos pelos princípios do Evangelho, 
Possamos celebrar na Páscoa do vosso Filho, nosso Senhor, 
O ressurgimento do vosso projeto para todo o mundo. 
Amém. 
4. Contemplação(Vida/ Missão) - Qual o meu novo olhar a partir da Palavra? 
Meu novo olhar para o dia de hoje vem carregado de uma certeza: 
tenho um Pai e uma multidão de irmãos. 
Bênção 
- Deus nos abençoe e nos guarde. Amém. 
- Ele nos mostre a sua face e se compadeça de nós. Amém. 
-Volte para nós o seu olhar e nos dê a sua paz. Amém. 
- Abençoe-nos Deus misericordioso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém. 
Ir. Patrícia Silva, fsp

O CUIDADO COM A VIDA NO PLANETA

A Campanha da Fraternidade de 2011 tem como tema: A FATERNIDADE E A VIDA NO PLANETA e como lema: "A criação geme em dores de parto". O assunto principal dessa campanha é o fenômeno do aquecimento global provocado pelas mudanças climáticas.


De fato, é muito comum nós ouvirmos, principalmente das pessoas mais humildes, que os tempos estão mudados, que as chuvas, o frio e o calor não são como antigamente. As pessoas dizem que o clima está diferente, e está mesmo, todo o mundo percebe isso. E quanto sofrimento isso causa? Basta lembrar os mortos, os desabrigados, os que tiveram de migrar por causa da seca, os que perderam tudo. Diante dessa situação, precisamos pensar em duas coisas: a solidariedade para com as vítimas e a nossa contribuição para diminuir as tragédias.

Deus, que é nosso Pai e quer que todos nós vivamos como irmãos, exige de nós a solidariedade com os sofredores. A caridade é a palavra de ordem do cristão, que deve em tudo viver o mandamento de Jesus: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei". O nosso amor com os sofredores e necessitados deve se tornar gesto concreto, principalmente, por causa das palavras de Jesus: "Tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a mim que o fizestes".

Por outro lado, a partir de atitudes simples, podemos contribuir para melhorar a situação. Uma primeira é a questão do lixo. Quanto mais evitarmos produzir lixo, tanto menos entulho colocaremos nas ruas, evitando entupir bueiros e tubulações, assim como, a proliferação de doenças. Com essa atitude, também diminuiremos a emissão de gases poluentes na atmosfera, que agrava o aquecimento global. Para isso, também é importante lembrar que quanto menos coisas supérfluas consumirmos, quanto mais levarmos uma vida sóbria, menos consumista, tanto menos lixo produziremos, e também, diminuiremos a exploração de matéria-prima, o desmatamento e a poluição causada pela indústria e pelo transporte dos produtos. Outra atitude que ajuda é conversar sobre esses problemas para que outras pessoas também tomem consciência de sua responsabilidade com a preservação do meio ambiente.

Que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, una todos os brasileiros nessa corrente que é a Campanha da Fraternidade, para que todos nós e as gerações futuras possam ter uma vida melhor.



Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida (SP)

Pessoas diferentes me assustam! Prefiro ficar longe delas!

A maioria de nós perde inimagináveis e riquíssimas oportunidades simplesmente porque resolve se afastar do desconhecido; e isso inclui as pessoas também.

Só por hoje, experimente se aproximar de quem, por mil razões, lhe causa algum tipo de aversão, medo, e o retira de uma específica zona de conforto. Experimente, alargue seus horizontes e os relacionamentos também. Quem ainda não experimentou, não sabe o que está perdendo.

Quem se arriscou, pelo menos um pouquinho, já descobriu que o mundo é muito maior e mais bonito!

Vai ficar esperando?

Boa e santa Quaresma para você!

Agora vamos rezar juntos?

Com carinho e orações,
Seu irmão, Ricardo Sá


NÃO SOU QUEM DEVERIA SER

És quem és. Eu deveria ser quem sou, mas nem sempre o sou. Não sou quem deveria ser. Não vivo plenamente a minha identidade. Deve ter sido isso que teu filho Jesus quis ensinar quando nos propões que fôssemos perfeitos como tu és! (Mt 5,48) Não tanto quanto, mas, dentro do limite humano, em plenitude humana; como o copo de água fica pleno, embora nele caiba menos água do que no barril.

Muitas vezes traí a mim mesmo, busquei ressaltar demais o meu eu, traí o teu projeto. Projetei-me demais. Aceitei ser tratado como um santo que não sou. Aceitei aplausos imerecidos, sem ao menos lembrar que outros mereceriam mais. Poderia ser melhor do que fui, ter feito melhor do que fiz e sido mais completo do que fui. 

Poderia ter ouvido e não ouvi; ter amado e não amei; ter perdoado e não perdoei; ter doado e não doei. Poderia ter partilhado e não partilhei; Poderia ter compreendido e não compreendi. Nessas horas não fui quem deveria ter sido. Continuo não sendo quem deveria ser. Concede-me a graça de um dia poder dizer que sou quem sou, porque, por enquanto, ainda ajo como quem é menos ou mais do que é. 

Padre Zezinho scj 

8 de março de 2011

O QUE TORNA O AMOR PERFEITO.


Para que o amor seja perfeito não basta "amar ao próximo como a si mesmo". O amor perfeito vai um pouco além disso. É amor de entrega plena; de doação da própria vida.

O amor que busca a perfeição quer aprender a não pensar em si. Quer considerar o outro mais importante e, mesmo que não saiba fazer nada disso, continua querendo aprender valendo-se dos fatos mais simples da vida.

O amor – que quer ser perfeito – sabe que o desejo de amar assim já é amor!

Com muito amor, com vontade de amar,
Seu irmão,  Ricardo Sá


CATOLICISMO: ÚNICA RELIGIÃO MONOTEÍSTA QUE REVERENCIA UMA MULHER. reverencia uma mulher

Dentro das religiões monoteístas, o catolicismo é a única que presta reverência a uma mulher tendo esta um papel fundamental. “A grande fé cristã se resume nessa formula: Jesus Cristo nasceu e ressuscitou para a nossa salvação, mas Ele entra no mundo através de uma mulher: Maria”. É o que explica o antropólogo e doutor em teologia, professor Lino Rampazzo. 

Segundo o teólogo, a Virgem Maria tem um papel determinante na Bíblia. No Novo Testamento e nos Atos dos Apóstolos, explica o professor, ela aparece poucas vezes, mas em momentos fundamentais: anunciação, nascimento de Cristo, primeiro milagre nas Bodas de Caná, aos pés da cruz e no nascimento da Igreja, no Pentecostes. 

O estudioso destaca ainda é Maria a mulher que mostra os cumprimentos das palavras do Antigo Testamento, exemplo de fé e obediência: Ela  reza os Salmos, cumpres os preceitos religiosos levando o menino Jesus ao Templo, e ao mesmo tempo é aquela que acolhe e medida as palavras de Cristo em seu coração. 

Por meio dos quatro dogmas - virgindade, imaculada conceição, maternidade divina e assunção ao Céu - a Igreja Católica apresenta essa mulher extraordinária que é Maria, enfatiza o teólogo, e todos esses dogmas leva a Cristo. “Ao mesmo tempo que Deus é quem dá a Salvação Ele pede a  colaboração humana, pedindo a Maria sua colaboração, e ela se mostra disposta e acredita. E tudo isso nos vem pelas mãos de uma mulher”, afirma.

E dizer que Maria é a mãe de Deus, para o professor, é a forma mais fácil de entender que Jesus é verdadeiro Deus e verdadeiro homem: “Virgem mãe filha do seu Filho”.

A  visão de Maria assunta no céu mostra aos cristãos que a meta de todos não está na vida presente, como ressalta o professor, ao afirmar também que ela é aquela que participou primeiramente da salvação de Cristo, por meio dessa assunção.

“Não podemos dizer que falar de Maria nos afasta de Cristo porque tudo que é grande em Maria tem seu fundamento em Cristo”, destaca  Lino Rampazzo.

As mulheres da Bíblia

O doutor em teologia salienta também a forte presenta feminina na Bíblia, lembrando as mulher que acompanhava Jesus e os apóstolos. “No momento mais difícil quando Jesus dá seu supremo testemunho na cruz há somente um homem presente e todas as outras eram mulheres. E no dia da ressurreição são as mulheres que vão no túmulo de Jesus”, elucida o professor. 

Santo Ambrósio, por exemplo, define a importância de Maria Madalena chamando-a de “apóstola dos apóstolos”, justamente porque é ela quem anunciou a ressurreição aos discípulos.

As grandes mulheres da Igreja
 
Já no Livro do Gênesis, quando é explicada a criação da humanidade, Deus mostra o papel do homem e da mulher. “Dizer que mulher saiu da costela do homem, significa mostrar que ela não está acima ou abaixo, mas ao lado, a mulher é a companheira do homem, ela o completa. O homem não conseguiria traduzir todos os dons da humanidade se não colocasse a mulher ao seus lado”, enfatiza o teólogo.

Para Lino Rampazza, a mulher é o coração da sociedade e o seu maior dom é a afetividade; sem ela a sociedade seria fria e não perceberia todos os aspectos da realidade.

“Se olharmos as figuras dos grande homens, vemos ao seu lado a figura de uma mulher. Muitas vezes é uma mãe, esposa, uma filha, uma figura de uma mulher que o fez entender e agir melhor na sociedade”, destaca. 

No decorrer dos séculos, as mulheres desempenham papéis de grande importância e notoriedade na Igreja e na sociedade. Entre elas, destacam-se as doutoras da Igreja - Santa Catarina de Sena, Santa Teresinha do Menino Jesus e Santa Teresa d'Ávila – , as grandes santas como Santa Clara de AssisSantas Perpétua e Felicidade, as mártires Santa Águeda e Santa Luzia, e as grandes mulheres católicas do século XX como Madre Teresa de CalcutáChiara Lubich

Nicole Melhado -  Da Redação Canção Nova

DIA INTERNACIONAL DA MULHER.

Dia Internacional da Mulher

No dia 8 de março de 1857, as tecelãs de uma fábrica de tecidos de Nova York, iniciaram uma greve, reivindicando redução da carga diária de trabalho, salários equiparados aos dos homens e tratamento digno. Foi deflagrado um incêndio criminoso na fábrica, mas as mulheres não conseguiram sair, porque as portas foram fechadas pelo lado de fora. Cerca de 130 operárias morreram e muitas ficaram feridas. O Dia Internacional da Mulher foi criado em homenagem a essas heroínas da luta pela emancipação feminina. 

Esse foi um dos fatos históricos mais significativos na luta das mulheres pela igualdade de direitos em nossa sociedade machista. No decorrer da história, há outros fatos importantes que ilustram essa luta, como o que ocorreu durante a Revolução Francesa, com a escritora e revolucionária Olympe de Gouges. Em 1791, ela escreveu um panfleto intitulado Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, no qual pregava que a ignorância e o esquecimento dos direitos da mulher, bem como o desprezo por estes eram as únicas causas das desgraças públicas e da corrupção dos governantes. Olympe foi guilhotinada em 1793, como resultado de seu ativismo. 

Antes dela, em 1792, a inglesa Mary Wolstonecraft escreveu um dos grandes clássicos da literatura feminista: A reivindicação dos direitos da mulher, no qual defendia uma educação para meninas que aproveitasse seu potencial humano. 

Na Inglaterra do século XIX, a mulher chegou a ser considerada um "problema social", pois o número de mulheres solteiras estava excedendo o número de homens. O governo chegou a cogitar o envio delas às colônias inglesas, onde havia predominância de homens, tamanho o descaso que tinha pela figura humana da mulher. 

De fato, a sociedade machista vedou a participação das mulheres na sociedade e coibiu o exercício de sua cidadania. As conquistas femininas, ao longo da história, são o resultado de muito ativismo e sofrimento. Ao perceber o seu importante papel na sociedade e sua condição enquanto ser humano, a mulher deu início à sua luta pela igualdade de direitos. 

O Brasil tem dados positivos e negativos a respeito da emancipação feminina. No governo de Getúlio Vargas, as mulheres tiveram direito ao voto pela primeira vez, em 1932, doze anos antes das francesas. Nesse mesmo ano, a nadadora Maria Lenk foi a primeira atleta brasileira a participar de uma Olimpíada. No tênis, a Maria Ester Andion Bueno tornou-se a primeira mulher a vencer, em 1960, os quatros torneios do Grand Slam (Australian Open, Wimbledon, Roland Garros e Us Open). Em 1988, o "lobby do batom", movimento feminista que apresentou propostas suprapartidárias aos parlamentares, liderado por feministas e pelas 26 deputadas federais constituintes, obteve importantes avanços na Constituição federal, garantindo igualdade de direitos e obrigações entre homens e mulheres perante a lei. 

As mulheres brasileiras já representam mais da metade da população do país, participando da população economicamente ativa com o mesmo percentual. Contudo, somente as mulheres enfrentam jornada dupla de trabalho como profissionais e donas de casa. Embora esses dados sejam extremamente representativos, a nossa sociedade ainda sofre com os resquícios do machismo e do preconceito. Ainda é comum encontrar mulheres que ganham salário menor que o dos homens, embora desempenhem a mesma função. Além disso, a violência contra a mulher é outro fator alarmante que precisa ser combatido com energia por nossas autoridades. 

Diante de tudo o que ainda precisa ser mudado, o importante é saber que, ao respeitar os direitos da mulher, todos estarão contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, saudável, feliz e pacifista.

A DOUTORA E SUAS MÃES.

Um livro de mil páginas não seria suficiente para falar de Zilda Arns. Também não o seria para falar de seu irmão mais velho Dom Paulo Arns. A Igreja e o Brasil lhes devem muito. Em tempos difíceis eles assumiram a catequese de atitudes. Repercutiram o evangelho, porque é disso que trata o "catechein". Creram e agiram. 
Dom Paulo ainda está conosco. Neste começo de ano o terremoto do Haiti levou a Doutora Zilda. Morreu entre os mais pobres da América Latina. Se lhe fosse oferecida uma escolha de onde e como morrer, imagino que é escolha que teria feito: morrer entre os pobres e ensinando a sair da pobreza. Era mulher de orar, de falar e de fazer.
Todos perdem com sua partida. Milhões de mães do Brasil e milhares de outras mães do mundo perdem a cúmplice, que, a conselho e incentivo do irmão cardeal e com o apoio de irmãos católicos e de outras igrejas criou e desenvolveu a Pastoral da Criança. Presidentes e governos estaduais e municipais do Brasil perdem uma aliada sorridente, exigente e competente. Extensos programas de radio e de televisão, revistas e jornais já falaram dela e certamente ainda falarão. 
Quem pensava que a era das Terezas de Calcutá e de Irmã Dulce terminara, não sabia da Doutora Zilda e não sabe de centenas de outras que vivem pelos pobres, agem para libertar e para promover os outros. A fé, com elas, se traduz em gestos concretos. Doutora Zilda mirou as mães e suas crianças. 
Felizmente, ouço dizer, a doutora criou deitou raízes, multiplicou-se por mais de 160 mil corações solidários que entenderam sua mensagem. Com pouco se faz muito, desde que haja união, espírito e equipe e senso de comunidade. Outra vez a história dos cinco pães e dos dois peixes deu certo. Começou e os governos e grupos de serviço perceberam que, nas mãos dessas mulheres cúmplices em favor da vida, as coisas aconteciam e custavam bem menos do que a burocracia do poder. Era o poder das mães em ação. 
Nós católicos quando vemos um herói da solidariedade e da justiça o proclamamos pessoa santificada, eleita, escolhida. Dizemos que viveram em Cristo por Cristo e com Cristo, nos outros, com os outros e pelos outros. Os santos erram, mas se corrigem, perdoam, pedem perdão e apesar de seus pecados e limites, ajudam como podem e como sabem. Milhares de cristãos fazem pelos sofredores coisas que o mundo só fica sabendo quando morrem. Felizmente, de Dra. Zilda já sabíamos pelos resultados da sua Pastoral da Criança. Fez, fazia e fará falta!
Pe. Zezinho, scj 

4 de março de 2011

EVANGELHO DO DIA!


Marcos 11,11-26
Sexta-Feira, 4 de Março de 2011 
8ª Semana Comum

— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos.
— Glória a vós, Senhor!

Tendo sido aclamado pela multidão, 11Jesus entrou, no Templo, em Jerusalém, e observou tudo. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os doze. 12No dia seguinte, quando saíam de Betânia, Jesus teve fome. 13De longe, ele viu uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de teus frutos”. E os discípulos escutaram o que ele disse. 15Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17E ensinava o povo, dizendo: “Não está escrito: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vós fizestes dela uma toca de ladrões’. 18Os sumos sacerdotes e os mestres da Lei ouviram isso e começaram a procurar uma maneira de o matar. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele.19Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da. cidade. 20Na manhã seguinte, quando passavam, Jesus e os discípulos viram que a figueira tinha secado até a raiz. 21Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou”. 22Jesus lhes disse: “Tende fé em Deus. 23Em verdade vos digo, se alguém disser a esta montanha: ‘Levanta-te e atira-te no mar’, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá. 24Por isso vos digo, tudo o que pedirdes na oração, acreditai que já o recebestes, e assim será. 25Quando estiverdes rezando, perdoai tudo o que tiverdes contra alguém, 26para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os vossos pecados”.

- Palavra da Salvação. 
- Glória a vós, Senhor.

COMENTÁRIO DO EVANGELHO

Jesus denuncia a corrupção do Templo

Este longo evangelho coloca em evidência o Templo de Jerusalém, com sua prática e doutrina, como sendo o alvo principal das denúncias de Jesus aos chefes religiosos de Israel. Este templo, desde sua construção por Salomão, sempre teve como anexo o Tesouro, destinado ao depósito das imensas riquezas acumuladas a partir das ofertas e das taxas cobradas do povo. Naquele momento de intenso comércio e lucro praticado durante a festa da Páscoa, Jesus denuncia esta corrupção do Templo. A figueira que secou e o monte que com fé é lançado ao mar representam o monte Sião, com Jerusalém e o Templo que oprimiam o povo. A verdadeira religião, agradável a Deus, é a do perdão e da misericórdia. 
José Raimundo Oliva